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Em novembro, caem volume de vendas ( -0,7%) e receita nominal (-0,4%) do varejo

O comércio varejista apresentou, em novembro de 2008, resultados negativos sobre o mês anterior: ...

16/01/2009 07h01 | Atualizado em 16/01/2009 07h01

O comércio varejista apresentou, em novembro de 2008, resultados negativos sobre o mês anterior: nessa comparação, as taxas, livres de influência sazonal, ficaram em -0,7% para o volume de vendas e de -0,4% para a receita nominal de vendas, números que reforçam a inversão de tendência do setor iniciada em outubro, quando as variações frente a setembro haviam sido de -0,9% para volume de vendas e de -0,4% para a receita nominal (tabela 1). Em relação a novembro de 2007, as variações de 5,1% para o volume e de 12,0% para a receita, ainda que positivas, refletiram desaceleração no ritmo de crescimento na comparação com iguais meses do ano anterior. Já nos acumulados no ano e nos últimos 12 meses, as taxas pouco se modificaram, ficando, respectivamente, em 15,9% e 15,6% para a receita nominal de vendas e em 9,8%, em ambos os indicadores, para o volume de vendas.

Para o comércio varejista ampliado, as quedas na comparação novembro/ outubro de 2008, com ajuste sazonal, foram, pelo segundo mês consecutivo, maiores que as do comércio varejista, ficando em -3,4% para volume de vendas e -3,1% para a receita nominal, uma vez que incorporaram a expressiva retração das vendas de veículos. O varejo ampliado também registrou resultado negativo para o volume de vendas em relação a novembro de 2007 (-4,1%); com crescimento de 11,0% no acumulado no ano de 2008 e de 10,9% nos últimos 12 meses. Para esses mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou variações de 1,2%; 16,2% e 16,0%, respectivamente.

Na relação novembro/ outubro de 2008, com ajuste sazonal, houve resultados negativos em cinco das oito atividades que compõem o varejo, com destaque para equipamentos de escritório, informática e comunicação (-9,8%), seguidos por tecidos, vestuário e calçados (-5,5%); móveis e eletrodomésticos (-3,3%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%); e combustíveis e lubrificantes (-0,9%).

Os resultados positivos ocorreram em artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,6%); livros, jornais, revistas e papelaria (1,3%); e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,7%).

As duas outras atividades, que, com as anteriores, formam o varejo ampliado, apresentaram também resultados negativos sobre outubro: -7,0% para veículos e motos, partes e peças e -1,4% para material de construção.

Com as taxas negativas de outubro e novembro, na relação mês/ mês anterior, com ajuste, o comércio varejista e o comércio varejista ampliado fecharam o bimestre acumulando reduções no volume de vendas da ordem de -1,6% e -11,4%, respectivamente. Nesse período, a atividade que mais se retraiu foi a de veículos e motos, partes e peças (-24,3%), seguida por tecidos, vestuário e calçados (-10,8%); equipamentos de escritório, informática e comunicação (-9,9%); móveis e eletrodomésticos (-5,6%); material de construção (-3,6%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,2%); e combustíveis e lubrificantes (-1,7%).

Registraram taxas positivas artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria e cosméticos (1,5%); livros, jornais, revistas e papelaria (1,0%); e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,4%).

Na comparação com novembro de 2007, três das dez atividades pesquisadas tiveram decréscimo no volume de vendas, sendo que, das sete com resultados positivos, cinco assinalaram retração no ritmo de crescimento.

A atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com crescimento de 6,0% em relação a novembro de 2007, superou, nessa comparação, a própria taxa do comércio varejista (de 5,1%), situação que não ocorria desde janeiro de 2007. Por isso e por seu peso elevado na estrutura do comércio, a atividade tornou-se responsável por 56% da taxa global. Todavia, nos resultados acumulados, suas taxas, de 5,7% de janeiro a novembro e de 5,8% para os últimos 12 meses, ficaram distantes das obtidas pelo comércio varejista, em parte devido à inflação dos alimentos.

Apesar do recuo no crescimento do volume de vendas, de 15,7% em outubro para 4,5% em novembro, a atividade de móveis e eletrodomésticos se manteve como a segunda maior responsável pelo resultado positivo do varejo. A desaceleração, em função das restrições de crédito a partir de setembro, não foi suficiente para retirar da atividade a condição, até novembro, de terceiro melhor desempenho setorial de 2008, com taxas acumuladas no ano e nos últimos 12 meses de 16,6% e 16,0%, respectivamente.

O segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com 14,1% de variação no volume de vendas na relação novembro08/ novembro07 (o segundo melhor desempenho setorial do mês), deslocou-se, entre outubro e novembro, da quinta para a terceira maior contribuição à taxa geral do varejo. Com expansão da ordem de 13,2% no acumulado de janeiro a novembro, é uma das duas atividades que vêm mantendo o ritmo de crescimento, o que pode ser justificado pelo crescimento da massa real de salários e pelo caráter de uso essencial de seus produtos.

A quarta maior contribuição ao aumento do volume de vendas do varejo, na relação novembro08/ novembro07, veio de combustíveis e lubrificantes, a despeito de ter reduzido quase pela metade sua taxa mensal de crescimento, que passou de 10,9% em outubro para 5,5% em novembro. Com variações de 9,6% e 9,1% nos acumulados de janeiro a novembro e nos últimos 12 meses, respectivamente, a atividade mantém resultados muito próximos aos do varejo. Para isso, foi fundamental a estabilidade nos preços dos combustíveis em 2008.

Ao reduzir a taxa de crescimento do volume de vendas de 12,1% em outubro para 6,5% em novembro, em relação a iguais meses de 2007, o segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico perdeu importância na taxa global, passando de terceira para a quinta maior contribuição. Apesar disso, a atividade se manteve na vice-liderança quanto à magnitude da taxa acumulada de crescimento no ano, com l7,8% de aumento de janeiro a novembro e 18,2% nos últimos 12 meses.

Os equipamentos e material para escritório, informática e comunicação exerceram o sexto maior impacto positivo na taxa do varejo, com 20,8% de crescimento em relação a novembro de 2007. Em termos de resultado acumulado, trata-se da atividade com o maior patamar de crescimento: 33,2% no ano de 2008 e 33,8% no acumulado dos últimos 12 meses. Crédito, renda, redução de preços e programas de inserção digital são os principais fatores explicativos desse desempenho.

Os 10,4% de expansão no comércio de livros, jornais, revistas e papelaria tiveram reduzido impacto na formação da taxa geral comércio varejista (1,5%). Nos acumulados no ano e nos últimos 12 meses, a atividade assinala, respectivamente, taxas de 10,7% e 10,3%.

A única variação negativa do volume de vendas no varejo em relação a novembro de 2007 ocorreu em tecidos, vestuário e calçados (-8,7%). O aumento de preços dos produtos importados do ramo, provocado pela desvalorização do Real, explica em boa medida esse desempenho negativo. Nos acumulados, a atividade registra taxas de 7,1% de janeiro a novembro de 2008 e de 7,5% nos últimos 12 meses, números que a partir de outubro passaram a se estabelecer abaixo da taxa geral do comércio.

Completam o quadro de taxas negativas na relação novembro08/ novembro07, as quedas no volume de vendas de veículos e motos, partes e peças (-20,3%) e de material de construção (-6,2%), resultados que proporcionaram a primeira queda no volume de vendas do comércio varejista ampliado (-4,1%), desde que a série foi iniciada, em janeiro de 2005. Mesmo com as reduções, o varejo ampliado ainda assinala taxas acumuladas no ano (11,0%) e nos últimos 12 meses (10,9%) superiores às do varejo.

Da mesma forma, com 13,5% de crescimento nos acumulados no ano e em 12 meses, a atividade de veículos e motos partes e peças continuava apresentado até novembro uma das maiores taxas de desempenho de 2008, a despeito das significativas quedas dos últimos dois meses. Já material de construção, com variações acumuladas de 8,8% no ano e 8,9% nos últimos 12 meses, permanece abaixo da média.

Nos resultados regionais do comércio varejista, na comparação novembro/ outubro 2008, com ajustamento sazonal, 7 unidades da federação tiveram variações positivas e 20 assinalaram quedas. Os principais acréscimos ocorreram no Piauí (3,0%), Ceará (2,9%) e em Rondônia (1,7%), enquanto as maiores reduções foram no Rio Grande do Norte (-3,7%), Maranhão (-3,6%), em Sergipe (-3,3%) e no Tocantins (-3,0%).

Já na relação novembro08/ novembro07 (sem ajustamento), a situação se inverte, com apenas 3 das 27 unidades da federação assinalando resultados negativos: Amazonas (-5,8%); Pará (-4,2%); e Tocantins (-0,2%). As maiores taxas de crescimento, nesse confronto, ocorreram em Rondônia (15,7%); no Piauí (12,2%); em Roraima (9,3%); no Acre (8,9%); e em São Paulo (7,9%). Quanto à participação na composição da taxa do comércio varejista, os destaques foram, pela ordem, São Paulo (7,9%), Rio de Janeiro (3,2%), Bahia (7,7%), Paraná (4,6%) e Rio Grande do Sul (3,5%).

Quanto ao volume de vendas do varejo ampliado, também na comparação com novembro de 2007, prevaleceram os resultados negativos, em 20 das 27 unidades da federação. Destacaram-se, com as maiores quedas, Distrito Federal (-12,0%), Santa Catarina (-10,2%), Goiás (-9,7%), Maranhão (-7,3%) e Pará (-6,9%). Em termos de contribuição para o resultado negativo do setor, os destaques foram São Paulo (-3,6%), Santa Catarina (-10,2%), Minas Gerais (-5,1%), Distrito Federal (-12,0%) e Rio de Janeiro (-3,3%).