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Seminário discute o uso do tempo na sociedade moderna

O II Seminário Internacional sobre Pesquisas de Uso do Tempo – Aspectos Metodológicos e Experiências Internacionais...

08/09/2010 12h01 | Atualizado em 08/09/2010 12h01

O II Seminário Internacional sobre Pesquisas de Uso do Tempo – Aspectos Metodológicos e Experiências Internacionais será realizado nos próximos dias 9 e 10 de setembro, das 9h às 18h, no Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), localizado na rua General Canabarro, 706, Maracanã, Rio de Janeiro.

O evento é uma realização do Comitê de Estatísticas de Gênero e Uso do Tempo, coordenado pela Secretaria de Políticas da Mulheres (SPM), com a participação do IBGE, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), do escritório Brasil da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do escritório regional para países do Cone Sul do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para Mulheres (UNIFEM). O Comitê tem por objetivo estimular a incorporação da perspectiva de gênero na produção e na análise de informações estatísticas. O seminário resultou de ação em parceria de todas essas instituições.

O objetivo do seminário é discutir os avanços e desafios de pesquisas sobre Uso do Tempo e seus reflexos nas políticas públicas, especialmente as políticas de gênero. Os resultados deste tipo de estudo implicam em mudanças na forma como são vistos os papéis de gênero, a divisão de tarefas entre homens e mulheres, a conciliação entre trabalho e família, entre outros aspectos. O assunto tem ganhado cada vez mais destaque em função de discussões como a ampliação das licenças maternidade e paternidade, da guarda compartilhada de crianças, da jornada de trabalho flexível para famílias com filhos, do aumento da oferta de creches, etc.

A realização do seminário se mostrou oportuna, também, porque o IBGE, concretizando outra ação proposta pelo Comitê de Gênero e Uso do Tempo, realizou um teste de Pesquisa de Uso do Tempo, que incluiu visita a cerca de 11000 domicílios no Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Essa prova foi realizada em uma subamostra do teste da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), que foi estruturado para acontecer nas Unidades da Federação mencionadas, em 45000 domicílios. Este teste fez parte do planejamento do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares, que incluirá todas as pesquisas domiciliares do IBGE.

Esses testes são parte da estratégia para definir o programa regular futuro de pesquisas domiciliares do IBGE, cabendo destacar que a investigação do Uso do Tempo, além da sua importância para o tema gênero, é demandada por diversos setores da gestão de políticas públicas e do meio acadêmico. Assim, o País, nesse segundo seminário, passa a ter um interesse grande na discussão metodológica detalhada dessa operação, que por sua peculiaridade é bastante complexa. Ilustrando, o teste consistiu no registro, ao longo de 24 horas, de todas as atividades, e respectivos tempos gastos, realizadas por pessoa selecionada no domicilio a ser entrevistado, considerando intervalos de tempo de 15 minutos.

A programação do Seminário prevê a apresentação e discussão dessa experiência brasileira e a participação de especialistas de mais de dez países e de representantes de diversos organismos internacionais. A abertura do evento contará com a presença da Ministra Nilcéa Freire, da SPM, além do Presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, do diretor de estudos e políticas do IPEA, Jorge Abrahão, da representante da UNIFEM Brasil e Cone Sul, Rebecca Tavares, e da representante do escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo. A conferência inicial, que versará sobre O tempo nas sociedades modernas, será proferida pela professora María Ángeles Durán, do Instituto de Economia, Geografia e Demografia do Centro de Ciências Humanas e Sociais da Espanha.

Buscando tratar da desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, o pesquisador da OIT, Jon Messenger, vai falar sobre como a divisão desigual das tarefas afeta as mulheres no mercado de trabalho. A pesquisadora María Eugenia Gómez Luna, do Subsistema Nacional de Informação Econômica (INEGI) do México, abordará as novas formas de se calcular o Produto Interno Bruto (PIB), que incorporam o trabalho doméstico não remunerado a estas contas. Analisando os dados do México, ela concluiu que, caso fosse estimado um valor monetário para estas atividades, ele alcançaria cerca de 22,6% do PIB de seu país. Este tema também será abordado pela coordenadora de programas e ações de educação (SPM/Brasil), Hildete Pereira, que realiza estudos semelhantes com dados brasileiros.