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IBGE conta história da imigração japonesa em mangá

“O vento do Oriente: uma viagem através da imigração japonesa no Brasil” conta, no formato de mangá (quadrinhos em estilo japonês), um pouco da história da chegada ...

19/06/2008 07h01 | Atualizado em 19/06/2008 07h01

“O vento do Oriente: uma viagem através da imigração japonesa no Brasil” conta, no formato de mangá (quadrinhos em estilo japonês), um pouco da história da chegada dos japoneses ao Brasil, cem anos atrás, e de sua adaptação à nova pátria. O livro tem textos de André Uesato e Renata Corrêa, do Centro de Documentação e Disseminação de Informações do IBGE, e ilustrações de Lícius Bossolan e Martha Werneck. Além de fazer um resumo da história da imigração japonesa, a publicação também ensina a fazer origamis (figuras de papel dobrado).

Ela será lançada hoje, dia 19 de junho, às 13h30, na Escola Estadual Presidente Roosevelt - rua São Joaquim, 320, Liberdade - São Paulo/SP.

Quando Tatá pegou aquele leque antigo prateado de sua avó japonesa, para incrementar a fantasia que usaria num encontro de animes e mangás, no bairro da Liberdade, em São Paulo, não imaginava as aventuras que iria viver! Ao abrir e balançar o leque, a nikkei 1 e seu amigo Bruno, um apaixonado pela cultura do Japão, são misteriosamente transportados no tempo para diferentes momentos históricos dos cem anos de imigração japonesa no Brasil.

Primeiro, eles vão parar em 1945, quando encontram uma família de imigrantes em Marília (SP), que lhes explica, por meio de um filme com bonecos, as razões pelas quais os japoneses deixaram seu país rumo ao Brasil. Eles ficam sabendo também como, ao se envolver na Segunda Guerra Mundial do lado dos alemães e italianos, o Japão foi alvo de bombas nucleares, e os emigrantes japoneses no Brasil ficaram proibidos de fazer uma série de coisas, inclusive falar em seu idioma de origem.

Depois de lutarem contra integrantes do shindô-renmei 2 , Tatá e Bruno aterrissam em 1918, em Ribeirão Preto (SP), apenas dez anos depois de o navio Kasato Maru ter desembarcado no Brasil, trazendo os primeiros imigrantes japoneses. Eles conhecem então Manabu, um jovem que chegou ao país nessa primeira viagem e tem um pequeno sítio. Com a ajuda de Zezé, uma negra escrava alforriada, Manabu conta a Bruno e Tatá como foram os primeiros anos da imigração, a substituição do trabalho escravo pelo dos imigrantes e as dificuldades de adaptação à nova pátria. Tudo isso em meio à tradicional cerimônia do chá e sushis, cujas algas haviam sido dadas a Zezé por um suposto feiticeiro japonês que mora na região.

Curiosos e na esperança de que o feiticeiro resolva o mistério de sua viagem pela história e os ajude a voltar para casa, Tatá e Bruno decidem conhecê-lo. Eles descobrem, porém, que, na verdade, não se trata de um bruxo, mas de um samurai também perdido no tempo e no espaço, que não sabe como chegou ao Brasil do início do século 20, mas tem um leque igualzinho ao de Tatá. Os jovens trocam de leque com o samurai e conseguem, enfim, voltar à sua época – ou quase!

 

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1 Nome dado aos descendentes de japoneses que nasceram ou moram fora do Japão.

2 Grupo de nikkeis fanáticos, que não acreditavam que o Japão havia perdido a Segunda Guerra Mundial e atacavam os japoneses que aceitavam a derrota, os quais consideravam traidores da pátria.