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Produção industrial varia -0,2% de outubro para novembro

Em novembro de 2009, a produção industrial brasileira registrou variação de -0,2% frente ao mês anterior...

06/01/2010 07h01 | Atualizado em 06/01/2010 07h01

Em novembro de 2009, a produção industrial brasileira registrou variação de -0,2% frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, após ter avançado por dez meses consecutivos (janeiro a outubro), período em que acumulou crescimento de 19,4%.

Em relação a novembro de 2008, a indústria cresceu 5,1%, interrompendo uma sequência de 12 meses de resultados negativos nesse tipo de comparação.

A taxa de novembro levou o indicador acumulado no ano de 2009 a -9,3%, reduzindo a perda verificada até outubro (-10,7%). O índice anualizado (acumulado nos últimos 12 meses) também teve redução no ritmo de queda, ao passar de -10,6% em outubro para -9,7% em novembro, interrompendo a trajetória descendente observada desde outubro de 2008.

Com a variação de -0,2% entre outubro e novembro, após aumento de 2,3% de setembro para outubro, o patamar de produção industrial brasileira ficou 5,9% abaixo do recorde atingido em setembro de 2008.

Dos 27 ramos pesquisados, 15 registraram recuo nessa comparação, com destaque para veículos automotores (-2,2%), após acumular expansão de 107,6% nos dez primeiros meses de 2009. Também pressionaram negativamente outros equipamentos de transporte (-7,2%); edição e impressão (-2,3%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,9%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (-2,8%). Esses segmentos apontaram perdas após acumularem, nos últimos meses, ganhos respectivos de 6,8%, 5,0%, 9,9% e 20,7%.

Entre as atividades que tiveram aumento de produção em relação a outubro, destacaram-se máquinas e equipamentos (3,9%); refino de petróleo e produção de álcool (3,5%); minerais não metálicos (3,5%); metalurgia básica (1,3%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (3,9%).

Ainda nessa comparação, os índices por categorias de uso mostraram maior dinamismo em bens de capital (6,1%) e bens intermediários (2,1%), que acumularam, respectivamente, avanços de 28,6% desde abril e de 18,2% desde janeiro de 2009. Bens de consumo duráveis (-4,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,6%) tiveram quedas, após expansões de 6,3% e 1,3% em outubro.

A virtual estabilidade na passagem de outubro para novembro, após avanço contínuo nos dez primeiros meses de 2009, manteve a trajetória de crescimento da média móvel trimestral, com o trimestre encerrado em novembro superando em 1,2% o nível de outubro. Esse avanço foi apoiado nos segmentos de bens de capital (5,4%), que teve o maior incremento desde novembro de 2003 (7,9%), e de bens intermediários (1,7%). Bens de consumo semi e não duráveis (0,2%) e bens de consumo duráveis (0,1%) praticamente repetiram os índices de outubro.

Frente ao ano anterior, produção tem primeiro crescimento em 12 meses

O resultado de 5,1% na comparação novembro de 2009/ novembro de 2008 – primeiro positivo em 12 meses - refletiu o crescimento da maioria (20) dos 27 setores pesquisados, com veículos automotores (22,9%) exercendo o maior impacto, seguidos por outros produtos químicos (7,9%), borracha e plástico (14,2%), máquinas e equipamentos (4,8%) e bebidas (9,0%). Dentre as sete atividades que mostraram queda nesse confronto, as mais relevantes foram as de outros equipamentos de transporte (-14,6%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-8,5%).

Três da quatro categorias de uso registraram crescimento em relação a 2008, confirmando o perfil generalizado da recuperação no setor industrial. O principal destaque foi para os bens de consumo duráveis (26,3%), influenciados positivamente pelo avanço na fabricação de automóveis (58,8%) e eletrodomésticos (17,9%), especialmente os da “linha branca”1(24,3%). Vale destacar aqui a influência da baixa base de comparação por conta dos ajustes de estoques ocorridos no final de 2008. Dentre os duráveis, a principal pressão negativa continuou vindo dos telefones celulares (-12,2%).

Os setores de bens intermediários (5,2%) e bens de consumo semi e não duráveis (1,8%) inverteram as quedas de -2,5% e -0,6%, respectivamente, observadas em outubro. No primeiro segmento, o avanço foi sustentado, principalmente, pelos itens associados ao refino de petróleo e produção de álcool (11,1%), outros produtos químicos (8,4%) e borracha e plástico (13,9%), enquanto os alimentos exerceram a única pressão negativa (-3,5%). Vale destacar também os desempenhos positivos dos insumos da construção civil (4,7%), primeira expansão desde novembro de 2008, e das embalagens (5,3%). Em bens de consumo semi e não duráveis, à exceção de carburantes (-9,6%), todos os subsetores influenciaram positivamente.

A produção de bens de capital (-2,5%) foi a única que registrou taxa negativa, embora com expressiva redução no ritmo de queda (-16,8% em outubro). Houve melhora generalizada nos subsetores, com destaque para bens de capital para uso misto (de -11,1% em outubro para 14,5% em novembro), bens de capital para transporte (de -13,4% para -7,1%) e para fins industriais (de -32,1% para -8,4%).

No acumulado em 2009, 23 das 27 atividades industriais apresentam queda de produção

No indicador acumulado de janeiro a novembro de 2009, frente a igual período de 2008, (-9,3%), 23 das 27 atividades mostraram redução na produção.

A menor fabricação de veículos automotores (-17,1%) continuou exercendo o impacto negativo mais importante, seguida por máquinas e equipamentos(-22,0%), metalurgia básica (-20,3%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (-28,3%). Dentre as atividades que cresceram, os destaques foram farmacêutica (7,2%) e bebidas (6,9%).

Todas as categorias de uso permaneceram em queda, sendo a mais elevada em bens de capital (-20,2%), seguida por bens intermediários (-10,9%), bens de consumo duráveis (-9,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (-2,2%).

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1Refrigeradores e congeladores; fogões; máquina de lavar e secadoras.