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47% das empresas industriais têm entre 1 e 4 empregados

De 2007 para 2008, número de empresas industriais cresce 10,8%...

30/06/2010 07h01 | Atualizado em 30/06/2010 07h01

Com o objetivo de identificar as características estruturais básicas do segmento industrial, a PIA – Empresa 2008 mediu, pela primeira vez, dados referentes a estabelecimentos que empregam entre uma e quatro pessoas ocupadas. Correspondendo a aproximadamente metade do número de empresas industriais (47%), englobam em torno de 6% do pessoal ocupado total e são responsáveis por cerca 1% do valor da transformação industrial (VTI), ou seja, a diferença entre o valor bruto da produção e os custos das operações. Já as aproximadamente 165 mil empresas que possuem cinco ou mais pessoas ocupadas têm receita de vendas de R$ 1,7 trilhão, o que representa 99,1 % do total. Os gastos com pessoal foram da ordem de R$ 131 bilhões, ou seja, 98,4%. Os custos diretos da produção ultrapassaram os R$ 131 bilhões e os investimentos brutos realizados para o ativo imobilizado1 atingiram cerca de R$ 138 bilhões. Outra novidade da pesquisa este ano são as mudanças na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). A implementação da CNAE 2.0 significa uma nova forma de apresentação da estrutura empresarial brasileira, que difere da apresentada na versão anterior.

De 2007 para 2008, número de empresas industriais cresce 10,8%

O número de empresas industriais no Brasil cresceu 10,8% na comparação entre 2007 e 2008, segundo a Pesquisa Industrial Anual (PIA) – Empresa 2008, passando de 279.820 para 310.017. O segmento, que emprega cerca 7,9 milhões de pessoas, teve receita de R$ 1,8 trilhão, sendo que o VTI foi de R$ 722 bilhões. Os gastos com pessoal ultrapassaram os R$ 225 bilhões contra os quase R$ 195 bilhões no ano anterior. A pesquisa mostrou, ainda, que o tamanho médio das empresas diminuiu, passando de 27 pessoas ocupadas em 2007 para 25 em 2008. Isso porque o avanço no número de empresas foi maior que o de pessoal ocupado, este da ordem de 5,5%. Em termos nominais, notou-se crescimento da receita líquida de vendas (17,4%), do VTI (20,2%) e dos gastos com pessoal (16,1%).

Valor da Transformação Industrial das empresas com mais de 5 empregados aumenta 20,3%

O crescimento numérico das empresas com cinco ou mais pessoas ocupadas foi de 5,7% em relação a 2007, ao passo que, em termos de pessoal ocupado, o acréscimo foi de 4,9%. O VTI teve um aumento de 20,3% em relação ao ano anterior, o que se deve, em grande parte, ao setor de fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que contribuiu com 4% para este crescimento. Em seguida, destacam-se as indústrias alimentícia e automobilística, ambas com 2,6%, as indústrias extrativas com 2,1% e a metalurgia, com 1,7%. Juntos, estes setores representam cerca de 13%.

Em termos nominais, a receita líquida de vendas aumentou 17,3%, os gastos com pessoal, 16,1%, os custos diretos da produção, 17,5%, e os investimentos brutos realizados para o ativo imobilizado, 18,1%.

Venda de produtos e serviços representa 84,2% da receita

A venda de produtos e serviços permanece, em 2008, como a principal fonte de receitas das empresas industriais com 5 ou mais pessoas ocupadas, englobando mais de 84% do total, embora tenha perdido 1,8 p.p. na comparação com 2007. Em contrapartida, a receita com revenda de mercadorias e prestação de serviços não industriais aumentou sua participação em 0,7 p.p., e as receitas das atividades não produtivas tiveram ganhos de 1,1 p.p.

O consumo de matérias-primas permanece como o principal componente dos custos e despesas, atingindo 43,6% em 2008, mas tem perda de participação, já que, em 2007, representava 47%. A aquisição de mercadorias para revenda alcançou o patamar de R$ 93 bilhões em 2008, registrando aumento de 0,8 p.p.

Os custos diretos de produção tiveram uma participação de 7,2%, menor que em 2007, quando esta variável era de 7,6%. Isso se explica pela perda de participação do grupo pagamento de serviços prestados por terceiros e consumos diversos para manutenção e reparação de máquinas e equipamentos, que passou de 4,9% em 2007 para 4,5% em 2008. Os demais custos e despesas representam 32,1%, mais que os 28,2% registrados em 2007.

Coque, derivados do petróleo e biocombustíveis destacam-se no valor da transformação industrial

As cinco divisões de maior peso no VTI em 2008 são as mesmas de 2007 no ranking da indústria nacional. Representando mais de 50% do total, destacam-se, em 2008, a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (16,5%); a de produtos alimentícios (12,3%); a de veículos automotores, reboques e carrocerias (10,0%); metalurgia (8,1%); e fabricação de produtos químicos (7,3%). Nas demais atividades, sobressai o ganho vindo das indústrias extrativas, que possuíam 4,1% do VTI em 2007 e 5,1% em 2008.

No que se refere ao número de empresas, os cinco principais setores foram responsáveis, tanto em 2007 como em 2008, por aproximadamente 53% do total. São eles: confecção de artigos do vestuário e acessórios; fabricação de produtos alimentícios; de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos; de produtos minerais não-metálicos; e de produtos de borracha e de material plástico.

Sudeste e Sul concentram 80,5% do valor da transformação industrial

A concentração das maiores participações no total do valor da transformação industrial (VTI) e na receita líquida de vendas ocorre nas regiões Sudeste (62,2% e 59,5%) e Sul (18,3% e 20,7%), com percentuais bem acima dos observados nas regiões Nordeste (9,7% e 9,1%), Norte (6,2% e 5,6%); e Centro-Oeste (3,7% e 5,2%). Também nas variáveis número de plantas industriais (unidades locais de uma mesma empresa industrial) e pessoal ocupado, o Sudeste está à frente, com 52,6% e 54,0%, respectivamente, seguido pelo Sul (27,4% e 25,0%).

Vale ressaltar que, nas regiões Nordeste (11,2% e 12,6%) e Centro-Oeste (5,7% e 4,8%) essas variáveis apresentam participação relativa mais elevada que o VTI, receita líquida de vendas e gastos com pessoal. A Região Norte (3,1% e 3,6%) é relativamente mais importante no VTI, receita líquida de vendas e gastos com pessoal, por conta principalmente da maior presença de setores intensivos em tecnologia (Zona Franca) e de commodities metálicas (veja o Quadro 4, na página seguinte, que mostra, por estado, as três principais atividades que contribuem para o VTI).

Do ponto de vista da participação no VTI, as indústrias extrativas aparecem entre as cinco atividades industriais de maior destaque em quase todas as regiões, exceto na Região Sul, onde as indústrias alimentícia e automobilística aparecem na liderança. De modo geral, também se observa que a atividade de fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis ganha espaço no âmbito regional, especialmente, nas regiões Nordeste (19,4%), Sudeste (12,1%), Norte (10,2%) e Sul (9,3%), embora apresente pequena participação no pessoal ocupado e no número de plantas industriais da indústria nacional.

Um dos segmentos de maior participação, em termos de valor da transformação industrial e do pessoal ocupado, na maioria das regiões, é a indústria alimentícia. Vale destacar que, na Região Centro-Oeste, refletindo o maior dinamismo dessa atividade no local, os produtos alimentícios concentram 45,9% do valor da transformação industrial, 22,5% do número de unidades locais e 41,2% do pessoal ocupado. Na Região Norte, a indústria de bebidas aparece em 2008 como um dos segmentos de maior destaque no que tange ao valor da transformação industrial, o que reflete, principalmente, a sua desagregação em relação à indústria alimentícia na nova versão da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).

Entenda as mudanças na CNAE 2.0

A partir de 2008, que apresenta resultados retroativos a 2007, o IBGE passa a divulgar uma nova série de dados da Pesquisa Industrial Anual – Empresa, utilizando a versão 2.0 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), o que representa uma nova forma de apresentação da estrutura empresarial brasileira. Em relação à PIA – Empresa, as principais alterações verificadas com a adoção da versão 2.0 da CNAE foram, entre outras:

  • Nas indústrias extrativas, as atividades de serviços de apoio tornaram-se uma divisão específica;
  • Nas indústrias de transformação, há atividades industriais que passaram a ser representadas em níveis mais detalhados: a fabricação de bebidas (agora destacada da indústria alimentícia); a de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (que agora inclui a fabricação de substâncias radioativas para diagnóstico); a de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos; a de móveis (que agora inclui a fabricação de artigos do mobiliário de qualquer material para qualquer uso, bem como a fabricação de gabinetes para máquinas de costura, televisores e semelhantes) e as atividades de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos; e
  • Deslocamento, parcial ou total, das atividades de edição, impressão e reprodução de gravações e da divisão de reciclagem para outras seções da CNAE 2.0, que deixou de investigar as empresas cuja atividade fosse predominantemente de edição e de edição integrada à impressão.

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1 Ativo imobilizado são os bens tangíveis da empresa, como imóveis e equipamentos. Os investimentos brutos em ativo imobilizado se referem a quanto as empresas investiram, em determinado momento, em bens materiais.