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Indústria recua 0,6% em dezembro e fecha 2007 em 6,0%

O crescimento acumulado em 2007 foi de 6,0%, melhor resultado desde os 8,3% registrados em 2004, superando em muito o observado em 2006 (2,8%) e 2005 (3,1%).

08/02/2008 07h01 | Atualizado em 08/02/2008 07h01

O crescimento acumulado em 2007 foi de 6,0%, melhor resultado desde os 8,3% registrados em 2004, superando em muito o observado em 2006 (2,8%) e 2005 (3,1%). O desempenho industrial de 2007 foi apoiado principalmente no aquecimento da demanda doméstica, por conta da manutenção da expansão do crédito, do aumento da ocupação e da renda, e da ampliação dos investimentos. O primeiro semestre de 2007 registrou crescimento de 4,8% frente ao primeiro semestre de 2006, enquanto no segundo semestre de 2007 frente ao mesmo período em 2006, o acréscimo na produção foi de 7,1%.

Em dezembro de 2007, a produção industrial recuou 0,6% frente a novembro, na série com ajuste sazonal, segunda taxa negativa consecutiva, acumulando perda de 2,6% nesse período. Em relação a dezembro de 2006, a indústria cresceu 6,4%. No quarto trimestre de 2007, a produção foi 1,9% superior ao trimestre imediatamente anterior e 8,0% frente ao quarto trimestre de 2006.  

A produção industrial acumulou crescimento de 6,0% em 2007, superando em muito o observado em 2006 (2,8%) e 2005 (3,1%). Em 2007, o aumento da produção foi abrangente, atingindo vinte e uma atividades, as quatro categorias de uso, sessenta e cinco dos setenta e seis subsetores e 66% dos produtos pesquisados.

Entre as atividades, os desempenhos de maior impacto sobre a média global da indústria foram de veículos automotores (15,2%) e máquinas e equipamentos (17,7%). Nesses ramos, sobressaíram os itens automóveis, autopeças e caminhões, no primeiro setor, e centros de usinagem, fornos microondas, refrigeradores e máquinas para colheita, no segundo. Também tiveram destaque os resultados positivos de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (14,0%); outros produtos químicos (5,7%); metalurgia básica (6,8%); indústria extrativa (5,8%) e alimentos (2,5%). Esse grupo de indústrias tem uma dinâmica bastante articulada ao bom desempenho das áreas de bens de capital e de bens de consumo duráveis, líderes da expansão recente, além de se beneficiar do dinamismo das exportações de commodities , como é o caso da indústria extrativa (minérios de ferro) e da alimentícia (açúcar). Por outro lado, vieram de fumo (-8,1%), madeira (-3,2%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (-1,1%) as principais pressões negativas.

Nos índices por categorias de uso, a maior taxa ficou com bens de capital (19,5%), única que atingiu dois dígitos, apoiada no crescimento generalizado dos seus diversos subsetores: bens de capital para transporte (18,1%), para uso misto (15,4%), para fins industriais (17,0%), energia elétrica (26,0%), agrícolas (48,3%) e para construção (18,7%). O segmento de bens de consumo duráveis também exibiu expansão acima da média nacional, avançando 9,2%, apoiado principalmente no dinamismo do setor automobilístico (12,6%), uma vez que foram mais discretos os resultados positivos de celulares (2,0%) e de eletrodomésticos (5,3%). O bom desempenho deste segmento foi reflexo da manutenção das condições de crédito, da maior estabilidade no mercado de trabalho e do aumento da massa salarial.

Ainda na comparação com o ano de 2006, bens intermediários (4,9%) e bens de consumo semi e não duráveis (3,4%), tiveram expansão em todos os seus subsetores e mostraram crescimento abaixo da média geral da indústria. Nos bens intermediários, o principal destaque ficou com insumos industriais elaborados (4,1%), seguido por peças e acessórios para equipamentos de transporte industrial (11,7%) e insumos industriais básicos (7,2%). Nestes grupamentos, sobressaíram os avanços nos itens produtos siderúrgicos e herbicidas; autopeças; e minérios de ferro. O índice observado na produção de insumos para construção civil (5,1%) fechou acima do total da categoria e do desempenho de 2006 (4,5%). No setor de bens de consumo semi e não duráveis, o principal impacto ficou com alimentos e bebidas elaborados para uso doméstico (3,8%), seguido por carburantes (6,2%), outros não-duráveis (2,0%) e semiduráveis (3,2%), impulsionados pelos itens refrigerantes e cervejas; álcool; inseticidas; e toalhas de banho.

Indústria cresce há dezessete trimestres consecutivos frente a igual período do ano anterior

Nos índices trimestrais, a atividade fabril sustenta taxas positivas há dezessete períodos consecutivos, na comparação com igual trimestre do ano anterior, e mantém trajetória ascendente desde o segundo trimestre de 2006. Vale destacar que o avanço de 8,0% nestes três últimos meses de 2007 é o maior desde os 10,4% do terceiro trimestre de 2004.

Entre as categorias de uso, bens de capital registrou a maior aceleração entre o terceiro e quarto trimestres de 2007, ao passar de 20,1% para 24,0%, sustentada pelo desempenho de bens de capital de uso misto (de 9,2% para 20,4%), para fins industriais (de 10,9% para 17,1%), para energia (de 30,0% para 41,5%) e para construção (de 21,9% para 26,5%). O setor de bens de consumo duráveis, que manteve ritmo constante nos dois últimos trimestres de 2007, avançando 13,8%, marca bem acima da média industrial, teve sua performance apoiada sobretudo na maior fabricação de automóveis (22,3%), uma vez que eletrodomésticos (4,8%) e telefones celulares (6,4%) registraram avanços mais moderados. Os setores produtores de bens intermediários, cuja taxa passou de 4,3% para 6,8%, e de bens de consumo semi e não duráveis (de 3,4% para 4,1%), também registraram maior dinamismo entre os dois trimestres. No primeiro segmento, os destaques, segundo a atividade industrial de origem de seus produtos, foram assinalados por alimentos (de -2,4% para 5,4%), metalurgia básica (de 3,8% para 7,0%), refino de petróleo e produção de álcool (de 4,2% para 5,7%) e celulose e papel (de -0,1% para 3,0%), enquanto no segundo, sobressaíram os grupamentos de carburantes (de 4,4% para 12,1%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (de 2,9% para 3,4%).

Recuo de 0,6% da Indústria em dezembro atingiu 16 dos 27 ramos pesquisados

A redução observada na passagem de novembro para dezembro (-0,6%) atingiu a maioria (16) dos vinte e sete ramos pesquisados e duas das quatro categorias de uso. Entre as atividades, o principal impacto negativo veio de veículos automotores (-6,2%), que após crescer 8,7% em outubro, assinalou o segundo recuo consecutivo, acumulando uma perda de 11,0% nestes dois meses. Outras contribuições negativas relevantes vieram de edição e impressão (-8,9%) e de máquinas para escritório e equipamentos de informática (-11,1%). Entre os que expandiram a produção, os destaques foram indústrias extrativas (6,5%), que acumulou em três meses crescimento de 7,7%, material eletrônico e equipamentos de comunicações (3,5%), alimentos (1,0%) e refino de petróleo e produção de álcool (1,5%).

No corte por categorias de uso, bens de consumo semi e não duráveis registrou o resultado mais negativo (-2,1%), após recuar 0,6% em novembro. O segmento de bens de capital (-0,2%) interrompeu seqüência de quatro taxas positivas, período em que acumulou expansão de 8,5%. Bens intermediários (1,0%) e bens de consumo duráveis (0,6%) ampliaram a produção na passagem de novembro para dezembro, após recuarem 0,8% e 2,4% no mês anterior, respectivamente.

No comparativo dezembro 2007/ dezembro 2006, a atividade industrial cresceu 6,4%, com taxas positivas na maior parte (20) dos vinte e sete setores pesquisados e nas quatro categorias de uso. O desempenho favorável de veículos automotores (14,9%) e de máquinas e equipamentos (17,8%) manteve estes setores como os principais impactos sobre a média global. Destacaram-se, também, as contribuições positivas de material eletrônico e equipamentos de comunicações (20,9%); indústrias extrativas (10,0%); refino de petróleo e produção de álcool (6,9%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (15,8%) e metalurgia básica (7,5%). As pressões negativas mais relevantes vieram de edição e impressão (-6,6%), calçados e artigos de couro (-8,3%) e madeira (-10,5%).

No corte por categorias de uso, a expansão mais elevada ficou com o segmento de bens de capital, onde o crescimento dezembro 2007/ dezembro 2006 chegou a 19,9%, seguido por bens de consumo duráveis (11,6%) que também assinalou taxa de dois dígitos. O segmento de bens intermediários (6,8%) apontou índice próximo à média global (6,4%), enquanto bens de consumo semiduráveis e não duráveis (1,3%) mostrou o resultado mais moderado.

Em síntese, os resultados do último trimestre do ano confirmaram o dinamismo do setor industrial ao longo de 2007, com os índices avançando 8,0% sobre igual período de 2006 e 1,9% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Vale destacar que, neste tipo de comparação que envolve a série com ajuste sazonal, o ganho é garantido essencialmente pela forte expansão de outubro (3,3%), uma vez que tanto novembro (-2,0%) como dezembro (-0,6%) apontam taxas negativas. Ainda na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o setor completou o nono trimestre consecutivo com crescimento, acumulando 12,0% desde o último trimestre de 2005. Nesta mesma comparação, bens de capital (33,9%) e bens de consumo duráveis (18,4%) foram os setores com maior expansão, enquanto bens intermediários (9,2%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (7,1%) cresceram abaixo da média industrial. Assim, também para este tipo de confronto, confirma-se o padrão de crescimento observado ao longo de 2007, com o desempenho industrial apoiado principalmente no aquecimento da demanda doméstica, por conta da manutenção da expansão do crédito, do aumento da ocupação e da renda, e da ampliação dos investimentos.