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Em junho, IBGE prevê safra 14,7% maior que a de 2012

A sexta estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 185,7 milhões de...

09/07/2013 06h00 | Atualizado em 09/07/2013 06h00

A sexta estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosasi totalizou 185,7 milhões de toneladas, superior 14,7% à obtida em 2012 (161,9 milhões de toneladas), e com variação absoluta negativa de -188.240 toneladas em relação à estimativa de maio (-0,1%).A estimativa da área a ser colhida em 2013 (52,6 milhões de hectares)cresceu 7,8% frente à área colhida em 2012 (48,8 milhões de hectares) e ficou 330.166 ha menor que a prevista no mês anterior (-0,6%). O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que somados representaram 92,2% da estimativa da produção e responderam por 86,2% da área a ser colhida. Em relação a 2012, houve acréscimos de 7,2% na área para o milho, de 11,1% para a soja e decréscimo (-0,4%) na área colhida de arroz. No que se refere à produção, os acréscimos foram de 3,1% para o arroz, de 9,7% para o milho e de 23,8% para a soja, quando comparados a 2012.A publicação completa da pesquisa pode ser acessada em www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa.

Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 75,9 milhões de toneladas; Região Sul, 73,4 milhões de toneladas; Sudeste, 19,6 milhões de toneladas; Nordeste, 12,2 milhões de toneladas e Norte, 4,6 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, foram constatados incrementos de 7,2% na Região Centro-Oeste, 33,0% na Sul, 1,9% na Sudeste e 2,4% na Nordeste. Na Região Norte houve decréscimo de 2,6%. Nessa avaliação para 2013, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 23,8%, seguido pelo Paraná (20,4%) e Rio Grande do Sul (15,7%), que somados representaram 59,9% do total nacional previsto.

Estimativa de junho em relação à de maio

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de junho destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, comparativamente ao mês de maio: algodão (-1,8%), amendoim 1ª safra (5,7%), amendoim 2ª safra (18,4%) batata-inglesa 3ª safra (-19,0%), café arábica (-0,3%), café canéfora (-16,5%), feijão total (-2,4%), feijão 3ª safra (10,7%), mandioca (-6,5%), milho 1ª safra (-1,1%), milho 2ª safra (0,3%) e trigo (0,8%).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) - Reavaliações no estado de Goiás registraram grande redução na área cultivada (17,7%), principalmente no sudoeste do estado, região de maior ocorrência desta cultura. No Nordeste do país a produção foi severamente afetada pela seca, refletindo grandes reduções de área e registrando a ocorrência de pragas como o bicudo, em Pernambuco. Mato Grosso, o maior produtor nacional, inicia a colheita, estimada em 1.771.086 toneladas, enquanto na Bahia a colheita esta no fim, devendo totalizar 1.019.279 toneladas.

AMENDOIM (em casca) - Em junho, a produção nacional das duas safras de amendoim foi estimada em 365.851 t e apresentou um aumento de 6,3% em relação ao mês anterior. São Paulo, maior produtor, participa com 87,6 % da produção nacional e apresentou, na 1ª safra, acréscimo de 5,7% e na 2ª safra, um crescimento de 52,7% em relação à estimativa anterior. Em nível nacional, a 2ª safra cresceu 18,4% em relação à estimativa de produção em maio.

BATATA INGLESA - A estimativa de produção da batata-inglesa em junho foi de 3.306.806 toneladas, indicando queda de 3,6% em relação a maio. No Brasil, a produção de batata-inglesa divide-se em três safras distintas: a 1ª safra, que é a de verão, a 2ª safra, plantada no início do ano civil e a 3ª safra, plantada mais para o meio do ano. Em junho, a maior alteração da estimativa de produção coube à batata 3ª safra, já que houve redução de 19,0% em relação a maio. Os números foram mais influenciados pelo estado de São Paulo, segundo maior produtor nacional, respondendo por 29,1% do total produzido nessa safra, que informou queda de 49,8% na área a ser plantada, 44,5% na produção estimada.

CAFÉ TOTAL (em grão) - Em relação a maio, as informações de junho apresentaram decréscimo de 4,6% na produção esperada e de 4,0% no rendimento médio.

CAFÉ ARÁBICA (em grão) - A produção nacional de arábica estimada em junho mostra queda de 0,3% em relação a maio. O rendimento médio apresentou acréscimo de 0,6%. A área plantada total decresceu 0,9%. A área destinada à colheita também diminuiu 0,9%. Com o avanço da colheita as estimativas tendem à estabilização.

CAFÉ CANEPHORA (em grão) - No Espírito Santo, houve decréscimo de 21,0% na produção esperada em junho, devido à falta de chuvas e às elevadas temperaturas, podendo ainda apresentar queda maior no rendimento nos próximos levantamentos. A produção do Espírito Santo foi estimada em 493.832 t (8,2 milhões de sacas de 60 kg) e a produção nacional, em 657.723 t (10,9 milhões de sacas de 60 kg).

FEIJÃO (em grão) total – A estimativa da produção nacional de feijão, considerando as três safras do produto, foi de 2.957.311 toneladas, 2,4% menor que a informada em maio. O Nordeste também foi a principal responsável por esta avaliação negativa em relação a maio, com decréscimos de 63.695 toneladas na expectativa de produção.

FEIJÃO (em grão) 3ª safra – Espera-se uma produção de 500.706 toneladas, para este terceiro período de plantio do feijão em grão, maior 10,7% que a estimativa de maio. Estima-se um aumento da área a ser plantada de 0,8%, e uma melhora do rendimento médio de 9,8%.

MANDIOCA (raízes) - A estimativa de produção da mandioca em junho foi de 21.449.146 toneladas, indicando uma queda de 6,5% em relação a maio. A área plantada estimada ficou em 2.182.007 hectares e o rendimento médio esperado em 14.130 kg/ha, com decréscimos de 5,2% e 0,7%, respectivamente. A atual estimativa foi influenciada pelo Nordeste, que informou uma queda de 20,6% em sua estimativa de produção em relação a maio, sendo reduzida em 1.297.236 toneladas, reflexo da redução de 13,1% na área plantada, 14,8% na área a ser colhida e 6,8% no rendimento médio esperado. As perdas na produção foram mais significativas na Bahia (40,1%), Ceará (19,2%), Maranhão (8,4%), Rio Grande do Norte (42,7%), Pernambuco (14,6%) e Alagoas (7,4%).

MILHO TOTAL (em grão) - Em junho, a estimativa da produção total de milho em grão é de 78.211.321 toneladas, 0,3% menor que a apresentada no mês anterior, mantendo a expectativa de safra recorde. As áreas plantada e colhida também apresentaram queda de 1,6% em relação a maio. Do volume da produção esperada, 34,5 milhões de toneladas (44,1%) são de milho 1ª safra e 43,7 milhões de toneladas (55,9%) são de milho 2ª safra. Os produtores investiram no milho 2ª safra, por este apresentar bons preços de mercado na ocasião da decisão de plantio.

TRIGO (em grão) - A estimativa de produção do trigo em junho foi de 5.557.329 toneladas, 0,8% maior em relação a maio. Sua área plantada deve alcançar 2.068.767 hectares, com crescimento de 7,7% em relação a 2012 e 0,7% em relação a maio.

Paraná e Rio Grande do Sul respondem por 92,8% da área plantada e 92,0% da produção nacional de trigo. No Paraná, 85,0% da área estimada a ser plantada em 2013 encontra-se consolidada, estando as lavouras nas fases de germinação e desenvolvimento vegetativo. No Rio Grande do Sul, a estimativa de produção do trigo em junho foi de 2.427.620 toneladas, indicando um aumento de 30,1% em relação a 2012, com destaque para o aumento do rendimento que deve alcançar 24,3%.

Estimativa de junho em relação à produção obtida em 2012

Dentre os vinte e seis produtos selecionados, dezesseis apresentaram variação positiva na estimativa de produção em relação a 2012: amendoim em casca 1ª safra (11,9%), amendoim em casca 2ª safra (3,6%), arroz em casca (3,1%), aveia em grão (12,7%), batata-inglesa 1ª safra (2,5%), batata-inglesa 2ª safra (2,2%), cana-de-açúcar (10,3%), cevada em grão (17,0%), feijão em grão 2ª safra (13,7%), feijão em grão 3ª safra (3,3%), milho em grão 1ª safra (3,8%), milho em grão 2ª safra (14,8%), soja em grão (23,8%), sorgo em grão (21,9%), trigo em grão (26,9%) e triticale em grão (18,2%). Com variação negativa foram dez produtos: algodão herbáceo em caroço (31,8%), batata-inglesa 3ª safra (30,8%), cacau em amêndoa (5,0%), café em grão – arábica (4,9%), café em grão - canephora (13,2%), cebola (9,2%), feijão em grão 1ª safra (2,7%), laranja (4,6%), mamona em baga (32,9%) e mandioca (8,4%).

Os incrementos de produção mais significativos, em números absolutos, em relação a 2012 foram para cana-de-açúcar, soja e milho. Já as maiores variações negativas em números absolutos foram para a laranja, algodão e mandioca.

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) - Cultura anual que sofreu grande variação negativa em termos absolutos quando comparados com a produção de 2012: diferença de 1.580.219 toneladas e redução da área colhida em 431.114 hectares na comparação anual. A regularização dos estoques com as duas últimas safras recordes (2011 e 2012), a crise européia e a ascensão do preço da soja, concorrendo por área de plantio, foram alguns dos fatores que desencadearam a retração do plantio para a safra de 2013.

Mato Grosso é o principal produtor, participando com 52,3% da produção nacional de algodão em caroço. A redução da área em relação ao ano anterior deve-se à baixa cotação do produto na época do plantio. O plantio foi feito este ano em sua maioria dentro da época recomendada e as condições climáticas estão sendo bastante satisfatórias.

CAFÉ TOTAL (em grão) - Com o avanço da colheita, a produção nacional para 2013 foi estimada em 2.847.931 toneladas, ou 47,5 milhões de sacas de 60kg de café em grãos beneficiados. A área total ocupada com café no país (arábica e canephora), de 2.295.870 ha, foi menor 1,7% que em 2012. A área a ser colhida foi estimada em 2.046.732 ha, inferior 2,2%.

As duas espécies somadas apresentaram um decréscimo de produção de 7,0% em relação 2012. As diferenças entre as produções de anos de “de baixa e de alta”, resultado da grande participação do arábica no parque cafeeiro nacional, vêm decrescendo.

CAFÉ ARÁBICA (em grão) - Prossegue a colheita na maioria das regiões produtoras. O decréscimo na produção nacional de café arábica estimada para 2013, em relação à safra colhida em 2012, de 4,9%, foi consequência, principalmente, da particularidade fisiológica que apresenta esta espécie, que alterna safras de “altas e baixas” produtividades.

Em 2013, o País deverá produzir 2.190.208 toneladas de café arábica, ou 36,5 milhões de sacas de 60 kg. A área destinada à colheita foi estimada em 1.563.545 ha, 1,6% inferior à área colhida em 2012. A área total ocupada com a cultura em todos os estágios de desenvolvimento totalizou 1.749.059 ha, menor 1,5%. Quedas de produção em 2013 foram verificadas em São Paulo (-18,0%) e Minas Gerais (-5,8%), respectivamente, 2º e 1º produtores nacionais.

CAFÉ CANEPHORA (em grão) - A estimativa para 2013 (657.723 toneladas ou 11,0 milhões de sacas) foi 13,2% menor que a produção de 2012, em uma área 4,2% menor (483.187 ha). O Espírito Santo é o maior produtor nacional de canephora, com 75,1% de participação prevista na produção brasileira de café desta espécie em 2013. A produção estadual, estimada em 493.832 toneladas (8,2 milhões de sacas), teve decréscimo de 16,1%, em relação a 2012.

CANA-DE-AÇÚCAR - A cultura experimentou nova expansão com o incentivo aos combustíveis renováveis e a frota de carros flex, tendo desacelerado seu crescimento com a crise de 2008 e a informação do potencial petrolífero do pré sal. Em 2013, voltou a crescer: 10,3% na estimativa de produção, ou mais 69.143.863 toneladas em relação a 2012. Em São Paulo, principal produtor (55,6% da produção nacional) espera-se altas nas áreas destinada a colheita (5,7%), na produção (15,0%) e no rendimento médio (8,8%). Já na área total espera-se redução de 7,1% na comparação com a safra de 2012.

FEIJÃO TOTAL (em grão) - Para o feijão total, neste sexto levantamento, aguarda-se para 2013 um aumento de 4,8% na produção e uma diminuição de 5,6% na área plantada em relação a 2012. Os maiores produtores são Paraná (23,9%), Minas Gerais (18,6%) e Goiás (9,8% da produção nacional). Nos três estados espera-se diminuição na área plantada em relação a 2012: Paraná (-2,7%), Minas Gerais (-2,1%) e Goiás (-16,1%).

LARANJA – A safra nacional de laranja experimentou um decréscimo de 4,6%, ou menos 877.094 toneladas no confronto com a safra anterior. Grandes estoques nacionais e internacionais, agravados pela crise europeia, e bloqueios alfandegários, configuraram-se como principais fatores de desestímulo à produção citrícola em 2013.

São Paulo, principal produtor, participa com 74,1% da safra nacional de laranja. Apesar das reavaliações agora apresentadas, o estado experimentou, em relação a 2012, decréscimos de 3,8% na estimativa da área plantada, 13,3% na área destinada à colheita e 6,6% na produção. Somente o rendimento médio apresentou acréscimo de 7,7% na comparação com 2012.

MANDIOCA (raízes) - A estimativa na produção de mandioca em 2013 é de 21.449.146 toneladas, indicando queda de 8,4% em relação a 2012, sendo reflexo das reduções de 13,3% na área plantada e de 10,9% na área a ser colhida. As perdas foram maiores na Região Nordeste (16,4%) decorrente da continuação da seca que teve início em 2012 e que ainda assola boa parte dos estados.

MILHO (em grão) – A safra recorde de milho de 2013 vem impulsionada por bons preços praticados desde a tomada de decisão para o plantio da primeira safra do produto, continuando a impulsionar o segundo período de plantio, aliado às boas condições climáticas ocorridas nas principais regiões produtoras do cereal. A produção nacional é 9,7% maior que a obtida em 2012, registrando, em termos absolutos, um incremento de 6.914.843 toneladas, ocorrendo também acréscimo da área a ser colhida de 1.020.320 hectares (7,2%).

A primeira safra apresentou acréscimo de 1.271.380 toneladas (3,8%), embora a área plantada tenha sido menor em 770.631 hectares (-10,1%) o rendimento médio foi de 5.310 kg/ha, 11,4% superior ao ano anterior. Para a segunda safra do produto, a variação absoluta foi de 5.643.463 toneladas, acréscimo de 14,8%, em uma área plantada 1.347.077 hectares (18,2%) maior. Este é o segundo ano consecutivo em que se observa o maior volume de produção do 2ª safra em relação ao milho 1ª safra, em função do produtor optar pelo plantio da soja, como cultura de verão, que é substituída pelo milho 2ª safra no plantio subsequente.

Em 2013, o maior produtor de milho passou a ser o Mato Grosso, com 23,5% da produção total brasileira, o que corresponde a 18.414.375 toneladas, seguido pelo Paraná com 23,1%, ou 18.060.602 toneladas. Esses dois estados respondem por 46,6% da safra nacional de milho.

SOJA (em grão) – A safra da soja em 2013 foi recorde e ultrapassou a produção de 2012 em 15.633.187 toneladas (23,8%). A área plantada é maior 2.700.055 hectares (10,8%), enquanto a área destinada à colheita superou a do ano anterior em 2.775.432 hectares (11,1%) e o rendimento médio passou de 2.635 kg/ha obtidos na safra anterior para os atuais 2.935 kg/ha, acréscimo de 11,4%. Os bons preços praticados e as melhores condições climáticas, notadamente na Região Sul, quando comparadas a 2012, justificaram estes acréscimos.

O principal estado produtor desta oleaginosa é o Mato Grosso, que participa com 28,8% da produção nacional. A cultura foi plantada dentro da época recomendada, tendo ocorrido falta de chuva no início do ciclo e excesso no final. Também foram verificados problemas com a mosca branca e doenças de final de ciclo na atual safra mato-grossense, afetando a qualidade do grão.

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i Algodão herbáceo (caroço de algodão), amendoim (em casca), arroz (em casca), feijão (em grão), mamona (em baga), milho (em grão), soja (em grão), aveia (em grão), centeio (em grão), cevada (em grão), girassol (em grão), sorgo (em grão), trigo (em grão) e triticale (em grão). Os levantamentos de Cereais, leguminosas e oleaginosas foram realizados em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento - Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em outubro de 2007, das principais lavouras brasileiras.