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De 2003 a 2008, a população desocupada reduziu-se em 29,4 %

22/01/2009 07h01 | Atualizado em 22/01/2009 07h01

No mesmo período, média mensal da população ocupada cresceu 16,1% e o contingente de mulheres trabalhando aumentou em 20,6%. Em média, os trabalhadores pretos e pardos recebem aproximadamente a metade do rendimento dos brancos. A proporção de trabalhadores formalizados cresceu de 49%, em 2003, para 53,4%, em 2008. A média anual do rendimento dos trabalhadores cresceu 11,3% desde 2003.

As transformações que vinham ocorrendo no mercado de trabalho nos últimos anos prosseguiram em 2008. A média mensal (de janeiro a dezembro) de pessoas ocupadas nas seis Regiões Metropolitanas pesquisadas cresceu 3,8% frente a 2007 e 16,1% em relação a 2003. O maior incremento foi na Região Metropolitana de Belo Horizonte (24,8%) e a menor variação foi em Recife (7,5%).

Tabela 11a: Variação da população ocupada, segundo as regiões metropolitanas (em %)

 

De 2003 para 2008, o percentual de pessoas ocupadas com 11 anos ou mais de estudo cresceu 9,0 pontos percentuais (passou de 46,7% para 55,7%), enquanto que na população com 10 anos ou mais de idade, para o mesmo período, foi registrado um crescimento de 7,1 pontos percentuais (passou de 34,4% para 41,5%).

A proporção de pessoas com nível superior na população ocupada atingiu 16,3% em 2008, contra 13,8% em 2003. Na região metropolitana do Rio de Janeiro, esta participação teve um crescimento de 3,7 pontos percentuais. Salvador detém a menor participação de população ocupada com nível superior (12,2%).

Tabela 23: Distribuição da população ocupada com nível superior, por Região Metropolitana (%)

População ocupada feminina cresceu 20,6%, desde 2003

Um contingente maior de mulheres passou a integrar o mercado de trabalho: a participação delas passou de 44,4% em 2007 para 44,7% em 2008. Ressalta-se que em 2003 a participação delas não passava de 43,0%. Os dados mostram que a expansão foi mais intensificada entre as mulheres em ambos os períodos e em todas as Regiões Metropolitanas. Ainda que os homens sejam maioria entre os ocupados, cabe destacar que na comparação de 2008 contra 2003, a variação da população ocupada foi de 12,7% para os homens e 20,6% para as mulheres.

Tabela 14: Distribuição da população ocupada, por regiões metropolitanas, segundo o sexo (%)

I

Desde 2004, região metropolitana do Rio tem a maior jornada semanal de trabalho (41,3 horas)

Em 2008, as pessoas ocupadas tinham uma jornada média semanal de 40,7 horas efetivamente trabalhadas, contra 41,3 em 2003. A maior jornada foi na região Metropolitana do Rio de Janeiro, 41,3 horas.

Tabela 27: Número médio de horas efetivamente trabalhadas por semana em todos os trabalhos, por região metropolitana (%)*

As estimativas para a população ocupada que contribuiu para a previdência revelaram que, tanto no último ano quanto na comparação com 2003, houve uma expansão superior a da população ocupada. Cabe lembrar que, entre 2003 e 2008, o número de pessoas ocupadas aumentou 16,1%, e, como mostra a tabela a seguir, entre aqueles que contribuem para a previdência a variação foi de 24,8%.

Em 2003, 61,1% das pessoas ocupadas contribuíam para a previdência em qualquer trabalho e em 2008 esta proporção atingiu 65,8%. Em 2008, a Região Metropolitana que apresentou a maior participação de ocupados contribuintes foi Porto Alegre (70,0%) e a menor foi Recife (57,4%). Entre 2007 e 2008, todas as Regiões apresentaram crescimento do percentual de contribuintes, sobretudo em Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre, cujas variações no crescimento foram de 2,5, 2,1, e 1,6 pontos percentuais, respectivamente.

Formalização cresceu de 49% em 2003 para 53,4% em 2008

O percentual de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado chegou a 44,1%, um recorde na série histórica da pesquisa. Consequentemente, o contingente de trabalhadores que contribuíam para a Previdência Social também aumentou. Em 2003, 61,1% das pessoas ocupadas contribuíam para a Previdência, em 2008 esta proporção cresceu para 64,1%.

Para este estudo, desagregou-se a população ocupada em oito categorias: empregados com carteira assinada no setor privado; empregados sem carteira assinada no setor privado; trabalhadores por conta própria; empregadores; trabalhadores domésticos; militares ou funcionários públicos estatutários; empregados com carteira assinada no setor público; e, empregados sem carteira assinada no setor público. Os resultados explicitam o aumento gradual e contínuo, desde 2003, da participação dos empregados com carteira assinada no setor privado que alcançou 44,1% das pessoas ocupadas.

Em 2008, a região de metropolitana de São Paulo, continuou com a maior proporção de empregados com carteira (47,7%) e a menor foi Recife (38,1%). Considerando os empregados com carteira assinada no setor privado, os militares ou funcionários públicos estatutários e os empregados com carteira assinada no setor público, observou-se que esse conjunto de trabalhadores totalizou 53,4% do pessoal ocupado em 2008, ante 49% em 2003 – o que indica o aumento da formalização nas relações de trabalho.

Tabela 36: Distribuição de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, por regiões metropolitanas (em %)*

Em 2008, a média das estimativas mensais para o contingente de empregados com carteira no setor privado situou-se em aproximadamente 9,6 milhões de pessoas no conjunto das seis Regiões Metropolitanas pesquisadas. Entre 2007 e 2008, este grupo de trabalhadores cresceu em todas as regiões metropolitanas. No total das seis regiões o aumento foi de 7,8% contra a variação de 3,8% na população ocupada. De 2003 a 2008 esta categoria de posição na ocupação também teve expansão expressiva, com variação de 29,0%, o que corresponde a um acréscimo de 2.147 mil pessoas, ao passo que a população ocupada, no mesmo período, cresceu 16,1%. Belo Horizonte registrou elevação de 41,0%; Recife, 32,2%; São Paulo, 32,7%, Salvador, 25,8%; Porto Alegre, 27,6%; e Rio de Janeiro, 17,5%, no mesmo período de comparação.

O grupamento da indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água respondeu por 25,0% para o total das seis Regiões Metropolitanas. Em Porto Alegre a participação foi de 33,1% e em Salvador, 15,1%.

O grupamento do comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis, se manteve concentrando 20,1% dos empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado. Com a exceção de São Paulo (18,3%) e de Recife (26,5%), as demais Regiões Metropolitanas apresentaram participações mais próximas a das seis regiões juntas, como mostra a tabela a seguir.

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro, apesar de ter registrado uma contribuição elevada (24,9%) do grupamento dos serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira dentre os empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, perdeu a liderança para Salvador (25,4%) que apresentou um aumento de 1,7 ponto percentual em relação ao ano anterior. Em Porto Alegre, verificou-se a menor participação, 16,1%.

Participação dos empregados sem carteira entre os ocupados caiu de 15,5% para 13,4% no período

A participação média dos empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado no total de ocupados passou de 15,5% em 2003 para 13,4% em 2008. Esta redução decorreu do crescimento da participação dos empregados com carteira de trabalho assinada (39,7% para 44,3%). Em 2008, o contingente de empregados sem carteira assinada permaneceu o mesmo de 2007 e entre 2003 e 2008 este contingente aumentou em 0,2%.

Tabela 42: Distribuição dos empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado, por regiões metropolitanas (em %)*

Em 2008, os homens respondiam por 58,5% dos empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado, e as mulheres, 41,5%. O Rio de Janeiro (17,5%) tinha a maior parcela de pessoas com 50 anos ou mais de idade empregadas sem carteira de trabalho assinada no setor privado e Salvador (9,2%) a menor.

Considerando os empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado, desagregados por grupamento de atividade, houve de 2003 a 2008 aumento da participação desta forma de inserção somente nos grupamentos dos serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira (de 14,1% em 2003 para 15,5% em 2008) e em outros serviços (de 22,7% para 24,6 %).

Participação dos trabalhadores por conta própria cai de 20,0% em 2003 para 18,8% em 2008

Os trabalhadores por conta própria representavam em 2008, 18,8% das pessoas ocupadas, enquanto que em 2003 esta proporção era de 20,0%. A Região com maior participação desta forma de inserção na população ocupada foi Recife com 22,8%. São Paulo e Belo Horizonte, apresentaram, ambas, a menor concentração: 16,7% das pessoas ocupadas trabalhando por conta própria.

Tabela 50: Distribuição dos trabalhadores por conta própria, por regiões metropolitanas (em %)*

Entre os trabalhadores por conta própria aumentou a participação das mulheres, de 36,6% em 2003 para 38,5% em 2008 e daqueles com 11 anos ou mais de estudo de 32,7% em 2003 para 40,4% em 2008. É importante destacar, além da crescente participação daqueles com 50 anos ou mais de idade como conta própria, que chegou a 33,6% em 2008 contra 27,6% em 2003. Esse comportamento foi mais expressivo na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde a contribuição dos trabalhadores por conta própria com 50 anos ou mais de idade passou de 25,4% em 2003 para 33,0% em 2008.

De 2003 a 2008, a população desocupada reduziu-se em 29,4 %

A procura de trabalho reduziu significativamente, a média de pessoas procurando trabalho nos 12 meses de 2008 foi estimada em 1.853 milhões contra 2.137 mil em 2007, redução de 13,3%. Frente a 2003, quando existiam 2.624 de pessoas procurando trabalho, a redução foi de 29,4%.

Tabela 73 - Número de pessoas desocupadas, segundo as regiões metropolitanas*

A média anual da taxa de desocupação para 2008 foi estimada em 7,9%, a menor na série histórica da PME. Em 2008, nas seis Regiões Metropolitanas investigadas, havia um contingente médio mensal (média de janeiro a dezembro) de 1,9 milhão de pessoas desocupadas, a menor média mensal para o indicador de 2003 a 2008. Na comparação com 2007, a redução dessa população foi de 13,3%. Já em relação ao ano de 2003 a queda foi de 29,4%, o que correspondeu à redução de 771 mil pessoas desocupadas. No período analisado (2003-2008), com exceção do ano de 2006, quando a média mensal teve ligeira elevação (3,9%), o comportamento do número de pessoas desocupadas seguiu uma tendência de queda. Em todos os meses de 2008 foram observadas reduções da população desocupada em relação ao mesmo mês de 2007, sendo que as quedas mais acentuadas foram as dos meses de maio, junho e agosto de 2008: 20,4% e 17,0% e 19,2%, respectivamente.

Entre 2007 e 2008, a redução do contingente mensal médio de desocupados ocorreu na população masculina: de 43,4% para 41,9%. Já entre as mulheres, o movimento foi de crescimento, de 56,7% para 58,1%. Em Porto Alegre houve o maior crescimento da desocupação feminina, 2,4 pontos percentuais.

Em relação a 2003, o percentual de mulheres no total de desocupados cresceu em todas as regiões investigadas. Por outro lado, é importante salientar que o contingente de mulheres desocupadas reduziu-se em 25% (de 1.434,5 milhões para 1.076,5 milhões, entre 2003-2008). Já o percentual de redução de homens desocupados foi de 34,7% no mesmo período (de 1.189,4 mil para 776,5 mil), ou seja, 9,7 pontos percentuais a mais de queda que as mulheres - indicando que, mesmo com a redução do número de mulheres desocupadas, a intensidade de redução da desocupação entre os homens ainda é maior.

Rendimento médio cresceu 11,3% desde 2003

A média anual do rendimento médio mensal, habitualmente recebido, cresceu 3,4% de 2007 para 2008 e 11,3% de 2003 para 2008. Nesses 5 anos houve ganho expressivo no poder de compra do rendimento do trabalho da população ocupada no total das seis regiões pesquisadas (11,3%) cerca de R$ 128,11. Todas as regiões metropolitanas apresentaram variações acima de 6,0% na média anual do rendimento.

Tabela 95: - Rendimento médio real habitualmente recebido pela população ocupada, por regiões metropolitanas (em reais)* - a preços de dez/08

Apesar da visível recuperação do rendimento da população ocupada nos últimos três anos, ainda não foi retomado o poder de compra do rendimento do trabalho da população em relação ao ano de 2002* nas regiões metropolitanas investigadas.

Tabela 96: Variação da média anual do rendimento médio real habitualmente recebido pela população ocupada, por regiões metropolitanas (em %)

Trabalhadores pretos e pardos recebem metade do rendimento dos brancos

As diferenças de rendimento também foram captadas pela PME, que apontou disparidade entre os rendimentos de homens e mulheres e, também, entre brancos, pretos e pardos. As mulheres ganham em torno de 71,0% do rendimento recebido pelos homens, e este quadro ao longo da série da PME não se modificou significativamente.

O rendimento dos trabalhadores de cor preta ou parda, em cinco anos, teve um acréscimo de 17,7%, enquanto o rendimento dos trabalhadores de cor branca cresceu 12,2%. Mas a pesquisa acusa também que, em média, os trabalhadores de cor preta ou parda ganham pouco mais da metade (50,8%) do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca. Destaca-se que em 2003 não chegava à metade (48,5%).

Tabela 113: Rendimento médio real habitualmente recebido no trabalho principal, segundo a cor ou raça, por regiões metropolitanas (em reais)* - a preços de dez/08

O rendimento dos trabalhadores de cor preta ou parda (R$ 812,45) continua inferior ao dos de cor branca (R$ 1.598,02). Em 2008, comparando a média anual dos rendimentos dos trabalhadores de cor branca com os de cor preta ou parda, verificou-se que, em média, os trabalhadores de cor preta ou parda ganham pouco mais do que a metade (50,8%) do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca.

Rendimento cresceu para todas as categorias de ocupação

De 2007 para 2008 o rendimento aumentou em todas as formas de inserção: os trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado (2,0%); trabalhadores por conta própria (4,2%); trabalhadores não registrados (empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado) (1,3%); empregadores (4,1%); e a categoria dos militares e funcionários públicos estatutários (3,5%).

O mesmo ocorreu nos grupamentos de atividade, todos apresentaram ganho no poder de compra. Já o rendimento domiciliar per capita aumentou 19,6% de 2003 para 2008. Da mesma forma, a massa de rendimento real mensal habitual (média anual) foi estimada para 2008 em 27,6 bilhões, o que resultou em um aumento de 28,7% em cinco anos (de 2003 para 2008).

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* A série histórica da PME, iniciada em março de 2002, não nos permite uma comparação anual, por esta razão a comparação foi feita entre os segundos semestres e os meses de março a dezembro.