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Índice de Preços ao Produtor (IPP)

Em setembro, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,94% na comparação com o mês anterior,

31/10/2014 07h00 | Atualizado em 31/10/2014 07h00

SETEMBRO 2014
0,94%
Agosto 2014
0,49%
Setembro 2013
0,57%
Acumulado em 2014
2,06%
Acumulado em 12 meses
2,87%

Em setembro, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,94% na comparação com o mês anterior, número superior ao observado na comparação entre julho e agosto (0,49%). O acumulado em 2014 ficou em 2,06%, contra 1,11% do mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2013 (acumulado em 12 meses), os preços aumentaram 2,87%, contra 2,50% em agosto. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipp/default.shtm.

16 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços

Em setembro, como em agosto, 16 das 23 atividades apresentaram variações positivas de preços. As quatro maiores variações se deram entre os produtos compreendidos nas atividades de bebidas (7,04%), impressão (2,36%), metalurgia (2,22%) e fumo (1,81%). Em termos de influência, sobressaíram bebidas (0,21 p.p.), veículos automotores (0,19 p.p.), metalurgia (0,18 p.p.) e outros produtos químicos (0,14 p.p.).

O indicador acumulado no ano (setembro de 2014 contra dezembro de 2013) atingiu 2,06%. Entre as atividades que tiveram as maiores variações sobressaíram metalurgia (8,36%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (6,78%), bebidas (6,26%) e calçados e artigos de couro (5,23%). Os setores de maior influência foram metalurgia (0,64 p.p.), veículos automotores (0,49 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,40 p.p.) e alimentos (-0,35 p.p.).

Ao comparar setembro de 2014 com setembro de 2013 (acumulado em 12 meses), a variação de preços foi de 2,87%. As quatro maiores foram em máquinas, aparelhos e materiais elétricos (9,63%), calçados e artigos de couro (8,95%), bebidas (8,59%) e metalurgia (6,88%). As principais influências vieram de refino de petróleo e produtos de álcool (0,69 p.p.), metalurgia (0,54 p.p.), veículos automotores (0,52 p.p.) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (0,26 p.p.).

Alimentos: os preços dos alimentos variaram em 0,52%, segunda taxa positiva consecutiva (agosto, 0,70%), depois de cinco negativas. Com isso, o acumulado no ano chegou a - 1,72%, mesma taxa observada em junho. O acumulado em 12 meses atingiu sua menor taxa (- 0,90%), a única negativa da série iniciada em dezembro de 2010. Entre os oito produtos destacados em termos de variação e de influência, seis são carnes. Em relação aos preços das carnes (bovinas, suínas e de aves, congeladas ou frescas), há uma oferta relativamente baixa frente a uma demanda estimulada pelas exportações, que afetam particularmente o mercado de suínos. Numa perspectiva de mais longo prazo, a queda dos preços de resíduos da extração de soja reforçou o movimento dos preços do produto (que influencia negativamente o acumulado em 12 meses desde junho de 2014) e foi a principal influência na taxa negativa do mês (- 0,90%) neste índice. Isso reflete a oferta mundial elevada do produto no período.

Bebidas: depois de apresentar variações de 0,13% julho e 1,89% em agosto, houve um aumento médio de 7,04% nos preços da atividade em setembro, a maior desde janeiro de 2010, quando o índice começou a ser pesquisado. Este resultado fez com que o setor apresentasse a maior influência sobre o resultado geral da indústria. Desde 2012, setembro se caracteriza como o mês no qual ocorrem os principais reajustes de preço, devido à proximidade do verão. No índice acumulado no ano, o setor, que desde o início do ano tinha resultados negativos, apresentou variação positiva de 6,26%. Já no indicador acumulado em 12 meses, a variação de preço foi de 8,59%, próximo aos apresentados nos primeiros meses do ano.

Refino de petróleo e produtos de álcool: a atividade registrou variação de 0,05% na comparação com agosto, invertendo o resultado negativo do mês anterior. No ano, o setor acumula 3,60%, enquanto o indicador dos últimos 12 meses registra 6,35%. No que se refere aos produtos, os destaques são naftas, óleos lubrificantes básicos e querosenes de aviação, todos com variações positivas e pertencentes à classe de produtos do refino. Em contrapartida, aparece álcool etílico (anidro ou hidratado), com variação negativa. A atividade foi a que mais influenciou o resultado dos últimos 12 meses, com 0,69 p.p. dos 2,87% de variação, mesmo apresentando pela nona vez seguida uma queda na variação acumulada dos últimos 12 meses.

Outros produtos químicos: a indústria química registrou 1,25% de variação em setembro, segunda alta positiva após cinco meses consecutivos de taxas negativas, retornando ao nível de fevereiro de 2014 (1,35%). O indicador dos últimos 12 meses, depois da desaceleração dos últimos seis meses, inclusive com resultados negativos em julho e agosto, volta a apresentar uma variação positiva de 0,24%. Em relação ao acumulado no ano, após quatro meses de resultados negativos, alcançou o resultado de 0,67%, menor valor dos últimos três anos (5,92% e 6,01% para setembro de 2013 e setembro de 2012, respectivamente). Todos os quatro produtos com destaque na variação de preços apresentaram resultados positivos: amoníaco, cloro, fenol (hidroxibenzeno) e seus sais e poliestireno expansível. Em relação à influência, a atividade contribuiu com 0,14 p.p. para a variação de 0,94% das indústrias de transformação e os produtos que mais participaram nesta direção foram adubos ou fertilizantes à base de NPK e propeno (propileno) não saturado; com a contrabalança de etileno (eteno) não saturado e de herbicidas para uso na agricultura.

Metalurgia: houve variação positiva de 2,22%. Com isso, o setor acumulou até setembro variações de 8,36%, maior variação positiva entre todas as atividades das indústrias de transformação e também deste indicador na atividade. A essa taxa cabe considerar o resultado de janeiro de 2014 contra dezembro de 2013 (4,30%), maior taxa da série deste setor desde o início dos levantamentos do IPP. Já no acumulado em 12 meses, o resultado foi de 6,88%, inferior ao de setembro de 2013 (7,79%). Entre os destaques, três produtos (alumínio não ligados em formas brutas; bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos e chapas grossas de aços ao carbono, não revestidos) figuram tanto em termos de variação quanto de influência, todos pressionando o resultado positivamente. O último produto destacado em termos de variação foi folhas-de-flandres, porém em termos de influência aparecem bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras. Os quatro produtos de maior influência no indicador responderam por 1,76 p.p. em 2,22%). Os resultados do setor se devem ao alcance de novos mercados, aumentos dos custos de produção e, no caso de metais não ferrosos, à elevação de preços internacionais.

Máquinas, aparelhos e materiais elétricos: o aumento de 0,19% entre agosto e setembro é a menor taxa positiva observada num ano de três taxas negativas (- 0,57%, em abril; - 0,51% em junho; e - 0,17% em julho) e ainda no qual as maiores taxas ocorreram no início do ano (2,45% em janeiro e 1,77% em fevereiro). Com o aumento de setembro, o acumulado no ano (6,78%) voltou aos níveis de maio (6,79%). No acumulado em 12 meses, o resultado de 9,63% dá continuidade a uma série decrescente desde maio de 2014 (12,76%). Ou seja, foram os preços mais elevados no bimestre inicial do ano que deram, até setembro, as principais tendências dos preços desse setor. Dois produtos têm destaque tanto em termos de variação quanto de influência: transformadores de dielétrico líquido e cabos de fibras ópticas, e, no caso, o destaque se dá por variações positivas de preços. Os outros dois produtos em destaque, em termos de influência, condutores elétricos com capa isolante, para tensão menor ou igual a 1000v e pilhas ou baterias elétricas, exceto para veículos, pressionaram para baixo o indicador. Os quatro produtos influenciaram o resultado de 0,19% em 0,18 p.p. Refrigeradores ou congeladores para uso doméstico, que puxaram os aumentos do início do ano, é o principal produto em termos de influência tanto no acumulado no ano quanto em 12 meses.

Veículos automotores: a fabricação de veículos automotores apresentou variação de 0,64%. Embora esse resultado tenha ficado abaixo dos de janeiro (1,06%) e fevereiro (0,65%) desse ano, é o maior dos últimos seis meses. Com isso, o acumulado em 2014 aumentou para 2,79%. Os produtos que mais se destacaram foram automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência, peças para motor de veículos automotores, e chassis com motor para ônibus ou para caminhões, com resultados positivos. O produto carrocerias para ônibus se destacou com variação negativa. Esses quatro produtos somam 0,58 p.p. na perspectiva do mês. Nesse período do ano, a transição de modelos de automóveis (com o ingresso de modelos 2015) já começa a se evidenciar no indicador, contribuindo para o aumento de preços.