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Em julho, vendas do varejo e receita nominal crescem 0,5%

O Comércio Varejista apresentou em julho, com relação ao mês anterior (com ajuste sazonal), crescimento de 0,5%...

15/09/2009 06h01 | Atualizado em 15/09/2009 06h01

O Comércio Varejista apresentou em julho, com relação ao mês anterior (com ajuste sazonal), crescimento de 0,5% tanto para o volume de vendas quanto para a receita nominal. Com esse resultado, o setor completa um trimestre de taxas positivas, como indicado nos gráficos de base fixa e das médias móveis trimestrais (Gráficos 1 e 2). Nas demais comparações, obtidas das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional obteve, em termos de volume de vendas, acréscimos da ordem de 5,9% sobre julho do ano anterior e de 4,7% e 5,8% nos acumulados dos sete primeiros meses do ano e dos últimos 12 meses, respectivamente. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 9,4%, 9,8% e de 11,4%, respectivamente (Tabelas 1 e 2).

RESULTADOS SETORIAIS

Para o volume de vendas com ajuste sazonal, os resultados apontam que quatro das dez atividades obtiveram variações positivas: Livros, jornais, revistas e papelaria (4,2%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (3,8%); Móveis e eletrodomésticos (1,9%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%). As variações negativas foram em: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,8%); Combustíveis e lubrificantes (-1,3%); Material de construção (-1,3%); Tecidos, vestuário e calçados (-3,9%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,2%) e Veículos e motos, partes e peças (-10,4%) - Tabela 1.

Já na relação julho09/julho08 (série sem ajuste), seis das oito atividades do varejo obtiveram aumentos no volume de vendas: 10,1% para Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; 13,4% para Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria; 7,9% em Outros artigos de uso pessoal e doméstico; 9,6% para Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação; 12,1% em Livros, jornais, revistas e papelaria; 0,5% para Móveis e eletrodomésticos; -2,1% em Tecidos, vestuário e calçados; e -4,2% em Combustíveis e lubrificantes.

O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo,com variação de 10,1% no volume de vendas, em julho, sobre igual mês do ano anterior, foi responsável pela principal contribuição à taxa global do varejo – Tabela 3. Esse resultado, acima da média, se justifica pelo aumento do poder de compra da população decorrente do crescimento da massa de rendimento real habitual dos ocupados (4,1% sobre julho de 2008, segundo a PME); bem como pela estabilização dos preços do setor que evoluíram, no acumulado dos últimos 12 meses, em 1,7% no Grupo Alimentação no Domicilio, ficando abaixo da inflação global medida pelo IPCA (4,5%). Os resultados da atividade nos acumulados dos sete primeiros meses do ano e nos últimos 12 meses foram de 7,3% e 6,3%, respectivamente.

A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com a segunda maior participação na taxa global do varejo, apresentou crescimento de 13,4% na comparação com julho do ano passado, e taxas acumuladas de 12,0% no ano e de 12,7% para os últimos 12 meses. As condições econômicas favoráveis, principalmente em relação ao comportamento da massa de salários e a retomada gradual do crédito, somadas à essencialidade dos produtos do gênero, justificam o desempenho positivo do segmento.

A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos etc., exerceu o terceiro maior impacto na formação da taxa do varejo, com variação de 7,9% no volume de vendas, em relação a julho de 2008. Esse resultado mostra que a atividade continua tendo seu desempenho relacionado ao movimento da massa real de salário e do crédito. Em termos acumulados, a taxa para os primeiros sete meses do ano foi de 9,3% e para os últimos 12 meses, de 9,4%.

O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, responsável pelo quarto maior impacto na formação da taxa global, obteve acréscimo no volume de vendas, em julho, da ordem de 9,6% sobre igual mês do ano anterior, e taxas acumuladas no ano de 15,6% e, nos últimos 12 meses, de 24,1%. Dentre os fatores que vêm determinando este desempenho, destacam-se a redução de preços de produtos do gênero, por exemplo: -3,9% para microcomputadores e -3,2% para telefones celulares, nos últimos 12 meses, segundo o IPCA, conjugada com facilidades de financiamento e a crescente importância dos produtos de informática e comunicação nos hábitos de consumo das famílias.

A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria, com crescimento de 12,1%, exerceu a quinta maior influência no resultado do varejo. A taxa acumulada no ano obteve variação de 9,0% e, nos últimos 12 meses, de 9,7%. Estes resultados decorrem da melhoria da renda e da distribuição de CDs e DVDs principalmente em grandes bancas de jornais e livrarias, bem como venda de materiais de informática e outros.

A atividade de Móveis e eletrodomésticos, com aumento de 0,5% no volume de vendas em relação a julho do ano passado, proporcionou o sexto maior impacto na formação da taxa de desempenho do Comércio Varejista. Esse resultado, o primeiro positivo em seis meses, é explicado basicamente pela recente melhoria do crédito, pela queda dos preços da chamada linha branca, ainda como reflexo da redução do IPI, e pela melhoria da massa de salários da população ocupada. No acumulado do ano, a atividade apresentou taxa de -1,9% e nos últimos 12 meses, de 3,6%.

O segmento de Combustíveis e lubrificantes, com variação de -4,2% no volume de vendas em relação a julho de 2008, exerceu contribuição negativa na taxa global do varejo. Após 29 meses de crescimento, este é o segundo resultado negativo da atividade. No acumulado no ano, a taxa de variação da atividade chegou a 1,2%, e nos últimos 12 meses, a 4,6%.

O segmento de Tecidos, vestuário e calçados, que reduziu seu volume de vendas em -2,1%, foi responsável pela menor contribuição à taxa global do varejo. Mesmo com a entrada no mercado da nova coleção primavera-verão, o comportamento dos preços da atividade ainda vem inibindo o consumo, uma vez que estes ficaram bem acima do índice geral de inflação. Observa-se que, segundo o IPCA, no acumulado dos últimos 12 meses, a variação do grupo Vestuário (que engloba tecidos e calçados) foi de 7,6%, enquanto o índice geral ficou em 4,5%. Em termos acumulados, os resultados foram de -6,2% para os sete primeiros meses do ano e de -4,1% para os últimos 12 meses.

O Comércio Varejista ampliado registrou variações em relação ao mês anterior de -6,0% para o volume de vendas e de -4,2% para a receita nominal, ambas taxas com ajustamento sazonal. Comparando com o mesmo mês do ano anterior (sem ajuste sazonal), as variações foram de 0,9% para o volume de vendas e de 1,0% para a receita nominal. No acumulado do ano e dos últimos 12 meses, o setor apresentou taxas de variação de 3,4% e 3,8% para o volume e de 5,1% e 7,0% para a receita nominal de vendas, respectivamente.

No que tange ao volume de vendas, a atividade de Veículos, motos, partes e peças registrou queda de -4,9% em relação a julho de 2008, acumulando no ano e nos últimos doze meses variações iguais a 3,7% e 1,8%, respectivamente. A política de redução do IPI vem incentivando as vendas de automóveis, afetadas a partir do último trimestre de 2008 pelas restrições de crédito.

Quanto a Material de Construção, as variações foram de -12,5% na relação julho09/julho08, de -10,3% no acumulado do ano e de -4,9% nos últimos 12 meses. O setor ainda não apresenta resultados positivos mesmo após as medidas oficiais de incentivo à construção civil e com o aumento de renda.

RESULTADOS REGIONAIS

Vinte e duas Unidades da Federação tiveram resultados positivos na comparação julho09/julho08, sendo as taxas mais significativas observadas em: Piauí (20,0%); Sergipe (19,0%); Alagoas (10,8%); Ceará (10,5%) e Rondônia (9,1%) – Gráfico 3. Quanto à participação na composição da taxa do Comércio Varejista, destacaram-se, pela ordem, São Paulo (8,0%); Rio de Janeiro (4,6%); Minas Gerais (5,5%); Bahia (8,5%); e Rio Grande do Sul (4,2%).

Em relação ao varejo ampliado, as maiores taxas de desempenho no volume de vendas ocorreram em Sergipe (14,0%); Piauí (13,4%); Acre (11,9%); Rondônia (10,9%) e Alagoas (8,6%). Em termos de impacto no resultado global do setor, os destaques foram os estados de São Paulo (1,5%); Minas Gerais (1,8%); Bahia (3,9%); Ceará (5,6%) e Piauí (13,4%).

Ainda por Unidades da Federação, os resultados com ajuste sazonal para o volume de vendas apontam dezenove estados com variação positiva, na comparação mês/mês anterior, sendo os destaques: Rondônia (4,8%); Sergipe (4,6%); Alagoas (3,9%); Acre (3,5%); Pará (3,4%) e Piauí (2,1%).