Índice de Preços ao Produtor (IPP) de fevereiro varia (–0,58%)
31/03/2016 11h42 | Atualizado em 03/08/2017 16h10
Período |
Taxa
|
---|---|
Fevereiro de 2016
|
-0,58%
|
Janeiro de 2016
|
0,68%
|
Fevereiro de 2015
|
0,72%
|
Acumulado no ano
|
0,09%
|
Acumulado em 12 meses
|
8,57%
|
Em fevereiro de 2016, os preços da indústria geral variaram, em média, -0,58% em relação ao mês anterior, resultado inferior ao observado em janeiro (0,68%). O acumulado no ano ficou em 0,09% em fevereiro, contra 0,68% em janeiro. O acumulado em 12 meses ficou em 8,57%, contra 9,99% em janeiro. Entre as 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação, 10 apresentaram variações positivas de preços, contra 18 do mês anterior.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços de produtos 'na porta de fábrica', sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis). A publicação completa do IPP pode ser acessada aqui.
Tabela 4
Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas - Últimos três meses
Indústria Geral e Seções | Variação (%) | ||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
M/M-1 | Acumulado Ano | M/M-12 | |||||||
Dez/15
|
Jan/16
|
Fev/16
|
Dez/15
|
Jan/16
|
Fev/16
|
Dez/15
|
Jan/16
|
Fev/16
|
|
Indústria Geral |
-0,35
|
0,68
|
-0,58
|
8,81
|
0,68
|
0,09
|
8,81
|
9,99
|
8,57
|
Bens de Capital (BK) |
0,05
|
2,40
|
-0,40
|
12,38
|
2,40
|
1,98
|
12,38
|
14,27
|
11,99
|
Bens Intermediários (BI) |
-0,85
|
0,28
|
-1,38
|
8,29
|
0,28
|
-1,10
|
8,29
|
9,86
|
7,86
|
Bens de consumo(BC) |
0,37
|
0,89
|
0,67
|
8,81
|
0,89
|
1,56
|
8,81
|
9,15
|
8,88
|
Bens de consumo duráveis (BCD) |
0,29
|
1,43
|
0,50
|
6,12
|
1,43
|
1,94
|
6,12
|
5,92
|
5,73
|
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) |
0,39
|
0,72
|
0,72
|
9,66
|
0,72
|
1,45
|
9,66
|
10,18
|
9,88
|
As quatro maiores variações observadas em fevereiro/2016 deram-se entre os produtos compreendidos nas seguintes atividades industriais: refino de petróleo e produtos de álcool
(-3,06%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (2,05%), bebidas (-2,02%) e outros produtos químicos (-1,85%). Em termos de influência, na comparação entre fevereiro/2016 e janeiro/2016 (-0,58%), sobressaíram refino de petróleo e produtos de álcool (-0,32 p.p.), outros produtos químicos (-0,20 p.p.), alimentos (0,07 p.p.) e bebidas
(-0,06 p.p.).
Em fevereiro/2016, o indicador acumulado no ano (fevereiro/2016 contra dezembro de 2015) atingiu 0,09%, contra 0,68% em janeiro/2016. Entre as atividades que, em fevereiro/2016, tiveram as maiores variações percentuais na perspectiva deste indicador sobressaíram: Indústrias extrativas (-15,40%), produtos de metal (5,34%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (4,32%) e bebidas (-3,66%). Neste indicador, os setores de maior influência foram: Indústrias extrativas (-0,42 p.p.), alimentos (0,39 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (-0,38 p.p.) e veículos automotores (0,22 p.p.).
Tabela 2
Índices de Preços ao Produtor, segundo as Seções e Atividades de Indústria (%)
Seções e atividades | Variação | |||||
---|---|---|---|---|---|---|
M/M-1 | Acumulado Ano | M/M-12 | ||||
Jan
|
Fev
|
Jan
|
Fev
|
Jan
|
Fev
|
|
Indústria Geral
|
0,68
|
-0,58
|
0,68
|
0,09
|
9,99
|
8,57
|
B - Indústrias Extrativas
|
-14,43
|
-1,13
|
-14,43
|
-15,40
|
-11,09
|
-24,15
|
C - Indústrias de Transformação
|
1,11
|
-0,57
|
1,11
|
0,53
|
10,62
|
9,70
|
10 - Fabricação de produtos alimentícios |
1,62
|
0,33
|
1,62
|
1,95
|
16,45
|
15,67
|
11 - Fabricação de bebidas |
-1,68
|
-2,02
|
-1,68
|
-3,66
|
6,29
|
5,29
|
12 - Fabricação de produtos do fumo |
4,77
|
-1,66
|
4,77
|
3,03
|
34,85
|
26,40
|
13 - Fabricação de produtos têxteis |
0,20
|
0,87
|
0,20
|
1,07
|
11,38
|
11,68
|
14 - Confecção de artigos do vestuário e acessórios |
2,23
|
2,05
|
2,23
|
4,32
|
7,45
|
5,33
|
15 - Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados |
1,78
|
0,43
|
1,78
|
2,22
|
13,64
|
9,83
|
16 - Fabricação de produtos de madeira |
0,85
|
-1,59
|
0,85
|
-0,76
|
12,55
|
7,59
|
17 - Fabricação de celulose, papel e produtos de papel |
2,28
|
-1,07
|
2,28
|
1,18
|
22,73
|
18,07
|
18 - Impressão e reprodução de gravações |
-0,10
|
-0,85
|
-0,10
|
-0,94
|
8,66
|
7,05
|
19 - Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis |
-0,59
|
-3,06
|
-0,59
|
-3,63
|
4,69
|
4,03
|
20B - Fabricação de sabões, detergentes, produtosde limpeza e artigos de perfumaria |
0,58
|
0,65
|
0,58
|
1,23
|
13,73
|
13,44
|
20C - Fabricação de outros produtos químicos |
0,19
|
-1,85
|
0,19
|
-1,66
|
14,22
|
15,70
|
21 - Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos |
-1,86
|
1,11
|
-1,86
|
-0,77
|
-0,17
|
1,90
|
22 - Fabricação de produtos de borracha e de material plástico |
1,60
|
-0,63
|
1,60
|
0,95
|
10,29
|
8,81
|
23 - Fabricação de produtos de minerais não-metálicos |
0,15
|
-1,18
|
0,15
|
-1,03
|
4,95
|
2,67
|
24 - Metalurgia |
1,96
|
-0,08
|
1,96
|
1,88
|
-0,44
|
-1,16
|
25 - Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos |
3,96
|
1,32
|
3,96
|
5,34
|
14,48
|
16,91
|
26 - Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos |
0,20
|
0,33
|
0,20
|
0,54
|
-5,72
|
-5,35
|
27 - Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos |
-0,13
|
-1,00
|
-0,13
|
-1,13
|
9,56
|
7,67
|
28 - Fabricação de máquinas e equipamentos |
0,28
|
0,08
|
0,28
|
0,36
|
8,84
|
6,54
|
29 - Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias |
2,13
|
-0,04
|
2,13
|
2,09
|
7,14
|
6,24
|
30 - Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores |
3,78
|
-0,32
|
3,78
|
3,45
|
36,85
|
30,62
|
31 - Fabricação de móveis |
1,64
|
0,07
|
1,64
|
1,71
|
11,51
|
10,08
|
Ao comparar fevereiro de 2016 com fevereiro de 2015, a variação de preços ocorrida foi de 8,57%, contra 9,99% na comparação janeiro de 2016 com janeiro de 2015. As quatro maiores variações de preços ocorreram em outros equipamentos de transporte (30,62%), fumo (26,40%), Indústrias extrativas -24,15%) e papel e celulose (18,07%). Neste indicador, os setores de maior influência foram: alimentos (3,00 p.p.), outros produtos químicos (1,55 p.p.), Indústrias extrativas (-0,81 p.p.) e veículos automotores (0,69 p.p.).
Em fevereiro de 2016, a variação de preços de -0,58% frente a janeiro repercutiu da seguinte maneira entre as Grandes Categorias Econômicas: -0,40% em bens de capital; -1,38% em bens intermediários; e 0,67% em bens de consumo, sendo que 0,50% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 0,72% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis. A influência das Grandes Categorias Econômicas foi a seguinte: -0,04 p.p. de bens de capital, -0,78 p.p. de bens intermediários e 0,23 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, 0,19 p.p. se deveu às variações de preços observadas nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis e 0,04 p.p. nos bens de consumo duráveis.
10 das 24 atividades apresentaram variações positivas de preços
Entre as 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação, 10 apresentaram variações positivas de preços, contra 18 do mês anterior. A seguir, destacamos alguns setores:
Extrativas: no mês de fevereiro, as indústrias extrativas mantiveram a tendência de queda em seus preços pelo quarto mês seguido, registrando uma variação de -1,13%, em relação a janeiro. O setor apresentou, em módulo, a maior variação acumulada no ano (-15,40%), superior ao observado para as demais atividades pesquisadas. A variação negativa dos preços do setor no ano teve a maior influência observada (-0,42 p.p.) sobre a variação verificada para a indústria em geral, em 2016.
Na comparação com fevereiro de 2015 (M/M-12), observou-se queda de 24,15% nos preços da atividade extrativas, sendo a maior variação negativa para a indústria como um todo. A influência da variação dos preços da atividade sobre o indicador (M/M-12) da indústria geral foi de - 0,81 p.p.
Alimentos: a variação de preços observada entre janeiro e fevereiro foi de 0,33%, menor taxa desde junho de 2015 (0,13%). Com esse aumento, a variação positiva acumulada chegou a 1,95%. Já na comparação com fevereiro de 2015, a variação é de 15,67%. Com esses resultados, em termos de influência, o setor desponta como a principal influência positiva nos três indicadores avaliados: no M/M-1, 0,07 p.p. em -0,58% (indústrias extrativas e de transformação ou IG); no acumulado, 0,39 p.p. em 0,09% (IG); e, no M/M-12, 3,00 p.p. em 8,57% (IG).
Dos quatro produtos de maior influência no M/M-1 - responsáveis por 0,04 p.p. (em 0,33%) - 'leite esterilizado / UHT / longa vida' e 'açúcar demerara, inclusive açúcar VHP' estão entre as quatro maiores variações. Os outros produtos em destaque em termos de influência são 'resíduos da extração de soja' (única influência negativa, associada ao início da safra de soja) e 'açúcar cristal'. A variação positiva do açúcar está associada ao período de entressafra da cana-de-açúcar. No caso do leite, segundo a Cepea, apesar de ser período de safra, houve menor captação na passagem de 2015 e 2016, o que, de forma um pouco defasada, acabou atingindo a indústria que utiliza o produto como matéria-prima.
Uma observação geral diz respeito aos produtos derivados da soja. Nos indicadores de mais longo prazo, com exceção de 'resíduos da extração de soja' (com influência negativa no acumulado), as influências são positivas, o que não ocorre no M/M-1 (com exceção de 'óleo refinado de soja', cuja influência é positiva).
Bebidas: em fevereiro de 2016 o setor teve uma queda média de preços ao produtor da ordem de 2,02%, acumulando 3,66% de queda desde janeiro de 2016. O índice do setor, entretanto, acumula um aumento de 5,29% com relação a fevereiro de 2015. Esta é a quarta queda seguida dos preços ao produtor do setor, que teve uma alta de 9,57% em outubro de 2015. A variação negativa nos preços ao produtor deve-se, em parte, a uma redução de consumo (menor demanda interna).
Refino de Petróleo e produtos de álcool: o resultado de -3,06%, observado na comparação de preços entre fevereiro e janeiro de 2016, é a maior variação negativa observada em toda a série. Com ela, o acumulado no ano chegou a -3,63%, maior valor negativo já observado no mesmo mês ao longo da série. Em 2015, o acumulado em fevereiro também fora negativo (-2,44%), o segundo maior negativo. Em termos de M/M-12, a variação é positiva, 4,02%.
Entre os produtos de maior influência no M/M-1, três são derivados de petróleo e todos ('óleo diesel e outros óleos combustíveis', 'naftas' e 'querosene de aviação') com influência negativa. A influência positiva de 'álcool etílico (anidro ou hidratado)' é compatível com o período de entressafra da cana-de-açúcar. A influência dos quatro produtos destacados foi de - 2,93 p.p. (em - 3,06%).
Nos indicadores de mais longo prazo, observa-se que produtos derivados de petróleo têm impacto positivo apenas na comparação M/M-12 (e não todos, já que 'óleos diesel e outros óleos combustíveis' impacta negativamente), enquanto 'álcool etílico (anidro ou hidratado)' influencia positivamente tanto no M/M-12 como no acumulado, em linha com o que, ao longo do tempo, tem sido dito nas análises da pesquisa, isso é, com o aumento do preço da gasolina (que aumenta a demanda por álcool) e, neste momento, a entressafra de cana-de-açúcar.
Outros produtos químicos: a indústria química registrou no mês de fevereiro uma variação negativa de 1,85%, o que gerou uma variação acumulada de preços no ano de -1,66% e de 15,70% em 12 meses (valor mais elevado de variação neste tipo de comparação desde julho de 2011).
Um ponto a ser destacado é que as principais variações, todas negativas, ocorreram em produtos que não fazem parte dos que apresentam o maior peso de cálculo, o que não ocorre entre os de maior influência, onde dois dos produtos em destaque estão nesta categoria, são eles 'etileno (eteno) não-saturado' e 'polipropileno(PP)'. Acompanhando este grupo aparecem 'sulfato de amônio ou uréia' e 'PEAD', com variações negativas de preços suficientes para colocá-los entre os que mais influenciaram os resultados do mês contra o mês imediatamente anterior.
A amônia é o principal insumo para a obtenção dos fertilizantes nitrogenados e este produto tem apresentado queda de preços nos últimos meses (inclusive é um dos destaques de variação negativa no mês), o que explica em parte os resultados para o produto 'adubos ou fertilizantes a base de NPK' no acumulado no ano.
O cenário da indústria química dos produtos petroquímicos básicos e intermediários para plastificantes, resinas e fibras é ligado aos valores internacionais, aos custos associados à energia elétrica, à compra de matérias-primas importadas, à cotação do dólar (depreciação do real frente à moeda americana de 41,1% em 12 meses) e aos preços da nafta, produto com queda de preços entre outubro de 2015 e fevereiro de 2016; o que também explica em parte a redução dos preços no último mês.
Os quatro produtos de maior influência no mês, contra mês imediatamente anterior, representaram -1,19 p.p. no resultado de -1,85%; ou seja, os demais 28 produtos contribuíram com 0,66 p.p.
Veículos Automotores: na comparação com o mês anterior, os preços dos produtos do setor, depois de terem tido a maior variação da série (2,13%, em janeiro de 2016), recuaram em 0,04%. Com isso, o acumulado recuou de 2,13% para 2,09% e, na comparação com o mesmo mês de 2015, a variação saiu de 7,14% para 6,24%.
Dos quatro produtos destacados em termos de influência, apenas 'caixas de marcha para veículos automotores' impactou positivamente, porém, sua influência não foi suficiente para compensar a dos demais produtos ('caminhão-trator para reboques e semireboques', 'peças para motor de veículos automotores' e 'veículos para mercadorias a gasolina ou álcool capacidade menor de 5t'). A influência dos quatro produtos foi de - 0,15 p.p. (em - 0,04%). Vale dizer que, desses produtos, 'caminhão-trator para reboques e semi-reboques' (o único que aparece também entre as maiores variações de preços) e 'peças para motor de veículos automotores' estão entre os de maior peso no cálculo.
Comunicação Social
31 de março de 2016