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Produção industrial varia 0,2% em janeiro

Em janeiro de 2011, já descontadas as influências sazonais, a produção industrial permanece com o quadro de menor ritmo produtivo...

02/03/2011 06h01 | Atualizado em 02/03/2011 06h01

Em janeiro de 2011, já descontadas as influências sazonais, a produção industrial permanece com o quadro de menor ritmo produtivo, expresso no ligeiro avanço de 0,2% na comparação janeiro 2011/dezembro 2010, após recuar 0,8% no mês anterior e 0,1% em novembro. Na comparação com igual mês do ano anterior, o total da indústria registrou expansão de 2,5%, repetindo o resultado observado em dezembro último e ainda apontando resultados positivos, mas com taxas menos intensas que em meses anteriores. Com isso, o índice acumulado nos últimos doze meses prosseguiu apontando expansão, mas com clara redução no ritmo de crescimento nos últimos meses: 9,4% em janeiro, contra 10,4% em dezembro, 11,7% em novembro e 11,8% em outubro.

Indicadores da Produção Industrial – Brasil – Janeiro de 2011

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

Entre os ramos, 15 registraram alta e 12 tiveram queda

O aumento da produção entre dezembro e janeiro foi sustentado pela expansão em 15 dos 27 ramos investigados e atingiu três das quatro categorias de uso. Entre os setores que cresceram, os desempenhos mais importantes para o resultado global vieram de material eletrônico e equipamentos de comunicações (cuja expansão de 35,5% refletiu o retorno das férias coletivas concedidas por empresas do setor no mês anterior), metalurgia básica (5,3%) e farmacêutica (5,4%). Vale destacar que esses ramos haviam assinalado recuo em dezembro: -17,0%, -4,9% e –2,1%, respectivamente. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria foram observadas em máquinas e equipamentos (1,9%), produtos de metal (2,9%) e alimentos (0,8%). Entre as atividades que reduziram a produção na passagem de dezembro para janeiro, os destaques foram: veículos automotores (-3,2%), que acumulou perda de 4,0% nos últimos três meses, refino de petróleo e produção de álcool (-2,3%), minerais não metálicos (-2,8%) e bebidas (-2,4%).

Ainda na comparação com dezembro de 2010, no corte por categorias de uso, os índices foram positivos em bens de consumo duráveis (6,0%), bens de capital (1,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,3%), enquanto a produção de bens intermediários (-0,4%) apontou o seu segundo resultado negativo nesse tipo de confronto. A expansão de 6,0% observada na fabricação de bens de consumo duráveis ocorreu após dois meses seguidos de taxas negativas e levaram o setor a ficar 0,7% abaixo do seu patamar recorde alcançado em junho de 2008. O segmento de bens de capital, ao crescer 1,8%, eliminou o recuo de 0,8% assinalado em dezembro, enquanto o acréscimo de 0,3% observado em bens de consumo semi e não duráveis interrompeu três meses seguidos de queda, período em que acumulou perda de 1,3%.

Média móvel trimestral variou -0,2%

Na evolução do índice de média móvel trimestral, o total da indústria mostrou variação negativa de 0,2% entre dezembro e janeiro, repetindo o resultado assinalado no mês anterior, após ficar estável entre setembro e novembro. Entre as categorias de uso, os segmentos de bens de consumo duráveis (1,8%) e de bens de capital (1,4%) apontaram os maiores incrementos e prosseguiram com a trajetória ascendente iniciada em agosto e outubro, respectivamente. O setor de bens intermediários permaneceu pelo terceiro mês seguido mostrando ligeira variação positiva: 0,2% em novembro e dezembro e 0,1% em janeiro. O segmento de bens de consumo semi e não duráveis (-0,2%) registrou o segundo resultado negativo consecutivo, acumulando nesses dois meses perda de 0,7%.

Na comparação com janeiro/2010, veículos automotores puxaram crescimento

No confronto com janeiro de 2010, o setor industrial apontou acréscimo de 2,5%, décima quinta taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação, com expansão em 19 das 27 atividades pesquisadas. Vale citar que janeiro de 2011 teve um dia útil a mais que janeiro de 2010. O ramo de veículos automotores, que avançou 8,2%, exerceu o maior impacto na formação da taxa global, seguido por máquinas e equipamentos (7,0%), indústrias extrativas (5,5%), outros equipamentos de transporte (11,8%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (14,8%) e farmacêutica (7,4%). Nessas atividades, sobressaíram principalmente os itens: automóveis e caminhões; aparelhos de ar condicionado, motoniveladores e empilhadeiras; minérios de ferro, petróleo e gás natural; motocicletas e aviões; terminais de auto-atendimento e peças e acessórios para informática; e medicamentos. Entre os oito ramos que apontaram queda, as principais pressões sobre a média da indústria vieram de têxtil (-11,6%), bebidas (-4,5%), produtos de metal (-5,1%) e refino de petróleo e produção de álcool (-2,3%), influenciados em grande parte pelos recuos na fabricação dos itens tecidos de algodão e de toalhas de banho, rosto e mãos, no primeiro setor, preparações em xarope e em pó para elaboração de bebidas no segundo, partes e peças para bens de capital, no terceiro, e óleo diesel, álcool e naftas para petroquímica no último.

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com janeiro de 2010, os resultados foram positivos, com bens de capital (9,1%) e bens de consumo duráveis (6,1%) assinalando ritmo bem superior ao do total da indústria (2,5%), enquanto bens intermediários (0,9%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,8%) registraram avanços mais moderados.

O segmento de bens de capital apontou a expansão mais elevada entre as categorias de uso, impulsionado pelo crescimento na maior parte dos seus subsetores, com destaque para bens de capital para transporte (8,4%), para uso misto (9,8%), para construção (23,6%) e para fins industriais (6,4%). A produção de bens de consumo duráveis também mostrou incremento acima da média global e foi positivamente influenciada pelos avanços na fabricação de automóveis (5,9%), de telefones celulares (25,8%) e de motocicletas (44,9%). Nessa categoria de uso, vale citar a pressão negativa vinda do grupamento de eletrodomésticos (-5,9%), especialmente pressionado pelo recuo de 26,8% assinalado pelos eletrodomésticos da “linha marrom”, uma vez que os da “linha branca” registraram ligeira variação positiva (0,5%).

Ainda no confronto com janeiro de 2010, avançando abaixo do total da indústria figuraram os setores produtores de bens intermediários (0,9%) e de bens de consumo semi e não duráveis (0,8%). No primeiro segmento, as influências positivas vieram dos produtos associados às atividadesda indústria extrativa (5,6%), de veículos automotores (7,8%), de minerais não metálicos (3,5%), de borracha e plástico (3,4%), de alimentos (2,2%) e de celulose e papel (1,4%), enquanto as principais pressões negativas foram observadas em refino de petróleo e produção de álcool (-4,1%), têxtil (-8,3%) e produtos de metal (-6,8%). Nessa categoria de uso, vale destacar também a manutenção dos resultados positivos nos grupamentos de insumos para construção civil (6,5%) e de embalagens (6,1%). O desempenho positivo do segmento de bens de consumo semi e não duráveis foi particularmente influenciado pelos avanços nos grupamentos de outros não duráveis (5,2%) e de carburantes (1,9%), enquanto os setores de semiduráveis (-8,9%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-0,6%) apontaram as taxas negativas.

O ritmo da produção total da indústria em janeiro de 2011 (2,5%) ficou ligeiramente abaixo do índice para o quarto trimestre de 2010 (3,2%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Esse movimento está presente na maioria (15) dos 27 ramos pesquisados e em duas das quatro categorias de uso. Entre estas, a perda de ritmo foi observada em bens intermediários, que apontou expansão de 3,9% no último trimestre de 2010 e passou para 0,9% em janeiro, e em bens de consumo semi e não duráveis (de 1,6% para 0,8%). Por outro lado, a produção de bens de consumo duráveis (de 1,5% para 6,1%) e de bens de capital (de 7,0% para 9,1%) registraram maior dinamismo entre o quarto trimestre do ano passado e o primeiro mês de 2011.