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Em outubro, vendas do comércio crescem 1,4% e a receita aumenta 1,8%

Para o volume de vendas com ajuste sazonal, nove das dez atividades obtiveram variações positivas...

15/12/2009 07h01 | Atualizado em 15/12/2009 07h01

O Comércio Varejista do País apresentou em outubro, com relação ao mês anterior (com ajuste sazonal), crescimento de 1,4% para o volume de vendas e de 1,8% para a receita nominal, completando com esses resultados um semestre de taxas positivas, como indicado nos gráficos de base fixa e das médias móveis trimestrais (Gráficos 1 e 2). Nas demais comparações, obtidas das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional registrou, em termos de volume de vendas, acréscimos da ordem de 8,4% sobre outubro do ano anterior, de 5,1% no acumulado dos dez primeiros meses do ano e 5,0% no acumulado dos últimos 12 meses. A receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 11,5% sobre outubro de 2008, de 9,7% no acumulado do ano e de 9,8% no acumulado dos últimos 12 meses (Tabelas 1 e 2).

Para o volume de vendas com ajuste sazonal, nove das dez atividades obtiveram variações positivas: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,5%); Tecidos, vestuário e calçados (1,9%); Livros, jornais, revistas e papelaria (1,8%); Combustíveis e lubrificantes (1,6%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,4%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,4%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,3%); Material de construção (0,8%) e Móveis e eletrodomésticos (0,4%). A variação negativa ficou com Veículos e motos, partes e peças (-15,8%) (Tabela 1).

Já na relação outubro09/outubro08 (série sem ajuste), todas as atividades do varejo obtiveram aumentos no volume de vendas, cujas taxas, por ordem de importância no resultado global, foram as seguintes: 12,2% para Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; 9,1% em Outros artigos de uso pessoal e doméstico; 11,3% para Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria; 3,5% para Móveis e eletrodomésticos; 3,9% em Tecidos, vestuário e calçados; 6,7% para Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação; 13,3% em Livros, jornais, revistas e papelaria e 0,6% em Combustíveis e lubrificantes (Tabela 3).

RESULTADOS SETORIAIS

O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo,com variação de 12,2% no volume de vendas, em outubro, sobre igual mês do ano anterior, foi responsável pela principal contribuição à taxa global do varejo (69%) – Tabela 3. Esse resultado, acima da média, se justifica pelo aumento do poder de compra da população, decorrente do crescimento da massa de rendimento real habitual dos ocupados (3,1% sobre outubro de 2008, segundo a PME); bem como pela estabilização dos preços do setor, que evoluíram no acumulado dos últimos 12 meses em 1,4% no Grupo Alimentação no Domicilio, ficando abaixo da inflação global medida pelo IPCA (4,2%). O resultado acumulado da atividade nos dez primeiros meses do ano foi de 8,2% e nos últimos 12 meses foi de 7,5%.

A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos etc., com variação de 9,1% no volume de vendas em relação a outubro de 2008, exerceu o segundo maior impacto na formação da taxa do varejo (10%). As condições econômicas favoráveis no que diz respeito ao comportamento da massa de salários, a retomada gradual do crédito e a comemoração do Dia das Crianças são os principais fatores que explicam o desempenho positivo do segmento. Em termos acumulados, a taxa para os primeiros dez meses do ano foi de 8,7% e para os últimos 12 meses, de 7,8%.

A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com a terceira maior participação na taxa global do varejo, apresentou crescimento de 11,3%, na comparação com outubro do ano passado, e taxas acumuladas de 11,8% no ano e de 12,2% para os últimos 12 meses. Esse resultado mostra que a atividade continua tendo seu desempenho relacionado ao movimento da massa real de salário e do crédito, somados à essencialidade dos produtos do gênero.

A atividade de Móveis e eletrodomésticos, com aumento de 3,5% no volume de vendas em relação a outubro do ano passado, proporcionou o quarto maior impacto na formação da taxa de desempenho do Comércio Varejista. Esse resultado, o quarto positivo, depois de cinco meses de queda, é explicado basicamente pela recente melhoria do crédito, pela queda dos preços da chamada linha branca, ainda como reflexo da redução do IPI, e pela evolução positiva da massa de salários da população ocupada. No acumulado do ano, a atividade apresentou taxa de -0,7% e nos últimos 12 meses, de 0,3%.

O segmento de Tecidos, vestuário e calçados, que teve crescimento no seu volume de vendas de 3,9%, foi responsável pela quinta contribuição à taxa global do varejo. Em termos acumulados, os resultados foram de -5,2% para os dez primeiros meses do ano e de -5,7% para os últimos 12 meses. A atividade apresenta sua primeira taxa positiva após 11 meses de resultados negativos, provocados pelos efeitos da crise financeira, especialmente pelos aumentos de preços no segmento.

O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, responsável pela sexta maior contribuição na formação da taxa global, obteve acréscimo no volume de vendas, em outubro, da ordem de 6,7% sobre igual mês do ano anterior e taxas acumuladas no ano de 11,3% e, nos últimos 12 meses de 14,5%. A queda dos preços dos produtos do setor, principalmente os de microcomputadores (-4,8% nos últimos 12 meses - medido pelo IPCA), explica, em parte, tais variações.

A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria, com crescimento de 13,3%, exerceu a sétima maior influência no resultado do varejo. O indicador acumulado no ano obteve variação de 9,6% e o dos últimos 12 meses de 10,2%. Estes resultados são decorrentes da melhoria da atividade econômica, principalmente no que diz respeito ao aumento da renda.

O segmento de Combustíveis e lubrificantes apresentou, após 4 meses de queda, variação de 0,6% no volume de vendas em relação a outubro de 2008, exercendo a oitava contribuição na taxa global do varejo. Em termos de desempenho acumulado no ano, a taxa de variação da atividade chegou a 0,1%, e nos últimos 12 meses a 1,0%. O segmento sofreu influencia, este mês, do aumento dos preços do álcool combustível que, segundo o IPCA, variou em outubro 10,6%. Assim, esse aumento de preço conjugado com a manutenção da demanda, devido à retomada do crescimento, responde por tais resultados.

O Comércio Varejista ampliado registrou variações em relação ao mês anterior de -2,6% para o volume de vendas e de -3,1% para a receita nominal, ambas taxas com ajustamento sazonal. Comparado as taxas com o mesmo mês do ano anterior (sem ajuste sazonal), as variações foram de 11,2% para o volume de vendas e de 10,9% para a receita nominal. Para o volume de vendas, o setor apresentou taxas de variação de 5,1% no acumulado do ano e de 3,9% no acumulado dos últimos 12 meses. Para a recita nominal, as variações foram de 6,1% no acumulado do ano e de 5,6% no acumulado dos últimos 12 meses.

No que tange ao volume de vendas, a atividade de Veículos, motos, partes e peças registrou alta de 20,0% em relação a outubro de 2008, acumulando no ano variação de 7,5% e nos últimos doze meses, de 4,3%. A política de redução do IPI vem incentivando as vendas de automóveis, afetadas a partir do último trimestre de 2008 pelas restrições de crédito.

Quanto a Material de Construção, as variações foram de -4,5% na relação outubro09/outubro08, de -8,9% no acumulado do ano e de -8,3% nos últimos 12 meses. Apesar das medidas oficiais de incentivo à construção civil e o observado aumento da renda, o setor ainda não apresenta, este ano, resultados positivos no volume de vendas.

RESULTADOS REGIONAIS

Vinte e seis Unidades da Federação tiveram desempenhos positivos da taxa mensal do volume de vendas do Varejo na comparação outubro09/outubro08, sendo as taxas mais significativas observadas em: Piauí (15,9%); Ceará (13,9%); Sergipe (13,0%); Amazonas (12,1%) e Rondônia (11,9%) – Gráfico 3. Quanto à participação na composição da taxa do Comércio Varejista, destacaram-se, pela ordem, São Paulo (9,6%); Rio de Janeiro (8,1%); Rio Grande do Sul (8,1%); Minas Gerais (5,8%) e Bahia (10,1%).

Em relação ao varejo ampliado, as maiores taxas de desempenho no volume de vendas ocorreram Sergipe (21,8%); Piauí (20,3%); Espírito Santo (15,5%); Ceará (14,5%); Paraná (12,9%); Goiás (12,8%) e Rio Grande do Norte (12,7%). Em termos de impacto no resultado global do setor, os destaques foram os estados de São Paulo (12,6%); Rio de Janeiro (9,8%); Minas Gerais (9,6%); Paraná (12,9%); e Rio Grande do Sul (7,7%).

Ainda por Unidades da Federação, os resultados com ajuste sazonal para o volume de vendas apontam vinte e seis estados com variação positiva, na comparação mês/mês anterior, sendo os destaques: Roraima (5,0%); Paraíba (3,2%); Rio Grande do Sul (3,2%); Amazonas (2,9%) e Rio de Janeiro (2,8%).