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Produção industrial cresce 1,2% de maio para junho

Os índices da produção industrial para o mês de junho confirmaram um maior ritmo da atividade fabril. O setor registrou aumento de 1,2% na passagem de maio para junho, na série livre de influências sazonais. Foi o ...

03/08/2007 06h31 | Atualizado em 03/08/2007 06h31

Os índices da produção industrial para o mês de junho confirmaram um maior ritmo da atividade fabril. O setor registrou aumento de 1,2% na passagem de maio para junho, na série livre de influências sazonais. Foi o nono aumento consecutivo nesse tipo de comparação, acumulando 6,8% de crescimento  entre setembro de 2006 e junho de 2007. Em relação a junho de 2006, a expansão foi de 6,6%, a maior desde dezembro de 2004 (8,3%), mesmo sob a influência de um dia útil a menos neste ano. O indicador acumulado para o primeiro semestre do ano chegou a 4,8%. A taxa anualizada - acumulado nos últimos 12 meses - (3,9%) registrou aceleração frente ao resultado de maio (3,3%).

Esse movimento de crescimento na indústria está em linha com a evolução das estatísticas mais recentes do comércio varejista, do mercado de trabalho e do desempenho do setor agrícola.

Os índices para o segundo trimestre de 2007 também foram positivos, tanto frente a igual período de 2006 (5,8%), quanto em relação ao trimestre imediatamente anterior (2,5%) - com ajuste sazonal. Nesse tipo de comparação, a taxa de 2,5% foi a mais elevada desde o terceiro trimestre de 2004 (2,6%); e a indústria geral chegou ao sétimo trimestre consecutivo com taxas positivas, o que resultou num acréscimo de 8,3% nesse período. A produção industrial global cresceu apoiada principalmente no desempenho de bens de capital, cujo ritmo ficou bem acima da média, acumulando 21,7% nesses sete trimestres, vindo a seguir bens de consumo duráveis (12,1%), bens de consumo semi e não-duráveis (7,5%) e bens intermediários (6,4%).

De maio para junho, 18 dos 23 ramos industriais apresentam crescimento

Dos 23 ramos industriais com séries ajustadas sazonalmente, a maioria (18) teve crescimento entre maio e junho de 2007. Entre os que determinaram o comportamento global positivo, destacaram-se refino de petróleo e produção de álcool (3,6%), farmacêutica (6,7%), veículos automotores (1,2%), metalurgia básica (1,7%), celulose e papel (3,4%) e produtos de metal (3,4%). As principais pressões negativas vieram de alimentos (-0,7%), bebidas (-1,0%) e fumo (-5,7%).

No corte por categorias de uso, ainda na comparação com maio, os índices foram positivos, com destaque para os bens de consumo, tanto os semi e não-duráveis (2,5%) quanto os duráveis (2,2%), seguidos por bens de capital (1,2%) e bens intermediários (0,8%).

O segmento de bens de consumo semi e não-duráveis registrou a terceira taxa positiva consecutiva, acumulando, entre março e junho deste ano, ganho de 4,8%. A expansão nos bens de consumo duráveis ocorreu após crescimento de 1,6% em maio. Bens de capital e bens intermediários também alcançam a segunda taxa positiva consecutiva acumulando, respectivamente, 6,4% e 1,6% nesses dois meses.

A aceleração no ritmo produtivo em todas as categorias de uso em junho manteve a trajetória positiva do índice de média móvel trimestral (indicador de tendência), que apontou, para o total da indústria, variação de 0,9% entre junho e maio. No corte por categorias de uso, bens de capital (1,9%) mostraram clara aceleração nesse mesmo confronto, seguidos por bens de consumo semi e não-duráveis (1,6%). Bens de consumo duráveis (0,9%) e bens intermediários (0,3%) também registram ganhos.

Na comparação com junho de 2006, a maioria (22) dos 27 setores pesquisados exibiu índices positivos, sendo que máquinas e equipamentos (20,6%) se manteve como a indústria de maior impacto positivo na formação da taxa global, seguida por veículos automotores (12,9%), outros produtos químicos (10,8%), extrativa (8,5%) e metalurgia básica (7,6%). Entre as cinco atividades que mostraram queda em relação a junho de 2006, destacaram-se fumo (-12,6%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (-4,0%).

Entre as categorias de uso, bens de capital (17,4%) permaneceu à frente, seguida por bens de consumo duráveis (7,7%), bens de consumo semi e não-duráveis (5,4%) e bens intermediários (5,3%).

No segundo trimestre, indústria cresce em ritmo mais acelerado

No segundo trimestre de 2007, a atividade industrial cresceu 5,8%, num ritmo superior ao do primeiro trimestre (3,8%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Essa aceleração foi observada em todas as categorias de uso.

Entre os bens de capital, onde a taxa passou de 14,8%, no primeiro trimestre, para 18,5% no segundo, esse comportamento foi observado na maioria dos subsetores, com destaque para máquinas e equipamentos para fins industriais (de 15,9% para 25,4%); máquinas e equipamentos agrícolas (de 13,1% para 52,6%); máquinas e equipamentos para construção (de 6,6% para 19,8%); e para transporte (de 9,5% para 14,5%). Bens de capital de uso misto (de 18,3% para 13,4%), mesmo reduzindo o ritmo de crescimento entre os dois trimestres, manteve expansão a dois dígitos.

Nos bens de consumo duráveis (de 2,3% para 6,3%), a aceleração foi particularmente influenciada pelos automóveis, cuja elevação saltou de 1,0% no primeiro trimestre para 9,5% no segundo. No setor de bens de consumo semi e não-duráveis (de 1,3% para 4,5%), a aceleração se apoiou no subsetor de carburantes (de 0,4% no primeiro trimestre para 7,0% no segundo), refletindo uma maior oferta de álcool e gasolina; e no desempenho de semiduráveis (de -4,6% para 3,7%) e de outros não-duráveis (de 0,0% para 3,9%). Por fim, no ritmo de crescimento de bens intermediários (de 3,8% para 4,4%), o destaque ficou com insumos industriais elaborados (de 3,3% para 4,6%).

Máquinas e equipamentos são o destaque do primeiro semestre de 2007

No primeiro semestre deste ano, frente a igual período de 2006, o crescimento da produção industrial global (4,8%) resultou do predomínio de taxas positivas, que atingiram 20 das 27 atividades pesquisadas, com a maior contribuição positiva vindo de máquinas e equipamentos (17,5%), onde se observou aumento em aproximadamente 80% dos 81 produtos acompanhados.

Também vale destacar os desempenhos positivos de veículos automotores (8,9%), metalurgia básica (8,2%), alimentos (3,3%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (21,2%), outros produtos químicos (5,3%) e indústria extrativa (5,7%).

Os índices por categorias de uso confirmaram o padrão de crescimento ao longo do ano, com o maior dinamismo do setor de bens de capital (16,7%), que vem registrando expansão a dois dígitos desde o início de 2007. O ambiente de ampliação da demanda interna, apoiada sobretudo no aumento da ocupação, na inflação reduzida e na manutenção da oferta de crédito, vem favorecendo os investimentos, tanto na indústria como em outros setores, o que se reflete na dinâmica do segmento de bens de capital.

As demais categorias registraram índices abaixo da média industrial. Bens de consumo duráveis assinalou taxa de 4,4%, com acréscimo de 5,3% na fabricação de automóveis e de 13,3% na de eletrodomésticos da “linha branca”; enquanto a produção da “linha marrom” (-20,9%) e a de celulares (-6,2%) pressionaram negativamente.

Bens intermediários registrou crescimento de 4,1%, com destaque para insumos industriais elaborados (4,0%), o de maior impacto na categoria, refletindo uma maior produção siderúrgica e de autopeças. O grupamento de insumos para a construção civil, que acumula acréscimo de 6,1% no primeiro semestre do ano, também contribuiu para a performance positiva desse segmento. O subsetor de combustíveis e lubrificantes elaborados (-2,4%) foi o único que caiu, reflexo do recuo na produção de óleo diesel e óleos lubrificantes.

A indústria de bens de consumo semi e não-duráveis (2,9%) teve seu resultado influenciado sobretudo por alimentos e bebidas elaborados (4,5%), onde destacaram-se os itens refrigerante e carnes e miudezas de aves.