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Em janeiro, vendas do varejo cresceram 1,4% e receita nominal, 2,1%

Ambas as taxas foram em relação a dezembro, na série ajustada sazonalmente. Na comparação com janeiro de 2008, o volume de vendas e a receita nominal cresceram 6,0% e 11,9%, respectivamente...

13/03/2009 06h01 | Atualizado em 13/03/2009 06h01

Ambas as taxas foram em relação a dezembro, na série ajustada sazonalmente. Na comparação com janeiro de 2008, o volume de vendas e a receita nominal cresceram 6,0% e 11,9%, respectivamente. Nos últimos doze meses, volume e receita acumularam crescimento de 8,7% e 14,7%.

O Comércio Varejista do País, após um trimestre negativo, inicia 2009 com crescimento das taxas ajustadas sazonalmente (com relação ao mês anterior): 1,4% no volume de vendas e de 2,1% na receita nominal. Nas demais comparações, obtidas das séries sem ajuste, o volume de vendas cresceu 6,0% sobre janeiro de 2008, acumulando 8,7% nos últimos 12 meses. Já a receita nominal cresceu 11,9% e acumulou 14,7% nos últimos 12 meses.

Em janeiro, na ajuste com ajuste, cresceu o volume de vendas de sete das dez atividades pesquisadas. Veículos e motos, partes e peças (11,1%); Livros, jornais, revistas e papelaria (7,6%); Móveis e eletrodomésticos (7,1%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (5,8%); Tecidos, vestuário e calçados (2,2%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,8%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,3%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (–12,5%); Material de construção (-2,8%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,7%).

Já na relação janeiro09/janeiro08 (série sem ajuste), caiu o volume de vendas de apenas uma atividade do varejo: Tecidos, vestuário e calçados (–4,7%). As demais variações, por ordem de importância, foram: 7,0% para Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; 6,3% para Móveis e eletrodomésticos; 15,4% para Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; 8,9% para Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos;3,8% para Combustíveis e lubrificantes; 5,0% em Outros artigos de uso pessoal e doméstico e 23,9% para Livros, jornais, revistas e papelaria.

RESULTADOS SETORIAIS

O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceu acima da média: 7,0% no volume de vendas, sobre igual mês do ano anterior, sendo responsável pela principal contribuição (41%) da taxa do varejo. Este desempenho deve-se ao aumento do poder de compra da população, decorrente do crescimento da massa de salários (8,3% sobre janeiro de 2008, segundo Pesquisa Mensal de Emprego). A justificativa mais provável para o crescimento acima da média foi a desaceleração dos preços dos alimentos no segundo semestre de 2008 (1,5% de julho de 2008 a janeiro de 2009 contra 9,8% no primeiro semestre de 2008, conforme o IPCA,do grupo Alimentação no domicílio). Já o acumulado nos últimos 12 foi de 5,4%.

A atividade de Móveis e eletrodomésticos, com aumento de 6,3% no volume de vendas em relação a janeiro do ano passado, proporcionou o segundo maior impacto na formação da taxa de desempenho do Comércio Varejista, sendo responsável por 20% da magnitude desta (Tabela 3). No acumulado dos últimos 12 meses, o segmento registra crescimento da ordem de 14,2%. Aquele resultado mensal é atribuído basicamente à restrição do crédito ocorrida nos últimos meses, haja vista que até outubro de 2008 a atividade vinha crescendo à taxa de 2 dígitos.

O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, responsável pelo terceiro maior impacto na formação da taxa global, obteve acréscimo no volume de vendas, em janeiro, da ordem de 15,4% sobre igual mês do ano passado e taxa acumulada nos últimos 12 meses de 32,6%. Trata-se da atividade com a segunda maior variação este mês, não obstante a desaceleração do seu ritmo de crescimento. Dentre os fatores que vêm determinando este desempenho, destacam-se a redução de preços dos produtos do gênero (-9% e –3% nos últimos 12 meses para os itens microcomputadores e celulares, respectivamente, segundo IPCA), conjugada com a crescente importância que desses produtos nos hábitos de consumo das famílias.

A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com a quarta maior participação na taxa global do varejo, apresentou crescimento de 8,9% na comparação com janeiro de 2008 e taxa acumulada nos últimos 12 meses de 12,7%. O crescimento acima da média se deve à expansão da massa de salários, junto com a diversificação do mix de produtos comercializados e à ampliação das vendas dos produtos genéricos.

O volume de vendas de Combustíveis e lubrificantes cresceu 3,8% em relação a janeiro de 2008 e deu a quinta maior contribuição à taxa do varejo, acumulando 9,4% nos últimos 12meses. Atribui-se este comportamento à estabilidade de preços dos combustíveis (variação de 1,4% nos últimos 12 meses, segundo o IPCA) e à melhoria das condições econômicas do País no período analisado.

A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, o sexto maior impacto na taxa do varejo, cresceu 5,0% no volume de vendas em relação a janeiro de 2008. Englobando segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheira, artigos esportivos, brinquedos, etc., esta atividade vem tendo seu desempenho influenciado pelo quadro geral da economia. A taxa acumulada nos últimos 12 meses foi da ordem de 13,7%.

A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria, obteve a maior variação entre todos os segmentos do varejo (23,9%). Entretanto, em função do seu reduzido peso na estrutura do comércio varejista, exerceu baixa influência no resultado do varejo. A taxa acumulada nos últimos 12 meses foi na ordem de 12,9%. Estes resultados decorrem basicamente da diversificação da linha de produtos da atividade, como por exemplo, a venda de materiais periféricos de informática, além de produtos de entretenimento (CDs e DVDs).

A contribuição negativa ao desempenho do setor coube a Tecidos, vestuário e calçados (–4,7%) com relação a igual mês do ano anterior e 3,5% para os últimos 12 meses. O resultado negativo mensal é o terceiro consecutivo para o segmento, que pode ser explicado pelos aumentos de preços no ramo nos últimos meses (variação de 7,4% no grupo Vestuário, para os últimos 12 meses, segundo o IPCA).

O Comércio Varejista ampliado, que inclui o varejo e as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, cresceu 2,8% em relação a janeiro de 2008, em volume de vendas, e 6,0% em receita nominal. Os acumulados dos últimos 12 meses foram 9,0% e 14,0%, respectivamente.

Veículos, motos, partes e peças teve queda de -0,3% no volume de vendas em relação a janeiro de 2008, sua terceira taxa negativa consecutiva, acumulando 10,2% nos últimos doze meses. Reduções de crédito e prazos de financiamento, mais a deterioração das expectativas do consumidor1 têm contribuído para a redução das vendas.

Quanto a Material de construção, as variações foram de –12,5% na relação janeiro09/janeiro08 e de 6,0% no acumulado dos últimos 12 meses, devido às restrições do atual quadro econômico, especialmente ao crédito.

Três unidades da federação tiveram queda em relação a janeiro de 2008: Distrito Federal (-0,3%); Paraíba (-6,8%) e Pará (-7,8%). Os destaques positivos do volume de vendas foram Rondônia (24,1%); Roraima (17,0%); Mato Grosso do Sul (12,8%) e Sergipe (12,5%). As principais contribuições para a taxa do varejo vieram de São Paulo (8,7%); Rio de Janeiro (7,8%); Minas Gerais (5,0%); Santa Catarina(6,8%) e Paraná (4,8%).

Em relação ao varejo ampliado, cinco unidades da Federação apresentaram quedas. Das variações positivas as maiores taxas em volume de vendas ocorreram em Rondônia (18,3%); Roraima (15,3%); Maranhão (13,6%); Mato Grosso (10,8%) e Sergipe (10,3%). Em termos de impacto no resultado global do setor, os destaques foram São Paulo (4,1%); Rio de Janeiro (2,8%); Minas Gerais (1,9%); Maranhão (13,6%) e Santa Catarina (3,0%).

Os resultados com ajuste sazonal para o volume de vendas apontam somente três estados com variação negativa: Tocantins (-1,0%); Bahia (-0,5%) e Piauí (-0,3%). As maiores altas ocorreram no Maranhão (12,1%); Sergipe (8,2%); Roraima (7,3%); Mato Grosso do Sul (6,6%); Amazonas (6,5%) e Rondônia (6,5%).

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1Ver Comunicado da Presidência do IPEA n.º 17.