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Índice de Preços ao Produtor (IPP) de junho fica em -0,66%

Em junho de 2011, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou -0,66% em comparação com o mês anterior, resultado inferior ao alcançado em maio (-0,46%).

03/08/2011 06h01 | Atualizado em 03/08/2011 06h01

Em junho de 2011, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou -0,66% em comparação com o mês anterior, resultado inferior ao alcançado em maio (-0,46%). Ao comparar o mês atual contra o mesmo mês do ano anterior (acumulado em 12 meses), os preços variaram 4,89% em junho e 5,69% em maio. Já a variação acumulada em 2011 foi de 0,55% em junho e 1,22% no mês anterior.

O IPP mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página
www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipp.

Quinze das 23 atividades pesquisadas apresentaram queda de preços

Em junho de 2011, quinze das 23 atividades pesquisadas apresentaram queda de preços, contra 10 do mês anterior. As quatro maiores variações de junho em relação a maio foram em equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-3,80%), produtos de metal (-2,64%), têxtil (-2,41%) e metalurgia (-1,86%). Os itens com maior influência, ou impacto, na variação de junho contra maio (-0,66%%) foram alimentos (-0,27 p.p.), metalurgia (-0,16 p.p.), outros produtos químicos (0,13 p.p.) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-0,13 p.p.).

O indicador acumulado de 2011 atingiu 0,55% em junho, contra 1,22% em maio. Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais na perspectiva do indicador acumulado, sobressaem equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-9,42%), outros produtos químicos (9,15%), têxtil (7,93%) e borracha e plástico (7,68%). Os setores com maior influência foram outros produtos químicos (0,94 p.p.), alimentos (-0,85 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,38 p.p.) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-0,34 p.p.).

Na comparação com o mesmo mês de 2010 (acumulado em 12 meses), os preços aumentaram 4,89% em junho, contra 5,69% em maio. As quatro maiores variações de preços ocorreram em têxtil (22,00%), outros produtos químicos (16,82%), alimentos (16,16%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-16,04%). As principais influências na comparação de junho contra o mesmo mês do ano anterior vieram de alimentos (2,60 p.p.), outros produtos químicos (1,68 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,69 p.p.) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-0,65 p.p.).

Os preços de alimentos variaram -1,5% em junho, obtendo um recuo de -4,53% em seu acumulado anual e um aumento de 16,16% comparado a junho de 2010. Dos 43 produtos selecionados para representar a atividade no IPP, 13 aparecem com destaque em termos de variação, influência ou contribuição. O produto Tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja apresentou uma forte participação nos indicadores deste mês, onde só não obteve destaque em sua variação contra junho de 2010. Coincidindo com o período de safra da cana, os açúcares (cristal, refinado e demerara) aparecem em destaque tanto em termos de variação negativa na comparação com maio (demerara e cristal), quanto em termos de influência, também negativa, no mensal (todos os três tipos de açúcar) e no acumulado em 2011 (cristal e refinado). No acumulado em 12 meses, o açúcar cristal aparece como influência positiva. Em termos de variação acumulada no ano, temos o café (especialmente o torrado), apresentando variações positivas, mas não suficientes para contrabalançar as quedas do setor.

Os preços de têxteis caíram 2,41% em junho, o que contribuiu para uma redução nos resultados acumulados do ano (7,93%) e nos últimos 12 meses (22,00%). Assim como observado no mês anterior, os produtos produzidos a partir do algodão tiveram variação negativa de preços. Destaca-se neste mês a queda de preços de roupas de banho e fios de algodão singelos e fios de algodão retorcidos múltiplos.

Refino de petróleo e produtos de álcool registraram variação negativa de -0,39% em relação a maio de 2011, a segunda queda consecutiva no ano. O indicador do mês de junho diminui uma trajetória ascendente, que se verifica no acumulado do ano, ainda com alta de 3,52%, e nos últimos doze meses, com elevação de 6,30%. Tal queda se deve, principalmente, pela diminuição no nível de preços do álcool etílico, resultado da entrada da safra 2011 desde o mês anterior, com queda na comparação de junho com maio, influenciando negativamente o resultado de -2,04% do setor como um todo, enquanto os demais produtos representaram influência positiva. Na soma de influência dos quatro principais produtos (álcool etílico, óleos lubrificantes básicos, nafta e querosene de aviação), registra-se um valor de -0,39 p.p. para o indicador mensal. No entanto, o álcool etílico continua a contribuir positivamente tanto no indicador acumulado do ano quanto no dos últimos doze meses, o que se dá também para os demais principais produtos: querosene de aviação, nafta e óleos lubrificantes básicos.

Outros produtos químicos apresentaram variação positiva de 1,23% no nível de preços de junho deste ano, quando comparado com maio de 2011. Este representa uma inversão de trajetória, depois do menor valor de variação mensal, em maio, desde julho de 2010, quando apresentou queda de -0,89% contra o mês anterior. No ano, o setor acumula alta de 9,15%, e nos últimos dozes meses a variação positiva ficou em 16,82%. Neste setor, parte dos produtos ligados à indústria petroquímica registrou variação negativa, como no caso dos produtos de polietileno, tanto de alta quanto de baixa densidades, destacados entre as quatro principais variações mensais de junho. O mesmo se deu com os preços de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários, dos quais se destacam os inseticidas para a variação mensal e os adubos ou fertilizantes à base de NPK para a influência mensal. Já o sulfato de amônio aparece como destaque de variação positiva. A alta do final de 2010 e início de 2011 de produtos ligados à cadeia do petróleo sustenta os preços do propeno, polipropileno e poliestireno entre os destaques do acumulado do ano, junto com a borracha de estireno-butadieno. O cenário é semelhante para o indicador dos últimos doze meses, tendo como destaques etileno, propeno, sulfato de amônio e adubos e fertilizantes NPK, todos com sinal positivo.

Metalurgia registrou variação negativa de preços de -1,85% com relação a maio, primeira queda do indicador mensal desde janeiro, quando registrou -2,96%. A atividade registra variação positiva no acumulado do ano, com 0,23%. Com relação aos últimos doze meses, todavia, o indicador acumula -3,82%. Três dos quatros produtos com maior influência no indicador mensal são da cadeia do aço: lingotes, blocos, tarugos ou placas de aço ao carbono, fio-máquina de aço ao carbono e bobinas de aços inoxidáveis. A exceção ficou por conta do alumínio não ligado. Os quatro, juntos, foram responsáveis por -1,86 p.p. do indicador do setor com um todo. Para o indicador acumulado do ano, além dos lingotes, blocos, tarugos ou placas de aço ao carbono e do alumínio não ligado, que aparecem também como destaque do indicador mensal, destaca-se a presença dos produtos bobinas a frio de aço e bobinas ou chapas de aço galvanizadas. No acumulado dos últimos doze meses os três produtos da cadeia do aço que se destacam tiveram variações negativas: bobinas a quente de aços ao carbono, bobinas a frio de aços ao carbono e bobinas ou chapas de aço galvanizadas. O produto alumínio não ligado também está entre os destaques no acumulado de doze meses.

Os preços de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos apresentaram uma redução de -3,80% quando comparados a maio. Com isso, o setor acumulou -9,42% de variação em 2011. Já na comparação com junho de 2010, os preços dos produtos de informática, eletrônicos e ópticos se encontram -16,04% menores. Na comparação com o mês anterior, a série apresentou em abril uma taxa de -0,35%, em maio de -2,35% e em junho de -3,80%. Já a série acumulada em 12 meses, que foi de -9,32% em abril e -12,51% em maio, regride agora para -16,04%. Estes números, em conjunto, mostram que os preços do setor vêm caindo ao longo de 2011. Na comparação com maio, o setor apareceu como a atividade que apresentou a maior variação de preços mensal e terceira maior influência mensal (no caso, 0,13 p.p.). No acumulado anual, apresentou a maior variação de preços e a terceira maior influência acumulada (no caso, 0,34 p.p.). Já para os últimos 12 meses, apareceu como a maior variação negativa de preços (-16,04%), sendo a quarta colocada como influência anual, mas primeira negativa (no caso, 0,65 p.p.). Os produtos com as maiores influências negativas no índice mensal foram telefones celulares, televisores, componentes eletrônicos, e impressoras, incluindo multifuncionais, enquanto os componentes eletrônicos tiveram sinal positivo, gerando uma influência de 3,82 p.p., quase a totalidade do índice de 3,80%.

Os preços dos veículos automotores apresentaram variação negativa de -0,16% comparado ao mês anterior. No acumulado do ano a variação foi de 0,16%, menor que a registrada no mês anterior (0,32%). Na comparação contra junho de 2010, o setor apresentou variação negativa de -0,02%. O produto que mais influenciou o índice mensal foi automóvel para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência. Entretanto, o mesmo não aparece entre aqueles com maior variação de preço em qualquer das três comparações usualmente feitas (variação no mês, no ano e em 12 meses).