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Censos: 40 milhões de pessoas e 1,7 milhão de estabelecimentos agropecuários recenseados

O IBGE divulga o primeiro balanço dos Censos 2007 e mostra que 40 milhões de pessoas e 1,7 milhão de estabelecimentos agropecuários foram recenseados em todo o país. Este é o resultado de dois meses de atividades ...

19/06/2007 07h01 | Atualizado em 19/06/2007 07h01

O IBGE divulga o primeiro balanço dos Censos 2007 e mostra que 40 milhões de pessoas e 1,7 milhão de estabelecimentos agropecuários foram recenseados em todo o país. Este é o resultado de dois meses de atividades da coleta do Censo Agropecuário e da Contagem da População, que cobrirá cerca de 5,7 milhões de estabelecimentos agropecuários e 28 milhões de domicílios em todo o Brasil.  A Contagem da População está em operação em 5.414 municípios com até 170 mil habitantes e mais 21 situados em estados1 onde apenas um ou dois municípios excedem este teto. Já o Censo Agropecuário investiga todos os estabelecimentos agropecuários do país.

Em todo o Brasil, foram visitados 1,7 milhão estabelecimentos agropecuários dos cerca de 5,7 milhões previstos. Na Contagem da População, de 28 milhões domicílios, 11,5 milhões foram recenseados. No Censo Agropecuário, entre as cinco Grandes Regiões, a que mais avançou na coleta, proporcionalmente ao número de estabelecimentos, foi a Nordeste, com 34%. Em seguida vem a Sudeste, com 31%. A região Sul já completou 30% do total, e a Centro-Oeste, 21% dos seus setores. Finalmente, no Norte, foram apurados 15% do total.

O IBGE finalizou o levantamento de dados em municípios que ainda dependem de supervisão para serem declarados concluídos oficialmente. Em São Paulo há seis: Borá, considerado o menor município do Brasil em número de habitantes, com cinco setores coletados e 404 unidades visitadas; Ubarana, com seis setores e 2.157 unidades; Pracinha, com oito setores e 715 unidades; Iaras, com 10 setores e 1.541 unidades; Americana, onde só houve o Censo Agropecuário, com dois setores e 230 unidades; e Guarujá, com dois setores rurais e 30 unidades visitadas. No Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, encontram-se Aperibé, com 15 setores e 5.497 unidades; e São José de Ubá, com 12 setores e 2.993 unidades. Em Goiás, estão situados os municípios de Anhanguera, com três setores e 514 unidades; e Bonópolis, com oito setores e 1.367 unidades. Finalmente, no Noroeste do Paraná, está Paranapoema, com quatro setores coletados e 1.021 unidades visitadas.  

A Contagem da População é importante por fornecer dados atualizados para a distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), feita a partir das projeções e estimativas populacionais que o IBGE divulga anualmente desde 1989. Já o Censo Agropecuário está colhendo informações em cerca de 5,7 milhões de estabelecimentos agropecuários previstos entre os municípios brasileiros. O levantamento vai mostrar as mudanças que ocorreram no setor desde o último censo, em 1996, e fornecerá informações atualizadas sobre aspectos econômicos, sociais e ambientais da atividade agropecuária. Será possível conhecer melhor os resultados alcançados pelas políticas públicas setoriais, a efetiva ocupação das áreas de fronteira agrícola, a combinação de práticas agro-ecológicas e modernas de uso da terra em regiões frágeis do ponto de vista ambiental, os ganhos de produtividade, e a valorização mais recente de determinadas culturas (como a soja).

Pela primeira vez, a coleta está sendo totalmente informatizada, graças à utilização de PDAs (computadores de mão) dotados de GPS (Sistema de Localização Global), que permitem a exata localização dos recenseadores nas áreas de coleta (setores censitários), bem como a captação precisa das coordenadas geográficas de estabelecimentos e domicílios da zona rural, às quais possibilitarão uma supervisão mais eficaz de todo o trabalho. O georreferenciamento dos locais de pesquisa, além de contribuir para a eficiência do processo de coleta, permitirá a geração de novos produtos de divulgação com maior grau de precisão.

IBGE aperfeiçoa a transmissão de dados na coleta

O IBGE enfrentou e sanou falhas que ocorreram no início do processo de coleta. A dificuldade na transmissão de dados e conseqüente carregamento dos PDAs, devido à baixa qualidade da transmissão por telefone em algumas regiões, foi resolvida com procedimentos alternativos, como cópia em CD e envio de arquivos por outros meios. Além disso, a desistência e a escassez de recenseadores obrigou o IBGE a abrir novo processo seletivo em nove estados (Rondônia, Pará, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás). Para facilitar o trabalho dos recenseadores em edifícios e condomínios de maior poder aquisitivo, onde a recusa em recebê-los é maior, o IBGE encaminhou cartas para os condomínios e esclareceu a importância da operação em emissoras de rádio e televisão.

O recenseamento muitas vezes requer uma complexa operação de logística para permitir o acesso do pesquisador a seu destino. No Amazonas, por exemplo, maior estado brasileiro e que ocupa mais de 18% da superfície do país, o desafio das grandes distâncias quase sempre exige que as rotas sejam percorridas de barco. Há setores onde o recenseador passa até seis dias viajando em embarcações de pequeno e médio porte, como foi o caso do município de Atalaia do Norte, a 1.350 km de Manaus. As chuvas na região também são um fator a mais para dificultar o acesso do recenseador aos setores que serão investigados, mas para isso o IBGE conta com o apoio do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para facilitar o transporte dos recenseadores do IBGE. 

O IBGE está trabalhando para terminar a coleta de dados dos Censos 2007 até o dia 31 de julho de 2007. Os resultados do Censo Agropecuário serão divulgados em etapas. De outubro de 2007 até setembro de 2008 serão divulgadas informações em níveis geográficos para o Brasil, Unidades da Federação e municípios, como: o número de estabelecimentos agropecuários e área total; estabelecimentos de proprietários e área de terras próprias; estabelecimentos com declaração de áreas de lavouras e a respectiva área; estabelecimentos com declaração de área de pastagem e a respectiva área; total de bovinos, de suínos de aves, de bubalinos, de caprinos e de ovinos; total de tratores; total de pessoal ocupado (da família do produtor e empregados); estabelecimentos com declaração e área colhida dos seguintes produtos: banana, café, cacau, laranja, algodão, arroz, cana-de-açúcar, milho, feijão, mandioca, soja e trigo; estabelecimentos com declaração e a produção dos seguintes produtos de origem animal: leite de vaca, leite de búfala, leite de cabra, ovos de galinha e lã.

As informações preliminares da Contagem da População, com dados sobre a população dos municípios, serão divulgadas no dia 31 de agosto de 2007. Os resultados definitivos da Contagem serão divulgados em dezembro de 2007.

Na região Sudeste, São Paulo lidera em unidades visitadas

Dos 48.462 mil setores que terão os dados coletados pelos Censos na Região Sudeste, 7.099 (14,65%) tiveram seus trabalhos concluídos até o momento. Na prática, a pesquisa continua em andamento em 7.143 setores rurais (52,75%) e 11.771 urbanos (33,71%).

Dos quatro estados do Sudeste, o que mais avançou em número de unidades visitadas até agora foi São Paulo, com 2.342.220, seguido de Minas Gerais (1.680.949), Rio de Janeiro (746.525) e Espírito Santo (258.329). O estado com mais setores censitários a apurar é São Paulo, com 6.743, e o com o maior número de recenseadores da região é Minas Gerais, com 8.412 agentes. 

No Estado do Rio de Janeiro, o índice de conclusão da coleta é de 33,2%, correspondente a 2.102 setores. Dos 324 setores de Cabo Frio, 94 já foram coletados (29%). Já Itaperuna completou 89 setores de 169 (52%). Nilópolis tabulou 83 de 265 setores (31%). Maricá teve 81 dos seus 232 setores recenseados  (34%).  Ainda no estado, os recenseadores estão adotando logísticas especiais para atuar em determinadas regiões. É o caso de Itaguaí, com cerca de 300 ilhas em seu território, onde os agentes do IBGE estão se deslocando de barco. Outro exemplo da abrangência dos Censos no Rio é o trabalho realizado em aldeias indígenas de Parati. Algumas, na Baía de Ilha Grande, só podem ser visitadas também por transporte marítimo.

No Espírito Santo, o ritmo da coleta foi prejudicado pelo período da colheita do café. O estado é o maior produtor de café conillon do país, cuja colheita está praticamente na metade, e o segundo maior produtor de café arábica, cuja colheita se estenderá até o final do ano. Isto traz dificuldades para o recenseador, pois muitos moradores das periferias das cidades do interior são trabalhadores rurais que passam o dia no campo colhendo café.

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1 Rio Branco (AC), Arapiraca (AL), Maceió (AL), Manaus (AM), Macapá (AP), São Luís (MA), Campo Grande (MS), Dourados (MS), Cuiabá (MT), Várzea Grande (MT), Campina Grande (PB), João Pessoa (PB), Teresina (PI), Mossoró (RN), Natal (RN), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Aracaju (SE), Nossa Senhora do Socorro (SE), e Palmas (TO).