Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Índice Nacional da construção civil varia 0,62% em dezembro e fecha 2008 em 11,73%

09/01/2009 07h01 | Atualizado em 09/01/2009 07h01

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo IBGE em convênio com a Caixa Econômica Federal, registrou variação de 0,62% em dezembro de 2008, o que significou uma desaceleração de 0,19 ponto percentual em relação a novembro (0,81%). Na comparação com o mesmo mês de 2007 (0,76%), a taxa de dezembro também apresentou decréscimo (-0,14 ponto percentual). Com esse resultado, o índice fechou o ano de 2008 com alta de 11,73%, bem acima do ano de 2007, quando havia ficado em 6,08%.

Em dezembro, materiais (0,62%) e mão-de-obra (0,61%) tiveram resultados muito próximos. Entretanto, a componente materiais apresentou a significativa desaceleração (-0,43 ponto percentual) em relação a novembro (1,05%), enquanto a parcela referente à mão-de-obra avançou 0,14 ponto percentual na comparação com a taxa de novembro (0,47%). A pressão foi exercida por reajustes salariais da categoria ocorridos nos estados do Amapá, Piauí e Minas Gerais.

Por metro quadrado, o custo nacional passou de R$ 672,62 para R$ 676,78, de novembro para dezembro, sendo R$ 395,65 relativos às despesas com materiais e R$ 281,13 com mão-de-obra.

No acumulado no ano de 2008, os materiais foram os principais responsáveis pela aceleração do índice da construção civil, já que ficaram 13,78% mais caros, significativamente acima dos 5,25% registrados em 2007. A parcela do custo referente à mão-de-obra aumentou 8,97% e também ficou acima da registrada no ano anterior (7,21%).Com isso, o custo nacional, por metro quadrado, se elevou de R$ 605,71 em dezembro de 2007 para R$ 676,78 em dezembro de 2008.

A comparação das séries do custo nacional da construção civil, nos períodos 2007 e 2008, mostra que, a partir de maio de 2008, o nível da variação desse custo apresenta uma forte elevação, voltando a mostrar sentido descendente somente a partir de outubro.

Em maio, a importante variação positiva foi influenciada pelo aumento salarial dos trabalhadores da construção civil da cidade de São Paulo. A tendência declinante a partir de outubro deveu-se, em grande parte, à participação dos materiais, cujos preços mantiveram-se em níveis próximos de janeiro a maio, tendo sofrido significativa elevação a partir de junho, até atingirem o pico no mês de setembro (aumento de 2,03%), para, em seguida, caírem linearmente até dezembro.

Sudeste tem maior alta em dezembro e fecha 2008 com o maior custo

No mês de dezembro, a região Sudeste, com 0,83%, apresentou a maior alta de custo na construção civil, enquanto as demais regiões ficaram abaixo da média nacional (0,62%). Norte (0,51%), Nordeste (0,51%) e Sul (0,53%) apresentaram variações muito próximas, enquanto o Centro Oeste (0,14%), situou-se bem abaixo das demais regiões.

No ano de 2008, o Norte do país registrou o maior acumulado (13,33%), acima das demais regiões: Nordeste (11,25%), Sudeste (11,66%), Sul (11,94%) e Centro Oeste (11,58%).

Quanto aos custos regionais, em 2008 eles resultaram nos seguintes valores por metro quadrado: R$ 716,80 no Sudeste; R$ 674,90 no Norte; R$ 667,06 no Sul; R$ 646,76 no Centro-Oeste e R$ 632,94 no Nordeste. O Sudeste, além de apresentar a maior alta no mês de dezembro, encerrou o ano com o maior custo regional.

Comparando-se as variações acumuladas nos anos, o destaque fica com a região Sul, onde os custos da construção civil aumentaram, em 2008, 142,19% mais que em 2007 (11,94% contra 4,93%), bem acima do resultado nacional nesse mesmo confronto (93,09%). Bem abaixo da média na mesma comparação ficou a região Nordeste, com 51,82%, conforme a tabela abaixo.

Piauí e Amapá registraram as maiores altas entre os estados

Em dezembro, Piauí e Amapá, por conta de reajustes salariais, registraram as maiores altas na variação mensal dos custos da construção civil: 4,18% e 4,16%, respectivamente. Pela mesma razão, o estado de Minas Gerais apresentou alta de 2,19%. O Piauí teve, ainda, entre os estados, a maior variação acumulada no ano de 2008: 16,86%.

Esses resultados são calculados mensalmente pelo IBGE através de convênio com a Caixa Econômica Federal, a partir do Sinapi – Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil.

O Sinapi, criado em 1969, tem como objetivo a produção de informações de custos e índices de forma sistematizada e com abrangência nacional, visando à elaboração e avaliação de orçamentos, como também acompanhamento de custos. Em 2002, o Congresso Nacional aprovou, através da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a adoção do Sinapi como referência para delimitação dos custos de execução de obras públicas.