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Índice de Preços ao Produtor (IPP) de fevereiro fica em 0,60% e fecha 2010 em 8,04%

Em fevereiro de 2011, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,60% em comparação com o mês anterior...

05/04/2011 07h01 | Atualizado em 05/04/2011 07h01

Em fevereiro de 2011, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,60% em comparação com o mês anterior, resultado superior ao alcançado em janeiro (0,40%) e dezembro (0,43%). Ao comparar o mês atual contra o mesmo mês do ano anterior, os preços variaram 6,21% em fevereiro e 6,88% em janeiro. O indicador fechou 2010 em 8,04% e a variação acumulada até fevereiro de 2011 foi de 1,00%.

O IPP, novo índice mensal que começa a ser divulgado hoje pelo IBGE, mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipp/defaul.shtm

Outros produtos químicos têm a maior alta (3,39%) de fevereiro

Em fevereiro de 2011, 16 das 23 atividades pesquisadas apresentaram altas de preços. As quatro maiores variações de fevereiro em relação a janeiro foram em outros químicos (3,39%), têxteis (2,51%), calçados e produtos de couro (2,46%) e vestuário e acessórios (2,03%). Os aumentos em produtos têxteis (4,99%) e outros produtos químicos (3,23%) ficaram entre as maiores variações de janeiro contra dezembro de 2010, assim como as quedas ocorridas em equipamentos de informática (-3,19%) e produtos metalúrgicos (- 2,96%). Os itens com maior influência, ou impacto, na variação de fevereiro contra janeiro (0,60%) foram outros produtos químicos (0,36 pontos percentuais), refino de petróleo e produtos de álcool (0,09 p.p.), metalurgia (0,09 p.p.) e produtos alimentícios (-0,09 p.p.). Os mesmos setores foram os de maior influência em janeiro (0,40%).

O indicador acumulado de 2011 atingiu 1,00% em fevereiro contra 0,40% em janeiro. Entre as atividades que, em fevereiro, tiveram as maiores variações percentuais na perspectiva do indicador acumulado, sobressaem têxteis (7,63%), outros produtos químicos (6,72%), sabões, detergentes, produtos de limpeza e artigos de perfumaria (3,65%) e equipamentos de informática, com variação negativa (-3,54%). Os setores com maior influência foram outros produtos químicos (0,69 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,18 p.p.), têxteis (0,16 p.p.) e metalurgia (- 0,16 p.p.).

No índice acumulado dos últimos 12 meses, os preços aumentaram 6,21% em fevereiro, variação menor que a observada em janeiro (6,88%). Tanto em janeiro quanto em fevereiro, as quatro maiores variações de preços ocorreram em têxteis (24,18% em janeiro e 25,44% em fevereiro), produtos alimentícios (19,85% e 16,90%), outros produtos químicos (13,38% e 13,59%) e equipamentos de informática (-8,23% e -8,74%). As principais influências na comparação de fevereiro contra o mesmo mês do ano anterior foram devidas a produtos alimentícios (2,86 p.p.), outros produtos químicos (1,37 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,53 p.p.) e têxteis (0,49 p.p.).

Etileno (eteno) não-saturado, polipropileno e propeno, este com sinal negativo, são os produtos que tiveram maior influência na variação de outros produtos químicos em fevereiro de 2011 contra o mês anterior (3,39%). Os produtos que explicam a taxa de 6,72% (acumulado de 2011) e de 13,69% (mês/mesmo mês do ano anterior) foram, principalmente, etileno (eteno) não-saturado e adubos ou fertilizantes à base de NPK.

Em comparação com janeiro, os preços de têxteisvariaram, em média, em 2,51%. As principais influências sobre esse resultado foram devidas a variações nos preços de roupas de banho e fios de algodão singelos. No acumulado de 2011, os preços dos produtos têxteis alcançaram 7,63%, sendo que as principais influências vieram de tecidos de algodão tintos ou estampados, exceto combinados e fios de algodão singelos. Por fim, ao comparar fevereiro de 2011 com o de 2010, os preços neste setor variaram em média 25,44%, influenciados, em grande parte, pelo comportamento dos preços de tecidos de algodão tintos ou estampados, exceto combinados e tecidos de algodão tintos, estampados ou tintos em fio, inclusive combinados.

Com variação em fevereiro, frente a janeiro de 2011, de 2,46%, as variações de preços de calçados e artigos de couro foram influenciadas principalmente por calçados femininos (de couro e sintéticos). No caso do acumulado de 2011 (2,05%), ao lado dos aumentos de preços nos calçados de couro feminino, as variações positivas em couros e peles de bovinos curtidos ao cromo ou secos também tiveram importância na estatística de influência. Por fim, comparando fevereiro de 2011 contra fevereiro de 2010, os mesmos dois produtos anteriormente mencionados foram os de maior influência positiva na taxa de 3,95%, devendo-se acrescentar também a influência negativa do movimento de preços em calçados femininos sintéticos.

Na perspectiva da comparação com o mês anterior, em fevereiro de 2011, os preços produtos alimentícios apresentaram variação negativa de -0,45%. Com isso, em 2011, o setor acumulou uma variação média dos preços de 0,33%, um recuo frente ao que ocorrera em janeiro (0,78%). Ainda que tenha havido uma queda de preços na comparação entre fevereiro e janeiro de 2011, o nível de preços esteve maior que na comparação de 12 meses, tanto em fevereiro (16,90%) quanto janeiro (19,85%). Cinco produtos foram os de maior influência nos indicadores do setor. Sucos concentrados de laranja (influência positiva nas comparações com o mês anterior, no acumulado em 2011 e na comparação mês/mesmo mês do ano anterior), tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja (negativa, com exceção do acumulado em 12 meses); óleo de soja (positiva, com exceção da comparação com o mês anterior), açúcar refinado (negativa, porém sem influência no acumulado em 12 meses) e açúcar cristal (positiva apenas no acumulado de 2011).

Quando comparado a janeiro de 2011, os preços de refino de petróleo e produtos de álcool variaram, em média, 0,79%. As principais influências foram devidas a álcool etílico não desnaturado, naftas para petroquímica e querosenes de aviação. A variação de 1,65% observada no acumulado do ano também foi influenciada pelos mesmos produtos. Já no acumulado em 12 meses (4,84%), os produtos mais influentes no resultado foram óleo diesel, nafta e gasolina automotiva.

Os indicadores de fabricação de veículos mostraram-se próximos da estabilidade, sendo que a comparação com janeiro e o acumulado dos últimos 12 meses apresentaram variações negativas enquanto o acumulado no ano teve variação positiva. Na perspectiva de qualquer um dos indicadores, a principal influência, sempre negativa, deveu-se a automóveis, jipes ou camionetas, com motor a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer cilindrada. Deve-se registrar todavia, que caminhões (nos acumulados do ano e em 12 meses) e peças e acessórios (na comparação com o mês anterior) foram produtos com influência positiva.

Maior alta de 2010 foi de produtos alimentícios (21,24%)

Os preços praticados pela indústria acumularam uma variação média de 8,04% em 2010. Ao longo do ano, com exceção da passagem entre fevereiro e março, a série mostrou-se sempre crescente. O aumento de preço foi intensificado no último quadrimestre do ano (3,46% contra 2,99% no primeiro e 1,39% no segundo). Das 23 atividades pesquisadas, 20 registraram aumentos de preços no ano enquanto três registraram quedas. As principais altas se deram em produtos alimentícios (21,24%), têxteis (19,81%) e outros químicos (15,76%). As três atividades com variações negativas foram equipamentos de informática (-5,03%), outros equipamentos de transporte (-0,75%) e veículos automotores (-0,15%).

Das atividades em alta em 2010, a influência mais importante veio da produção de alimentos (3,55 pontos percentuais dos 8,04%), seguida por outros químicos (1,51 ponto percentual). Para os setores com preços em queda, a maior influência veio de produtos de informática (-0,21 ponto percentual).

A contribuição, ou peso, mede o percentual que uma determinada variação tem no indicador geral. Os produtos alimentícios, com variação acumulada de 21,24% em 2010, tiveram a maior contribuição para o IPP, representando 18,76% da variação de 8,04%. Em seguida, vieram os veículos automotores, que, com uma variação acumulada negativa (-0,15%) e um peso de 11,91%, evitou que o IPP apresentasse uma variação positiva ainda mais elevada no ano passado. Isso quer dizer que o comportamento dos preços de veículos, praticamente estáveis no acumulado do ano, não permitiu que o crescimento observado nos preços das indústrias de transformação fosse maior.

Produtos alimentícios, veículos automotores, derivados de petróleo e biocombustíveis, outros químicos, metalurgia, máquinas e equipamentos e computadores e produtos eletrônicos somam aproximadamente 70% da produção da indústria de transformação.

O aumento dos produtos alimentícios (21,24%) se insere no cenário de elevação mundial dos preços das commodities. Em termos de influência nessa taxa, destacaram-se tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja; sucos concentrados de laranja; e açúcar cristal. Já em termos de contribuição, 40% do indicador se deve aos aumentos observados em açúcar cristal; tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja; carnes de bovinos frescas ou refrigeradas; sucos concentrados de laranja; e óleo de soja refinado.

No setor de veículos automotores (-0,15%), a maior influência nesse indicador se deveu justamente ao preço de automóveis de qualquer cilindrada. Esse produto também é o de principal contribuição , seguido pelos caminhões a diesel de capacidade superior a 5 toneladas, usados tanto na agricultura como na construção civil, setores em crescimento em 2010.

O aumento de derivados de petróleo e biocombustíveis (4,97%) foi influenciado pela alta do óleo diesel e da nafta. Em termos de contribuição, o aumento do óleo diesel explica a variação de quase 5% dos preços do setor. Ele só não foi maior porque os preços da gasolina no acumulado de 2010 tiveram trajetória estável.

Outros produtos químicos (15,76%) tiveram um dos aumentos acumulados mais expressivos em 2010, influenciado por etileno (eteno) não saturado e adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK). A ordem se inverte quanto à contribuição, com maior importância para os adubos. O aumento do preço de adubos é condizente com o desempenho da agricultura exportadora, consumidora intensiva do insumo.

O aumento da metalurgia (3,95%) foi influenciado pela evolução dos preços de lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono; e chapas e tiras de alumínio de forma quadrada ou retangular. Os produtos de maior impacto na estatística são os lingotes e o alumínio não ligado em formas brutas (líquido, massa, lingotes, biletes, granalhas, etc.).

Aparelhos de ar-condicionado de paredes, de janelas ou transportáveis; turbinas e rodas hidráulicas; e compressores usados em aparelhos de refrigeração (refrigeradores comerciais ou domésticos, aparelhos de ar-condicionado e semelhantes) e compressores de ar montados sobre chassis com rodas e rebocáveis são os produtos que têm maior influência no aumento de máquinas e equipamentos (1,22%). Tratores agrícolas e os compressores, ambos com queda de preço no acumulado do ano, são os produtos de maior impacto. O aumento de preço espalhado entre produtos de menor importância explicou a variação positiva do setor. A valorização do câmbio tem sido a principal explicação do setor para a tendência de queda dos preços das máquinas, que entram em concorrência direta com aquelas importadas.

No caso de computadores e produtos eletrônicos (-5,03%), houve quedas de preços em oito dos dez produtos selecionados para o setor. Telefones celulares e televisores são os produtos com maior influência e impacto. Esse comportamento, que se concentra no segundo semestre, está relacionado em grande parte a promoções dos produtos originalmente lançados para a Copa do Mundo de futebol.