Em 2007, no Brasil, a esperança de vida ao nascer era de 72,57 anos
Entre 1991 e 2007, a expectativa ao nascer da população do Brasil aumentou 5 anos, 6 meses e 26 dias, e a taxa de mortalidade infantil (óbitos de menores de 1 ano de idade por cada mil nascidos vivos) declinou: de 45,19 ‰, em 1991,para 24,32 ‰, em 2007.
01/12/2008 08h01 | Atualizado em 01/12/2008 08h01
Entre 1991 e 2007, a expectativa ao nascer da população do Brasil aumentou 5 anos, 6 meses e 26 dias, e a taxa de mortalidade infantil (óbitos de menores de 1 ano de idade por cada mil nascidos vivos) declinou: de 45,19 ‰, em 1991,para 24,32 ‰, em 2007. No mesmo período, a relação entre a mortalidade de homens e mulheres com idades entre 20 a 24 anos passou de 3,34 em 1991 para 4,20 em 2007, e continua sendo mais elevada no Sudeste (4,99. Se as mortes por causas externas, particularmente as violentas, entre a população jovem masculina, não tivessem sua atual dimensão, a esperança de vida dos brasileiros poderia ser mais elevada em cerca de 2 anos.
Entre 1991 e 2007, a população do país ganhou 5,57 em sua expectativa de vida ao nascer, ao passar de 67,00 anos, em 1991, para 72,57 anos, em 2007. Em 2006, a esperança de vida para o Brasil era de 72,28 anos e cresceu, portanto, 3 meses e 14 dias no transcurso de 1 ano. O diferencial por sexo que, em 1991, era de 7,70 anos, experimentou um discreto declínio, passando para 7,62 anos, em 2007. Os mais expressivos diferenciais por sexo são encontrados nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, certamente fruto da combinação de efeitos como a maior longevidade feminina e as mortes por causas externas entre a população masculina jovem. Desde 1999, o IBGE divulga, anualmente, a tábua completa de mortalidade da população brasileira, em cumprimento ao disposto no Artigo 2º do Decreto Presidencial n° 3.266 de 29/11/1999. Os dados da Tábua de Vida são utilizados pelo Ministério da Previdência Social no cálculo do fator previdenciário das aposentadorias das pessoas regidas pelo Regime Geral da Previdência Social.
Homens entre 20 e 24 anos tinham 4 vezes mais chances de morrer do que as mulheres
No Brasil, no grupo etário de 20 a 24 anos, a sobremortalidade masculina passou de 3,34, em 1991, para 4,20, em 2007. Assim, a chance de um homem falecer com idade entre 20 e 24 anos era quatro vezes maior que a de uma mulher no mesmo grupo etário.
Se as mortes por causas externas, particularmente as mortes violentas, não tivessem adquirido tamanha dimensão, a esperança de vida ao nascer de um brasileiro poderia ser superior em 2 ou 3 anos (quadro 3). Em 1991, uma mulher nascida no Rio Grande do Sul vivia, em média, 18,98 anos a mais que um homem nascido em Alagoas. Já em 2007, a diferença que separa a expectativa de vida de uma mulher do Distrito Federal e a de um homem de Alagoas seria de 16,32 anos. Tanto em 1991 quanto em 2007, as maiores diferenças na esperança de vida ao nascer entre as unidades da federação podem ser observadas no Rio de Janeiro e em São Paulo (Quadro 3). No Nordeste, em 2007, vale registrar as situações do Ceará e Alagoas.
Entre 1991 e 2007, a mortalidade infantil reduziu-se em mais de 46 %
A taxa de mortalidade infantil (óbitos de menores de 1 ano de idade por cada mil nascidos vivos) declinou de 45,19 ‰, em 1991, para 24,32 ‰, em 2007, representando uma de diminuição percentual acima de 46%, em 16 anos. Neste sentido, é importante mencionar que o Brasil, como signatário da Cúpula do Milênio, tem como meta alcançar, até 2015, uma taxa de mortalidade infantil próxima a 15 ‰, e a projeção sinaliza uma taxa de 18,20 ‰. Os resultados do Censo Demográfico de 2010 oferecerão subsídios mais precisos para uma melhor avaliação das possibilidades do Brasil atingir esta meta contida nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. De qualquer forma, constata-se a persistência de grandes distâncias entre o Norte, o Nordeste e o Centro-Sul do país, configurando um cenário de marcadas desigualdades sociorregionais (Quadro 4).
Ao longo destes 16 anos, a mortalidade infantil reduziu-se em todas as Unidades da Federação, e a esperança de vida aumentou em todas as idades, especialmente ao nascer. Ainda assim, a morte prematura de jovens do sexo masculino por causas externas é um fato social desconfortável para o país, sobretudo, por serem em grande parte fruto da violência que se instaurou na sociedade brasileira, abrindo chagas que teimam em não cicatrizar.