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Valor da transformação industrial foi de R$ 679,4 bilhões em 2009

O total das receitas brutas das 299 mil empresas industriais em funcionamento no país em 2009 atingiu R$ 2,3 trilhões em 2009...

29/06/2011 07h01 | Atualizado em 29/06/2011 07h01

O total das receitas brutas das 299 mil empresas industriais em funcionamento no país em 2009 atingiu R$ 2,3 trilhões em 2009, valor inferior ao observado em 2008 (R$ 2,4 trilhões). Também houve redução na receita líquida de vendas de R$ 1,76 trilhão em 2008 para R$ 1,67 trilhão em 2009 e no valor da transformação industrial (VTI, a diferença entre o valor bruto da produção industrial e os custos das operações industriais), de R$ 724,3 bilhões em 2008 para R$ 679,4 bilhões em 2009. Em 2009, as empresas industriais ocupavam 7,9 milhões de pessoas. Os gastos com pessoal foram de R$ 240,4 bilhões e custos diretos da produção, de R$ 125,7 bilhões. Os investimentos realizados para o ativo imobilizado (máquinas, equipamentos, terrenos etc.) somaram R$ 132,6 bilhões.

Na comparação com o ano de 2008, as maiores perdas de participação na receita bruta industrial foram nos ramos de metalurgia; fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis; extração de minerais metálicos; fabricação de máquinas e equipamentos; e fabricação de produtos químicos. Já os segmentos que aumentaram sua participação na receita bruta foram: fabricação de produtos alimentícios; de bebidas; de produtos farmoquímicos e farmacêuticos; de celulose, papel e produtos de papel; e de produtos de minerais não metálicos.

No ranking dos dez produtos industriais com maior destaque em 2009, em valor de vendas, o óleo diesel manteve a liderança na participação, com R$ 48,7 bilhões (3,6%). Vale citar o avanço do item cervejas ou chope, da 13ª posição para a 8ª.

Essas e outras informações estão disponíveis nas publicações das Pesquisas Industriais Anuais (PIA). A publicação completa da PIA Empresa pode ser acessada na página
https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/industria/pia/empresas/2009/defaultempresa.shtm
E a da PIA Produto, na página
https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/industria/pia/produtos/produto2009/defaultproduto.shtm

Uma análise da composição da receita bruta das empresas industriais por faixas de pessoal ocupado mostra que, quanto maior o porte da empresa, maior é a participação das receitas provenientes da revenda de mercadorias e prestação de serviços não industriais e das demais receitas e menor é a participação das vendas de produtos e serviços no total das receitas.

Na comparação com 2008, destaca-se o desempenho das empresas industriais com 500 ou mais pessoas ocupadas, com avanço na participação das demais receitas de 11,3% em 2008 para 12,8% em 2009, e redução da participação na receita das vendas de produtos e serviços industriais de 81,6% em 2008 para 79,2% em 2009. Vale ressaltar que, em termos de participação no total da receita bruta industrial por porte, as empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas contribuíram com R$ 1,6 trilhão, cerca de 70% do valor total das receitas brutas.

Aumenta participação de atividades associadas à produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis nas receitas brutas

Na comparação com 2008, os aumentos mais significativos de participação no total das receitas brutas da indústria, na maior parte, associados à produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis: fabricação de produtos alimentícios; de bebidas; de produtos farmoquímicos e farmacêuticos; de celulose, papel e produtos de papel; e de produtos de minerais não-metálicos. Já as maiores perdas de participação aconteceram nos ramos de metalurgia; fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis; extração de minerais metálicos; fabricação de máquinas e equipamentos e fabricação de produtos químicos.

Consumo de matérias-primas perde participação nos custos e despesas

O total dos custos e despesas das empresas industriais em 2009, de R$ 1,7 trilhão, foi inferior ao registrado no ano anterior (R$ 1,8 trilhão) em razão, sobretudo, do menor volume de produção vendido. O principal responsável foi o consumo de matérias-primas, que apesar de manter o maior percentual em relação ao total de custos, registrou queda em participação de 2008 para 2009 (de 43,7% para 42,5%). A participação dos gastos de pessoal evoluiu de 12,2% em 2008 para 14,1%, totalizando cerca de R$ 240 bilhões em 2009, explicado em grande parte pelo aumento dos gastos com salários, retiradas e outras remunerações. As empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas responderam por 68,8% do total de custos e despesas, com pequeno recuo frente ao ano anterior (69,1%).

Fabricação de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis responde por mais de um terço dos investimentos em ativo imobilizado

Em 2009, as empresas industriais investiram em ativo imobilizado o montante de R$ 132,6 bilhões, menos do que os R$ 137,8 bilhões de 2008. A fabricação de coque, de derivados do petróleo e biocombustíveis, com investimentos de R$ 39,2 bilhões em 2008 e R$ 45,5 bilhões em 2009, respondeu por mais de um terço dos investimentos realizados. Destacam-se também as atividades de fabricação de produtos alimentícios (de R$ 17,0 bilhões para R$ 18,2 bilhões); metalurgia (de R$ 12,5 bilhões para R$ 9,5 bilhões); fabricação de produtos químicos (de R$ 8,9 bilhões para R$ 8,0 bilhões); de veículos automotores, reboques e carrocerias (de R$ 8,6 bilhões para R$ 7,5 bilhões); de celulose, papel e produtos de papel (de R$ 7,9 bilhões para R$ 7,5 bilhões) e extração de minerais metálicos (de R$ 6,8 bilhões para R$ 6,2 bilhões).

Aumenta participação de atividades associadas à produção de bens de consumo duráveis e semiduráveis no VTI

Em 2009, o valor da transformação industrial (VTI) da indústria brasileira foi de R$ 679,4 bilhões, valor inferior ao de 2008 (R$ 724,3 bilhões). As atividades com maior participação no total da indústria mantiveram a hegemonia de 2008 para 2009, embora tenham registrado, em conjunto, perda de importância relativa nesse período (de 59,0% para 56,3%). Individualmente, as participações foram as seguintes: fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (de 16,3% para 14,9%); de produtos alimentícios (de 12,3% para 14,2%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (de 9,9% para 10,0%), de produtos químicos (de 7,3% para 6,9%), metalurgia (de 8,1% para 5,5%) e indústrias extrativas (de 5,1% para 4,8%).

As atividades industriais predominantemente produtoras de bens de consumo tiveram desempenho positivo, com destaque para a fabricação de produtos alimentícios, que teve o maior ganho de participação entre os dois anos, passando de 12,3% do total em 2008 para 14,2% em 2009, seguida por fabricação de bebidas (de 2,8% para 3,4%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (de 1,8% para 2,3%) e fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (de 2,3% para 2,7%).

Entre as atividades industriais que registraram as maiores perdas relativas estão aquelas produtoras de bens intermediários e de bens de capital, principalmente pelo menor dinamismo do mercado mundial no período: metalurgia (de 8,1% para 5,5%), fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustível (de 16,3% para 14,9%), indústrias extrativas (de 5,1% para 4,8%), produtos químicos (de 7,3% para 6,9%) e fabricação de máquinas e equipamentos (de 4,6% para 4,3%). Duas atividades cresceram: fabricação de produtos de minerais não-metálicos (de 3,2% para 3,6%) e fabricação de produtos de borracha e plástico (de 3,1% para 3,5%).

Fabricação de produtos alimentícios se destaca em 22 estados

Entre 2008 e 2009, o Norte e o Sudeste do país registraram perda de participação relativa nas variáveis receita líquida de vendas, valor da transformação industrial e gastos com pessoal. Isso foi resultado da maior presença, nessas regiões, de atividades que sofreram impactos mais intensos na produção, em especial os setores vinculados às commodities direcionadas ao mercado externo, bem como aqueles intensivos em tecnologia. Já o Nordeste e o Centro-Oeste tiveram ganhos relativos nas mesmas variáveis e ainda no pessoal ocupado. Isso pode ser explicado, em grande parte, pela concentração regional de setores tradicionais, voltados ao atendimento do mercado interno, como por exemplo, os ramos de alimentos, de bebidas e de artigos do vestuário e acessórios.

A fabricação de produtos alimentícios liderou em termos de valor da transformação industrial em quase todas as grandes regiões, com exceção do Norte, onde as maiores participações em termos de VTI ficaram com indústria extrativa; fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos; e de bebidas.

A fabricação de produtos alimentícios teve na região Centro-Oeste a sua participação relativa mais elevada (44,2% do total do VTI na região), refletindo especialmente a expansão da fronteira agrícola e a maior presença das agroindústrias processadoras de soja e dos frigoríficos na região, com destaque para os estados de Mato Grosso (em que o setor representou 55,2% do VTI do Estado), Mato Grosso do Sul (49,6%) e Goiás (40,4%).

A participação da fabricação de produtos alimentícios foi menor nas regiões Nordeste (14,8%), Sul (17,0%) e Sudeste (11,8%), mas sua importância se evidencia no nível das Unidades da Federação, uma vez que ela figura entre as três principais atividades industriais, em termos de VTI, em 22 dos 27 estados.

A fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias teve a segunda maior participação no Sudeste e Sul. Entre os estados, as maiores participações foram em São Paulo (14,2%) e no Rio Grande do Sul (11,6%).

A participação das três principais atividades de cada estado, em termos do VTI, atingia percentual superior a 50% do VTI total em 21 deles, com destaque para Rio Grande do Norte (84,2%), Alagoas (82,8%), Pará (82,3%) e Roraima (82,1%), que tiveram maior concentração. Os seis estados com estrutura produtiva mais diversificada foram: Rio Grande do Sul (35,6%), Santa Catarina (37%), São Paulo (38,2%), Minas Gerais (44,9%), Bahia (49%) e Ceará (49,1%).

Empresas industriais com 30 ou mais pessoas ocupadas venderam R$ 1,3 trilhão em produtos e serviços industriais

Em 2009, a PIA-Produto pesquisou 37,4 mil empresas industriais com 30 ou mais pessoas ocupadas e registrou vendas de produtos e serviços industriais da ordem de R$ 1,3 trilhão, 87,5% do total do valor de vendas das empresas industriais com 1 ou mais pessoas ocupadas.

No ranking dos 10 produtos industriais que mais se destacaram em 2009, em termos de valor de vendas, o item óleo diesel manteve a liderança do ano anterior, ao registrar vendas de R$ 48,7 bilhões, que representaram participação de 3,6% do total. Outros destaques ficaram com os automóveis de cilindrada maior que 1.500 cm³ e menor ou igual a 3.000 cm³, que passaram de 3º para 2º lugar; e os automóveis de cilindrada menor ou igual a 1.000cm³, que estavam em 5ª posição e ganharam duas posições. O item minérios de ferro beneficiados, que era o 2º no ranking em 2008, caiu para a 4ª posição em 2009, seguido por gasolina automotiva, que ganhou uma posição frente ao ano anterior, e óleos brutos de petróleo, que perdeu duas posições. Vale destacar os avanços observados pelos produtos cervejas ou chope, que saltou da 13ª posição em 2008 para a 8ª em 2009, e tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja, que passou de 12º para 10º lugar.

Óleo diesel, açúcar cristal, cerveja e computador portátil se destacam por categoria de uso

Do R$ 1,335 trilhão das vendas de produtos e serviços industriais por empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, 51,5% (R$ 687,9 bilhões) vieram das vendas dos 100 maiores produtos e serviços industriais (eram 52,3% em 2008). Agrupando-se os produtos e serviços por categorias de uso, confirmou-se a liderança de bens intermediários, com 54,3% do total das vendas dos 100 maiores, apesar de ter havido perda em relação à participação em 2008 (57,6%). O grupo dos bens de consumo permaneceu em segundo lugar, com aumento de participação (de 33,6% em 2008 para 37,1% em 2009). Os bens de capital passaram de 7,9% para 7,4% em 2009.

Em bens intermediários, os destaques foram: óleo diesel, que ganhou participação dentro da categoria (de 11,8% em 2008 para 13,0% em 2009) e o açúcar cristal, que ganhou nove posições no ranking (de 21 para 12) ao avançar de 2,2% para 3,4% de participação.

No grupo dos bens de consumo, os automóveis com cilindrada igual ou menor que 1000cm3 tiveram o maior ganho de participação no valor total de vendas de produtos industriais (de 10,5% para 12,4%) e os automóveis com cilindrada superior a 1500cm3 e menor que 3000cm3 registraram perda, de 13,6% para 12,8%. Destacaram-se ainda os produtos cervejas ou chope (de 5,2% para 6,3%), refrigerantes (de 4,2% para 4,9%) e álcool etílico (de 7,7% para 8,2%).

Entre os bens de capital, o destaque foi do item computadores pessoais portáteis (de 6,0% para 8,6%). Os caminhões com motor diesel, ainda na liderança, tiveram redução de 26,7% para 25,7%.

Entre os serviços industriais, o destaque foi dos serviços relacionados à extração de petróleo e gás (exceto a prospecção), com avanço de 62,4% para 63,9% em 2009.