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Produção industrial recua em dezembro (-3,5%) e fecha 2013 em 1,2%

Em dezembro de 2013, a produção industrial nacional mostrou queda de 3,5% frente ao mês imediatamente...

04/02/2014 07h00 | Atualizado em 04/02/2014 07h00

Em dezembro de 2013, a produção industrial nacional mostrou queda de 3,5% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, segundo resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto, acumulando nesse período perda de 4,0%. É o maior resultado negativo da série desde dezembro de 2008 (-12,2%).

Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria recuou 2,3% em dezembro de 2013, interrompendo três meses de taxas positivas consecutivas nesse tipo de confronto e assinalou a redução mais intensa desde março de 2013 (-3,3%).

O fechamento do quarto trimestre de 2013 teve resultados negativos tanto no confronto com igual período do ano anterior (-0,3%), como na comparação com o trimestre imediatamente anterior (-0,8%) na série com ajuste sazonal.

No índice acumulado no ano de 2013, a atividade industrial cresceu 1,2% frente a igual período do ano anterior, após apontar queda de 2,5% em 2012 e ligeira variação positiva de 0,4% em 2011. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao mostrar expansão de 1,2% em dezembro de 2013, mostrou ligeiro ganho de ritmo frente aos resultados de outubro (1,0%) e novembro (1,1%). A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/industria/pimpfbr/.

22 dos 27 ramos investigados registram queda em dezembro

O recuo de 3,5% da atividade industrial na passagem de novembro para dezembro teve perfil generalizado de queda, alcançando todas as categorias de uso e a maior parte (22) dos 27 ramos pesquisados. Entre as atividades, a influência negativa mais relevante foi assinalada por veículos automotores (-17,5%), pressionada principalmente pela concessão de férias coletivas em várias empresas do setor. Vale ressaltar que essa atividade, após avançar 9,5% no período agosto-setembro de 2013, marca nesse mês o terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perda de 22,9%. Outras contribuições negativas importantes sobre o total da indústria vieram de máquinas e equipamentos (-6,2%), farmacêutica (-11,7%), refino de petróleo e produção de álcool (-4,3%), influenciada por paralisações em unidades produtivas do setor, e metalurgia básica (-7,4%). Vale destacar que, com exceção do primeiro ramo que assinalou o segundo resultado negativo consecutivo e acumulou perda de 9,4% nesse período, as demais atividades apontaram taxas positivas no mês anterior: 9,5%, 4,6% e 4,2%, respectivamente. Também apresentaram impactos significativos os setores de borracha e plástico (-6,7%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-14,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,2%), calçados e artigos de couro (-13,4%), produtos de metal (-3,2%) e perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (-5,3%). Por outro lado, entre os cinco ramos que ampliaram a produção, os desempenhos de maior importância para a média global foram registrados por material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (10,6%) e vestuário e acessórios (10,9%), com o primeiro assinalando o terceiro resultado positivo consecutivo e acumulando nesse período expansão de 14,8%, e o segundo eliminando o recuo de 4,9% registrado no mês de novembro último.

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de capital, ao recuar 11,6%, assinalou a queda mais acentuada em dezembro de 2013, influenciada principalmente pela menor produção de caminhões, pressionada em grande parte pela concessão de férias coletivas em várias empresas do setor nesse mês. Vale destacar que esse recuo foi o mais intenso desde janeiro de 2012 (-17,9%) e o segundo consecutivo nesse tipo de comparação, acumulando nesses dois meses perda de 14,7%. Os segmentos de bens intermediários (-3,9%), de bens de consumo duráveis (-3,0%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-2,3%) também registraram taxas negativas nesse mês, com o primeiro apontando o resultado negativo mais intenso desde dezembro de 2008 (-12,2%) e eliminando o ganho de 2,6% acumulado entre agosto e novembro; o segundo revertendo o acréscimo de 0,3% assinalado no mês anterior; e o terceiro interrompendo dois meses seguidos de crescimento na produção, período em que acumulou ganho de 1,2%.

Média móvel trimestral tem redução de -1,2%

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou redução de 1,2% no trimestre encerrado em dezembro frente ao nível do mês anterior, após apontar variações positivas de 0,3% em outubro e de 0,1% em novembro. Entre as categorias de uso, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de capital (-5,0%) registrou o recuo mais acentuado em dezembro e interrompeu a trajetória ascendente iniciada em julho de 2013. Os segmentos de bens de consumo duráveis (-1,5%), de bens intermediários (-0,7%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,4%) também assinalaram taxas negativas nesse mês, com o primeiro revertendo dois meses de resultados positivos, que acumularam expansão de 0,6%; o segundo interrompendo a trajetória ascendente iniciada em setembro último; e o terceiro mantendo a sequência de quatro meses de índices negativos.

Na comparação com dezembro de 2012, produção industrial recua -2,3%

Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou recuo de 2,3% em dezembro de 2013, com predomínio de resultados negativos, já que a 16 dos 27 ramos apontaram redução na produção. Vale citar que dezembro de 2013 (21 dias) teve um dia útil a mais que igual mês do ano anterior (20). Entre as atividades, veículos automotores (-16,3%) e farmacêutica (-22,7%) exerceram as maiores influências negativas na formação da média da indústria, pressionadas principalmente pela redução na fabricação de automóveis, caminhões, chassis com motor para caminhões e ônibus, motores diesel para caminhões e ônibus, caminhão-trator para reboques e semirreboques, autopeças e veículos para transporte de mercadorias, na primeira, e medicamentos, na segunda. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de edição, impressão e reprodução de gravações (-11,2%), indústrias extrativas (-6,3%), bebidas (-6,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-11,6%) e borracha e plástico (-8,9%). Em termos de produtos, as pressões negativas mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, livros, jornais e revistas; minérios de ferro e óleos brutos de petróleo; refrigerantes e preparações em xarope para elaboração de bebidas; aparelhos elétricos de alarme para proteção, cabos de fibras ópticas para telecomunicações, motores elétricos de corrente alternada ou contínua e fios, cabos e condutores elétricos; e peças e acessórios de borracha e de plástico para indústria automobilística. Por outro lado, ainda na comparação com dezembro de 2012, entre as 11 atividades que ampliaram a produção, os principais impactos foram observados em outros produtos químicos (9,2%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (43,0%), máquinas e equipamentos (6,4%), refino de petróleo e produção de álcool (3,4%) e outros equipamentos de transporte (10,0%), impulsionados, em grande parte, pelos itens policloreto de vinila (PVC), etileno não-saturado, polipropileno (PP), polietileno de baixa densidade (PEBD) e herbicidas para uso na agricultura, no primeiro ramo, televisores e telefones celulares, no segundo, motoniveladores, carregadoras-transportadoras, empilhadeiras propulsoras, máquinas e equipamentos para o setor de celulose, aparelhos elevadores ou transportadores de mercadorias, aparelhos de ar-condicionado para uso central, escavadeiras e máquinas para colheita, no terceiro; óleo diesel e outros óleos combustíveis, álcool etílico e gasolina automotiva, no quarto; e aviões e motocicletas, no último.

Nos índices por categorias de uso, ainda no confronto com igual mês do ano anterior, os resultados foram negativos para bens de consumo duráveis (-3,5%), bens de consumo semi e não duráveis (-3,1%) e bens intermediários (-2,0%), enquanto a produção de bens de capital, com crescimento de 1,8%, assinalou a única taxa positiva em dezembro de 2013.

Os segmentos de bens de consumo duráveis (-3,5%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-3,1%) apontaram as taxas negativas mais acentuadas no índice mensal de dezembro de 2013. No primeiro, que mostrou a terceira queda consecutiva nesse tipo de comparação, o desempenho nesse mês foi influenciado em grande parte pela menor fabricação de automóveis (-13,7%), de eletrodomésticos da “linha branca” (-9,8%), de outros eletrodomésticos (-4,0%) e de artigos do mobiliário (-2,3%). Por outro lado, ainda nessa categoria de uso, foram observados impactos positivos vindos da produção de eletrodomésticos da “linha marrom” (65,7%), de motocicletas (19,2%) e de telefones celulares (73,1%). A redução na produção de bens de consumo semi e não duráveis, que assinalou o quinto resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e a queda mais intensa desde março de 2013 (-7,6%), foi explicada pelos recuos verificados nos grupamentos de outros não duráveis (-8,7%), de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-1,5%) e de semiduráveis (-1,4%). Nesses subsetores, sobressaíram a menor fabricação de livros, medicamentos e jornais, no primeiro, de sucos concentrados de laranja e refrigerantes, no segundo, e de artigos de plástico para uso doméstico, copos de vidro, tênis de couro, calças compridas de uso feminino e calçados de material sintético feminino, no último. Por outro lado, a única contribuição positiva nessa categoria de uso foi registrada pelo grupamento de carburantes (6,3%), impulsionado pelos avanços na produção de álcool etílico e de gasolina automotiva.

Ainda na comparação com igual mês do ano anterior, o setor produtor de bens intermediários (-2,0%) também apontou taxa negativa em dezembro de 2013, mas menos acentuada do que a da média da indústria (-2,3%). Na formação do índice desse mês, o segmento foi pressionado pelos resultados negativos vindos dos produtos associados às atividades de veículos automotores (-19,5%), indústrias extrativas (-6,4%), borracha e plástico (-8,9%), metalurgia básica (-1,5%), celulose, papel e produtos de papel (-1,6%), minerais não-metálicos (-1,0%) e produtos têxteis (-0,9%), enquanto as influências positivas foram registradas por outros produtos químicos (9,7%), refino de petróleo e produção de álcool (1,9%) e alimentos (2,1%). Ainda nessa categoria de uso, vale citar também os índices negativos vindos dos grupamentos de insumos para construção civil (-0,3%), que interrompeu três meses de resultados positivos consecutivos, e de embalagens (-1,1%), que apontou o segundo recuo seguido no índice mensal.

O setor de bens de capital, ao crescer 1,8% em dezembro de 2013, mostrou o 12º resultado positivo consecutivo na comparação com igual mês do ano anterior, mas com a menor intensidade de crescimento dessa sequência. Nesse mês, o setor foi particularmente influenciado pela expansão registrada no grupamento de bens de capital para construção (225,3%), impulsionado não só pelo crescimento verificado em todos os produtos investigados nesse subsetor, mas também pela baixa base de comparação, uma vez que esse grupamento recuou 66,1% em dezembro de 2012. Vale citar também os índices positivos assinalados pelos grupamentos de bens de capital para fins industriais (5,8%), agrícola (3,4%) e para energia elétrica (1,0%). Os demais subsetores apontaram queda na produção nesse mês: bens de capital para equipamentos de transporte (-8,1%), que interrompeu 11 meses de resultados positivos consecutivos nesse tipo de comparação, e para uso misto (-2,9%).

Quarto trimestre de 2013 varia -0,3%

Em bases trimestrais, o setor industrial, ao mostrar variação negativa de 0,3% no quarto trimestre do ano, interrompeu dois trimestres seguidos de resultados positivos, já que avançou 4,2% no período abril-junho de 2013 e 0,9% no trimestre seguinte, todas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. Entre as categorias de uso, o setor produtor de bens de capital, que passou de 15,6% no terceiro trimestre de 2013 para 10,5% no quarto, assinalou a maior redução de ritmo entre os dois períodos, mas foi o único que apontou taxa positiva no último trimestre do ano. Vale ressaltar que no índice do período outubro-dezembro de 2013, todos os grupamentos nessa categoria de uso registraram expansão, com destaque para bens de capital para construção (81,3%), para equipamentos de transporte (5,7%), para fins industriais (7,8%) e agrícola (15,1%). Os segmentos de bens de consumo duráveis (de -2,4% para -4,3%) e de bens de consumo semi e não duráveis (de 0,2% para -1,6%) também mostraram perda de dinamismo entre os dois períodos, com o primeiro claramente influenciado pela perda de ritmo na fabricação de automóveis (de -5,8% para -11,1%), e o segundo pressionado pelas reduções registradas nos grupamentos de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (de 0,3% para -3,5%) e de semiduráveis (de 5,5% para 0,2%). O setor produtor de bens intermediários, que passou de -0,5% no terceiro trimestre de 2013 para -0,4% no quarto, permaneceu apontando taxa negativa, mas com ligeira diminuição na magnitude de queda entre os dois períodos.

Indústria avança 1,2% no fechamento de 2013

No fechamento de 2013, o setor industrial assinalou expansão de 1,2%, explicado em grande parte pelo crescimento de 2,1% registrado no primeiro semestre do ano, uma vez que o segundo apontou ligeiro acréscimo de 0,3%, todas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. O índice acumulado para os 12 meses de 2013 mostrou taxas positivas em duas das quatro categorias de uso, 17 dos 27 ramos, 46 dos 76 subsetores e 52,2% dos 755 produtos investigados. Entre as atividades, a de veículos automotores, que avançou 7,2%, exerceu a maior influência positiva na formação da média da indústria, impulsionada em grande parte pela expansão na produção na maioria dos produtos pesquisados no setor (aproximadamente 63%), com destaque para a maior fabricação de caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, reboques e semirreboques e veículos para transporte de mercadorias. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram dos setores de refino de petróleo e produção de álcool (7,3%), de máquinas e equipamentos (6,1%), de outros equipamentos de transporte (8,0%), de outros produtos químicos (2,3%) e de perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (5,5%). Em termos de produtos, as pressões positivas mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, óleo diesel e outros óleos combustíveis, gasolina automotiva e álcool etílico; máquinas e equipamentos para o setor de celulose, motoniveladores, empilhadeiras propulsoras, rolamentos de esfera para equipamentos industriais, aparelhos de ar-condicionado, carregadoras-transportadoras, tratores agrícolas, elevadores para transporte de pessoas e máquinas para colheita; aviões; policloreto de vinila (PVC), hidróxido de sódio (soda cáustica), herbicidas e inseticidas para uso na agricultura; e preparações tensoativas para lavagem e limpeza (uso industrial), cremes de beleza, xampus para cabelos e sabões e detergentes para uso doméstico. Por outro lado, entre os dez ramos que reduziram a produção, os principais impactos foram observados em edição, impressão e reprodução de gravações (-10,2%), farmacêutica (-9,7%), indústrias extrativas (-4,1%), bebidas (-4,1%) e metalurgia básica (-2,0%). Nessas atividades sobressaíram a menor produção dos itens livros, jornais e revistas, na primeira, medicamentos, na segunda, minérios de ferro e óleos brutos de petróleo, na terceira, refrigerantes, cervejas e chope, na quarta, e vergalhões de aços ao carbono, alumínio não-ligado em formas brutas, lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono e óxido de alumínio, na última.

Entre as categorias de uso, o perfil dos resultados para o índice acumulado de 2013 mostrou maior dinamismo para bens de capital (13,3%), impulsionada pelos índices positivos em todos os seus grupamentos, com destaque para a maior fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (18,0%), influenciado pelos itens caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, aviões, reboques e semirreboques e veículos para transporte de mercadorias. O setor produtor de bens de consumo duráveis, ao crescer 0,7%, também apontou expansão no fechamento de 2013, mas com ritmo abaixo da média nacional (1,2%). A produção de bens intermediários (0,0%) registrou variação nula, enquanto a de bens de consumo semi e não duráveis, com redução de 0,5%, assinalou o único resultado negativo em 2013.