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Em abril, IBGE prevê safra 1,5% maior que a de 2013

A quarta estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 191,0 milhões de...

08/05/2014 06h00 | Atualizado em 08/05/2014 06h00

Estimativa abril 2014
191,0 milhões de toneladas
Variação abril 2014 /março 2014
0,8% (+1,6 milhão de toneladas)
Variação safra 2014/ safra 2013
1,5% (+2,8 milhões de toneladas)

A quarta estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 191,0 milhões de toneladas, superior 1,5% à obtida em 2013 (188,2 milhões de toneladas). A previsão de abril em relação a março foi maior em 1,6 milhões de toneladas (0,8%). A estimativa da área a ser colhida em 2014, de 55,8 milhões de hectares, apresentou acréscimo de 5,3% frente à área colhida em 2013 (53,0 milhões de hectares) e acréscimo de 0,3% em relação ao mês anterior (55,6 milhões de hectares). O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que somados representaram 91,2% da estimativa da produção e responderam por 85,0% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior houve acréscimos na área de 1,8% para o arroz, 7,6% para a soja e decréscimo de 2,5% na área a ser colhida com o milho. No que se refere à produção, os acréscimos foram de 7,7% para o arroz e de 6,3% para a soja. Para o milho houve diminuição de 7,2% quando comparado a 2013.
A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página
www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa


Cereais, leguminosas e oleaginosas
Grandes Regiões
Participação na produção - 2014 (%)

Cereais, leguminosas e oleaginosas
Unidades da Federação
Participação na produção - 2014 (%)

Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 78,8 milhões de toneladas; região Sul, 72,1 milhões de toneladas; Sudeste, 17,1 milhões de toneladas; Nordeste, 18,1 milhões de toneladas e Norte, 5,0 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, foi constatado incremento de 0,6% na região Norte, de 51,2% no Nordeste e de 0,4% na região Centro-Oeste. O Sul e o Sudeste apresentaram, respectivamente, diminuição de 1,3% e 13,4% em relação à produção do ano anterior. Nessa avaliação para 2014, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 23,7%, seguido pelo Paraná (18,5%) e Rio Grande do Sul (16,0%), que somados representaram 58,2% do total nacional previsto.

Estimativa de abril em relação a março

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de abril destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção comparativamente ao mês de março: feijão 2ª safra (10,2%), mandioca (3,6%), trigo (3,4%), milho 2ª safra (3,2%), café canephora (1,7%), soja (0,1%), milho 1ª safra (-0,9%) e café arábica (-4,1%).

Estimativa de abril em relação à produção obtida em 2013

Dentre os vinte e seis principais produtos, quinze apresentaram variação percentual positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (23,5%), arroz em casca (7,7%), batata-inglesa 1ª safra (7,5%), batata-inglesa 2ª safra (0,5%), batata-inglesa 3ª safra (0,4%), café em grão - canephora (14,9%), cebola (13,9%), feijão em grão 1ª safra (55,5%), feijão em grão 2ª safra (12,2%), laranja (1,0%), mamona em baga (356,4%), mandioca (10,6%), soja em grão (6,3%), sorgo em grão (2,1%) e trigo em grão (21,2%). Com variação negativa foram onze produtos: amendoim em casca 1ª safra (17,8%), amendoim em casca 2ª safra (7,2%), aveia em grão (2,5%), cacau em amêndoa (2,8%), café em grão - arábica (12,0%), cana-de-açúcar (0,2%), cevada em grão (2,3%), feijão em grão 3ª safra (2,4%), milho em grão 1ª safra (8,5%), milho em grão 2ª safra (6,2%) e triticale em grão (7,6%).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – Com poucas alterações em relação ao mês anterior, a produção de 4,2 milhões de toneladas é 23,5% superior a de 2013 (3,4 milhões de toneladas), devido principalmente ao aumento da área plantada (21,2%), atribuído às boas perspectivas de preços para o produto na safra a ser colhida em 2014. Mato Grosso é o principal estado produtor, participando com 55,6% da produção nacional, com aumentos de 27,7% na área plantada e a ser colhida e 25,1% na produção esperada, que deve totalizar 2,3 milhões de toneladas.

ARROZ (em casca) – A safra nacional, de 12.663.236 toneladas, deverá ser 7,7% maior que a obtida em 2013 (11.758.663 toneladas). O rendimento médio estimado, de 5.298 kg/ha, é superior ao do ano anterior em 5,8% e a área colhida, em 1,8%. O Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional, com 68,1% de participação no total Brasil. O rendimento médio de 7.733 kg/ha é o maior do País, assim como a área a ser colhida, de 1.115.588 ha.

CAFÉ TOTAL (em grão) – A safra nacional de café a ser colhida em 2014 totaliza 2.744.165 toneladas, ou 45,7 milhões de sacas de 60 kg de café em grãos beneficiados, somadas as duas espécies (arábica e canephora), decréscimo de 6,1% em relação à safra colhida de 2013. A safra de 2014 aponta para um ano diferente dos últimos 22 anos, se confirmadas as atuais estimativas negativas para o café arábica, devido a dois anos seguidos de safra baixa (2013 e 2014) e que já acumula perdas de 12,0% (4,6 milhões de sacas) em relação a 2013, devido à estiagem e altas temperaturas verificadas justamente na época de desenvolvimento do grãos do café.

CANA-DE-AÇÚCAR – A produção nacional de cana-de-açúcar estimada para 2014 é de 737.770.730 toneladas e apresenta decréscimo de 0,2% em relação a 2013. A área destinada à colheita no ano apresenta um acréscimo de 0,4%. O rendimento médio deverá cair 0,6%. A região Sudeste concentra 65,9% da produção nacional. São Paulo, que é responsável por 54,9% da produção brasileira não apresenta variações em relação a 2013, segundo o GCEA estadual. A estiagem verificada neste início de ano poderá ser reavaliada ao longo dos próximos meses.

FEIJÃO (em grão) – Para o feijão total aguarda-se para 2014 uma produção de 3.690.340 toneladas, maior 25,7% que a produção obtida em 2013. A área plantada foi estimada em 3.308.056 hectares, maior 8,8% que a de 2013. Os maiores produtores são: Paraná, com 24,9%, Minas Gerais, com 16,3% e Goiás, com 9,0% de participação na produção nacional. Minas Gerais apresentou diminuição na área plantada de 6,1% em relação a 2013 e de aumento de 8,5% no rendimento médio, o que aponta para uma estimativa da produção de 600.233 toneladas, que é 6,4% maior que a produção no ano anterior. O Paraná aumentou sua área de plantio em 4,6% e prevê um aumento no rendimento médio de 27,0% com uma estimativa de produção de 917.412 toneladas, 32,8% maior que a de 2013, conforme já divulgado em março. Goiás aumentou sua área plantada em 8,3%, estimada em 140.584 ha e aponta aumento de 5,5% no rendimento médio, com produção de 331.443 toneladas, 14,3% maior que a de 2013.

LARANJA – Em 2014, o Brasil deverá colher 16.452.150 t de laranja (403,2 milhões de caixas de 40,8 kg), safra 1,0% superior à produção obtida em 2013. São Paulo, o maior produtor do país, com 71,9% de participação na produção nacional, aponta uma produção de 11.830.000 t (290,0 milhões de caixas), já divulgada em março. O ano de 2013 acumulou perdas na citricultura paulista, verificadas desde 2012, principalmente. A redução do fluxo das exportações de suco a partir daquele ano dificultou a comercialização das frutas, que, em alguns casos, apodreceram nos pomares. A crise no Mercado Europeu e as sanções impostas pelos EUA, grandes compradores do suco brasileiro, foram apontadas como responsáveis pelos prejuízos à citricultura nacional. Houve erradicação de pomares em 2013, reflexo do período difícil por que passa a citricultura, principalmente a laranja destinada à indústria de suco. Persistem os problemas fitossanitários como CVC (Clorose Variegada dos Citros), a pinta-preta, a leprose, o cancro cítrico e, principalmente o “greening”, doença bacteriana que vem exigindo medidas preventivas por parte do governo do estado.

MANDIOCA (raízes) – A produção estimada para 2014 é de 23.473.874 toneladas, variação de +10,6% na estimativa de produção quando comparada a 2013. A área total cresce 7,0%. A estiagem no Nordeste, que persistiu por mais de dois anos, impediu a recuperação da oferta de raízes até o final de 2013. Entretanto, a região apresenta perspectivas iniciais positivas para 2014, na produção esperada (+28,5%) e no rendimento médio (+25,1%).

MILHO (em grão) – TOTAL – A produção nacional está estimada em 74.751.037 toneladas, 7,2% inferior ao total colhido em 2013, que foi de 80.516.571 toneladas, com decréscimo estimado de 2,5% na área a ser colhida. A 1ª safra, estimada em 31.258.172 toneladas apresenta decréscimo estimado em 8,5%, com área plantada inferior em 3,4%. Para a 2ª safra está estimada produção de 43.492.865 toneladas, 6,2% inferior a 2013. O Mato Grosso deverá apresentar queda de 19,6 % na produção do 2ª safra. Mantidas estas perspectivas, 2014 poderá ser o terceiro ano consecutivo em que se observará o maior volume da produção nacional da 2ª safra em comparação ao da 1ª safra.

SOJA (em grão) – A soja apresenta estimativa de aumento de produção de 6,3% em relação a 2013, totalizando 86.887.561 toneladas. A área plantada foi maior 7,5%, a área destinada à colheita superou a do ano anterior em 7,6%, mas o rendimento médio nacional está avaliado agora em 2.898 kg/ha, decréscimo de 1,2%, reflexo das altas temperaturas e da estiagem prolongada no início do ano, época de desenvolvimento dos grãos dentro das vagens, como aconteceu em São Paulo, onde o rendimento médio caiu 27,8% em relação ao ano passado. As boas perspectivas do mercado internacional e os preços praticados em 2013 explicam os acréscimos de área e o recorde de produção para 2014, apesar dos problemas que prejudicaram o rendimento médio.

O principal produtor de soja é Mato Grosso, que participa com 30,3% da produção nacional. A safra do estado enfrentou, ao contrário de outras regiões, excesso de chuvas no médio norte, maior região produtora, o que prejudicou a colheita, levando à perda de mais de 15.000 ha. Houve também ocorrência de ferrugem asiática, em final de ciclo.

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em março de 2007, para as principais lavouras brasileiras.