Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Em quatro anos, melhora a qualidade do emprego no País

Um estudo comparativo da nova série da Pesquisa Mensal de Emprego, iniciada em março de 2003, mostra importantes avanços no mercado de trabalho: a desocupação nunca esteve tão baixa e a formalização, tão alta.

24/01/2008 07h01 | Atualizado em 24/01/2008 07h01

Um estudo comparativo da nova série da Pesquisa Mensal de Emprego, iniciada em março de 2002, mostra importantes avanços no mercado de trabalho: a desocupação nunca esteve tão baixa e a formalização, tão alta. Também aumentou em 7,7% o  rendimento médio mas os trabalhadores pretos e pardos continuam a receber menos que os brancos

A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) completará, em março de 2008, seis anos desde a implantação da nova metodologia. Até dezembro, foram 70 meses de investigação contínua. As atualizações e as mudanças implementadas permitiram estudar o mercado de trabalho com maior detalhamento. Foram detectados recordes positivos na série histórica da pesquisa, que identificou um mercado de trabalho mais vigoroso, com mais postos de trabalho e com menos pessoas procurando uma ocupação.

Cresce a formalização da ocupação

Em 2007 (média anual) 42,4% da população ocupada era empregada com carteira de trabalho assinada no setor privado. Em 2003, este percentual era 39,7%.


Tabela 13: Distribuição das pessoas ocupadas, por regiões metropolitanas, segundo a posição na ocupação

A tabela abaixo mostra o nível de ocupação1, cuja média em 2007 foi de 51,6% . Em Belo Horizonte essa taxa foi de 54,3%, enquanto que em Recife, 43,1%. Na comparação com 2003, verificou-se um crescimento de 1,6 ponto percentual, já em relação a 2006 a variação foi de 0,4 ponto percentual.

Desocupação atinge nível mais baixo de toda a série

Reduziu-se a pressão no mercado de trabalho. Em dezembro de 2007 a taxa de desocupação foi estimada em 7,4%, atingindo, portanto, o menor nível desde o início da pesquisa. A média anual da taxa de desocupação para 2007 foi estimada em 9,3%, outro recorde da série. A tabela abaixo mostra o número de desocupados em cada região metropolitana investigada pela PME, em 2007, e suas variações percentuais em relação aos outros anos da série.

Tabela 29 - Número de pessoas desocupadas, segundo as regiões metropolitanas

Cresce o número de contribuintes para a Previdência

O contingente de trabalhadores contribuindo para Previdência era de 61,1%, em 2003, e aumentou para 64,1%, em 2007.

As estimativas para a população ocupada que contribui para a previdência revelam que, tanto no último ano quanto na comparação com 2003, houve uma expansão superior a da população ocupada. Cabe lembrar que, entre 2003 e 2007, o número de pessoas ocupadas aumentou 11,9%, e, como mostra a tabela a seguir, entre aqueles que contribuem para a previdência a variação foi de 17,3%.

A Região Metropolitana que apresentou a maior participação de ocupados contribuintes foi Porto Alegre (68,4%) e a menor foi Recife (56,3%).

Tabela 12: Pessoas ocupadas que contribuíram para a Previdência em qualquer trabalho, segundo as RMs

Dentre as pessoas ocupadas que contribuíram para a previdência em 2007, 57,3% eram homens e 42,7% mulheres. Com relação à idade verificou-se que 15,3% dos ocupados contribuintes tinham entre 18 e 24 anos, 66,9% tinham entre 25 e 49 anos e 17,1% tinham 50 anos ou mais de idade.

Rendimento cresceu 7,7% em quatro anos

A média anual do rendimento médio mensal, habitualmente recebido, cresceu  3,2% de 2006 para 2007 e em quatro anos (de 2003 para 2007) 7,7%.

Apesar da visível recuperação do rendimento da população ocupada nos últimos três anos, ainda não foi retomado o poder de compra do rendimento do trabalho da população em relação ao ano de 2002* nas regiões metropolitanas investigadas. No segundo semestre de 2007, o rendimento médio real
(R$ 1.141,92)  foi menor em 4,9% que o auferido para o mesmo período de 2002 (R$ 1.200,19).  Quando o período de comparação se estende aos meses de março a dezembro de cada ano, observou-se, de 2002 para 2007, uma perda de 5,0% (R$ 1.205,39 em 2002 e R$ 1.145,08 em 2007).

Mulheres ganham em torno de 70,0% do rendimento recebido pelos homens

O rendimento de trabalho das mulheres, estimado em R$ 927,09, continua sendo inferior ao dos homens (R$ 1.314,43). Em 2007, comparando a média anual dos rendimentos dos homens e das mulheres, verificou que, em média, as mulheres ganham em torno de 70,0% do rendimento recebido pelos homens.

A média anual do rendimento médio mensal dos homens em 2007 cresceu 3,3%, mesma variação encontrada para as mulheres. Em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo a variação do rendimento das mulheres, de 2006 para 2007, superou a dos homens. Em Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre, deu-se o contrário.

O rendimento aumentou em todas as formas de inserção, incluindo os trabalhadores por conta própria; trabalhadores não registrados (empregados sem carteira  de trabalho assinada); bem como a categoria dos militares e funcionários públicos estatutários.

O mesmo ocorreu nos grupamentos de atividade, todos apresentaram ganho no poder de compra. Um exemplo é o trabalhador doméstico. Esta categoria está ganhando mais, comparando 2003 com 2007, verificou-se um aumento de 15,9% na média anual do rendimento médio real para estes trabalhadores.

Vale destacar que o rendimento domiciliar per capita aumentou, em quatro anos, 12,7%. A massa de rendimento real mensal habitual (média anual) foi estimada para 2007 em R$ 24 bilhões,  o que resultou em um crescimento de 19,2% em quatro anos (de 2003 para 2007).

Pretos e pardos continuam com rendimento menor que o dos brancos

O rendimento dos trabalhadores pretos ou pardos, em quatro anos, cresceu 11,4%, enquanto o rendimento dos trabalhadores de cor branca cresceu 8,8%. Mas, em média, os  trabalhadores  de cor preta ou parda ganham menos da metade do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca.

Escolaridade dos trabalhadores aumentou

Com relação à escolaridade, o crescimento da ocupação foi sustentado pela parcela de pessoas com 11 anos ou mais de estudo: em 2007, eles representavam 53,9% dos ocupados contra 46,7% em 2003, com destaque para Recife, onde nesse período de comparação o crescimento foi de 8,2 pontos percentuais. Todos os demais grupos apresentaram redução na sua participação, exceto em Porto Alegre, onde houve aumento na proporção de ocupados com 8 a 10 anos de estudo.

No que tange à distribuição da população com nível superior, observou-se o seu crescimento em relação à população ocupada total, pois atingiu 15,6% em 2007, contra 13,8% em 2003. Regionalmente, destaca-se a participação do Rio de Janeiro que, neste período, teve um crescimento de 2,7 pontos percentuais. Verifica-se também que, apesar de Salvador ter um elevado percentual de pessoas com 11 anos ou mais de estudos, essa Região Metropolitana é a que detém a menor participação de população ocupada com nível superior (10,9%), cuja evolução é sintetizada na tabela a seguir.

Tabela 9: Distribuição da população ocupada com nível superior, por Região Metropolitana

Um em cada cinco trabalhadores tem 50 anos ou mais de idade

Uma análise da PME entre 2003 e 2007 também mostra um crescimento da presença dos trabalhadores com 50 anos ou mais no mercado de trabalho: eles eram 16,8% da população ocupada, em 2003, e subiram para 19,1% em 2007. No mesmo período, o percentual dos trabalhadores na faixa de 18 e 24 anos de idade diminuiu de 16,8% para 15,6%. Reduções nessa faixa, de 2006 para 2007, ocorreram em todas as regiões metropolitanas investigadas pela PME, exceto Belo Horizonte.

Ainda com relação à distribuição da população ocupada por faixa etária, importa destacar que na Região Metropolitana de Recife a participação da população ocupada na faixa de 25 a 49 anos aumentou de 64,3% em 2003 para 66,0% em 2007, e a de 50 anos ou mais passou de 16,0% em 2003 para 17,7% em 2007. Conseqüentemente, houve redução na participação dos mais jovens na população ocupada.

Tabela 8: Distribuição das pessoas ocupadas, por regiões metropolitanas e anos de estudo*

Finalmente, deve-se destacar que as mulheres continuam a aumentar sua participação no mercado de trabalho. Em 2007 elas já representavam 44,4% da população ocupada, contra 43,0% em 2003.


_________________________________________________

1Proporção de ocupados na população em idade ativa.

*A série histórica da PME, iniciada em março de 2002, não nos permite uma comparação anual, por esta razão a comparação foi feita entre os segundos semestres e os meses de março a dezembro.