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Produção industrial recuou 0,7 em abril

Em abril de 2010, a produção industrial recuou 0,7% frente a março, na série livre de influências sazonais, após acumular ganho de 6,4% nos últimos quatro meses de crescimento...

01/06/2010 06h01 | Atualizado em 01/06/2010 06h01

Em abril de 2010, a produção industrial recuou 0,7% frente a março, na série livre de influências sazonais, após acumular ganho de 6,4% nos últimos quatro meses de crescimento. Frente a abril de 2009, a indústria registrou expansão de 17,4%, quinta taxa positiva consecutiva de dois dígitos nesse tipo de comparação. O indicador acumulado no primeiro quadrimestre foi 18,0%, e o acumulado nos últimos doze meses, em trajetória ascendente desde outubro do ano passado, avançou de -0,3%, em março, para 2,3%, em abril, assinalando seu primeiro índice positivo desde janeiro de 2009 (1,0%).

O resultado negativo (-0,7%) da atividade industrial, na passagem de março para abril, teve doze ramos em queda, um com crescimento nulo e quatorze assinalando expansão na produção. Entre aqueles que apontaram recuo, os principais impactos negativos vieram de bebidas (-11,0%), celulose e papel (-6,1%), outros produtos químicos (-3,5%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-11,3%) e veículos automotores (-1,7%). Vale destacar que esses setores haviam registrado crescimento no mês anterior: 7,8%, 7,4%, 1,9%, 14,3% e 10,6%, respectivamente. Por outro lado, entre as atividades que aumentaram a produção, o desempenho de maior importância para o resultado global veio de refino de petróleo e produção de álcool (12,8%), recuperando o recuo de 9,1% do mês anterior, que havia sido influenciado pelas paralisações ocorridas em unidades produtivas do setor. Vale citar, também, o comportamento positivo dos ramos de alimentos (1,5%), outros equipamentos de transporte (4,9%), indústrias extrativas (1,9%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (4,1%) e metalurgia básica (1,7%).

Ainda na comparação com março, nos índices por categorias de uso, somente bens de consumo semi e não duráveis (-0,8%) assinalou resultado negativo, interrompendo quatro meses de crescimento, período em que acumulou ganho de 5,5%. As demais categorias de uso registraram índices positivos, com destaque para o avanço de 2,4% de bens de capital, décima terceira taxa positiva consecutiva nesse tipo de confronto, acumulando nesse período expansão de 41,0%. Os setores produtores de bens intermediários e de bens de consumo duráveis, ambos com acréscimo de 0,5%, também apontaram crescimento, com o primeiro setor acumulando 2,1%, em dois meses de taxa positivas, e o segundo, que após ficar praticamente estável no mês anterior (0,1%), manteve a sequência de índices positivos em 2010.

Mesmo com o resultado negativo na passagem de março para abril, o indicador de média móvel trimestral permaneceu positivo pelo décimo quarto mês, com o trimestre encerrado em abril superando em 1,4% o nível de março. Por categorias de uso, todos os segmentos apontaram taxas positivas, com destaque para bens de capital, que mostrou a maior aceleração entre março e abril (2,6%), vindo a seguir bens de consumo semi e não duráveis (0,7%), bens intermediários (0,5%) e bens de consumo duráveis (0,5%).

Em relação a abril de 2009, o setor industrial avançou 17,4%, ritmo próximo ao observado no primeiro trimestre do ano (18,2%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Para esses resultados de dois dígitos, além da baixa base de comparação, decorrente dos efeitos da crise econômica internacional, vale ressaltar o incremento no ritmo produtivo nos primeiros meses do ano. O índice de abril foi sustentado pelo crescimento em vinte e cinco das vinte e sete atividades e 73% dos produtos pesquisados. Entre os setores, as maiores influências positivas sobre a taxa global vieram, por ordem de importância, de veículos automotores (32,2%) e de máquinas e equipamentos (47,8%), ambos impulsionados pelos índices positivos em mais de 80% dos produtos investigados nos respectivos setores. Também merecem destaque os avanços de dois dígitos vindos de metalurgia básica (30,7%), outros produtos químicos (16,8%), produtos de metal (31,4%) e indústrias extrativas (17,4%). Nesses ramos, sobressaíram os itens: automóveis e caminhões; refrigeradores e carregadoras-transportadoras; lingotes, blocos tarugos e placas de aço; herbicidas e tintas e vernizes para construção; partes e peças para bens de capital; e minérios de ferro. Por outro lado, as duas atividades que mostraram queda na produção frente a abril de 2009 foram fumo (-19,6%) e outros equipamentos de transporte (-2,1%), pressionados pela menor fabricação de fumo processado, no primeiro ramo, e aviões no segundo.

Ainda no confronto com abril do ano passado, os índices foram positivos para todas as categorias de uso, com bens de capital (36,3%) registrando ritmo de expansão bem superior ao da indústria geral (17,4%). Esse resultado foi sustentado pelos índices positivos em quase todos os seus subsetores, com destaque para bens de capital para equipamentos de transporte (35,0%), bens de capital para construção (208,5%) e bens de capital para uso misto (34,0%). Vale destacar, também, o desempenho positivo de bens de capital para fins industriais (34,2%), que assinalou nesse mês a taxa mais elevada da série histórica. O segmento de bens de consumo duráveis (20,9%), que também ficou com avanço acima da média da indústria, mostrou o sétimo resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação, impulsionado pelas pressões positivas vindas dos itens eletrodomésticos (47,9%), tanto os da “linha branca” (36,4%) como os da “linha marrom” (82,4%), automóveis (12,1%) e telefones celulares (10,1%).

O desempenho de bens intermediários ficou 17,8% acima do de abril de 2009 e foi influenciado pelo comportamento positivo de todos os seus subsetores, com destaque para os produtos associados às atividades de metalurgia básica (30,8%), veículos automotores (38,5%), indústrias extrativas (17,4%), outros produtos químicos (16,7%), produtos de metal (40,9%) e borracha e plástico (21,5%). Nesses grupamentos sobressaíram as expansão registradas nos itens: lingotes, blocos, tarugos e placas de aço e barras de outras ligas de aços; chassis com motor para caminhões e ônibus e peças e acessórios para veículos; minérios de ferro; herbicidas para uso na agricultura e tintas e vernizes para construção; partes e peças para bens de capital; e pneus e peças e acessórios de borracha e plástico para automóveis. Ressalta-se, ainda, os índices positivos observados no grupamento de insumos para construção civil (18,2%) e no setor de embalagens (17,3%).

O segmento de bens de consumo semi e não duráveis avançou 7,9% frente a igual mês do ano anterior, sexto resultado positivo consecutivo, sustentado pelo crescimento em todos os seus subsetores: alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (7,3%), outros não duráveis (6,9%), semiduráveis (11,7%) e carburantes (9,9%). Nesses grupamentos sobressaíram, respectivamente, os acréscimos observados nos itens refrigerantes e cervejas; revistas e jornais; calçados; e álcool e gasolina.

A expansão de 18,0% no indicador acumulado dos quatro primeiros meses do ano também teve perfil generalizado de crescimento, atingindo vinte e cinco setores, as quatro categorias de uso, 65 dos 76 subsetores industriais e 76% dos produtos investigados. No corte por atividades, a liderança permaneceu com veículos automotores (36,4%), seguido por máquinas e equipamentos (43,5%), metalurgia básica (34,1%), outros produtos químicos (24,7%), produtos de metal (39,9%) e indústrias extrativas (18,5%). Nesses setores, os itens de maior destaque foram: automóveis e caminhões; fornos microondas, refrigeradores e carregadoras-trasportadores; lingotes, blocos e tarugos de aços ao carbono e de aços especiais e bobinas a frio de aços ao carbono; herbicidas para uso na agricultura; partes e peças para bens de capital; e minérios de ferro. Por outro lado, os ramos de outros equipamentos de transporte (-9,1%) e de fumo (-12,2%) exerceram as duas únicas pressões negativas sobre a média global.

Entre as categorias de uso, ainda no indicador acumulado no primeiro quadrimestre do ano, bens de capital (28,7%) e bens de consumo duráveis (26,4%) prosseguiram com as taxas mais elevadas, seguidos por bens intermediários (19,2%), todas com expansão acima da média nacional (18,0%). O segmento de bens de consumo semi e não duráveis, com avanço de 8,7%, apresentou o crescimento mais moderado entre as categorias de uso.

Em síntese, os resultados de abril mostram que, mesmo após a queda na margem (-0,7%), a trajetória da produção industrial permanece em expansão segundo o índice de média móvel trimestral, que cresceu 1,4% neste mês, apoiado nos avanços de todas as categorias de uso, especialmente, bens de capital (2,6%). Nas demais comparações verifica-se perfil generalizado de crescimento entre as categorias de uso, atividades, subsetores e produtos. Na análise dos índices por quadrimestres, o setor industrial apontou expansão de 18,0% nos quatro primeiros meses de 2010, resultado mais elevado da série histórica nesse tipo de confronto e bem mais intenso que o observado no terceiro quadrimestre de 2009 (2,2%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Em termos de categorias de uso, nesse mesmo tipo de confronto, todos os segmentos mostraram o mesmo movimento, com destaque para bens de capital que registrou o maior ganho entre os dois períodos, ao passar de –6,8% para 28,7%, seguido por bens intermediários (de 2,9% para 19,2%), bens de consumo duráveis (de 15,2% para 26,4%) e bens de consumo semi e não duráveis (de 0,8% para 8,7%).