Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Em 2006, a esperança de vida do brasileiro ao nascer era de 72,3 anos

Indicador cresceu 32,4% em um período de 46 anos, indo dos 54,6 anos, em 1960, para 72,3 anos, em 2006.

03/12/2007 08h01 | Atualizado em 03/12/2007 08h01

Indicador cresceu 32,4% em um período de 46 anos , indo dos 54,6 anos , em 1960, para 72,3 anos , em 2006. Já a mortalidade infantil (24,9‰) declinou 64,0%, entre 1980 e 2006, mas Alagoas (51,9‰) e Maranhão (40,7‰) permaneceram com as maiores taxas do País . Nesse mesmo período , a violência fez aumentar muito a sobremortalidade masculina , principalmente no grupo etário dos 20 aos 24 anos , sendo que os maiores saltos foram no Amapá (de 1,6 para 6,1 vezes ) e no estado de São Paulo (de 2,4 para 5,9 vezes ). Em 2005, mais de 80% dos óbitos violentos ocorreram entre os homens . De 1980 a 2005, os percentuais relativos às mortes por homicídios quase duplicaram, indo de 19,8% para 37,1% entre o total de óbitos , de 22,4% para 40,8% entre os homens e de 9,4% para 18,3% entre as mulheres . O IBGE estima que 15,6% das mortes ocorridas em 2005 podem não ter sido registradas, e que 13,7% dos óbitos em hospitais podem não ter sido notificados (sub-notificação).

Em 2006, a esperança de vida do brasileiro ao nascer era 72,3 anos . Em relação à de 1960 (54,6 anos ), este número é maior em 32,4% ( ou 17 anos , 8 meses e 1 dia ). Em média , anualmente , nesse período , houve um aumento de quatro meses e 18 dias , sendo de quatro meses para os homens e de cinco meses e 7 dias para as mulheres . Em 2005, a esperança de vida era de 71, 9 anos , sendo a masculina 68,2, e a feminina , 75,8.

Nesses 46 anos , a esperança de vida das mulheres teve a maior alta (35,7%), chegando 76,1 anos , contra 68,5 anos para os homens (28,9%). Em relação a 1960, elas estão vivendo a mais , em média , 20 anos e 34 dias , e eles , 15 anos , 10 meses e 14 dias . Alguns dos fatores que contribuíram para esta mudança foram a melhoria no acesso da população aos serviços de saúde , as campanhas de vacinação, o aumento da escolaridade , a prevenção de doenças e os avanços da medicina .

Em 2006, entre as Unidades da Federação , o Distrito Federal liderava, com a mais alta esperança de vida (75,1 anos ), e Alagoas (66,4 anos ), ocupava o último lugar . Em 1980, inicio das comparações regionais , estas colocações eram ocupadas por Rio Grande do Sul (67,8 anos ) e Alagoas (55,7 anos ), respectivamente .

Para os homens , a maior esperança de vida dos estados é a em Santa Catarina (71,8 anos ) e a menor , Alagoas (62,4 anos ). No caso das mulheres , o Distrito Federal se destaca (78,9 anos ), enquanto , novamente , Alagoas fica na base da lista com 70,4 anos .

Desde 1999, o IBGE divulga, anualmente , a tábua completa de mortalidade da população brasileira , em cumprimento ao disposto no Artigo 2º do Decreto Presidencial n° 3.266 de 29/11/1999. Os dados da Tábua de Vida são utilizados pelo Ministério da Previdência Social no cálculo do fator previdenciário das aposentadorias das pessoas regidas pelo Regime Geral da Previdência Social .

Alagoas (51,9‰) e Maranhão (40,7‰) continuam com as maiores taxas de mortalidade infantil

No Brasil, entre 1980 e 2006, a taxa de mortalidade infantil reduziu-se em 64,0%, ao declinar de 69,1‰, para 24,9‰ (24,9 óbitos a cada mil nascidos vivos ). Em 2006, o estado com a mais baixa taxa de mortalidade infantil era o Rio Grande do Sul (13,9‰), seguido por São Paulo (16,0‰). O Ceará conseguiu a maior redução, no período estudado (72,4%), passando de 111,5‰ para 30,8‰. Alagoas e Maranhão continuam com as maiores taxas de mortalidade infantil do Brasil: 51,9‰ e 40,7‰, respectivamente .

Em 46 anos , a sobremortalidade masculina se intensificou

Após os anos de 1960, com a intensificação do processo de urbanização do País , cresceram as diferenças entre a mortalidade masculina e feminina .

Isso se deve, principalmente , à maior incidência de mortes por causas externas entre os homens , principalmente os jovens e adultos . Entre 1960 e 2006, a sobremortalidade masculina cresceu muito , principalmente na faixa dos 20 aos 24 anos de idade : em 1960, a chance de um homem com 20 anos de idade morrer antes de passar para o grupo etário seguinte (25 a 29 anos ) era 1,1 vez maior que a de uma mulher do mesmo grupo etário . Já em 2006, a chance masculina , na mesma comparação com a chance feminina , no mesmo grupo etário (20 a 24 anos ), aumentou para 4,1 vezes .

As diferenças de mortalidade também se evidenciam entre as Unidades da Federação , mas nesse nível geográfico as comparações podem ser feitas apenas a partir de 1980. Numa comparação entre as sobremortalidades masculinas nos anos de 1980 e 2006 ( para o grupo etário dos 20 aos 24 anos ), os maiores saltos ocorreram no Amapá (de 1,6 para 6,1 vezes ) e no estado de São Paulo (de 2,4 para 5,9 vezes ), mas no Rio de Janeiro a variação também foi grande (de 3,0 para 5,1). Nessas três unidades da federação , em 2006, as sobremortalidades masculinas ficaram acima da média do Brasil (4,1 vezes ).

Mais de 80% dos óbitos violentos ocorreram entre os homens

Uma das causas do aumento da sobremortalidade masculina são os óbitos por causas externas ( ou violentos ), mais freqüentes entre os homens do que entre as mulheres . Dados do Ministério da Saúde mostram que , no Brasil, em 2005, houve 1.003.005 óbitos e 12,5% deles (125.816) foram por causas externas . Entre estes , 83,5% (105.062) ocorreram na população masculina . Comparando suas projeções demográficas com o número de óbitos registrados nos cartórios brasileiros , o IBGE estima que , em 2005, 15,6% das mortes ocorridas podem não ter sido registradas (sub-registro). Da mesma forma , em relação às estatísticas do Ministério da Saúde , o IBGE estima que 13,7% dos óbitos em hospitais , em 2005, podem não ter sido notificados (sub-notificação). Em relação ao grupo etário dos 20 aos 29 anos , esses indicadores seriam, respectivamente , de 20,0% e de 34, 4%.

Especificamente no grupo etário dos 20 aos 29 anos , ocorreram 35.551 óbitos por causas externas em 2005. Destes, 90% ( ou 32.017) referem-se à população masculina .

Uma outra abordagem também evidencia a maior exposição da população masculina jovem à violência : entre os 41.982 óbitos masculinos no grupo de 20 a 29 anos , 76,3% (32.017) foram por causas externas . Já entre 10.831 óbitos femininos no mesmo grupo etário , 32,6% (3.534) foram por causas externas .

Em 2005, os homicídios foram a causa predominante entre os óbitos não naturais

Ainda segundo o Ministério da Saúde , entre os 125.816 óbitos por causas externas ocorridos em 2005, predominaram aqueles causados por homicídios (37,1%), por acidentes de trânsito (28,4%) e suicídios (6,8%). Os homicídios (40,8%) predominam na população masculina , enquanto os acidentes de trânsito (32,1%) são a causa mais freqüente dos óbitos femininos por causas externas ( tabela abaixo ). O percentual de óbitos por suicídios entre as mulheres é ligeiramente maior que (8,7%) entre os homens (6,4%).

Note-se que os percentuais relativos às mortes por homicídios , por exemplo , quase duplicaram, desde 1980 ( tabela abaixo ), indo, no período , de 19,8% para 37,1% entre o total de óbitos , de 22,4% para 40,8% entre os homens e de 9,4% para 18,3% entre as mulheres . É interessante notar , ainda , que o percentual de suicídios entre as mulheres quase não se alterou, entre 1980 e 2005.

Analisando-se especificamente os óbitos não naturais ( por causas externas ) no grupo etário dos 20 aos 29 anos , nota-se que mais da metade deles (52,9%) foram causados por homicídios , que também são a causa da maioria (55,1%) dos óbitos dos homens ( tabela abaixo ). Entre as mulheres nesse grupo etário , as mortes causadas por acidentes de trânsito continuam a predominar (39,7), e entre elas os óbitos por suicídios (10,5%) têm um percentual mais alto que o dos homens (5,0%).

Também no grupo etário dos 20 aos 29 anos , entre 1980 e 2005, os percentuais relativos às mortes por homicídios , quase duplicaram, ( tabela abaixo ), indo, de 28,8% para 52,9% entre o total de óbitos , de 30,7% para 55,1% entre os homens e de 17,1% para 33,0% entre as mulheres . Já o percentual de suicídios entre as mulheres reduziu-se de 13,2% para 10,5%, no período .