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Pequenas empresas geram maior receita do comércio em 2006

A Pesquisa Anual de Comércio (PAC) revelou que a receita operacional líquida das empresas comerciais na faixa de até 19 pessoas ocupadas, aumentou sua participação de 28,6% para 29,9%, entre 2005 e 2006, ...

13/06/2008 07h01 | Atualizado em 13/06/2008 07h01

A Pesquisa Anual de Comércio (PAC) revelou que a receita operacional líquida 1 das empresas comerciais na faixa de até 19 pessoas ocupadas, aumentou sua participação de 28,6% para 29,9%, entre 2005 e 2006, ultrapassando as empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas, que diminuíram sua participação de 29,9% para 29,2%, no mesmo período. Em 2006, as empresas comerciais varejistas que ocupavam até 19 pessoas concentraram a maior parcelada receita operacional líquida (45,9%), dos salários, retiradas e outras remunerações (55,9%), pessoal ocupado (68,7%) e número de empresas (98,3%) do comércio. Focalizando as empresas com 250 pessoas ocupadas ou mais, a PAC revelou que o salário médio por trabalhador diminuiu de 4,7 salários mínimos mensais para 3,0 salários mínimos mensais, entre 2000 e 2006. Do ponto de vista regional, a atividade comercial ainda se concentra na região Sudeste, no entanto, entre 2000 e 2006, destacou-se o aumento de participação na receita bruta de revenda 2 da região Norte (de 2,7% para 4,0%) e Nordeste (11,9% para 13,1%), bem como o crescimento de pessoal ocupado (de 5,8% para 6,7%) e salários, retiradas e outras remunerações (de 5,6% para 6,5%) do Centro-Oeste.

Em 2006, a PAC estimou, no Brasil, aproximadamente 1,6 milhão de estabelecimentos pertencentes a 1,5 milhão de empresas comerciais que, em conjunto, geraram cerca de R$ 1,1 trilhão de receita operacional líquida, ocuparam 7,6 milhões de pessoas, que receberam em salários, retiradas e outras remunerações R$ 61,6 bilhões. Entre os anos de 2005 e 2006, o atacado permaneceu com a maior parcela da receita operacional líquida, enquanto o varejo foi o segmento com maior participação no número de empresas, número de estabelecimentos, pessoal ocupado e salários, retiradas e outras remunerações, em ambos os anos. A PAC tem como objetivo descrever as características estruturais básicas do comércio no país e suas transformações no tempo em três grandes divisões: comércio varejista, comércio por atacado e comércio de veículos automotores, peças e motocicletas, que representaram, respectivamente, no número total de empresas do setor 83,6%, 7,2% e 9,2%.

Varejo empregava 5,8 milhões de pessoas em 2006

Em 2006, o comércio varejista tinha 1,3 milhão de empresas (83,6%), com aproximadamente 5,8 milhões de pessoas ocupadas (75,8%), despendendo R$ 39,8 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações (64,6%), com receita operacional líquida totalizando R$ 443,9 bilhões (41,8%). O comércio varejista também se mostrou importante em relação à margem de comercialização 3. Em 2006, o resultado foi R$ 109,5 bilhões, 53,3% da margem total. A média de pessoal ocupado por empresa foi de 5 pessoas, enquanto a média salarial ficou em 1,6 salários mínimos.

Comércio de combustíveis e lubrificantes (R$ 104,8 bilhões) liderou a receita líquida de revenda 4 do varejo. Com apenas 9.808 empresas, a atividade de hipermercados e supermercados obteve R$ 100 bilhões de receita, pagou R$ 6,3 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações,e ocupou 722,5 mil pessoas.

Atacado gerou R$ 462 bilhões em receita operacional líquida

O comércio por atacado gerou, em 2006, R$ 462,0 bilhões (43,5%) em receita operacional líquida e reuniu 109 mil empresas (7,2%). A pesquisa revelou que 1,1 milhão de pessoas estavam ocupadas nas empresas atacadistas, 14,8% do total. Os salários, retiradas e outras remunerações pagos no comércio atacadista, R$ 15,1 bilhões, responderam por 24,5% da atividade comercial. A margem de comercialização deste comércio atingiu R$ 73,4 bilhões, 35,7% do total. A média de pessoal ocupado era de 10 pessoas e a média salarial 3,0 salários mínimos.

O comércio de combustíveis e lubrificantes, com apenas 1.870 empresas, liderou a receita líquida de revenda do atacado, com R$ 152,7 bilhões, empregando somente 43,3 mil pessoas. A comercialização de produtos alimentícios, bebidas e fumo, com empresas de distribuição (para restaurantes, hotéis e supermercados) e exportação destacou-se no número de empresas (32 mil), pessoal ocupado (296 mil) e salários, retiradas e outras remunerações (R$ 2,8 bilhões).

Comércio de veículos, peças e motocicletas gerou R$ 156 bilhões em receita líquida

Em 2006, as 138,2 mil empresas do comércio de veículos, peças e motocicletas (9,2% do total) geraram R$ 156,1 bilhões (14,7%) em receita operacional líquida e pagaram R$ 6,7 bilhões em salários (10,9% do total), retiradas e outras remunerações e ocuparam 711,7 mil pessoas (9,4% do total). A margem de comercialização das empresas revendedoras de automóveis, peças e motocicletas, R$ 22,5 bilhões (11,0% do total), foi a menor do comércio. A média de pessoal ocupado por empresa era de 5 pessoas, e o salário médio de 2,2 salários mínimos mensais.

Vendas de veículos automotores obteve a maior receita líquida de revenda deste segmento (R$ 108,6 bilhões). Já vendas de peças para veículos liderou o número de pessoas ocupadas (437,2 mil pessoas), salários retiradas e outras remunerações (R$ 3,3 bilhões), e também registrou o maior número de empresas (101,8 mil).

 

Salários das grandes empresas comerciais diminuíram entre 2000 e 2006

O salário médio por trabalhador das grandes empresas (com 250 ou mais pessoas - ONU) diminuiu, entre 2000 e 2006, de 4,7 salários mínimos mensais para 3,0 salários mínimos mensais, de acordo com a Pesquisa Anual do Comércio. Em 2006, havia no Brasil 1.066 grandes empresas no setor comercial, respondendo por 0,1% do total, proporção que foi a mesma em 2000. Estas empresas geraram, em 2006, R$ 382,6 bilhões em receita operacional líquida, correspondendo a 35,9% do total, enquanto, em 2000, correspondia a 34,4%. As grandes empresas aumentaram em 1,9 pontos percentuais a participação no pessoal ocupado entre 2000 e 2006, alcançando 1,2 milhão de empregados (16,1% do total). A participação das grandes empresas nos salários, retiradas e remunerações permaneceu estável no período, 26,5%, em 2000, e 26,3%, em 2006. Em 2006, foram pagos em salários, retiradas e outras remunerações R$ 16,2 bilhões pelas grandes empresas comerciais.

O comércio varejista foi a atividade com maior número de grandes empresas nos dois anos, embora tenha perdido participação. Em 2000, 66,9% das grandes empresas comerciais eram varejistas, caindo para 59,0%, em 2006. Hipermercados e supermercados foi a atividade com maior participação no número de grandes empresas varejistas, 41,7%, em 2000, e 44,4%, em 2006. Comércio de veículos, peças e motocicletas obteve o maior aumento percentual no número de grandes empresas, passando de 7,4%, em 2000, para 11,5%, em 2006 .

As grandes empresas do comércio atacadista foram as que geraram maior receita líquida de revenda no período, aumentando a participação de 51,5%, em 2000, para 55,1%, em 2006. Dentre as atividades atacadistas, as grandes empresas do comércio de combustíveis e lubrificantes destacaram-se com a maior participação na receita líquida de revenda, em ambos os anos, embora esta tenha caído de 60,1%, em 2000, para 56,2%, em 2006. As grandes empresas do comércio varejista perderam participação no total da receita, passando de 45,0%, em 2000, para 37,6%, em 2006.

Comércio varejista também é principal empregador entre as empresas com mais de 250 ocupados

A estrutura das grandes empresas no total de pessoal ocupado e salários, retiradas e outras remunerações manteve-se estável. Comércio varejista apesar de ter perdido participação no pessoal ocupado, passando de 79,6%, em 2000, para 75,4%, em 2006, foi o principal empregador. Comércio por atacado registrou um aumento de 2,4 pontos percentuais respondendo, em 2006, por 20,2%. Em relação ao pagamento de salários, retiradas e outras remunerações, o comércio varejista foi a principal atividade, embora sua participação tenha caído de 67,4%, em 2000, para 64,2%, em 2006.

As grandes empresas de hipermercados e supermercados foram o destaque entre as atividades varejista em termos de pessoal ocupado e de pagamento de salários, retiradas e outras remunerações nos dois anos analisados. Em 2000, 53,0% do pessoal das grandes empresas varejistas estavam ocupados nesta atividade, caindo para 49,6%, em 2006. Esta atividade respondia, ainda, por 47,5% dos salários, retiradas e outras remunerações das grandes varejistas, em 2000, e por 42,3%, em 2006.

A média de pessoal ocupado por empresa das grandes empresas aumentou no período, passando de 1.084, em 2000, para 1.145, em 2006. As grandes empresas varejistas destacaram-se com a maior média de pessoal ocupado, 1.290, em 2000, e 1.464, em 2006. No comércio varejista não-especializado sem predominância de produtos alimentícios, que inclui as lojas de departamento e bazares, encontravam-se as maiores empresas do varejo, em termos de pessoal ocupado, com uma média de 2.042, em 2000, e 2.162, em 2006.

O comércio por atacado apresentou as maiores médias salariais, embora esta tenha diminuído de 7,6 salários mínimos, em 2000, para 4,5, em 2006. As grandes empresas atacadistas de combustíveis e lubrificantes destacaram-se no pagamento de salários no atacado, em 2000, cada trabalhador recebia em média 13,9 salários mínimos mensais, caindo para 12,4 salários mínimos, em 2006.

A taxa de margem de comercialização das grandes empresas comerciais diminuiu de 21,2%, em 2000, para 20,1%, em 2006. O comércio varejista destacou-se com as maiores taxas de margem nos dois anos, 30,7%, em 2000, e 32,5%, em 2006.

Em termos de receita média, as grandes empresas atacadistas foram as de maior porte, ficando acima da receita média do total das empresas comerciais. A receita média das grandes empresas do atacado, em 2000, foi R$ 429,8 milhões, contra uma média de R$ 215,1 milhões para o total e, em 2006, a receita média no atacado foi R$ 669,8 milhões, contra uma média de R$ 358,1 milhões para o total. O comércio de combustíveis e lubrificantes foi a atividade atacadista de maior receita média, R$ 2 873 milhões, em 2000, e R$ 6 845 milhões, em 2006.

Sudeste teve a maior queda nos salários das grandes empresas comerciais entre 2000 e 2006

Em 2000, 58,7% da receita bruta de revenda das grandes empresas comerciais concentrou-se na região Sudeste, participação que caiu para 56,0%, em 2006. Norte e Nordeste apresentaram os maiores aumentos de participação na receita: o Norte passou de 2,7% do total, em 2000, para 4,0%, em 2006, enquanto o Nordeste passou de 11,9% para 13,1%, no mesmo período.

O Sudeste perdeu representatividade, na massa de salários, retiradas e outras remunerações, passando de 63,4%, em 2000, para 62,8%, em 2006. O Centro-Oeste, em contrapartida, aumentou sua participação de 5,6% para 6,5% do total, entre 2000 e 2006. Em relação ao pessoal ocupado, o Sudeste perdeu 2,1 pontos percentuais de participação, respondendo, em 2006, por 54,1%. A região com maior aumento de participação de pessoal foi o Centro-Oeste, saindo de 5,8%, em 2000, para 6,7%, em 2006.

O salário médio mensal das grandes empresas comerciais diminuiu em todas as regiões e em todas as atividades. O Sudeste, região cuja remuneração mensal média do trabalhador foi a mais alta nos dois anos, registrou a maior queda, passando de 5,4 salários mínimos, em 2000, para 3,5, em 2006. Por outro lado, a perda salarial no Norte e Nordeste, regiões com os salários médios mais baixos, foram as menores no período, 1,3 e 1,4 salários mínimos, respectivamente.

As grandes empresas comerciais aumentaram sua participação na receita bruta de revenda, pessoal ocupado e número de estabelecimentos em todas as Grandes Regiões do país, entre 2000 e 2006. No que se refere aos salários, retiradas e outras remunerações, houve diminuição de participação das grandes empresas nas Regiões Nordeste (de 24,5% para 22,8%), Sul (de 23,3% para 22,7%) e Centro-Oeste (de 23,3% para 22,8%).

Em termos de receita bruta de revenda, em 2000 e 2006, as Regiões cuja participação das grandes empresas no total do comércio ficou acima da média nacional foram Norte (43,8%, em 2000, e 45,5%, em 2006) e Sudeste (38,2%, em 2000, e 38,5%, em 2006). No outro extremo, Sul foi a Região cujo peso das grandes empresas na receita foi menor (32,9%, em 2000, e 34,2%, em 2006).

Norte e Sudeste destacaram-se na massa de salários, retiradas e outras remunerações das grandes empresas comerciais, em 2000 e 2006, com resultados acima da média nacional. No Norte a participação das grandes empresas permaneceu estável em 34,7% e no Sudeste houve aumento de 28,1% para 28,3%. Por outro lado, no Centro-Oeste a proporção das grandes empresas nos salários, retiradas e outras remunerações passou de 23,3%, em 2000, para 22,8%, em 2006, o menor resultado dentre as Regiões brasileiras .

As grandes empresas do Norte e Sudeste também foram o destaque no total de pessoal ocupado, com proporções acima da média brasileira. Em 2000, as grandes empresas comerciais ocuparam 24,4% do pessoal no Norte, passando para 27,8%, em 2006. No Sudeste esta participação passou de 14,9%, em 2000, para 16,5%, em 2006. No Centro-Oeste, por outro lado, as grandes empresas comerciais tiveram a menor proporção no pessoal ocupado, 10,5%, em 2000, e 12,3%, em 2006.

Em termos de estabelecimentos com receita de revenda, as grandes empresas das Regiões Norte e Sul apresentaram participação acima da média brasileira. Os estabelecimentos das grandes empresas representavam 3,0% do total da Região Norte, em 2000, e 4,2%, em 2006. No Sul esta participação foi 1,6%, em 2000, e 1,7%, em 2006. A proporção das grandes empresas no total de estabelecimentos foi menor no Nordeste, onde passou de 1,2%, em 2000, para 1,3%, em 2006.

 

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1Receita operacional líquida corresponde às receitas brutas provenientes da exploração das atividades principais e secundárias exercidas pela empresa, com deduções dos impostos e contribuições (ICMS, IPI, ISS, PIS, COFINS etc.), das vendas canceladas, abatimentos e descontos incondicionais.

2Receita bruta de revenda corresponde à receita proveniente da atividade comercial exercida pela empresa, sem deduções dos impostos e contribuições (ICMS, IPI, ISS, PIS, COFINS etc.), das vendas canceladas, abatimentos e descontos incondicionais relativos à comercialização de mercadorias.

3Margem de comercialização corresponde à diferença entre a receita líquida de revenda e o custo das mercadorias revendidas. Refere-se ao resultado obtido pelo esforço de venda de mercadoria deduzidos os custos de aquisição pelas empresas .

4Receita líquida de revenda corresponde à receita bruta proveniente da atividade co­mercial exercida pela empresa, com deduções dos impostos e contribuições, das vendas canceladas, abatimentos e descontos incondi­cionais relativos à comercialização de mercadorias.