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Agroindústria brasileira cresceu 4,7% em 2010

Em 2010, a agroindústria brasileira cresceu 4,7%, revertendo a queda (-4,8%) registrada no ano anterior...

09/02/2011 07h01 | Atualizado em 09/02/2011 07h01

Em 2010, a agroindústria brasileira cresceu 4,7%, revertendo a queda (-4,8%) registrada no ano anterior. Entretanto, o resultado ficou abaixo do obtido pela indústria geral (10,5%). Ao mesmo tempo, trata-se do resultado mais elevado desde os 5,0% alcançados em 2007. Os setores associados à agricultura (4,7%), de maior peso na agroindústria, apresentaram melhor desempenho do que os vinculados à pecuária (1,8%). O grupo inseticidas, herbicidas e outros defensivos para uso agropecuário cresceu 14,6% e o segmento de madeira, 25,2%.

Após obter resultados positivos nos três primeiros trimestres de 2010 (5,2%, 6,6% e 7,3%, respectivamente), a agroindústria desacelerou no final do ano, fechando o último trimestre com queda (-0,8%).

O resultado da agricultura foi influenciado positivamente pelas boas condições climáticas em 2010, ao contrário do ocorrido em 2009, quando houve estiagem na Região Sul, principal produtora do país. Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a safra de grãos de 2010 somou cerca de 149,5 milhões de toneladas, 11,6% acima do obtido em 2009 (134,0 milhões) e 2,4% maior que a safra recorde de 2008 (146,0 milhões).

Sobre o setor externo, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC) indicam que o volume exportado dos principais produtos da agroindústria apresentou tais variações positivas frente a 2009: carne de aves não cortadas em pedaços (+6,4%); pedaços e miudezas de aves (+5,7%); carnes de bovinos congeladas (+2,2%); celulose (+1,7%); açúcar (+15,3%); grãos de soja triturados (+1,8%); bagaços e outros resíduos da extração do óleo de soja (+11,0%); óleo de soja em bruto (+2,2%); e couros e peles de bovinos (0,0%). Por outro lado, registraram queda as exportações de álcool (-42,4%); fumo (-23,2%) e carne de suínos congeladas (-9,7%).

 

Setor de derivados da agricultura cresceu 3,6%

O setor de produtos industriais derivados da agricultura cresceu 3,6%, com resultados positivos em seis dos oito subsetores pesquisados: derivados da cana-de-açúcar avançaram 8,1% devido à maior produção de açúcar cristal (+11,5%), impulsionada pelas exportações, e de álcool (+4,2%), fruto da expansão da frota de veículos bicombustíveis. Outras contribuições positivas: derivados da soja (+10,7%), trigo (+2,6%) e milho (+1,0%), puxados pelo crescimento da safra, além de laranja (+10,0%) e celulose (+2,0%). Por sua vez, as pressões negativas vieram de arroz (-4,7%), com redução na safra em função do excesso de chuvas no Rio Grande do Sul, maior estado produtor, e de fumo (-8,1%).

O setor dos produtos industriais utilizados pela agricultura avançou 12,5%, impulsionado pela maior fabricação de máquinas e equipamentos agrícolas (+32,7%) e adubos e fertilizantes (+2,7%). Contribuiu a recuperação da renda agrícola, decorrente da safra e do aumento no preço de algumas commodities, mesmo que o câmbio valorizado tenha impedido maior lucratividade. Assim, houve aumento no investimento realizado em tratores e colheitadeiras e na utilização de adubos e fertilizantes, itens fundamentais para o crescimento da produtividade agrícola. O setor externo também contribuiu para a maior produção de equipamentos agrícolas, com alta na exportação de colheitadeiras (+81,2%) e tratores de rodas (+14,9%), segundo estatísticas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Derivados de aves registra alta de 2,9%

O setor de produtos industriais derivados da pecuária cresceu 0,9%. Os derivados de aves aumentaram 2,9%, devido à demanda interna e ao incremento das exportações. Já os derivados da pecuária bovina e suína recuaram (-0,8%), fruto da queda nas exportações de suínos. A produção de leite caiu (-1,2%) enquanto a de couros e peles cresceu 5,2%.

O setor de produtos industriais utilizados pela pecuária avançou 5,0%, influenciado pelo crescimento do grupamento de rações e suplementos vitamínicos (8,2%), de maior peso no setor, já que o grupo de produtos veterinários registrou queda (-8,5%).