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Índice de Preços ao Produtor (IPP) de junho fica em -0,13%

Em junho de 2014, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou -0,13% em comparação com o mês anterior...

31/07/2014 06h00 | Atualizado em 31/07/2014 06h00

JUNHO 2014
-0,13%
Maio 2014
-0,26%
Junho 2013
1,32%
Acumulado em 2014
0,93%
Junho 2014 / Junho 2013
(acumulado em 12 meses)
5,04%

Em junho de 2014, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou -0,13% em comparação com o mês anterior, resultado superior ao alcançado em maio (-0,26%). É a primeira vez na série em que houve quatro meses consecutivos de variações negativas de preços (-0,41% em abril e -0,21% em março). O acumulado em 2014 foi de 0,93% em junho, contra 1,06% em maio. Na comparação com o mesmo mês de 2013 (acumulado em 12 meses), os preços aumentaram 5,04% em junho, contra 6,56% em maio.

O IPP mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipp.

Oito das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços

Em junho de 2014, oito das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços, contra 11 do mês anterior. As quatro maiores variações de junho em relação a maio foram em impressão (3,40%), móveis (-1,36%), metalurgia (1,23%) e outros produtos químicos (-1,12%). Os itens com maior influência, ou impacto, na variação de junho contra maio (-0,13%) foram outros produtos químicos (-0,12 pontos percentuais), metalurgia (0,10 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (-0,06 p.p.) e alimentos (-0,03 p.p.).

O indicador acumulado de 2014 atingiu 0,93% em junho, contra 1,06% em maio. É a segunda menor variação do indicador em igual mês do ano (a menor foi em junho de 2011, 0,56%). Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais na perspectiva do indicador acumulado, sobressaem máquinas, aparelhos e materiais elétricos (6,54%), metalurgia (6,03%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (5,62%) e refino de petróleo e produtos de álcool (3,47%). Os setores com maior influência foram metalurgia (0,46 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,39 p.p.), alimentos (-0,34 p.p.) e veículos automotores (0,21 p.p.).

Na comparação com o mesmo mês de 2013 (acumulado em 12 meses), os preços aumentaram 5,04% em junho, contra 6,56% em maio. É o menor resultado desde julho de 2013 (4,98%), sendo que o maior ponto da série ocorreu em fevereiro de 2014 (8,24%). As quatro maiores variações de preços ocorreram em máquinas, aparelhos e materiais elétricos (12,09%), calçados e artigos de couro (11,26%), refino de petróleo e produtos de álcool (9,35%) e metalurgia (6,85%). As principais influências na comparação de junho contra o mesmo mês do ano anterior vieram de alimentos (1,29 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (1,02 p.p.), metalurgia (0,54 p.p.) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (0,33 p.p.).

Com a variação negativa de preços (-0,14%) observada em junho contra maio, os preços de alimentos acumularam até junho variação de -1,68%, o sexto resultado negativo consecutivo. Essa situação ocorreu também em 2013, naquele momento com intensidade maior, haja vista que foram observadas as duas maiores taxas nesse indicador (-5,23% em março e -5,07% em abril). No que diz respeito ao acumulado em 12 meses, a variação de 6,60% de junho 2014 contra junho de 2013 é a menor observada no ano (numa série que é decrescente desde março de 2014, 11,55%). “Óleo de soja refinado” destacou-se em variação e em influência graças à variação negativa de preços do produto, comportamento em linha com a queda do preço da soja, em resposta à maior oferta norte-americana. O "açúcar demerara, inclusive açúcar VHP" está entre os destaques em termos de variação (negativa, por conta da safra) e o "açúcar cristal" aparece em termos de influência, que é positiva graças à maior demanda. "Biscoitos e bolachas" destacam-se em termos de influência graças ao aumento dos preços do produto, puxado pelo comportamento das maiores empresas, que se justificaram por um aumento da demanda.

A atividade de refino de petróleo e produtos do álcool registrou variação de -0,48% em junho, segundo resultado negativo consecutivo após cinco meses de variações positivas registradas desde novembro. No ano, o setor acumula 3,47%, enquanto o indicador dos últimos 12 meses registra 9,35%. Os destaques para o indicador mensal são “álcool etílico (anidro ou hidratado)”, “naftas”, “querosenes de aviação” e “óleo diesel e outros óleos combustíveis”, todos com variação negativa para o mês de junho. Tais produtos em destaque somam -0,54 p.p. do total de -0,48% do indicador, o que significa que os demais produtos que compõem o setor somam influência positiva. Isso evidencia concentração de queda nas principais variações, sobretudo do álcool que, devido à intensificação da colheita de cana-de-açúcar, aumentou a oferta tanto deste produto quanto de açúcar. No ano, destacaram-se “óleo diesel e outros óleos combustíveis”, “álcool etílico (anidro ou hidratado)”, “naftas” e “óleos lubrificantes básicos”. Ainda que o setor como um todo acumule 3,47% no ano, apenas “óleo diesel” acumula variação positiva entre os quatro produtos em destaque. Nos últimos 12 meses, no entanto “óleo diesel e outros óleos combustíveis”, “naftas para petroquímica”, “querosenes de aviação” e “gasolina automotiva” registram variação e influência positivas.

A indústria de outros produtos químicos registrou -1,12% de variação no indicador de junho em relação a maio de 2014, quarto mês consecutivo de variações negativas. No entanto houve atenuação de queda para o mês de junho relativo ao mês anterior: os resultados anteriores foram de -0,35% em março, -1,58% em abril e -1,63% em maio. O acumulado em 12 meses, depois de aceleração no período de dezembro a fevereiro, desacelera desde então, alcançando 2,69% em junho de 2014 frente a junho de 2013, menor valor para este indicador desde abril de 2012. No ano, o setor acumula -1,36%, o segundo consecutivo com sinal negativo em 2014.. A classe dos petroquímicos básicos, tanto para a variação mensal quanto para o acumulado do ano, foi pelo segundo mês consecutivo a principal responsável para o sinal negativo de indicadores do setor, com “etileno (eteno) não-saturado” e “propeno (propileno) não-saturado”. O subsetor de resinas termofixas também registrou viés negativo no indicador mensal com o “polipropileno (PP)”, mas foi no indicador dos últimos 12 meses que esta classe mais influenciou, destacando “PEAD” e “PEBD” (polietileno de alta e baixa densidades, respectivamente), ambos com contribuição positiva. Os “adubos ou fertilizantes à base de NPK” aparecem com viés positivo na variação mensal, enquanto os “herbicidas para uso na agricultura” se destacam pelos valores positivos nos acumulados em 2014 e em 12 meses.

O resultado de metalurgia foi positivo em 1,23% em junho, dando continuidade ao crescimento iniciado no último mês, o que contribuiu para que chegasse a 6,85% no acumulado em 12 meses e a 6,03% no acumulado do ano (resultado mais elevado deste índice desde o início da série). No mês de junho, os quatro produtos com maiores variações de preços em relação a maio também foram os que mais influenciaram o resultado final, participando juntos de 1,38 p.p. da variação de 1,23% de junho em relação a maio, restando aos demais 18 produtos uma participação negativa de 0,15 p.p.. Os destaques em termos de variações e influências positivas ficaram em “barras de outras ligas de aços, exceto inoxidáveis”, “ligas de alumínio em formas brutas” e “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”. Com variação e influência negativas, destacaram-se as “bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras”. O setor metalúrgico, pelas variações de preços em junho, foi um dos que mais influenciaram no resultado mensal das indústrias de transformação (0,10 p.p. em -0,13%, único valor positivo entre as quatro atividades mais influentes no mês). Além disso, figura como a maior influência positiva nos acumulados no ano (0,46 p.p. em 0,93%) e em 12 meses (0,54 p.p., em 5,04%). Nos acumulados no ano e em 12 meses, “alumínio não ligado em formas brutas”, “bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos” e “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos” aparecem em destaque, em termos de influência, nos dois casos. O produto “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono” é destaque na influência do acumulado no ano e “chapas grossas de aços ao carbono, não revestidos”, nos 12 meses. O percentual de variação dos preços do setor no ano é fruto de uma grande recuperação de preços em janeiro, o aumento dos preços internacionais dos produtos de alumínio e, mesmo considerando o excedente de oferta mundial do aço, o alcance de novos mercados.

A atividade de máquinas, aparelhos e materiais elétricos foi a atividade com as maiores variações nos acumulados do ano e em 12 meses, além de ser a quarta maior influência no acumulado em 12 meses. A variação de junho contra maio, -0,23%, fez com que o acumulado no ano recuasse de 6,79% (maio) para 6,54%. No acumulado em 12 meses, a variação foi de 12,09%, menor que a de maio (12,76%), porém maior que todas as outras do ano. Vale dizer que o ano de 2013 fechou com variação de 7,37%, resultado menor que qualquer um dos seis de 2014. "Fornos de microondas", "condutores elétricos com capa isolante, para tensão menor ou igual a 1000v" e "transformadores de dielétrico líquido" destacam-se na comparação de junho contra maio tanto em variação quanto e influência. No caso de influência, também se destacaram os "refrigeradores ou congeladores para uso doméstico". A influência dos quatro produtos foi de - 0,13 p.p. (em -0,23%), apesar de apenas "condutores elétricos com capa isolante, para tensão menor ou igual a 1000v" ter tido variação negativa de preços.

A fabricação de veículos automotores apresentou variação positiva de 0,06%, ampliando o acumulado no ano para 1,91%. No acumulado em 12 meses, a atividade apresentou variação positiva de 2,62%. Os produtos de maior influência sobre o resultado de junho contra maio foram “caixa de marcha para veículos automotores”, “carrocerias para ônibus” e “sistemas de suspensão para veículos automotores”, com variação positiva de preços, e “caminhão-trator para reboques e semi-reboques”, com variação negativa. Estes produtos em conjunto representaram 0,04 p.p. do índice mensal. Já os produtos que tiveram maior impacto no indicador acumulado em 2014 foram “automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência”, “caminhão-trator para reboques e semi-reboques” e “caixas de marcha para veículos automotores”, com variações positivas. O produto “peças para motor de veículos automotores” também se destacou, embora com variação negativa. No acumulado em 12 meses, destacaram-se “automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência”, “caixa de marcha para veículos automotores” e “chassis com motor para ônibus ou para caminhões”, com resultados positivos, e “caminhão diesel com capacidade superior a 5t”, com resultado negativo.