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Rendimento dos trabalhadores pretos ou pardos equivale à metade do que recebem os brancos

Dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) referente a março de 2009, desagregados por cor ou raça...

13/05/2009 09h01 | Atualizado em 13/05/2009 09h01

Dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) referente a março de 2009, desagregados por cor ou raça, mostram desigualdades significativas entre os trabalhadores que se declaram brancos e aqueles que se declaram pretos ou pardos. A taxa de desocupação dos pretos ou pardos (10,1%) era mais alta que a dos brancos (8,2%). Embora os pretos ou pardos representem, juntos, cerca de 45,3% da população em idade ativa nas seis regiões metropolitanas investigadas pela PME, eles eram cerca de 50,5% da população desocupada. Entre a população em idade ativa nas mesmas seis regiões metropolitanas, os brancos tinham, em média, 9,1 anos de estudo, enquanto os pretos ou pardos tinham 7,6 anos. Já o rendimento médio habitual dos trabalhadores pretos ou pardos (R$ 847,71) é praticamente a metade do que recebem os brancos (R$ 1.663,88). A seguir, os principais indicadores deste estudo especial que abrange da PME.

Em março de 2009, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), a população composta pelas pessoas que se declararam pretas ou pardas representava, 42,8% das 40,7 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade nas seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego. A Região Metropolitana de Salvador apresentou a maior proporção de pretos e pardos (82,7%) e Porto Alegre a menor (12,6%).

Embora a soma de pretos e pardos representasse menos da metade (45,3%) da população em idade ativa, quando se considerava a população desocupada passava a representar a maior parcela, ou seja, 50,5% dos desocupados eram pretos ou pardos. A desigualdade em termos de inserção no mercado de trabalho também pôde ser verificada através da taxa de desocupação, que para este grupo (10,1%) situava-se num patamar acima da taxa de desocupação dos brancos (8,2%). Cabe destacar, no entanto, que em 2003, primeiro ano completo da nova série da PME, a taxa de desocupação dos que se declararam pretos ou pardos era 14,4 % e a dos brancos de 10,6% (Gráficos 3 e 4).

A população em idade ativa preta ou parda era menos escolarizada que essa população branca, enquanto os primeiros tinham 7,6 anos de estudo, em média, os últimos tinham 9,1. A evolução desse indicador no período 2003-2009 foi similar para os dois grupos (Gráfico 2). Em março de 2009, 5,5% das pessoas pretas ou pardas com 10 a 17 anos de idade não freqüentavam escola (entre os brancos o percentual caía para 4,8%) e 10,0% dos que tinham acima de 18 anos freqüentavam ou já freqüentaram curso de nível superior (28,7% para os brancos).

Entre os grupamentos de atividade, no total das seis regiões metropolitanas, a construção e os serviços domésticos foram os que mostraram predominância dos pretos ou pardos: 59,6% das pessoas ocupadas na construção e 61,6% dos ocupados nos serviços domésticos pertenciam a esse grupo em março de 2009.

Em relação aos rendimentos habituais, destacou-se que em março de 2009 os pretos ou pardos recebiam, em média, R$ 847,71, ou 51% do rendimento auferido pelos brancos (R$ 1.663,88). A comparação com março de 2003 mostra crescimento maior dos rendimentos médios de pretos ou pardos, diante da evolução observada para os dos brancos (Gráfico 1).

O diferencial no rendimento médio entre os pretos ou pardos e os brancos persistiu mesmo nas comparações dentro do mesmo grupamento de atividade, posição na ocupação ou faixa de escolaridade.

O gráfico abaixo mostra as taxas de desocupação para brancos e para pretos e pardos, entre março de 2002 e março de 2009. Nota-se que este indicador, para os pretos e pardos, permanece historicamente mais alto em toda a série.

Já a figura abaixo mostra que a série dos rendimentos dos brancos mantém-se acima da média geral e bem acima da série de rendimentos dos pretos e pardos.