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Em 2005, foram pagos R$ 444,3 bilhões em salários e outras remunerações

De acordo com o Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), do IBGE, 5,7 milhões de empresas e outras organizações desembolsaram R$ 444,3 bilhões em salários e remunerações em 2005, R$ 82,5 bilhões a mais do que em 2000.

19/09/2007 07h01 | Atualizado em 19/09/2007 07h01

De acordo com o Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), do IBGE, 5,7 milhões de empresas e outras organizações 1 desembolsaram R$ 444,3 bilhões em salários e remunerações em 2005, R$ 82,5 bilhões a mais do que em 2000. A quantia equivale a um salário médio mensal de R$ 1.060,48, com crescimento real de 1,5 ponto percentual frente à média de 2004 (R$ 1.044,952). Porém, calculado em salários mínimos médios 3, o mesmo salário médio mensal caiu de 5,0 salários mínimos, em 2000, para 3,7 em 2005. No mesmo período , as empresas apresentaram o maior aumento de pessoal ocupado total (5,5%), seguidas da administração pública (5,1%) e entidades sem fins lucrativos (4,9%). Em 2000, 30,8% dos assalariados nas empresas recebiam até dois salários mínimos. Cinco anos depois, este percentual chegava a 45,2%, um crescimento de 14,4%. Enquanto o percentual dos que ganhavam mais de oito salários mínimos caiu de 14,7% para 8,4%.

Em 2005, o CEMPRE contabilizou 5,7 milhões de empresas e outras organizações ativas do segmento formal da economia, um crescimento de 5,5% frente a 2004. Deste total, 89,9% eram empresas, 0,4% órgãos da administração pública e 9,7% entidades sem fins lucrativos. Ao todo, a massa assalariada recebeu R$ 444,3 bilhões, equivalente a um salário médio mensal de R$ 1.060,48 e a um aumento real de 1,5% frente a 2004 (R$ 1.044,95). No entanto, quando se considerou a variação do mesmo salário médio mensal de 2000 a 2005, em salários mínimos médios, constatou-se queda de 5,0 para 3,7 salários mínimos (-26,0%). A causa da redução pode ser a pequena diminuição do salário médio real e o crescimento real do salário mínimo. De acordo com o CEMPRE, as pessoas assalariadas ocupadas nas empresas receberam, em média, 3,4 salários mínimos em 2005, sendo que 41,0% receberam valores acima deste patamar, e 49,2% ganharam 1,7 a 2,8 salários.

A tendência de redução do salário médio mensal calculado em salários mínimos médios foi observada em todas as seções da Classificação Nacional de Atividades Econômicas4(CNAE), notadamente em Outros serviços coletivos, sociais e pessoais (-35,0%); Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados (-32,7%), Construção (-28,4%), Transporte, armazenagem e comunicações (-26,4%); e Educação (-26,2%).

 

Quatro atividades concentraram 71,9% do pessoal ocupado total em 2005

Do total de seções da CNAE, quatro responderam por 71,9% do pessoal ocupado total em 2005: C omércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos (23,3%); Indústrias da transformação (18,4%), Administração pública, defesa e seguridade pessoal (18,4%); e Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas (11,9%). Juntas, estas atividades responderam por 60,5% do pessoal assalariado formal e 60,4% dos salários e outras remunerações. No Comércio, todas as atividades investigadas revelaram índices de concentração de pessoal ocupado para as doze maiores empresas abaixo de 40%. A atividade com maior percentual de ocupação foi Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas, animais vivos e produtos alimentícios para animais : as quatro maiores empresas (0,04% do total do grupo) concentraram 23,4% do pessoal ocupado total. Já as doze maiores ocupavam 35,6% do pessoal. Em serviços, os destaques foram os grupos de Transporte dutoviário, aéreo regular e ferroviário interurbano. Para todas estas atividades, as quatro maiores empresas concentraram 84,3% do pessoal ocupado. Ampliando-se este universo para as doze maiores empresas, o percentual chega a 94,3% do pessoal ocupado total. Nas Indústrias Extrativas destacaram-se os grupos de Extração de petróleo e gás natural e de Extração de minério de ferro, nos quais as quatro maiores empresas concentravam, respectivamente, 60,3% e 88,5% do pessoal ocupado total. Considerando os grupamentos de oito e doze maiores empresas para Atividades de Extração de minério de ferro, o índice de concentração chega a 91,5% e 93,9% do pessoal ocupado total, respectivamente.

Salário nas empresas caiu acima da média em 2005

As empresas pagaram R$ 279,6 bilhões da massa salarial total (R$ 444,3 bilhões). Nelas, o salário médio mensal caiu acima da média (-5,7%), ficando em R$ 975, 52. Já a administração pública sofreu a menor redução (-1,2%), com R$ 1.313,06, enquanto as entidades sem fins lucrativos apresentaram salário médio mensal de R$ 1.025,57 (-1,5%). Empresas, órgãos da administração pública e entidades sem fins lucrativos ocuparam 39,6 milhões de pessoas, 5,3% a mais do que no ano anterior (37,6 milhões). Deste total, 81,4% eram assalariadas e 18,6% na condição de sócias ou proprietárias do empreendimento, um crescimento de, respectivamente, 6,2% e 1,8% frente a 2004. As empresas concentraram 73,4% do pessoal ocupado total, enquanto a administração pública ocupou 9,6% e as entidades sem fins lucrativos 7,0%.

O maior aumento de pessoal ocupado total entre 2004 e 2005 também foi registrado nas empresas (5,5%), seguidas de perto pelos órgãos da administração pública (5,1%) e entidades sem fins lucrativos (4,9%). As empresas pagaram o equivalente a R$ 279,6 bilhões do total da massa salarial, 15,5% deste valor gasto naquelas com até 19 pessoas ocupadas. As com mais de 100 pessoas ocupadas representaram 0,5% do total do segmento, e dispenderam 68,3% deste valor, enquanto as situadas na faixa intermediária (20 a 99 pessoas), responderam por 16,2% do total de salários pagos. As com até 100 pessoas ocupadas abrigaram 49,2% dos assalariados, e receberam 1/3 do total da massa salarial. Já a outra metade (50,8%), alocada em empresas com mais de 100 empregados, apropriou-se dos 2/3 restantes.

Ocupação em São Paulo foi maior do que em todo o restante da região Sudeste

Em 2005, o salário médio mensal no Brasil correspondeu a 3,7 salários mínimos, considerando o total de salários pagos pelas empresas e outras organizações ativas constantes do CEMPRE. Os estados com níveis de salário médio mensal mais altos foram: Distrito Federal (6,8 salários mínimos); São Paulo (4,5); Rio de Janeiro (4,3); Amapá, (4,0); e Roraima (3,9). Já as Unidades da Federação com os salários médios mensais mais baixos (em número de salários mínimos) estavam todas localizadas no Nordeste: Alagoas (2,1), Paraíba (2,4), Piauí (2,4), Pernambuco (2,6), Maranhão (2,5) e Ceará (2,5). A distribuição regional do pessoal ocupado revelou que São Paulo teve a maior participação, com 30,1%, superior a todo o restante da Região Sudeste (22,1%), seguida das regiões Sul (18,5%); Nordeste (16,8%); Centro-Oeste (7,8%); e Norte (4,7%). Em São Paulo também ocorreram as maiores participações no pessoal ocupado assalariado (29,7%) e em salários e outras remunerações (36,4%). Já as capitais com maior participação de pessoal ocupado assalariado em comparação aos estados de origem foram: Boa Vista (89,2%); Manaus (87,2%); Macapá (84,3%); e Rio Branco (81,5%), todos localizados na Região Norte. Por outro lado, as menores participações foram registradas em Florianópolis (14,3%); Porto Alegre (27,0%); e Vitória (29,7%).

A atividade de Administração pública, defesa e seguridade social apresentou as maiores participações no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com 39,0%, 34,4%, e 33,0%, respectivamente. As Indústrias de transformação apresentaram alta concentração de pessoal ocupado no Sul e no Sudeste. As duas regiões responderam, juntas, por 79,0% do total nacional, com destaque para São Paulo, com 35,6% do total. A participação da região Sul foi de 26,0% e os outros estados do Sudeste, excluindo São Paulo, ficaram em 17,4%. Já as regiões Norte e Centro-Oeste tiveram baixa participação, com 3,6% e 4,7%, respectivamente.

Região Norte contou com mais pessoal ocupado e Nordeste os menores salários mensais

Em 2005, a análise dos municípios das capitais em relação ao pessoal ocupado assalariado mostrou que aqueles que apresentaram as maiores participações do pessoal ocupado assalariado em relação ao estado ao qual pertencem estavam na região Norte: Boa Vista, Manaus, Macapá e Rio Branco. Por outro lado, os municípios das capitais que tiveram as menores participações foram Florianópolis, Porto Alegre e Vitória.

Em relação ao salário médio mensal em salários mínimos, os destaques foram o Distrito Federal (6,8 salários mínimos); São Paulo (4,5); Rio de Janeiro (4,3); Amapá (4,0); e Roraima (3,9). Os menores salários médios mensais, também em salários mínimos, localizaram-se em estados da região Nordeste, como Alagoas (2,1); Piauí (2,4); Paraíba (2,4); Ceará (2,5); Maranhão (2,5); e Pernambuco (2,6).

1Órgãos da administração pública e entidades sem fins lucrativos

2 Utilizou-se o IPCA como indexador do salário médio do ano de 2004, tendo como referência o ano de 2005. A variação acumulada do período foi de 5,7%.

3Salário mínimo médio: R$ 147,25 em 2000; R $172,75 em 2001; R$ 195,00 em 2002; R$ 230,00 em 2003; R$ 253,33 em 2004; e, R$ 286,67 em 2005. Calculados pela soma de todos os valores mensais do salário mínimo ao longo do ano, dividida por doze.

4É o instrumento de padronização nacional dos códigos de atividade econômica e dos critérios de enquadramento utilizados pelos diversos órgãos da Administração Tributária do país. Resulta de um trabalho conjunto das três esferas de governo, elaborado sob a coordenação da Secretaria da Receita Federal e orientação técnica do IBGE.