O IBGE lança nesta segunda-feira, dia 31 de março, às 18h30, na livraria Museu da República (Rua do Catete, 153 - Palácio do Catete), o terceiro volume da História das Estatísticas Brasileiras, intitulado Estatísticas Organizadas 1936-1972, de autoria do professor Nelson Senra (com prefácio da historiadora Angela de Castro Gomes). O local do lançamento foi escolhido por ter sido a primeira sede do IBGE, criado no governo de Getúlio Vargas.

Com 950 páginas e 242 imagens, a obra levou cerca de dois anos para ser pesquisada e elaborada. Em 27 capítulos, abrange o período em que a atividade estatística estava se afirmando, a partir da criação do órgão que coordenaria o sistema estatístico nacional – o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, instalado em 29 de maio de 1936, ainda com o nome de Instituto Nacional de Estatística.

Este terceiro volume descreve todo o esforço de Mario Augusto Teixeira de Freitas, um grande pensador do Brasil, em criar um sistema capitaneado por uma repartição que agregasse municípios, estados e União, desenvolvendo estatísticas necessárias ao planejamento de ações de governo nos três níveis. Com o governo centralizador de Getúlio Vargas, reduzindo a autonomia dos estados, chegava o momento exato de se colocar em prática as teses de Teixeira de Freitas, desenvolvidas ainda ao tempo em que o demógrafo-sanitarista Bulhões Carvalho estava a frente das estatísticas nacionais.

Além de Teixeira de Freitas, o criador do IBGE, aparecem com destaque neste volume nomes importantes como o embaixador Macedo Soares – primeiro presidente do Instituto, Juarez Távora, Luiz Simões Lopes, Giorgio Mortara, Rafael Xavier, Carneiro Felippe, Tulo Montenegro, Isaac Kerstenetzky entre muitos outros, todos com valiosa colaboração no aperfeiçoamento das estatísticas brasileiras.

Vale destacar na obra o minucioso relato da crise que atingiu o IBGE, ao longo de 1951 até o ano seguinte, envolvendo o presidente à época, general Poli Coelho, que fez pelos jornais críticas pesadas aos trabalhos desenvolvidos pelo Instituto. Este período de turbulências recebeu ampla cobertura da imprensa, com manchetes de impacto como: “Teixeira de Freitas pulverizou Poli Coelho”, “Insiste o general: O IBGE tem fracassado sempre, quando é chamado a colaborar”, “60 técnicos do IBGE já pediram demissão”, “Ademar de Barros e Poli Coelho querem acabar com o IBGE?”, “Poli Coelho vaiado e acusado de mentiroso”, “General Poli Coelho convidado a se demitir do IBGE”.

Também pode ser encontrado no volume a descrição da transformação do órgão central de estatística em fundação, com mudanças profundas em sua estrutura e a conseqüente entrada de modernos métodos científicos de análise estatística, como a amostragem, por exemplo. E mais: a origem de pesquisas e indicadores econômicos que atualmente são feitas pelo IBGE, como a PNAD e os indicadores de custo de vida.

O livro poderá ser adquirido nos postos de venda do IBGE, em todo o país, e pela internet, na loja virtual, no endereço https://www.ibge.gov.br/lojavirtual/, ao preço de R$ 95,00. No dia do lançamento, a coleção será vendida por um preço promocional de R$150,00, que inclui o terceiro volume e os anteriores intitulados Estatísticas desejadas (1822 – 1889) e Estatísticas legalizadas (1889-1936).

Nelson Senra , o autor, é pesquisador do IBGE, professor do Programa de Mestrado da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE e contou na elaboração deste volume com a colaboração de Marco Aurelio Martins Santos e Alexandre de Paiva Rio Camargo, autores de alguns dos capítulos. Além da publicação em papel, a obra contém em anexo um CD-ROM com todo o texto do volume, perfis biográficos, relatórios, legislação e outras imagens.