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Produção industrial recua 0,5 em fevereiro

De janeiro para fevereiro, descontadas as influências sazonais, a produção industrial recuou 0,5%, após registrar aumento no mês anterior (1,7%). ...

01/04/2008 06h01 | Atualizado em 01/04/2008 06h01

De janeiro para fevereiro, descontadas as influências sazonais, a produção industrial recuou 0,5%, após registrar aumento no mês anterior (1,7%). Em relação a fevereiro de 2007, o setor apresentou acréscimo de 9,7%, vigésimo mês consecutivo de taxas positivas, e acumulou expansão de 9,2% no primeiro bimestre do ano, em relação ao mesmo período de 2007. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, avançou 6,9% e manteve a trajetória de crescimento verificada desde abril do ano passado.

Com a taxa de –0,5% observada no total da indústria entre janeiro e fevereiro, após aumento de 1,7% no mês anterior, o patamar de produção ficou 1,5% abaixo do recorde atingido em outubro do ano passado(3,4%). Dos 27 ramos pesquisados 13 registraram recuo frente a janeiro, com destaque para a pressão negativa de farmacêutica (-33,2%), resultado que reflete os efeitos de uma paralisação técnica em importante empresa do setor. Vale citar também os impactos negativos vindos de alimentos, que recuou 1,8% após acumular 5,9% de crescimento nos dois meses anteriores, seguido por bebidas (-3,4%). Entre as atividades com acréscimo nesse indicador, destacaram-se material eletrônico e equipamentos de comunicações (14,7%), compensando a queda de 12,6% registrada no mês anterior, máquinas e equipamentos (2,0%) e refino de petróleo e produção de álcool (1,2%).
Ainda na comparação com o mês anterior, o segmento de bens de consumo semi e não duráveis (-3,9%) registrou a queda mais acentuada entre as categorias de uso, após aumento de 2,6% no mês de janeiro. A produção de bens intermediários apresentou uma virtual estabilidade (-0,2%), após dois meses de resultados positivos, quando acumulou 2,4% de expansão. Os setores de bens de capital (3,1%) e bens de consumo duráveis (0,9%) prosseguiram com crescimento.
Na comparação fevereiro 2008/ fevereiro 2007, o setor avançou 9,7%, vigésimo mês consecutivo de taxas positivas. O perfil de crescimento é generalizado atingindo 22 atividades e 65% dos produtos pesquisados, sendo esse o mais elevado índice de difusão desde agosto de 2004 (72%). Entre as atividades, os destaques ficaram com veículos automotores (24,5%), máquinas e equipamentos (18,9%), outros produtos químicos (12,5%), metalurgia básica (11,7%) e alimentos (5,9%). Os principais itens responsáveis pelo desempenho dessas atividades foram, respectivamente: automóveis e caminhões; elevadores ou transportadores e válvulas, torneiras e registros; herbicidas e tintas ou vernizes; lingotes, blocos , tarugos e placas de aço; e açúcar cristal e café. Entre os cinco ramos industriais em queda, o principal impacto foi registrado em farmacêutica (-25,5%), resultado atípico fortemente influenciado por uma paralisação técnica em grande empresa do setor.
Ainda na comparação com fevereiro de 2007, os índices por categorias de uso confirmaram a liderança de bens de capital (25,0%). Este desempenho foi sustentado por todos os seus subsetores, com destaque para bens de capital para transporte (35,3%), particularmente aviões e caminhões; para fins industriais (18,8%), com destaque para centro de usinagens e para bens industriais de uso misto, devido à contribuição de produtos associados à telefonia celular e à informática. A produção de bens de consumo duráveis (20,7%) registrou sua taxa mais elevada desde junho de 2005, influenciada principalmente pela produção de automóveis (26,9%), celulares (31,4%) e eletrodomésticos da “linha branca”1 (12,4%), cujo dinamismo vem sendo sustentado pelo mercado interno, apoiado no crédito e no aumento da massa salarial.
No confronto com fevereiro de 2007, o setor de bens intermediários (10,4%) avançou em ritmo superior à média nacional (9,7%) e registrou o seu melhor resultado desde os 11,4% de agosto de 2004, refletindo o crescimento generalizado dos seus diversos subsetores. Os destaques foram assinalados por bens intermediários do setor de refino de petróleo e produção de álcool (10,8%), da metalurgia básica (11,7%), de outros produtos químicos (11,6%), das indústrias extrativas (9,3%) e da indústria de veículos automotores (17,6%), respectivamente pressionados pelos itens: óleo diesel; produtos siderúrgicos, herbicidas e adubos ou fertilizantes; minérios de ferro; e peças para motor. Vale citar também o desempenho positivo dos insumos da construção civil (13,0%), que cresce há quatorze meses consecutivos, e atinge em fevereiro a taxa mais elevada desde agosto de 2004 (14,1%). Única com desempenho abaixo da média global, a categoria de bens de consumo semi e não duráveis (1,0%) mostrou o décimo quarto resultado positivo consecutivo nessa comparação, com a maior contribuição vinda do subsetor de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (2,8%), principalmente por conta da maior produção de itens associados ao mercado interno (café, biscoito, carnes de aves, açúcar refinado, massas e leite). Por outro lado, as pressões negativas vieram de outros não duráveis (-3,1%) e carburantes (-2,8%), por conta, respectivamente, dos itens medicamentos e revistas; e gasolina.
No primeiro bimestre de 2008, em relação ao mesmo período do ano passado, a indústria avançou 9,2%, com 22 atividades apontando crescimento. A fabricação de veículos automotores (24,3%) manteve a liderança em termos de impacto sobre o índice geral. Outras contribuições positivas relevantes vêm de máquinas e equipamentos, onde o avanço de 14,4% foi influenciado pelo item máquinas para colheita; e outros produtos químicos, cuja expansão de 12,8% está associada ao aumento da produção de herbicidas e tintas ou vernizes para construção.
Por categoria de uso, ainda no indicador acumulado no ano, o aumento no início de 2008 confirmou o padrão de crescimento de 2007. Os maiores resultados ficaram com bens de capital (19,9%) e bens de consumo duráveis (18,1%), ambos com ritmo de crescimento duas vezes maior que a média global. O setor de bens intermediários assinalou expansão igual à média da indústria (9,2%), ficando bens de consumo semi e não duráveis, com taxa de 3,5%, abaixo da média.
No primeiro bimestre de 2008, em relação ao mesmo período de 2007, observou-se uma aceleração no ritmo industrial com a taxa de 9,2% para o total da indústria, superando o índice do quarto trimestre do ano passado (7,9%). Esse movimento foi bem marcado no setor de bens de consumo duráveis, cujo crescimento foi generalizado e saltou de 13,4% para 18,1% entre os dois períodos. O setor de bens intermediários, de maior peso na estrutura industrial, também mostrou aceleração passando de uma taxa de 6,8% para 9,2%. O segmento de bens de capital, embora mantendo ritmo bem acima da média, perdeu dinamismo (de 24,0% para 19,9%). Por outro lado, o setor de bens de consumo semi e não duráveis assinalou uma desaceleração, passou de 4,1% para 3,5%. A manutenção da oferta de crédito, o aumento da massa salarial, a confiança do consumidor e dos empresários são fatores que sustentaram o desempenho do setor industrial neste início de ano. Destaca-se, ainda, a manutenção de resultados positivos nas vendas externas, que impactaram principalmente o setor produtor de commodities.

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1 Os principais eletrodomésticos da “linha branca” são geladeiras, refrigeradores, máquinas de lavar roupa e fogão.