Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Desocupação fica em 5,3% em dezembro e fecha 2010 numa média de 6,7%

A taxa de desocupação foi estimada em 5,3% em dezembro de 2010, a menor da série da Pesquisa Mensal de Emprego (PME)...

27/01/2011 07h01 | Atualizado em 27/01/2011 07h01

A taxa de desocupação foi estimada em 5,3% em dezembro de 2010, a menor da série da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), iniciada em março de 2002, ficando 0,4 ponto percentual abaixo da registrada em novembro (5,7%). No confronto com dezembro de 2009 (6,8%), a taxa recuou 1,5 ponto percentual. Com esse resultado, na média dos 12 meses de 2010, a taxa de desocupação ficou em 6,7%, também a menor da série histórica, 1,4 ponto percentual abaixo da média de 2009 (8,1%) e 5,7 pontos percentuais abaixo da média de 2003 (12,4%).

O contingente de desocupados em dezembro de 2010 (1,3 milhão de pessoas) teve quedas tanto em relação a novembro (-8,0%) quanto a dezembro de 2009 (-21,4%). No ano de 2010, os desocupados somaram, em média, 1,6 milhão de pessoas, 15,0% a menos que em 2009 e 39,0% a menos que em 2003.

A população ocupada em dezembro de 2010 (22,5 milhões de pessoas) não variou na comparação mensal e cresceu 2,9% no confronto com dezembro de 2009. Na média de 2010, os ocupados somaram 22,0 milhões de pessoas, um contingente 3,5% maior que o de 2009 e 18,9% superior a 2003.

O total de trabalhadores com carteira assinada no setor privado em dezembro de 2010 (10,5 milhões) ficou estável em relação a novembro e cresceu 8,1% frente a dezembro de 2009. Esses resultados levaram, na média de 2010, a um recorde na proporção de trabalhadores com carteira (10,2 milhões de pessoas) em relação ao total de ocupados: 46,3%, frente a 44,7% em 2009 e 39,7% em 2003.

O rendimento médio real habitual dos trabalhadores em dezembro de 2010 (R$ 1.515,10) apresentou recuo de 0,7% na comparação mensal e aumentou 5,9% frente a dezembro de 2009. O ano de 2010 apresentou a maior média do rendimento médio mensal habitual desde 2003, R$ 1.490,61, o que representou um ganho de 3,8% em relação a 2009 e de 19,0% em relação a 2003.

A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 34,5 bilhões), referente a dezembro de 2010, ficou 0,5% menor do que a de novembro, mas cresceu 9,4% frente a dezembro de 2009. Já a massa de rendimento real efetivo dos ocupados (R$ 35,9 bilhões), referente a novembro de 2010, cresceu tanto frente a outubro (3,7%) quanto a novembro de 2009 (7,1%). No ano de 2010, a média da massa de rendimento real mensal habitual (R$ 33,2 bilhões) aumentou 7,5% em relação a 2009 e 41,1% na comparação com 2003.

Para realizar a PME, mensalmente, cerca de 400 servidores do IBGE visitam aproximadamente 44 mil domicílios em seis regiões metropolitanas: Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Os resultados de dezembro de 2010 (apresentados em separado na parte final deste texto) confirmam que as transformações que vinham ocorrendo no mercado de trabalho nos últimos anos evoluíram positivamente em todas as regiões metropolitanas investigadas e de forma mais intensa no ano passado.

Em 2010, população desocupada caiu 15,0%

Em 2010, foi registrado um contingente médio de 1,6 milhão de pessoas desocupadas, 15,0% inferior à média de 2009 (1,9 milhão de pessoas), retomando a tendência de queda, após o crescimento de 3,3% entre 2008 e 2009. Em relação a 2003 (2,6 milhões de desocupados), houve redução de 39,0% no número de pessoas nessa situação (menos aproximadamente 1 milhão de pessoas).

A taxa de desocupação de 2010 (média de janeiro a dezembro) foi estimada em 6,7%, 1,4 ponto percentual abaixo da observada em 2009 (8,1%). Na comparação com 2003, quando a taxa foi estimada em 12,4%, a redução foi de 5,7 pontos percentuais.

A tabela abaixo mostra a evolução da taxa de desocupação por ano para o total e cada uma das regiões pesquisadas pela PME.

População ocupada tem aumento recorde de 3,5% entre 2009 e 2010

A população ocupada no total das regiões da PME foi de 22,0 milhões de pessoas em 2010 (média de janeiro a dezembro), 3,5% maior que a de 2009 (21,3 milhões), resultado da criação de 743 mil postos de trabalho. Foi o maior aumento de um ano para o outro desde os 3,4% entre 2007 e 2008. O crescimento da população ocupada frente a 2009 ultrapassou o crescimento da população em idade ativa (10 anos ou mais), que foi de 1,3%. Em relação a 2003, o contingente de ocupados cresceu 18,9%, o que representou mais 3,5 milhões de pessoas trabalhando.

Esse resultado contribuiu para que a proporção de ocupados no total de pessoas com 10 anos ou mais de idade (nível da ocupação) passasse de 52,1% em 2009, para 53,2% em 2010, também um recorde na série de PME, desde os 52,5% de 2008. Em 2003 era 50,0%.

Trabalhadores com carteira são 46,3% dos ocupados, maior percentual da série

Na média, em 2010, 10,2 milhões de trabalhadores eram empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado. O percentual dos trabalhadores com carteira assinada em relação ao total de ocupados passou de 44,7% em 2009 para 46,3% em 2010 (em 2003 eram 39,7%), atingindo outro recorde na série histórica da PME. Para o total das seis regiões pesquisadas, o aumento desse contingente de empregados com carteira entre 2009 e 2010, de 7,2%, foi maior que o da população ocupada como um todo (3,5%).

O período de 2003 a 2010 também foi de expansão para essa categoria, que cresceu 38,7%, contra um aumento de 18,9% no total dos ocupados. Essa variação correspondeu a um acréscimo 2,8 milhões de pessoas empregadas com carteira de trabalho assinada.

Em consequência da maior presença da carteira de trabalho, também cresceu o percentual de trabalhadores que contribuem para a Previdência social: em 2003, eles eram 61,2% das pessoas ocupadas; em 2009, 66,8%; e, em 2010, 68,4%.

Mercado de trabalho está mais escolarizado, com mais mulheres e maiores de 50 anos

De 2009 para 2010, a proporção de pessoas com 50 anos ou mais de idade aumentou de 28,4% para 29,3% e, consequentemente, também cresceu a presença deles no mercado de trabalho (de 20,9% para 21,5% dos ocupados). Em 2003 esse grupo representava 16,7% da população ocupada.

Nesse mesmo intervalo de tempo (2009/2010), também aumentou a escolaridade da população como um todo, em especial a dos trabalhadores. O percentual de pessoas com 11 anos ou mais de estudo no total da população com 10 anos ou mais de idade cresceu 1,5 ponto percentual entre 2009 (43,0%) e 2010 (44,5%) e 10,2 pontos percentuais na comparação com 2003 (34,3%). Entre os trabalhadores, o contingente com 11 anos ou mais de estudo era, em 2010, 59,2% do total, contra 57,5% em 2009 e 46,7% em 2003.

Em 2010, as mulheres continuaram a aumentar sua inserção no mercado de trabalho. A participação delas na população ocupada foi de 45,1% em 2009, para 45,3% no ano passado. Em 2003 a participação feminina era de 43,0%.

Rendimento médio de trabalho em 2010 foi o maior desde 2003

O ano de 2010 apresentou a maior média do rendimento médio mensal habitualmente recebido no trabalho principal desde 2003, R$ 1.490,61, o que significou um ganho de 3,8% em relação a 2009 (R$ 1.436,69) e 19,0% em relação a 2003 (R$ 1.252,48).

Tabela 93: Rendimento médio real habitualmente recebido pela população ocupada, por regiões metropolitanas (em reais)* - a preços de dez/10

Ainda há disparidades, porém, entre os rendimentos de homens e mulheres. Em 2010, em média, as mulheres ganhavam em torno de 72,3% do rendimento recebido pelos homens, situação que não mudou significativamente desde 2003, quando esse percentual era de 70,8%.

Tabela 97: Razão da média anual do rendimento médio real habitual do trabalho principal, mulher/homem (em%)

De 2009 para 2010, o rendimento aumentou em todas as formas de inserção: empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado (10,0%); militares e funcionários públicos estatutários (4,7%); empregadores (4,0%); trabalhadores por conta própria (3,3%); e trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado (1,5%).

Da mesma forma, todos os grupamentos de atividade apresentaram ganho no rendimento do trabalho, sendo que, em termos percentuais, os que mais aumentaram foram os que tinham os menores rendimentos. A construção registrou um aumentou de 10,9% de 2009 para 2010 e de 30,6% em relação a 2003. No serviço doméstico, foi observado ganho de 5,9% de 2009 para 2010. Em relação a 2003, este grupamento teve o maior aumento: 34,8%.

O rendimento domiciliar per capita aumentou 5,5% de 2009 (R$ 934,25) para 2010 (R$ 985,38), e 30,5% entre 2003 (R$ 754,93) e 2010.

Tabela 102: Rendimento médio real habitual domiciliar per capita, por regiões metropolitanas (em reais)* - a preços de dez/10

A massa de rendimento real mensal habitual (média anual) foi estimada para 2010 em 33,2 bilhões de reais nas seis regiões metropolitanas, um aumento de 7,5% em relação a 2009. Na comparação com 2003, o aumento chegou a 41,1%.

Resultados de dezembro de 2010

Os resultados da taxa de desocupação por mês, de novembro de 2009 a dezembro de 2010, aparecem no gráfico abaixo:

Regionalmente, na comparação com novembro de 2010, a taxa de desocupação apresentou variação significativa nas regiões metropolitanas de Recife (de 8,4% para 6,9%), Salvador (de 9,4% para 8,4%), Belo Horizonte (de 5,3% para 4,3%) e Porto Alegre (de 3,7% para 3,0%).

Frente a dezembro de 2009, houve quedas em Recife (-1,5 ponto percentual), Salvador (-2,3 pontos percentuais), Belo Horizonte (-0,8 ponto percentual), São Paulo (-2,2 pontos percentuais) e Porto Alegre (-1,3 ponto percentual). Só no Rio de Janeiro, a taxa ficou estável.

Taxa de desocupação nos meses de dezembro, segundo as regiões metropolitanas

Para a população ocupada (22,5 milhões de pessoas), em dezembro de 2010, no total das seis regiões metropolitanas, houve estabilidade em relação ao mês anterior em quase todos os grupamentos de atividade, exceto em educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social, que teve queda de 2,8%.

Na análise anual (dezembro 2010/ dezembro 2009), apresentaram crescimento os seguintes grupamentos: educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (5,3%); outros serviços (4,9%); serviços prestados a empresas, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira (4,2%); e indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água (3,6%).

Em dezembro de 2010, os trabalhadores com carteira assinada no setor privado (10,5 milhões de pessoas) representavam 47,0% das pessoas ocupadas.

O quadro a seguir mostra os valores, em dezembro de 2010, do rendimento médio real habitual dos trabalhadores para o total das áreas investigadas (R$ 1.515,10) e para cada uma das regiões.

Rendimento da população ocupada nos meses de dezembro, de 2002 a 2010

 

Na tabela abaixo, estão as variações do rendimento médio real habitual, segundo os grupamentos de atividade:

 

Por posição na ocupação, em relação a novembro, houve queda para os empregados sem carteira de trabalho assinada (-0,5%), militares e funcionários públicos (-3,4%), trabalhadores por conta própria (-2,2%) e empregadores (-1,8%). Apenas os empregados com carteira assinada tiveram aumento (0,8%). Na comparação com dezembro de 2009, houve ganhos para todas as categorias, conforme mostra a tabela a seguir.

Em relação a novembro, o rendimento domiciliar per capita (R$ 1.107,16) não apresentou variação significativa (0,3%), mas cresceu 7,1% em relação a dezembro de 2009. Na tabela abaixo, os valores e as variações desse indicador para as seis regiões metropolitanas investigadas pela PME.