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Em agosto, produção industrial varia -0,1%

Em agosto de 2010, a produção industrial variou -0,1% frente a julho...

01/10/2010 06h01 | Atualizado em 01/10/2010 06h01

Em agosto de 2010, a produção industrial variou -0,1% frente a julho, na série livre de influências sazonais, após registrar avanço de 0,6% em julho. Em relação a agosto de 2009 houve expansão de 8,9%, completando dez meses seguidos de taxas positivas, e nos primeiros oito meses do ano o acúmulo foi de 14,1%. O acumulado nos últimos 12 meses manteve a trajetória ascendente iniciada em outubro de 2009, ao passar de 8,3% em julho para 9,9% em agosto.

Na formação da taxa de -0,1% observada na passagem de julho para agosto, 16 das 27 atividades pesquisadas apontaram redução na produção, com o principal impacto negativo vindo do setor de metalurgia básica (-5,8%), seguido por refino de petróleo e produção de álcool (-3,6%), influenciado pela paralisação técnica em unidade produtiva do setor, farmacêutica (-5,5%), bebidas (-4,9%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (-6,5%). Por outro lado, os ramos que mais pressionaram positivamente foram: máquinas e equipamentos (5,6%), que recuperou parte da perda observada em julho (-6,2%), veículos automotores (1,4%), edição e impressão (4,1%) e outros equipamentos de transporte (4,5%).

Ainda na comparação com o mês anterior, nos índices por categorias de uso, somente o segmento de bens de capital (1,4%) apontou avanço na produção, após ligeira variação positiva (0,2%) em julho. As demais categorias de uso registraram resultados negativos, com destaque para bens intermediários (-1,5%), que mostrou a queda mais acentuada, vindo a seguir bens de consumo semi e não duráveis (-0,8%) e bens de consumo duráveis (-0,1%). Vale ressaltar que esses setores assinalaram taxas positivas no mês anterior: 0,7%, 0,3% e 1,1%, respectivamente.

Com a virtual estabilidade (-0,1%) do setor industrial em agosto, o índice de média móvel trimestral (-0,2%) permaneceu negativo pelo terceiro mês e repetiu o ritmo de queda observado no mês anterior. Por categorias de uso, todos os segmentos também registraram taxas negativas, com o setor de bens de consumo duráveis (-0,8%) apontando a maior a perda entre julho e agosto, seguido por bens intermediários (-0,5%), bens de consumo semi e não duráveis (-0,4%) e bens de capital (-0,1%).

Na comparação com agosto de 2009, alta em 62 dos 76 subsetores

Na comparação com agosto de 2009, a produção global da indústria cresceu 8,9%, praticamente repetindo a marca observada no mês anterior (8,8%). Vale citar que agosto de 2010, com 22 dias úteis, teve um dia útil a mais que igual mês do ano anterior (21). O perfil de crescimento em agosto deste ano permaneceu generalizado, com todas as categorias de uso, 22 das 27 atividades, 62 dos 76 subsetores e 68% dos 755 produtos investigados sustentando taxas positivas. Entre as atividades, veículos automotores (27,2%) se manteve como a de maior influência positiva na formação da média da indústria, com 96% dos produtos pesquisados no setor apontando acréscimo na produção, seguido por máquinas e equipamentos (20,7%), alimentos (9,5%), indústrias extrativas (10,7%), metalurgia básica (9,9%) e produtos de metal (18,5%). Em termos de produtos, os destaques nesses ramos foram: caminhões, caminhão-trator e automóveis; aparelhos carregadoras-transportadoras, empilhadeiras propulsoras, motoniveladores e tratores agrícolas; açúcar cristal e sucos concentrados de laranja; minérios de ferro; ferronióbio, artefatos e peças de ferro fundido e barras de outras ligas de aço; e parafusos, ganchos, porcas e roscas de ferro e aço. Por outro lado, entre os cinco ramos que registraram queda na produção, os principais impactos ficaram com refino de petróleo e produção de álcool (-3,6%), influenciado por uma paralisação técnica em unidade produtiva do setor, e farmacêutica (-5,6%). Nestas atividades sobressaíram, respectivamente, os recuos na fabricação dos itens óleo diesel e medicamentos.

Por categorias de uso, ainda na comparação com agosto de 2009, a produção de bens de capital (28,0%) apontou ritmo de crescimento bem acima da média global (8,9%), apoiada sobretudo na expansão generalizada de máquinas e equipamentos, sinalizando ampliação dos investimentos em diferentes setores frente a 2009. O principal impacto positivo ficou com o subsetor de bens de capital para transporte (45,5%), seguido por bens de capital para construção (103,8%), para uso misto (12,9%), para fins industriais (19,2%), agrícola (48,3%) e energia elétrica (8,3%). As demais categorias de uso registraram taxas abaixo da indústria geral: bens intermediários (8,7%) e bens de consumo, duráveis (4,7%) e semi e não duráveis (4,3%).

O desempenho de bens intermediários ficou 8,7% acima do de agosto de 2009, décima taxa positiva consecutiva, mas a menor desde novembro de 2009 (5,2%). Esse resultado foi explicado em grande parte pelos avanços nos produtos associados às atividades de veículos automotores (28,7%), metalurgia básica (9,9%), indústrias extrativas (10,8%), alimentos (15,7%) e produtos de metal (20,6%), enquanto refino de petróleo e produção de álcool (-7,9%), pressionado pela redução na produção de óleo diesel, exerceu a única contribuição negativa. Nos grupamentos com taxas positivas sobressaiu a maior fabricação de chassis com motor para caminhões e ônibus e peças e acessórios para motor; ferronióbio; minérios de ferro; açúcar cristal; e parafusos, ganchos, porcas e roscas de ferro e aço. Vale destacar também os desempenhos positivos vindos dos grupamentos de insumos típicos para construção civil (10,8%) e de embalagens (12,1%).

Ainda no confronto com agosto de 2009, avançando também abaixo da média da indústria, figuraram ainda bens de consumo duráveis (4,7%) e bens de consumo semi e não duráveis (4,3%). No primeiro segmento, a expansão foi influenciada em grande parte pelo acréscimo na fabricação de automóveis (9,0%), de eletrodomésticos da “linha marrom” (9,6%) e de outros eletrodomésticos (13,0%), uma vez que os eletrodomésticos da “linha branca” (-18,5%) e os telefones celulares (-5,7%) registraram queda na produção. O setor de bens de consumo semi e não duráveis mostrou crescimento em todos os seus subsetores: alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (6,1%), semiduráveis (8,9%), carburantes (4,6%) e outros não duráveis (0,7%). Nesses grupamentos destacaram-se, respectivamente, os acréscimos observados nos itens sucos e concentrados de laranja, refrigerantes, cervejas e chope; calçados e cds; álcool; e revistas.

No indicador acumulado dos primeiros oito meses do ano, a taxa global de 14,1% foi explicada, principalmente, pelo desempenho positivo de 25 dos 27 itens pesquisados, com destaque para a liderança de veículos automotores (30,8%) e de máquinas e equipamentos (35,0%), ambos impulsionados pelos índices positivos em mais de 85% dos produtos investigados nas respectivas atividades. Nesses setores, sobressaíram a maior produção de automóveis, caminhão-trator e caminhões, no primeiro ramo, e de aparelhos carregadoras-transportadoras, compressores para aparelhos de refrigeração, fornos microondas e motoniveladores, no segundo. Vale destacar também as contribuições positivas vindas de metalurgia básica (26,9%), outros produtos químicos (14,3%), produtos de metal (30,7%), indústrias extrativas (14,7%) e alimentos (6,3%). Por outro lado, os ramos de fumo (–10,4%) e de outros equipamentos de transporte (-3,4%) prosseguiram exercendo as duas únicas pressões negativas.

Entre as categorias de uso, os resultados permaneceram positivos com o segmento de bens de capital (28,3%) assinalando crescimento bem acima do total da indústria (14,1%). Os setores produtores de bens de consumo duráveis (15,7%) e de bens intermediários (15,3%) também apontaram expansão acima da média global, enquanto bens de consumo semi e não duráveis (6,7%) registrou o avanço mais moderado entre as categorias de uso.

Em síntese, a atividade industrial mostrou em agosto um quadro de estabilidade (-0,1%) frente ao patamar do mês anterior, após ter avançado 0,6% em julho. Entre as categorias de uso, ainda na série com ajuste sazonal, o segmento de bens de capital foi o único que apontou expansão na produção (1,4%), enquanto bens intermediários (-1,5%), influenciado em grande parte pelo resultado negativo de metalurgia básica e pela paralisação técnica ocorrida em refino de petróleo e produção de álcool, exerceu a principal contribuição negativa.

Nos confrontos que envolvem 2009, permaneceu o crescimento de perfil disseminado entre as categorias de uso, atividades, subsetores e produtos. Na análise dos índices por quadrimestres, o setor industrial avançou 10,8% no período maio-agosto, ritmo de expansão menos intenso que os 18,0% observados nos quatro primeiros meses do ano, ambas as comparações contra igual período do ano anterior, refletindo não só o comportamento mais moderado da atividade industrial nos últimos meses, mas também a elevação da base de comparação. Em termos de categorias de uso, nesse mesmo tipo de confronto, todos os segmentos mostraram o mesmo movimento, com bens de consumo duráveis registrando a maior perda entre os dois períodos, ao passar de 26,2% para 7,2%, seguido por bens intermediários (de 19,3% para 11,9%) e bens de consumo semi e não duráveis (de 8,6% para 4,9%). O setor de bens de capital foi o que assinalou a menor redução no ritmo de crescimento entre o primeiro e o segundo quadrimestre do ano (de 28,5% para 28,1%), além de permanecer com a taxa mais elevada.