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Rebanho bovino cai para 205,9 milhões de cabeças em 2006

Em 2006, o rebanho bovino brasileiro totalizou 205,9 milhões de cabeças, o que corresponde a uma redução de 0,6% na comparação com o efetivo do ano anterior (207,1 milhões). O país é detentor do segundo maior rebanho de bovinos do mundo, perdendo apenas p

11/12/2007 08h01 | Atualizado em 11/12/2007 08h01

Em 2006, o rebanho bovino brasileiro totalizou 205,9 milhões de cabeças, o que corresponde a uma redução de 0,6% na comparação com o efetivo do ano anterior (207,1 milhões). O país é detentor do segundo maior rebanho de bovinos do mundo, perdendo apenas para a Índia. Já em relação ao efetivo dos outros principais rebanhos brasileiros, a maior alta no ano foi a de suínos (35,2 milhões de unidades), com 3,3%, seguida da de aves (821,5 milhões), com 1,1%. No período, todos os produtos de origem animal registraram aumento, com destaque para o leite de vaca (25,4 bilhões de litros) e os ovos de galinha (2,9 bilhões de dúzias), com 2,9% e 5,8%, respectivamente. As informações são da Pesquisa Pecuária Municipal 2006 , que traz dados para todos os 5.564 municípios do país. Para a mensuração dos rebanhos, considerou-se a data de referência de 31/12/2006 e, para a produção pecuária, os dados foram coletados ao longo do período.

Bovinos: queda no Centro-Oeste e maior crescimento no Amapá

O Brasil é o segundo maior produtor de bovinos do mundo (de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA – USDA/2007), atrás somente da Índia. Embora dispersos por todo o território nacional, os bovinos concentram-se na Região Centro-Oeste, responsável, sozinha, por 34,2% do total brasileiro, com predominância dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Em 2006, foi registrada queda de 2,0% no rebanho da Região Centro-Oeste, na comparação com 2005, com taxas negativas atingindo todos os estados. O maior recuo ocorreu no Distrito Federal (-3,5%), mas, em termos absolutos, a diminuição mais expressiva foi registrada em Mato Grosso do Sul (de 24,5 milhões de cabeças em 2005 para 23,7 milhões em 2006) e Mato Grosso (de 26,7 milhões em 2005 para 26,1 milhões em 2006). A redução pode ser um indicativo de que houve deslocamento do rebanho para outras regiões e um abate de animais maior do que a reposição no período em análise. A Região Norte, que detém 19,9% do efetivo nacional, também apresentou recuo em 2006 (-1,0%), em especial, no Pará (-3,1%) e em Tocantins (-2,5%). Em contrapartida, o Amapá registrou a maior taxa de crescimento do efetivo nacional, com 12,9% sobre a obtida em 2005. O Acre também registrou alta expressiva (6,0%). Em parte, esses aumentos podem ser atribuídos à atualização do cadastro de vacinação contra febre aftosa (principal fonte de dados da pesquisa) e não somente ao crescimento real do número de cabeças.

Na Região Sudeste, com 19,0% do rebanho nacional, houve aumento de 0,7% na comparação com 2005. Minas Gerais (alta de 3,7%), individualmente, ocupa a primeira posição, reunindo 10,8% de todo o efetivo nacional, seguido por São Paulo, com participação de 6,2%. Em São Paulo, foi verificada a queda mais relevante em termos de quantidade (-4,7%). Um dos fatores que podem explicar esse resultado é a concorrência de áreas de pastagens com a expansão da cultura da cana-de-açúcar, em detrimento das primeiras.

A Região Nordeste participa com 13,5% do efetivo nacional e mostrou crescimento de 3,4% em 2006, na comparação com o ano anterior. Foi a região que apresentou a maior variação do efetivo e alta generalizada. Individualmente, Pernambuco registrou expansão da ordem de 9,7% e Sergipe, de 6,2%.

No Sul, houve contração do rebanho em 2006 (-2,1%). Santa Catarina foi o único estado da região a experimentar aumento (2,5%).

Em termos municipais, entre os dez principais produtores de bovinos, nove estão na Região Centro-Oeste, com Corumbá (MS) assumindo a primeira posição (1,99 milhão de cabeças), apontando aumento de 1,9% sobre o ano anterior.

No âmbito externo, a exportação de carne bovina brasileira cresceu 12,9% em 2006 ante 2005, apesar dos problemas sanitários que afetaram as principais regiões produtoras.

Suínos: rebanho cresce; vendas externas caem

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de suínos (USDA/ 2007), atrás da China, União Européia e Estados Unidos. O efetivo nacional no dia 31/12/2006 foi de 35,2 milhões de cabeças, com um aumento de 3,3% em relação a 2005.

A Região Sul concentra 45,4% do rebanho brasileiro e Santa Catarina, isoladamente, é o principal estado produtor, com 20,4% dos animais. Há efetivos relevantes distribuídos pelo Nordeste (15,6%) e Sudeste (17,2%). O principal município produtor de suínos no Brasil é Uberlândia (MG), com 538.203 cabeças e aumento de 9,9% em 2006.

No mercado externo, houve queda de cerca de 16,4% no volume exportado de carne suína, comparado com 2005. Um dos motivos apontados foi a restrição ao produto imposta pela Rússia.

Frangos: mercado interno contrabalança perdas

Em 31/12/2006, existiam no Brasil 821,5 milhões de unidades de frangos, o que representou um acréscimo de 1,1% em relação a 2005. Desse total, 49,9% estavam localizados na Região Sul e 19,6% no Paraná, principal estado produtor.

A Região Sudeste é a segunda principal produtora de frangos, com 27,9% do efetivo, alojados, sobretudo, em São Paulo (17,0%).

O maior crescimento no rebanho ocorreu no Sudeste (2,4%), com a taxa mais elevada registrada em São Paulo (4,6%). A Região Sul apresentou alta de 1,7%, com a principal expansão do efetivo ocorrendo no Paraná (5,9%).

Quanto à criação de galinhas, havia, na data de referência, 191,6 milhões de unidades no país, volume 2,7% maior que o registrado no ano anterior.

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de carne de frango, atrás dos EUA e da China (FAO, 2006). Em 2006, as vendas externas registraram queda de 6,4% em relação a 2005, em decorrência da retração mundial do consumo desse produto, atribuída à epidemia de gripe aviária. Contudo, a carne brasileira que, a princípio, seria destinada à exportação, foi redirecionada para o mercado interno.

Produtos de origem animal: alta generalizada

Todos os produtos de origem animal pesquisados (Tab. 2) apresentaram crescimento na produção: mel (7,2%), ovos de galinha (5,8%), casulos de bicho-da-seda (5,8%), ovos de codorna (5,2%), leite (2,9%) e lã (0,9%).

Leite – A produção de leite de vaca atingiu o volume de 25,4 bilhões de litros em 2006, 3,2% superior ao do ano anterior, porém, contrariando expectativas de um crescimento maior. A Região Sudeste é a maior produtora nacional, com participação de 38,4%, seguida pela Região Sul, com 27,7%. Minas Gerais é o principal estado produtor, respondendo, isoladamente, por 27,9% do total. O principal município produtor é Castro (PR) (134 milhões de litros em 2006).

No Brasil, em 2006, foram ordenhadas 20,9 milhões de vacas, o que aponta para um aumento de produtividade por vaca/ano de 1.193 litros (2005) para 1.213 litros (2006). (Gráfico 2).

A produção brasileira de leite de vaca ocupa a sexta posição mundial, atrás dos EUA, Índia, China, Rússia e Alemanha (FAO, 2006).

Ovos de galinha – A produção de ovos de galinha alcançou 2,9 bilhões de dúzias, 5,8% maior do que em 2005. A Região Sudeste é a principal produtora, com 45,8% do total. São Paulo, isoladamente, deteve 28,2% do volume nacional e o município paulista de Bastos manteve a liderança da produção (189,5 milhões de dúzias), com acréscimo de 6,5%.

O Brasil é o sétimo produtor de ovos de galinha do mundo, atrás da China e dos EUA.

Ovos de codorna – A produção de ovos de codorna está concentrada na Região Sudeste, que respondeu por 67,8% do total nacional. São Paulo é o principal estado produtor e, nele, os municípios de Iacri e Bastos que, somados a Santa Maria do Jetibá (ES), responderam por 35,3% do volume registrado no ano.

Mel – A produção de mel cresceu 7,2% em comparação com a obtida em 2005. A Região Sul concentra 45,4% da produção nacional, com o Rio Grande do Sul responsável, individualmente, por 21,6%. O município de Ortigueira (PR) é o principal produtor municipal de mel do Brasil.

O país ocupa a 11 a . posição na lista dos principais produtores (FAO, 2006).

Casulos do bicho-da-seda – O bicho-da-seda é criado no Paraná (88,0%), São Paulo (6,4%) e Mato Grosso do Sul (5,6%). Os principais municípios produtores são Nova Esperança, Alto Paraná e Cruzeiro do Sul, todos no Paraná.

– A lã é produzida em apenas sete estados brasileiros, com o Rio Grande do Sul concentrando 92% do volume nacional. A Região Sul é responsável por 98,4% e o principal município produtor do país é Santana do Livramento (RS).