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PAS 2008: segmento de informação e comunicação movimentou R$ 203 bilhões

As atividades de informação e comunicação geraram, em 2008, R$ 203,5 bilhões em receita, como revela a Pesquisa Anual de Serviços (PAS)...

25/08/2010 07h01 | Atualizado em 25/08/2010 07h01

As atividades de informação e comunicação geraram, em 2008, R$ 203,5 bilhões em receita, como revela a Pesquisa Anual de Serviços (PAS). Trata-se da maior movimentação no setor de serviços não financeiros, representando 29,9% do total. Embora conte com um pequeno número de empresas, esta área agrega alto valor em receita e é composta por instituições de grande porte. Em 2008, as 879.691 empresas do setor de serviços não financeiros estimadas pela PAS empregaram 9,2 milhões de pessoas e pagaram R$ 128,1 bilhões em salários. No total, foram R$ 680,1 bilhões de receita operacional líquida – diferença entre a receita bruta e o pagamento de impostos, abatimentos, descontos e vendas canceladas – e R$ 376,5 bilhões de valor adicionado, ou seja, o valor bruto da produção subtraído o consumo intermediário. Destas empresas, 292.528 (33,3%) eram dos serviços prestados às famílias, com destaque para os serviços de alimentação (199.547 empresas, 22,7%). Nas 46.239 empresas com 20 ou mais pessoas ocupadas (5,3% do total), a receita operacional líquida ultrapassou R$ 540 bilhões, o que significa 79,4% do total. Este estrato representa 74% do valor adicionado no setor de serviços, 77,2% dos salários e outras remunerações e 65,9% do pessoal ocupado. Em 2008, a PAS reflete a mudança na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), que proporcionou maior visibilidade a atividades que ganharam importância econômica ao longo do tempo.

Serviços técnico-profissionais respondem por 39,5% do pessoal ocupado

Entre os sete segmentos pesquisados pela PAS em 2008, a maior parcela de pessoal ocupado estava alocada no setor de serviços profissionais, administrativos e complementares, que envolve atividades técnico-profissionais e de escritório e apoio administrativo, entre outras. São 3,6 milhões de pessoas ou 39,5% do total. O mesmo se deu em relação à massa salarial, R$ 44,2 bilhões ou 34,5%. No tocante ao número de empresas, representou 28,3%, ou seja, 248.980 estabelecimentos, sendo ultrapassado apenas pelos serviços prestados às famílias, que inclui as atividades de alojamento e alimentação.

No que se refere à receita operacional líquida, o destaque fica com as atividades dos serviços de informação e comunicação, responsáveis por 29,9% do total, movimentando R$ 203,5 bilhões. Participação semelhante teve o setor de transportes, serviços auxiliares de transportes e correio, com 29,2% ou R$ 198,5 bilhões. A receita destes dois segmentos, somada a dos serviços profissionais, administrativos e complementares (R$ 163,3 bilhões ou 24%), representou 83,1% da receita operacional líquida em 2008.

Dentre as atividades, a maior receita foi de Telecomunicações

A atividade que absorveu a maior parte do pessoal ocupado foi a de alimentação, que integra o setor de serviços prestados às famílias, respondendo por 13,3% ou 1,2 milhão de pessoas. Eram, segundo as estimativas da PAS, 199.547 empresas neste ramo, o que corresponde a 22,7% do total de empresas de serviços no Brasil. Embora a remuneração média mensal seja baixa, girando em torno de 1,4 salários mínimos frente a 2,6 para o total dos serviços, o número de pessoas ocupadas nesta atividade levou à participação de 7% (R$ 8,9 bilhões) no total de salários, retiradas e outras remunerações. Em segundo lugar, encontravam-se os serviços para edifícios e atividades paisagísticas, com 9,2% ou 849.541 pessoas. Também caracterizada por baixos salários (1,5 salário mínimo mensal), inclui a prestação de serviços de apoio, limpeza, manutenção, recepção e portaria de prédios, imunização e controle de pragas, jardinagem, entre outros.

A maior parcela da massa salarial é atribuída aos serviços técnico-profissionais, que envolvem atividades de assessoria, consultoria e análise técnica, responsável por 11,1% ou R$ 14,2 bilhões. Neste ramo, o valor adicionado girou em torno de 13,7% ou R$ 51,4 bilhões. Estas atividades tiveram, ainda, participação significativa na receita operacional líquida, com 10,4% ou R$ 71 bilhões, atingindo a terceira maior receita dos serviços.

As telecomunicações geraram a maior receita operacional líquida, R$ 122,2 bilhões (18%). Além disso, contaram com a segunda maior produtividade, variável que expressa o quanto cada pessoa ocupada agrega na produção: R$ 374,5 mil por pessoa ocupada. O valor adicionado desta atividade nos serviços foi da ordem de R$ 51,2 bilhões (13,6%), o segundo maior do segmento.

No que se refere à produtividade, o destaque ficou a cargo do transporte dutoviário, em que cada pessoa ocupada adicionou R$ 485 mil, ao passo que a média geral foi de R$ 40,8 mil. Esta modalidade também apresentou o maior salário médio mensal, 18,7 salários mínimos. Já o transporte ferroviário e metroviário apresentou a maior média de pessoal ocupado por empresa: 1.218, face à média geral de 10. O transporte rodoviário de cargas ocupou o segundo posto no tocante à receita (R$ 72,1 bilhões ou 10,6%), obtendo a terceira maior participação no valor adicionado (R$ 28,2 bilhões ou 7,5%), massa salarial (R$ 9,4 bilhões ou 7,4%) e no pessoal ocupado (749.724 ou 8,1%). O transporte aéreo mostrou o segundo maior salário médio (8 salários mínimos mensais).

CNAE 2.0 traduz mudanças nos serviços de informação

As alterações provocadas pela adoção da CNAE 2.0 na PAS 2008 visaram adequar a pesquisa ao cenário econômico atual. É o caso, por exemplo, da atividade de tecnologia da informação, anteriormente denominada atividades de informática. Trata-se da atualização da terminologia utilizada no mercado, que reflete profundas mudanças ocorridas nas atividades relacionadas ao uso de computadores e ao trato da informação.

No que se refere aos serviços prestados às famílias, as atividades esportivas passaram a fazer parte da pesquisa, integrando o que anteriormente se denominava atividades recreativas e culturais. Em relação às telecomunicações, os serviços, antes agrupados em uma única categoria, foram desagregados em cinco grupos, com destaque para as operadoras de televisão por assinatura, que antes não eram destacadas na classificação. Houve, ainda, a criação de uma divisão referente aos serviços para edifícios e atividades paisagísticas, tratados anteriormente em conjunto com os serviços fotográficos e uma variedade de outras atividades prestadas às empresas.