Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Produção Industrial recua 0,5% em maio

Em maio de 2008, a produção industrial recuou 0,5% frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, após duas taxas positivas consecutivas, quando acumulou ganho de 0,7%.

01/07/2008 06h01 | Atualizado em 01/07/2008 06h01

Em maio de 2008, a produção industrial recuou 0,5% frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, após duas taxas positivas consecutivas, quando acumulou ganho de 0,7%. Nas demais comparações, os resultados foram positivos: 2,4% frente a maio de 2007, 6,2% para o período janeiro-maio e 6,7% no indicador acumulado nos últimos doze meses. Segundo a pesquisa do IBGE, a desaceleração em maio foi mais significativa nos confrontos com iguais períodos de 2007, uma vez que há o efeito da base de comparação elevada e a influência do calendário (2 dias úteis a menos em maio de 2008).


A redução em maio, na comparação com abril, refletiu o movimento observado em 16 das 27 atividades pesquisadas. As principais pressões negativas vieram de veículos automotores (-5,5%) e de máquinas e equipamentos (-4,7%), seguidos por perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-9,7%) e alimentos (-1,3%). Por outro lado, entre os onze ramos que apresentaram crescimento, as principais contribuições vieram de bebidas (9,1%), refino de petróleo e produção de álcool (3,3%) e outros produtos químicos (3,1%).


 

Por categorias de uso, ainda no confronto mês/mês anterior, a queda mais acentuada foi observada em bens de capital (-4,9%), depois de quatro meses consecutivos de expansão, período em que o setor acumulou taxa de 4,8%. O setor de bens de consumo duráveis, com recuo de 1,3%, registrou a segunda queda consecutiva (-2,0% em abril), após expansão de 8,8% no período março 08/ dezembro 07. A produção de bens intermediários (0,3%), segmento de maior peso na estrutura industrial, ficou praticamente estável pelo segundo mês consecutivo. O segmento de bens de consumo semi e não duráveis, ao registrar acréscimo de 1,3%, compensou a queda registrada em abril (-1,1%).


 

Na comparação com maio de 2007, a produção global da indústria assinalou expansão de 2,4%, com 15 atividades sustentando taxas positivas, ritmo bem menos intenso que o observado em abril (10,0%) quando houve crescimento em 21 atividades. Além da influência da elevada base de comparação, uma vez que a partir de maio do ano passado a produção acentuava a sua trajetória ascendente, observa-se em maio de 2008 menos 2 dias trabalhados (20) que maio de 2007 (22). As principais contribuições positivas sobre a média global vieram de veículos automotores (6,5%), outros equipamentos de transportes (24,2%) e indústrias extrativas (7,2%). Nestes ramos, sobressaem os itens automóveis e caminhões; aviões e motocicletas; e minérios de ferro e petróleo. Por outro lado, entre os 12 ramos com recuo na produção, as maiores pressões vieram de fumo (-21,3%), máquinas de escritório e equipamentos de informática (-9,7%) e calçados e artigos de couro (-12,9%). O movimento de desaceleração no indicador mensal em maio também fica evidente nos índices por subsetores: dos 76 pesquisados, 47 apresentaram crescimento este mês, ao passo que em abril eram 60.


 

Nos índices por categorias de uso, a perda de ritmo observada em maio é particularmente relevante nos setores de bens de capital, que passou de 27,6% em abril para 5,8% em maio, menor taxa desde setembro de 2006, e em bens de consumo duráveis (de 22,4% para 6,0%). Vale citar que esses dois setores foram líderes na expansão observada desde maio de 2007, sendo assim, os mais impactados pelo efeito de uma base de comparação elevada. Os segmentos de bens intermediários (2,3%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%) também mostraram desaceleração frente ao resultado de abril (6,0% e 5,7%, respectivamente).


 

O comportamento de bens de capital foi influenciado pelos resultados dos subsetores de bens de capital para fins industriais, que passou de 17,7% em abril para -0,7% em maio, primeira taxa negativa desde junho de 2006, seguido por, bens de capital para transporte (de 42,5% para 11,2%) e para uso misto (de 20,0% para 1,5%). A desaceleração de bens de consumo duráveis está associada aos desempenhos de automóveis que, após assinalar aumento de 36,0% em abril, registrou acréscimo de 9,6% em maio e eletrodomésticos da “linha branca” (de 18,3% para –6,2%). No segmento de bens intermediários, os destaques ficaram com insumos industriais elaborados (3,0%), com aumento na produção de celulose, seguido por, combustíveis e lubrificantes elaborados (8,7%), devido à maior fabricação de óleo diesel e peças e acessórios para transporte industrial (3,2%), por conta da expansão na produção de autopeças. Embora com resultado positivo, a fabricação de insumos da construção civil avançou 6,4%, ritmo inferior ao registrado em abril (11,4%). Os principais impactos negativos vieram de alimentos e bebidas elaborados para indústria (-5,3%), em função da queda de –11,3% no item açúcar cristal. O setor de bens de consumo semi e não duráveis praticamente repetiu o patamar de maio do ano passado (-0,1%), o acréscimo em alimentos e bebidas para consumo doméstico (2,0%), devido a maior produção de cervejas e chope, foi anulado pela queda de 7,5% no subsetor de semiduráveis, por conta principalmente da redução na fabricação de calçados de couro.


 

No indicador acumulado janeiro-maio, a taxa global de 6,2% foi sustentada, principalmente, pelo desempenho positivo da maioria (20) das 27 atividades investigadas, sob a liderança de veículos automotores (18,2%), seguido por máquinas e equipamentos (10,4%), outros equipamentos de transporte (31,9%) e metalurgia básica (7,1%). Em termos de produtos, os destaques nessas indústrias foram: automóveis e caminhões; aparelhos elevadores e/ou transportadores e máquinas para colheita; aviões e motocicletas; e lingotes, blocos e tarugos de aço ao carbono e relaminados de aço. No corte por categorias de uso, a liderança do crescimento ficou com os setores de bens de capital (16,3%) e de bens de consumo duráveis (13,7%), onde a expansão se dá a um ritmo mais que duas vezes acima da média global da indústria. O segmento de bens intermediários cresceu 5,2% e o de bens de consumo semi e não duráveis avançou 1,8%.