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Demografia das Empresas 2012: taxa de sobrevivência de 81,3% é a maior em cinco anos

A taxa de sobrevivência das empresas em 2012, em relação ao ano anterior , foi de 81,3%, ligeiramente acima...

24/09/2014 07h00 | Atualizado em 24/09/2014 07h00

A taxa de sobrevivência das empresas em 2012, em relação ao ano anterior 1, foi de 81,3%, ligeiramente acima do patamar verificado em 2011 (80,8%) e o maior desde 2008 (78,2%). Já a taxa de entrada ficou em 18,7%, a menor desde 2008 (21,8%), enquanto a taxa de saída foi de 17,4%, acima apenas da verificada em 2010 (16,3%). É o que revela o estudo Demografia das Empresas, que analisa a dinâmica empresarial brasileira.

O estudo mostra também que, enquanto 97,2% dos assalariados estavam nas empresas sobreviventes, 2,8% estavam nas empresas entrantes e 1,3% nas que saíram do mercado, percentuais que variaram pouco entre 2008 e 2012. As empresas que entraram e que saíram do mercado ocuparam pessoal assalariado sem nível superior (93,8% e 94,2%, respectivamente) acima do observado para o conjunto das empresas (89,5%).

Construção foi a atividade que apresentou as maiores taxas de entrada (27,1%), enquanto Outras atividades de serviços mostraram as maiores taxas de saída (26,2%). Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas foi a atividade que apresentou os maiores ganhos de pessoal assalariado vinculados às entradas de empresas no mercado (281,0 mil).

Já as empresas de alto crescimento, aquelas cujo pessoal assalariado tenha crescido pelo menos 20% ao ano por um período de três anos e que tenham pelo menos dez assalariados no ano inicial de observação, representaram 7,6% das empresas com dez ou mais assalariados, taxa inferior à apresentada nos anos anteriores. Estas empresas foram responsáveis, em 2012, por 3,3 milhões (58,3%) dos 5,7 milhões de postos de trabalho gerados entre 2009 e 2012, destacando-se as Indústrias de transformação (691,4 mil) e Atividades administrativas e serviços complementares (671,6 mil).

A publicação completa com os dados divulgados hoje está disponível no link
www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/demografiaempresa/2012/.

Saldo de empregos gerados em 2012 foi de 1,2 milhão de pessoas assalariadas

As empresas que entraram em atividade em 2012 apresentaram um impacto significativo no estoque de empresas, com taxa de entrada de 18,7% (860,0 mil) e responderam por um acréscimo de 5,0% (2,0 milhões) nas pessoas ocupadas e de 2,8% (950,5 mil) nas pessoas assalariados. Já as empresas que saíram do mercado, com taxa de 17,4% (799, 4 mil), representaram queda de 3,6% (1,5 milhão) nas pessoas ocupadas e 1,3% (453,1 mil) no pessoal assalariado, registrando, contudo, um número maior de entradas em relação ao total de saídas. As empresas sobreviventes representaram 81,3% (3,7 milhões) das empresas ativas, tendo sido responsáveis por 95,0% (38,6 milhões) do pessoal ocupado e 97,2% (33,0 milhões) do pessoal assalariado.

Tabela 1 - Número de empresas, pessoal ocupado total e assalariado, salários e outras remunerações e salário médio mensal, segundo o tipo de evento demográfico - Brasil - 2012
Tipo de evento demográfico
Número de empresas
Pessoal ocupado
Salários e outras remunerações (1 000 R$)
Salário médio mensal (em salários mínimos)
Total
Assalariado
Total
Distribuição percentual (%)
Total
Distribuição percentual (%)
Total
Distribuição percentual (%)
Total
Distribuição percentual (%)
Ativas
4.598.919
100,0
40.646.593
100,0
33.915.323
100,0
756.570.036
100,0
2,8
Sobreviventes
3.738.927
81,3
38.608.921
95,0
32.964.847
97,2
748.244.881
98,9
2,8
Entradas
859.992
18,7
2.037.672
5,0
950.476
2,8
8.325.155
1,1
1,9
  Nascimentos
597.165
13,0
1.562.144
3,8
810.676
2,4
6.502.968
0,9
1,9
  Reentradas
262.827
5,7
475.528
1,2
139.800
0,4
1.822.187
0,2
2,1
Saídas
799.419
17,4
1.482.085
3,6
453.082
1,3
8.937.887
1,2
1,8
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Cadastro Central de Empresas 2008-2012.

O saldo de empresas tem sido sempre positivo, com um número maior de entradas em relação ao de saídas. Na comparação com 2011, houve acréscimo de 1,3% no número de empresas (60,6 mil), de 3,4% no pessoal ocupado (1,4 milhão) e de 3,7% nos assalariados (1,2 milhão).

Tabela 2 - Número de empresas, pessoal ocupado assalariado, segundo o tipo de evento demográfico e respectivas taxas - Brasil - 2008-2012
Tipo de evento demográfico Número de empresas
2008 2009 2010 2011 2012
Total
4.077.662
4.268.930
4.530.583
4.538.347
4.598.919
Sobreviventes
3.188.176
3.322.254
3.531.460
3.666.543
3.738.927
Taxa de sobrevivência
78,2
77,8
77,9
80,8
81,3
Entrada
889.486
946.676
999.123
871.804
859.992
Taxa de entrada
21,8
22,2
22,1
19,2
18,7
Saída
719.915
755.154
736.428
864.035
799.419
Taxa de saída
17,7
17,7
16,3
19,0
17,4
Tipo de evento demográfico Pessoal ocupado assalariado
2008 2009 2010 2011 2012
Total
26.978.086
28.238.708
30.821.123
32.706.200
33.915.323
Sobreviventes
26.160.232
27.373.575
29.797.370
31.726.069
32.964.847
Taxa de sobrevivência
97,0
96,9
96,7
97,0
97,2
Entrada
817.854
865.133
1.023.753
980.131
950.476
Taxa de entrada
3,0
3,1
3,3
3,0
2,8
Saída
414.908
452.208
363.848
410.407
453.082
Taxa de saída
1,5
1,6
1,2
1,3
1,3
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Cadastro Central de Empresas 2008-2012.

Comércio contribui com a maior parcela do pessoal assalariado das empresas que entraram no mercado com 29,6%

As atividades econômicas que mais se destacaram nas entradas e saídas de empresas no mercado em 2012 foram Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas com 372,8 mil e 390,2 mil empresas (43,3% e 48,8%) e Indústrias de transformação com 65,1 mil e 64,6 mil (7,6% e 8,1%), respectivamente. Com relação à sobrevivência, 48,1% das empresas (1,8 milhão) estavam em Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas e 9,9% (370,9 mil) na Indústria de Transformação.

Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas, Construção e Indústrias de transformação foram as atividades com as maiores participações relativas na entrada de pessoal ocupado assalariado no mercado. Do total de 950,5 mil de pessoal ocupado assalariado gerado pelas empresas entrantes, 281,0 mil (29,6%) foram provenientes do Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas; 152,2 mil (16,0%), da Construção; e 130,3 mil (13,7%), das Indústrias de transformação. Do total de 453,1 mil de pessoal ocupado das empresas que saíram do mercado, 119,7 mil (26,4%) estavam no Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas; 85,7 mil (18,9%), nas Indústrias de transformação; e 71,8 mil (15,9%), nas Atividades administrativas e serviços complementares.

Com relação às taxas de entrada e saída do mercado, as maiores taxas de entrada foram observadas em Construção (27,1%), Eletricidade e gás (26,0%) e Atividades imobiliárias (25,2%), e as menores, em Indústrias de transformação (14,9%), Saúde humana e serviços sociais (16,9%) e Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (17,2%), que são as atividades que apresentaram as maiores taxas de sobrevivência de empresas, respectivamente 85,1%, 83,1% e 82,8%. Por sua vez, as maiores taxas de saída foram observadas em Outras atividades de serviços (26,2%), Informação e comunicação (19,8%) e Alojamento e alimentação (19,0%), e as menores, em Saúde humana e serviços sociais (10,1%), Atividades imobiliárias (12,5%) e Educação (13,3%).

Homens eram maioria em todos os tipos de eventos demográficos

Em 2012, 62,8% do pessoal ocupado assalariado das empresas ativas e sobreviventes eram homens e 37,2% eram mulheres. Com relação ao pessoal assalariado vinculado à entrada de empresas no mercado em 2012, 61,4% eram homens, enquanto 38,6% eram mulheres. Com relação àqueles ligados às empresas que saíram do mercado, 57,7% eram homens e 42,3% mulheres.

Em relação à escolaridade, 89,5% do pessoal assalariado das empresas ativas não tinham nível superior, enquanto 10,5% tinha essa escolaridade. As empresas sobreviventes apresentavam 89,4% do pessoal assalariado sem nível superior e 10,6% com nível superior. Com relação ao pessoal assalariado vinculado à entrada de empresas no mercado, 93,8% não tinham nível superior, enquanto 6,2% tinham nível superior. Já àqueles ligados às empresas que saíram do mercado era composta por 94,2% de assalariados sem nível superior e 5,8% com nível superior.

Sudeste e Nordeste apresentaram os maiores ganhos de pessoal ocupado assalariado pela entrada de empresas no mercado

Do total de 5,0 milhões de unidades locais, 4,1 milhões eram sobreviventes em relação a 2011 (81,2%) e 939,8 mil eram referentes às entradas (18,8%). Já as saídas totalizaram 857,7 mil unidades (17,2%).

As regiões Sudeste e Sul apresentaram as maiores taxas de sobreviventes (82,4% e 81,5%, respectivamente) acima da média nacional (81,2%). Com relação às entradas, as maiores taxas foram observadas nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste (24,2%, 21,2% e 21,0%), que foram as regiões com as menores taxas de sobrevivência (75,8%, 78,8% e 79,0%), respectivamente. As maiores taxas de saída foram verificadas nas regiões Norte e Nordeste (20,9% e 19,7%).

Santa Catarina (83,7%), Espírito Santo (82,9%) e Minas Gerais (82,5%) apresentaram as maiores taxas de sobrevivência, enquanto Amazonas (72,6%), Amapá (74,7%) e Acre (75,0%) apresentaram as menores taxas.

Em relação à distribuição do pessoal ocupado assalariado gerado pela entrada de empresas em 2012, as regiões Sudeste e Nordeste foram as que apresentaram os maiores ganhos de assalariados, 742,7 mil (47,9%) e 303,5 mil (19,6%), respectivamente. Dentre as unidades da federação, os destaques foram: São Paulo (26,3%), Rio de Janeiro (10,2%) e Minas Gerais (9,6%). Os menores ganhos em pessoal assalariado, vinculados às entradas, foram observados em Roraima e Amapá (0,2%), Acre (0,3%) e Tocantins (0,5%).

Empresas de alto crescimento ocupam 15,6% dos assalariados

Em 2012, as 35,2 mil empresas de alto crescimento ocuparam 5,3 milhões de pessoas assalariadas e pagaram R$ 108,8 bilhões em salários e outras remunerações. O salário médio mensal foi de R$ 1.782,46 (2,9 salários mínimos). Representavam 0,8% do total das empresas, ocupando 13,2% do pessoal total, 15,6% dos assalariados e pagando 14,4% das remunerações.

Com relação às empresas com dez ou mais assalariados, as empresas de alto crescimento representaram 7,6% dessas empresas, 18,5% do pessoal ocupado total, 18,8% do pessoal ocupado assalariado e 16,1% dos salários e outras remunerações. Pagaram salários médios de 3,2% abaixo da média do valor pago pelas empresas com dez ou mais pessoas assalariadas (R$ 1.842,09).

90,7% dos assalariados das empresas de alto crescimento não têm nível superior e recebem 72,7% dos salários pagos

A representatividade dos homens no pessoal assalariado nas empresas de alto crescimento (66,5% contra 33,5% de mulheres) foi superior à do conjunto das empresas (62,8% contra 37,2% de mulheres). Em relação ao total de salários e outras remunerações no alto crescimento, 73,9% foram para os homens e 26,1% para as mulheres, e considerando o total das empresas, 70,6% foram pagos aos homens e 29,4% às mulheres. O salário médio mensal no alto crescimento foi de R$ 1.965,07 para os homens e R$ 1.405,38 para as mulheres, uma diferença de 28,5%. No total de empresas, o salário médio mensal foi de R$ 1.924,12 para os homens e R$ 1.378,03 para as mulheres, uma diferença de 28,4%.

Entre o pessoal assalariado nas empresas de alto crescimento, 90,7% não tinham nível superior, patamar semelhante ao do conjunto das empresas (89,5%). A parcela de salários e outras remunerações do pessoal assalariado sem nível superior nas empresas de alto crescimento foi de 72,7%. Já para o total das empresas, 69,3% dos salários e outras remunerações foram pagos ao pessoal assalariado sem nível superior. O salário médio mensal dos assalariados sem nível superior nas empresas de alto crescimento foi de R$ 1.428,78 e do pessoal com nível superior R$ 5.181,63, uma diferença de 262,7%. No total das empresas a diferença foi de 272,8%. Destaca-se, no entanto, que os salários médios pagos pelas empresas de alto crescimento são mais elevados.

Empresas de alto crescimento responderam por 58,3% da geração de pessoal ocupado assalariado entre 2009 e 2012

Representando 0,8% do total das empresas ativas e 7,6% daquelas com dez ou mais assalariados, as empresas de alto crescimento têm papel relevante na geração de empregos formais. O pessoal assalariado passou de 2,0 milhões em 2009 para 5,3 milhões em 2012, um incremento de 167,8%. As empresas de alto crescimento responderam por 58,3% da geração de pessoal ocupado assalariado, inferior apenas em relação a 2009 (59,6%).

Dos 3,3 milhões de novos assalariados entre 2009 e 2012 nas empresas de alto crescimento, 75,6% ou 2,5 milhões estavam em Indústrias de transformação (20,9%), Atividades administrativas e serviços complementares (20,3%), Construção (17,6%), e Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (16,8%).

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1Neste estudo foi adotado o conceito de sobrevivência caracterizado pelas empresas ativas em 2011 e que permaneceram ativas em 2012, independente do ano de fundação e/ou entrada em atividade.