Em dezembro de 2015, os preços da indústria variaram -0,32% em relação ao mês anterior, resultado superior ao de novembro (-0,42%). O acumulado em 2015 fechou em 8,84%, contra 2,66% em dezembro de 2014. Entre as 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação, 13 tiveram variações positivas de preços, contra 12 no mês anterior. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) mede a evolução dos preços de produtos 'na porta de fábrica', sem impostos e fretes. A publicação completa do IPP pode ser acessada aqui.

Em dezembro/2015, os preços da Indústria Geral (IG) variaram, em média, -0,32% quando comparados a novembro/2015, número superior ao observado na comparação entre novembro/2015 e outubro/15 (-0,42%) (Tabela 1).

Em dezembro/2015, em relação a novembro, 13 das 24 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra 12 do mês anterior. As quatro maiores variações observadas em dezembro/2015 se deram entre os produtos compreendidos nas seguintes atividades industriais: Indústrias extrativas (-6,07%), impressão (3,39%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,18%) e outros produtos químicos (-2,68%).

Nessa comparação, as maiores influências vieram de outros produtos químicos (-0,29 p.p.), Indústrias extrativas (-0,18 p.p.), alimentos (0,14 p.p.) e veículos automotores (0,07 p.p.).

Em dezembro/2015, o acumulado no ano atingiu 8,84%, contra 9,20% em novembro/2015. Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais neste indicador sobressaíram: outros equipamentos de transporte (33,62%), fumo (32,02%), papel e celulose (21,21%) e alimentos (14,28%).

Os setores de maior influência sobre o acumulado no ano foram: alimentos (2,72 p.p.), outros produtos químicos (1,24 p.p.), papel e celulose (0,72 p.p.) e outros equipamentos de transporte (0,71 p.p.).

Em dezembro de 2015, a variação de preços de -0,32% frente a novembro nas Grandes Categorias Econômicas (tabela 4): 0,05% em bens de capital; -0,81% em bens intermediários; e 0,39% em bens de consumo, sendo que 0,26% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 0,43% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Do resultado da indústria geral, -0,32%, a influência das Grandes Categorias Econômicas foi a seguinte (tabela 5): 0,00 p.p. de bens de capital, -0,46 p.p. de bens intermediários e 0,13 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, 0,11 p.p. se deveu às variações de preços observadas nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis e 0,02 p.p. nos bens de consumo duráveis.

Na perspectiva do acumulado no ano, as variações de preços da indústria acumularam, até dezembro, variação de 8,84%, sendo 12,38% a variação de bens de capital (com influência de 1,04 p.p.), 8,33% de bens intermediários (4,74 p.p.) e 8,83% de bens de consumo (3,05 p.p.). No último caso, este aumento foi influenciado pelos produtos de 'bens de consumo duráveis' (0,50 p.p.) e pelos 'bens de consumo semiduráveis e não duráveis' (2,55 p.p.).

A seguir são analisados com mais detalhes 8 setores que no mês de dezembro 2015 e a partir das informações das tabelas 3 e 4, encontravam-se entre os 4 principais destaques em pelo menos um dos seguintes critérios: maiores variações de preços, maiores influências, ambos nas três comparações: M/M-1, acumulado no ano e M/M-12, e as principais ponderações.

Indústrias extrativas: em 2015, os preços dos produtos das indústrias extrativas recuaram em 9,33% (em 2014 o recuo havia sido de 31,60%). Em dezembro, a queda foi de 6,07%, contra -10,08% de novembro. O destaque do setor em dezembro se deveu ao fato de ter sido listado entre as maiores variações (é a maior taxa negativa) e também entre as maiores influências (a segunda negativa, com - 0,18 p.p., atrás de Outros produtos químicos, - 0,29 p.p.) entre todas as atividades das indústrias extrativas e de transformação.

Alimentos: a variação de preços do setor, ao longo de 2015, foi de 14,28%, a terceira maior da série (21,24%, em 2010, e 14,86%, em 2012) e segue, por sua vez, a menor, a de 2014 (0,96%). O resultado de dezembro contra novembro foi de 0,73%, superior a do mês anterior (0,36%) e sua influência foi destaque em todos os indicadores calculados.

Na ponta da série, as principais variações ocorreram em produtos que não fazem parte daquele grupo de maior peso no cálculo, o que já não ocorre entre os de maior influência, onde, além de 'óleo de soja refinado', estão três deles ('resíduos da extração de soja', 'açúcar cristal' e 'carnes de bovinos frescas ou refrigeradas'). Destes quatro produtos, a única influência negativa se deveu ao comportamento dos preços de 'resíduos da extração de soja'. Seja como for, os quatro produtos influenciaram em 0,46 p.p. (de 0,73%).

Numa visão de prazo mais longo, os produtos de maior influência no resultado de 2015 (acumulado no ano, em dezembro, coincide com M/M-12) foram 'açúcar cristal', 'óleo de soja refinado', 'sucos concentrados de laranja' e 'óleo de soja em bruto'. Os preços destes produtos foram influenciados, ao longo do ano, tanto pelo câmbio (pois são produtos da pauta de exportação) como também pelo aumento do preço da gasolina (que interfere em quanto se produz de álcool e quanto de açúcar a partir da cana-de-açúcar) e, em particular, por questões pontuais que interferiram sobre o mercado de soja (apesar da safra recorde em termos mundial, no caso do Brasil houve problemas para escoar a safra e, agora no período de plantio, excesso de chuva ou atrasaram esse início ou exigiram um replantio).

Papel e celulose: em Dezembro de 2015, o setor teve uma variação média de preços ao produtor da ordem de -1,93%, após um mês de novembro sem mudança quando comparado a outubro. Essa foi a maior queda de preços do setor em 2015 (a outra foi de -1,06%, em abril), e pode ser atribuída à menor demanda interna e a reajustes competitivos de preços. Apesar da queda, o setor acumulou um aumento de preços em 2015 de 21,21%.

Os produtos que mais influenciaram na redução dos preços de dezembro/2015 foram 'papel higiênico', 'celulose'; 'cadernos'; e 'fraldas descartáveis'. O setor teve uma influência de -0,07 p.p. no índice de preços ao produtor do mês.

Outros produtos químicos: a indústria química registrou no mês de dezembro variação negativa de 2,68% (segunda vez seguida); quebrando uma série de variações positivas de preços de cinco meses seguidos, o que gerou um acumulado no ano de 11,96%; maior variação desde dezembro de 2010 (15,76%).

Um ponto a ser destacado é que os quatro produtos com maiores variações de preços no mês contra mês anterior tiveram resultados negativos; são eles: 'borracha de estireno-butadieno', 'etileno (eteno) não-saturado', 'fosfatos de monoamônio ou diamônio' e 'tintas de impressão'. Apenas 'etileno (eteno) não-saturado' está entre os quatro produtos com maior peso da atividade, motivo pelo qual também é um dos produtos relacionados entre os quatro de maior influência no mês; junto com 'adubos ou fertilizantes à base de NPK', 'PEAD' e 'PEBD', todos com variações negativas de preços e com grande peso na atividade.

Interessante ressaltar que os quatro produtos de maior influência no mês contra mês imediatamente anterior representaram -1,83 p.p. no resultado de –2,68%; ou seja, os demais 28 produtos contribuíram com -0,85 p.p.

Outros equipamentos de transporte: em dezembro de 2015 os preços do setor apresentaram variação de 1,90% em relação ao mês imediatamente anterior, após registrar variações negativas nos dois últimos meses neste tipo de comparação (M/M-1). O resultado no mês se deve principalmente aos maiores preços de 'aviões de peso superior a 2.000 kg', cotados em moeda internacional, e corrobora o comportamento de paridade com o sinal da variação cambial (R$/US$), que se verifica na maior parte da série histórica deste indicador.

No ano, os preços do setor acumularam alta de 33,62%, maior taxa das indústrias extrativas e de transformação, exercendo a quarta maior influência no índice geral em 2015.