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Índice de Preços ao Produtor (IPP) de agosto fica em 0,20%

Em agosto de 2011, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,20 % em comparação com o mês anterior...

05/10/2011 06h01 | Atualizado em 05/10/2011 06h01

Em agosto de 2011, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,20 % em comparação com o mês anterior, resultado superior ao alcançado em julho (0,03%). Ao comparar o mês atual contra o mesmo mês do ano anterior (acumulado em 12 meses), os preços variaram 4,28% em agosto e 4,83% em julho. Já a variação acumulada em 2011 foi de 0,79% em agosto e 0,59% no mês anterior.

O IPP mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipp.

11 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços

Em agosto de 2011, 11 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços, contra 10 do mês anterior. As quatro maiores variações de agosto em relação a julho foram em alimentos (3,64%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (3,09%), metalurgia (-2,17%) e têxtil (-2,02%). Os itens com maior influência, ou impacto, na variação de agosto contra julho (0,20%) foram alimentos (0,66 p.p.), outros produtos químicos (-0,22 p.p.), metalurgia (-0,18 p.p.) e têxtil (-0,05 p.p.).

O indicador acumulado de 2011 atingiu 0,79% em agosto, contra 0,59% em julho. Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais na perspectiva do indicador acumulado, sobressaem calçados e artigos de couro (10,75%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-10,39%), borracha e plástico (8,54%) e produtos de metal (-6,90%). Os setores com maior influência foram outros produtos químicos (0,49 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,38 p.p.), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-0,38 p.p.) e borracha e plástico (0,30 p.p.).

Na comparação com o mesmo mês de 2010 (acumulado em 12 meses), os preços aumentaram 4,28% em agosto, contra 4,83% em julho. As quatro maiores variações de preços ocorreram em têxtil (16,11%), alimentos (15,99%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-14,50%) e calçados e artigos de couro (12,35%). As principais influências na comparação de agosto contra o mesmo mês do ano anterior vieram de alimentos (2,68 p.p.), outros produtos químicos (1,13 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,71 p.p.) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-0,57 p.p.).

Em agosto, os preços dos alimentos variaram 3,64% em relação a julho. As quatro maiores influências neste indicador respondem por 2,17 p.p. desta taxa, sendo todas devidas a variações positivas de preços. Entre estes produtos, vale observar a presença de açúcar cristal (com destaque na influência) e açúcar refinado de cana (variação e influência.). Depois de cinco taxas consecutivas de variações negativas de preços, a de agosto é a segunda positiva em sequência. Com isso, o acumulado em 2011 volta a ser positivo (0,09%), fato que não ocorria desde fevereiro. No acumulado em 12 meses, os preços de agosto de 2011 estão em média 15,99% maiores do que os de agosto de 2010, número maior do que o observado em julho (15,20%). As quatro maiores influências neste indicador respondem por 8,25 p.p., e se devem aos dois tipos de açúcares já citados, óleo de soja em bruto, mesmo degomado e sucos concentrados de laranja. Vale observar que, em agosto, a variação positiva de preços em alimentos teve influência destacada nas comparações com o mês anterior e com agosto de 2010, mas não no acumulado em 2011. Isso mostra, por um lado, o movimento mais abrupto ocorrido em agosto e, por outro, o nível alto que o setor ainda mantém, na comparação com o mesmo mês do ano passado, a despeito das variações negativas ocorridas de fevereiro a junho.

Têxteis apresentaram variação negativa (2,02%) em agosto, mantendo a tendência registrada nos últimos quatro meses, que acumulam variação negativa de 6,05%. O setor acumula em 2011 alta de 4,67% (6,83% em julho), mesmo cenário na perspectiva da comparação com agosto de 2010, cuja variação segue positiva em 16,11% (19,79% em julho). Os produtos que, na comparação com o mês anterior, apresentaram maior variação percentual, todos com variação negativa, foram: fios de algodão retorcidos; fios de algodão singelos; almofadas, travesseiros e semelhantes; e tecidos de algodão tintos ou estampados, exceto combinados. Nos acumulados em 2011 e em 12 meses, os produtos de algodão (em particular os tecidos) continuam com variação e influência positivas, efeito do aumento do algodão observado principalmente até o início de 2011.

A variação negativa de 0,28% ocorrida em refino de petróleo e produtos de álcool no mês de agosto fez com que com o acumulado em 2011 (3,55%) recuasse a níveis um pouco menores do que aquele observado em junho (3,59%). Nos últimos quatro meses, os preços dos produtos desse setor acumularam uma variação negativa de 2,43% contra uma positiva de 6,13% ocorrida até abril. Três produtos com destaque na variação negativa de preços na comparação mensal aparecem igualmente entre os mais influentes: naftas, álcool etílico (anidro ou hidratado) e querosenes de aviação. Os preços do setor estiveram 6,50% maiores do que aqueles de agosto de 2010. Naftas e álcool etílico (anidro ou hidratado), querosenes de aviação e óleos lubrificantes básicos aparecem com destaque na influência deste indicador, respondendo por 6,47 p.p. da variação observada.

Outros produtos químicos apresentaram variação negativa de 2,00% em relação aos preços de julho deste ano, repetindo a tendência apresentada no mês passado (-2,09%). O setor acumula no ano uma alta de 4,76%. Em agosto do ano passado, o setor acumulava variação de 8,87%. Na comparação com agosto de 2010, a variação ficou em 11,38%. Alguns produtos ligados à indústria petroquímica — etileno (eteno) não-saturado e propeno (propileno) não-saturado, estireno e PVC — continuam influenciados pela queda nos preços internacionais. Já o grupo de produtos ligados à fabricação de intermediários para fertilizantes registrou alta, o que tem a ver com o aumento de preços do setor alimentar. No geral, os quatro principais produtos do setor representaram -2,10 p.p. da variação mensal de -2,00% da atividade. No acumulado do ano e em 12 meses, os produtos ligados à cadeia do petróleo sustentaram os preços da borracha de estireno-butadieno e do propeno (propileno) não-saturado. Nos aumentos em 2011, aparecem como destaque também o dióxido de titânio e os superfosfatos (adubo) e, no acumulado em 12 meses, a amônia e o sulfato de amônia ou uréia.

Em agosto de 2011, os preços de borracha e plástico apresentaram variação positiva de 0,43%. A variação acumulada em 2011 foi de 8,54%, com todas as variações mensais no período positivas e aumento médio de 1,03% ao mês. No acumulado em 12 meses, o setor apresentou alta de 7,93%, menor que a verificada em julho para o mesmo período (8,17%). Chama atenção o fato de pneumáticos novos para automóveis e utilitários terem influência negativa na variação mensal. Pneumáticos novos para motocicletas apresentaram variação positiva de preço em todas as comparações.

Metalurgia registrou queda de preços de 2,17% em agosto com relação a julho (terceira variação negativa consecutiva), muito em função das importações, dos excedentes de aço no mercado internacional e dos estoques elevados. A atividade registra queda de 2,19% no acumulado em 2011, sendo que nos últimos três meses a variação foi de -4,22%. Nos últimos doze meses, o indicador acumula -5,55%. Os quatro produtos com maior influência e variação no indicador mensal são da cadeia do aço, sendo que lingotes, blocos, tarugos ou placas de aço ao carbono, bobinas a frio de aços ao carbono e chapas grossas de aço ao carbono, não revestidas são destaques tanto na variação mensal quanto na influência no mês. Para o indicador acumulado do ano, apenas um dos quatro produtos na situação de maiores variações tem um valor positivo (arames e fios de aço carbono). Já no acumulado de 12 meses, tem-se, entre as quatro maiores variações, apenas um representante com valores positivos (chapas e tiras de alumínio de forma quadrada ou retangular, que não pertence ao setor de siderurgia). Em termos de influência, aparece outro produto derivado do alumínio em destaque, o alumínio não ligado em formas brutas, com influência positiva no comparativo mês contra mesmo mês do ano anterior.

Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos apresentaram variação negativa de 0,84% em agosto, acentuando a variação do mês anterior (-0,22% em julho). O setor acumula no ano uma queda de 10,39% (-9,63% em julho), sendo que nos últimos 12 meses a variação negativa ficou em 14,50% (-14,87% em julho). Os produtos que apresentaram maior variação na comparação com julho de 2011 foram: televisores (negativo); tubos de imagem para receptores de televisão e monitores de vídeo (positivo); telefones celulares (negativo); e rádios receptores para qualquer uso, mesmo combinados com outros aparelhos (positivo). Estes mesmos produtos foram os de maior influência no indicador do setor e, juntos, responderam por -0,91 p.p.. Num quadro de valorização do real, as pressões sobre esse setor, particularmente via importação, continuaram em curso.

Em agosto de 2011, os preços de veículos automotores apresentaram variação positiva de 0,22% comparado ao mês anterior. No acumulado do ano a variação foi de 0,69%, maior que a registrada no mês anterior, de 0,47%. Na comparação contra agosto de 2010, o setor apresentou variação negativa de 0,08%, maior que a de julho (-0,46%). No acumulado de 2011, a atividade vem recuperando preços desde abril. Esta recuperação praticamente neutralizou a perda de preços no acumulado em 12 meses, como indicado antes. Automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência, produto com peso relevante no cálculo do índice setorial, encerrou agosto com os preços estáveis, mas segue acumulando perdas no acumulado do ano e em 12 meses.