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Índice de Preços ao Produtor (IPP) varia -0,46% em janeiro

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) teve variação de -0,46% em janeiro quando comparado com dezembro...

02/03/2012 06h01 | Atualizado em 02/03/2012 06h01

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) teve variação de -0,46% em janeiro quando comparado com dezembro, resultado inferior à taxa observada na comparação entre dezembro e novembro (-0,17%). Ao comparar o mês atual contra o mesmo mês do ano anterior (acumulado em 12 meses), os preços variaram 1,72% em janeiro e 2,60% em dezembro. O acumulado no ano é igual ao indicador de janeiro (-0,46%).

O IPP mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipp

Em janeiro, 11 das 23 atividades tiveram variação positiva em relação a dezembro

Em janeiro de 2012, na comparação com o mês anterior, 11 das 23 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra 13 de dezembro em comparação com novembro. As quatro maiores variações observadas em janeiro se deram entre os produtos compreendidos nas seguintes atividades industriais: outros produtos químicos (-2,93%), fabricação de máquinas e equipamentos (2,45%), papel e celulose (-1,99%) e fumo (-1,92%).

Em termos de influência, como pode ser visto na figura 2, na comparação entre janeiro/12 e dezembro/11 (-0,46%), sobressaíram-se outros produtos químicos (-0,32 p.p.), metalurgia (-0,13 p.p.), fabricação de máquinas e equipamentos (0,11 p.p.) e papel e celulose (-0,06 p.p.).

Ao comparar janeiro/2012 com janeiro/2011 (acumulado em 12 meses), a variação de preços ocorrida foi de 1,72%, contra 2,60% em dezembro. As quatro maiores variações de preços ocorreram em calçados e artigos de couro (19,01%), bebidas (9,43%), papel e celulose (-8,68%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-7,80%).

As principais influências para o indicador acumulado em 12 meses de janeiro vieram de alimentos (0,41 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,35 p.p.), papel e celulose (-0,30 p.p.) e veículos automotores (0,29 p.p.).

A atividade de fabricação de máquinas e equipamentos, em janeiro, registrou variação positiva de preços de 2,45% na comparação com o mês anterior, resultado que isoladamente supera todo o acumulado de 2011 (0,95%), quando o setor alternou trajetórias positivas com negativas. No acumulado em 12 meses, o setor acumula uma variação positiva de 3,53%.

Os produtos com maior influência na comparação com dezembro/2011 foram rolamentos para equipamentos industriais, carregadoras-transportadoras, tratores, exceto agrícolas e máquinas para colheita, todos com influências positivas. Esses produtos foram responsáveis por 2,19 p.p. da taxa de 2,45%.

No acumulado em 12 meses, as maiores contribuições positivas foram de tratores, exceto agrícolas, rolamentos para equipamentos industriais e máquinas e aparelhos para irrigar (uso agrícola). A maior contribuição negativa foi de tratores agrícolas. Dois desses produtos tiveram influencia representativa nos dois indicadores observados: rolamentos para equipamentos industriais e tratores, exceto agrícolas. De forma geral, esses grupos responderam a um aquecimento das vendas no mercado interno.

Em janeiro de 2012, os preços do setor de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos tiveram a maior variação positiva da série (1,23%, acima do 1,21% de maio de 2010), na comparação contra o mês anterior. Mesmo assim, a comparação entre janeiro de 2012 e janeiro de 2011 é negativa (-7,80%), ainda que em patamar menor do que a série que se inicia em janeiro de 2011, ou seja, só em dezembro de 2010, a comparação com igual mês do ano anterior (dezembro de 2009) gerou um índice, em módulo, menor que o atual (-5,03%).

Em termos de variação de preços, chama a atenção o aumento de preços de televisores e telefones celulares, justificado pelo fim das promoções de natal. O primeiro, além de estar entre as maiores variações positivas de preço no mês, aparece também em termos de influência; já os celulares aparecem apenas como influência positiva. Em perspectiva contrária, ou seja, com variação negativa de preços, aparecem os medidores de consumo de eletricidade, destaque tanto em termos de variação quanto de influência. Além dos três produtos citados anteriormente, rádios receptores para qualquer uso, mesmo combinados com outros aparelhos também desponta entre as principais contribuições. Estes quatro produtos respondem por 1,17 p.p. (em 1,23%).

Na perspectiva de longo prazo, ou seja, na análise de janeiro de 2012 contra janeiro de 2011, destacam-se tanto em termos de variação quanto de influência os já citados televisores e telefones celulares, além de PC desktops, todos de forma negativa, e os tubos de imagem para receptores de televisão e monitores de vídeo, este o único com influência positiva.

O setor de outros produtos químicos de janeiro de 2012 ficou em -2,93% em relação a dezembro de 2011, registrando a maior variação negativa dos 23 setores das indústrias de transformação cobertos pela pesquisa. Este resultado é a terceira queda consecutiva dos preços na indústria química. Isso se deu notadamente pelo que foi observado na classe de fabricação de intermediários para fertilizantes, responsável também por manter o indicador de outubro 2011, último mês em que houve variação positiva no setor. No entanto, no indicador do mês contra o mesmo mês do ano anterior, o setor ainda apresenta variação positiva (1,88%), em virtude da forte elevação apresentada nos primeiros meses de 2011.

Os destaques de produtos para o mês de janeiro, na comparação com dezembro, foram: sulfato de amônio ou ureia, etileno (eteno) não-saturado, adubos ou fertilizantes à base de NPK e PEBD. Todos os produtos destacados neste indicador apresentaram variação negativa, explicando, juntos, -2,19 p.p. de -2,93% do setor como um todo. Três dos produtos com maior influência no indicador acumulado em 12 meses são os mesmos que na comparação entre janeiro e dezembro: adubos ou fertilizantes à base de NPK, etileno (eteno) não saturado, propeno (propileno) não saturado e polipropileno. A exceção ficou por conta do dióxido de titânio. Em termos de variação, tanto o dióxido de titânio, quanto os adubos ou fertilizantes à base de NPK apresentaram, em janeiro de 2012, níveis acima dos de janeiro de 2011.

A produção de papel e celulose registrou variação negativa de preços de 1,99% na comparação entre janeiro e dezembro de 2011. O índice reverteu a variação positiva que ocorreu no mês de dezembro e manteve a tendência de queda do segundo semestre de 2011. Com relação ao indicador acumulado em 12 meses, a atividade acumula uma variação negativa de 8,68%.

Os produtos que tiveram maior influência na comparação de janeiro com dezembro foram celulose (negativa), papel kraft para embalagem não revestido (negativa), cadernos (negativa) e caixas de papelão ondulado ou corrugado (positiva). Estes produtos foram responsáveis por - 2,04 p.p. do índice M/M-1.

Com relação ao índice acumulado em 12 meses, os produtos de maior influência foram, além de celulose, papel para escrita, impressão e outros usos gráficos, não revestidos de matéria inorgânica, papel para uso na escrita, impressão e outros usos gráficos, revestidos de matéria inorgânica e papel higiênico.

Os resultados do setor são particularmente sensíveis ao comportamento dos preços de celulose. Este produto, no mercado internacional, ao longo de 2011, em particular no segundo semestre, apresentou queda de preço. Assim, mesmo com a desvalorização do real em 2011, a influência do produto foi negativa no resultado do setor. Em janeiro de 2012, por sua vez, o próprio câmbio, com a valorização do real, justifica a variação negativa dos preços do produto.

Os preços do setor de fumo apresentaram queda de 1,92% em comparação com o mês anterior. O resultado deste indicador deve-se principalmente à depreciação do dólar em relação ao real ocorrido no mês.

A taxa de câmbio exerce influência no índice devido à importância das exportações no setor, em particular do fumo processado, que se destacou tanto como maior variação negativa como maior influência no índice.

Já no indicador acumulado em 12 meses, o resultado mostra um aumento de 5,17%. Neste indicador destaca-se igualmente fumo processado, devido a sua grande influência. Vale dizer que o dólar, na comparação dezembro de 2011/janeiro 2011, valorizou-se em quase 10% (o que explica o aumento dos preços em real do fumo); todavia, esse quadro mudou em janeiro de 2012, quando, comparado a dezembro de 2011, a moeda americana foi desvalorizada em torno de 3%.