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IPCA de dezembro fica em 0,28% e fecha 2008 em 5,90%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de dezembro de 2008 teve variação de 0,28%, 0,08 ponto percentual abaixo da taxa de novembro (0,36%)...

09/01/2009 07h01 | Atualizado em 09/01/2009 07h01

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de dezembro de 2008 teve variação de 0,28%, 0,08 ponto percentual abaixo da taxa de novembro (0,36%) e 0,46 ponto percentual abaixo do índice de dezembro de 2007 (0,74%). Com isso, o IPCA do ano de 2008 ficou em 5,90%, maior resultado desde 2004 (7,60%) e 1,44 ponto percentual acima da taxa de 2007 (4,46%). Assim como havia ocorrido em 2007, o IPCA de 2008 foi influenciado principalmente pela alta dos alimentos.

Enquanto de 2002 a 2006 foi observada tendência de queda do IPCA ano a ano, 2007 e 2008 evidenciaram aceleração na taxa de crescimento do índice. Após ter fechado 2007 em 4,46%, o acumulado em 12 meses apresentou trajetória crescente durante praticamente todo o ano de 2008, sendo que os índices mais elevados foram registrados em maio (0,79%) e junho (0,74%).

Os resultados evidenciam alta mais concentrada no primeiro semestre do ano, seguindo pressões dos produtos alimentícios já ocorridas no segundo semestre do ano anterior.

Refeição em restaurante foi a maior contribuição individual para o IPCA de 2008

Em 2008, os preços dos alimentos aumentaram 11,11%, resultado superior aos 10,79% de 2007, representando a maior alta dentre os grupos que compõem o IPCA. Os produtos não-alimentícios situaram-se em 4,46%, também acima de 2007, quando haviam aumentado 2,83%.

Com peso de 22,76%, os alimentos exerceram forte pressão sobre o índice do ano: 2,42 ponto percentual de contribuição, ou seja, 41% do IPCA de 2008. A alta dos alimentos é atribuída, basicamente, a dois fatores: preços elevados dos produtos cotados no mercado internacional; e aumento da demanda por alimentos - tanto interna quanto externa. Da variação de 11,11% do grupo, 8,65% ficaram no primeiro semestre e 2,27% no segundo.

O item refeição em restaurante, cujos preços aumentaram 14,45% em 2008, deteve a maior contribuição individual no índice do ano: 0,55 ponto percentual. Em seguida, vieram as carnes, com alta de 24,02% e contribuição de 0,49 ponto percentual.

Empregado doméstico foi a terceira maior contribuição no ano

Dentre os não-alimentícios, a principal contribuição veio do grupo de despesas pessoais (0,72 ponto percentual do IPCA de 2008), que teve variação de 7,35% no ano. O destaque ficou com os salários dos empregados domésticos, que aumentaram 11,04% e contribuíram com 0,34 ponto percentual, sendo a terceira maior contribuição individual para o índice do ano.

Outros itens relevantes foram os colégios (4,75%), planos de saúde (6,15%) e aluguel residencial (6,92%).

Por outro lado, alguns produtos contribuíram para conter o IPCA de 2008, apresentando taxas negativas. Os automóveis, com queda de 4,32% nos usados e 2,25% nos novos, foram a principal pressão de baixa no índice geral, com - 0,14 ponto percentual.

Apesar da queda nos preços da gasolina, os combustíveis fecharam 2008 com aumento de 0,55%, puxados pelo álcool (1,06%) e gás veicular (23,41%). O item contribuiu com 0,03 ponto percentual para o IPCA do ano, em oposição à participação negativa de -0,02 ponto percentual de 2007.

Em 2008, os itens administrados tiveram uma contribuição de 0,99 ponto percentual no IPCA, frente a 0,51 ponto em 2007. Dentre eles, destacaram-se os aumentos do telefone fixo (de 0,34% em 2007 para 3,64% em 2008), taxas de água e esgoto (de 4,82% para 7,11%) e remédios (de 0,54% para 3,96%).

Em 2008, região metropolitana de Belém volta a ter maior IPCA

Como havia ocorrido em 2007, a região metropolitana de Belém ficou com o maior IPCA acumulado em 2008 (7,95%), principalmente em virtude dos aumentos ocorridos nos alimentos (12,74%). O índice mais baixo foi o de Salvador (5,15%), conforme a tabela abaixo.

Preços dos alimentos continuaram a desacelerar em dezembro

Os preços dos alimentos subiram ainda menos de novembro para dezembro: de 0,61% para 0,36%. Vários itens apresentaram menor aumento de preços. O destaque ficou com as carnes (de 2,53% em novembro, para 0,44% em dezembro), que cederam lugar ao tomate na liderança das maiores contribuições no mês. Com alta de 34,11%, após os 20,87% de novembro, o produto ficou 108,32% mais caro no ano e contribuiu com 0,06 ponto percentual na formação do IPCA de dezembro. Dessa forma o tomate representou quase a totalidade da contribuição do grupo alimentação e bebidas: 0,08 ponto percentual.

Em contraposição, o feijão carioca, por ter variado -19,02%, ficou com uma contribuição de -0,06 ponto percentual no IPCA, a mais baixa do mês.

As maiores altas dos alimentos ficaram com as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e Recife, cada uma das quais com variação de 1,13%. As regiões metropolitanas de São Paulo (-0,04%), Porto Alegre (-0,03%) e Belo Horizonte (-0,01%) apresentaram pequenas quedas nos resultados do grupo.

Quanto aos produtos não-alimentícios, o IPCA de dezembro foi de 0,26%, próximo dos 0,29% de novembro. Vestuário foi o grupo de maior alta no último mês do ano, tendo voltado a subir, passando de 0,71% em novembro para 0,99% em dezembro.

Por outro lado, artigos de residência (-0,04%) e transportes (-0,03%) tiveram deflação. Dentre os artigos de residência, quase todos os itens apresentaram menores variações de novembro para dezembro, com destaque para eletrodomésticos (de 0,32% em novembro para 0,01% em dezembro) e TV e som (de 0,71% para -1,07%).

Já em relação aos transportes (-0,03%) em dezembro foi reflexo, em parte, da alta de 0,89% nas tarifas dos ônibus urbanos, em decorrência de reajustes nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (4,76% a partir de 16 de dezembro), Belo Horizonte (9,52% a partir de 29 de dezembro) e Belém (13,00% a partir de 20 de dezembro). Ficaram mais caras também as tarifas dos ônibus intermunicipais (de 0,31% em novembro para 1,33% em dezembro) e interestaduais (de 0,24% para 2,21%), além das tarifas aéreas (de 0,73% para 1,31%). Com isso, o item transporte público, que havia apresentado variação de 0,11% em novembro, passou para 0,94% em dezembro.

Enquanto isso, o item veículo próprio apresentou queda mais intensa de um mês para o outro (de -0,24% para -0,73%). Os destaques ficaram com os automóveis novos (de -0,40% para -1,99%) e usados (de -2,61% para -2,76%), além da gasolina (de 0,21% para -0,09%).

Quanto às regiões pesquisadas, o maior resultado em dezembro foi registrado no Rio de Janeiro (0,77%), onde os alimentos apresentaram o maior aumento (1,13%) e as tarifas dos ônibus urbanos variaram 3,33%. Curitiba (-0,04%) apresentou pequena deflação.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília. Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados de 27 de novembro a 29 de dezembro (referência) com aqueles vigentes de 30 de outubro a 26 de novembro (base).

INPC de dezembro atinge 0,29% e acumula 6,48% em 2008

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 0,29% em dezembro, resultado 0,09 ponto percentual inferior ao de novembro (0,38%), fechando o ano de 2008 em 6,48%. Em dezembro de 2007, o índice havia sido de 0,97%.

Em 2008, os alimentos tiveram variação de 11,40%, enquanto os produtos não-alimentícios aumentaram 4,47%. Em 2007, o resultado do ano havia sido de 5,16%, com alta de 11,91% nos alimentícios e 2,63% nos não-alimentícios.

Dos índices regionais, em 2008, o maior foi verificado em Belém (8,40%), e o menor foi o de Belo Horizonte (4,92%).

Em dezembro do ano passado, a variação de 0,29% do INPC resultou dos índices de 0,12% dos alimentos e de 0,36% dos itens não-alimentícios, cujas variações em novembro haviam sido, respectivamente, de 0,50% e 0,33%.

Quanto às regiões pesquisadas, o maior resultado foi registrado no Rio de Janeiro (1,04%), onde os alimentos apresentaram o maior aumento (0,86%) e as tarifas dos ônibus urbanos variaram 3,33%. Curitiba (-0,04%) apresentou pequena deflação.

O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 6 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília. Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados de 27 de novembro a 29 de dezembro (referência) com os vigentes de 30 de outubro a 26 de novembro (base).