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Em abril, produção industrial variou - 0,1% em relação a março

Foi a primeira taxa negativa em seis meses, na série com ajuste sazonal. Já em relação a abril de 2006 houve alta de 6,0%, a décima taxa positiva na série sem ajustes. A indústria acumula alta de 4,3% no quadrimestre e de 3,3% nos últimos doze meses.

05/06/2007 06h31 | Atualizado em 05/06/2007 06h31

Foi a primeira taxa negativa em seis meses, na série com ajuste sazonal. Já em relação a abril de 2006 houve alta de 6,0%, a décima taxa positiva na série sem ajustes. A indústria acumula alta de 4,3% no quadrimestre e de 3,3% nos últimos doze meses.

Em abril de 2007, a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE detectou uma taxa negativa de 0,1% na produção industrial em relação a março, na série com ajustes sazonais. Foi a primeira taxa negativa após seis meses, período em que a indústria acumulou crescimento de 3,6%. Em relação a abril de 2006, houve alta de 6,0%, a décima taxa positiva consecutiva nesta comparação (sem ajustes sazonais). Essa alta acentua os resultados positivos no acumulado no ano, que passa de 3,8% em março para 4,3% em abril, e no acumulado nos últimos doze meses (de 2,7% para 3,3%).

Entre os 23 setores ajustados sazonalmente, houve 11 quedas e 12 altas

A taxa de -0,1%, observada de março para abril de 2007, resulta de um equilíbrio entre os vinte e três setores com séries ajustadas sazonalmente: 12 expandem a produção e 11 apresentam queda. Entre as indústrias que reduziram a produção, o principal impacto veio de alimentos (-1,9%), que interrompeu uma seqüência de cinco resultados positivos, que significaram um crescimento de 4,8% na comparação março 07/outubro 06. Também merecem destaque as contribuições negativas vindas de perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-5,7%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-3,4%) e refino de petróleo e produção de álcool (-1,2%). Por outro lado, outros produtos químicos (2,3%) e bebidas (4,3%) exerceram as pressões positivas mais relevantes.


Ainda na comparação com março de 2007, três das quatro categorias de uso mostraram queda na produção, com bens de consumo duráveis (-1,4%) e bens de capital (-1,2%) assinalando as perdas mais significativas. O recuo observado na fabricação de bens de consumo duráveis vem após três meses de expansão, período em que acumulou taxa de 6,4%. Já o setor de bens de capital aponta o segundo resultado negativo consecutivo, acumulando uma perda de 1,6% entre abril e fevereiro deste ano. O segmento de bens intermediários (-0,6%), o de maior peso na indústria, também recua frente a março, após duas taxas positivas consecutivas, período em acumulou ganho de 2,4%. O setor de bens de consumo semi e não duráveis, após mostrar variação negativa de 0,4% em março, registra em abril o único resultado positivo (0,8%) entre as categorias de uso.

Com o resultado de abril, o indicador de média móvel trimestral permanece em trajetória de crescimento, com expansão de 0,6% frente a março. Nesta mesma comparação, os setores de bens de consumo duráveis (0,9%), bens intermediários (0,6%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,4%) também avançam na passagem de março para abril, enquanto a produção de bens de capital (-0,4%) é a única que mostra decréscimo.

Em relação a abril de 2006, a indústria cresceu 6,0%, o melhor resultado desde junho de 2005

Na comparação com igual mês do ano anterior, houve alta de 6,0%, melhor resultado desde junho de 2005 (6,4%), refletindo o comportamento positivo da maioria (20) das vinte e sete atividades pesquisadas. Vale ressaltar, no entanto, que abril de 2007 teve dois dias úteis a mais do que abril de 2006. Por ramos industriais, os principais destaques vieram de máquinas e equipamentos (20,5%) e de veículos automotores (11,2%), seguidos por alimentos (4,9%); metalurgia básica (7,2%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (14,3%); máquinas para escritório e equipamentos de informática (23,1%) e bebidas (12,2%). Nestas atividades, sobressaem principalmente os itens: fornos de microondas e centros de usinagem; automóveis e autopeças; carnes e miudezas de aves, e rações; lingotes, blocos e tarugos, e barras de aço ao carbono; transformadores e motores elétricos; computadores e monitores; e refrigerantes e cervejas. Entre as sete atividades em queda, a de maior impacto na formação da taxa global é a de material eletrônico e equipamentos de comunicações (-14,1%), com destaque para o recuo na produção de telefones celulares e televisores. A queda verificada na indústria de madeira (-8,6%) foi a segunda pressão negativa mais importante.

No índice mensal, a categoria dos bens de capital cresceu muito acima da média

Ainda no confronto com abril de 2006, os índices por categorias de uso confirmam a liderança de bens de capital (17,4%), com ritmo bem acima da média industrial (6,0%), apoiado sobretudo na expansão na faixa de dois dígitos em todos os seus subsetores: bens de capital para transporte (13,3%), para uso misto (12,8%), para fins industriais (23,2%), para energia elétrica (20,6%), para construção (23,3%) e para fins agrícolas (39,4%).

A produção de bens de consumo duráveis superou em 5,4% a de abril do ano passado, particularmente influenciada pelo desempenho de automóveis (6,6%) e de eletrodomésticos (9,4%), principalmente os da linha branca (16,9%). Esse resultado poderia ser ainda mais elevado, não fossem as quedas na produção de telefones celulares (-12,9%) e de eletrodomésticos da linha marrom (-14,8%).

O setor de bens intermediários cresce 5,3%, impulsionado sobretudo, pelos insumos industriais elaborados (4,9%), segmento de maior peso na categoria, onde os produtos siderúrgicos e cimento têm claro destaque. Também cabe mencionar o comportamento favorável de insumos industriais básicos (11,3%), reflexo dos itens minérios de ferro e fumo. Os grupamentos de insumos para a construção civil (7,4%) e de embalagens (3,4%) também mostram expansão. Por outro lado, a pressão negativa se concentra principalmente no subsetor de combustíveis e lubrificantes elaborados (-2,1%), por conta do recuo no item óleo diesel.

O segmento de bens de consumo semi e não duráveis (4,3%) assinala o avanço menos intenso entre as categorias de uso, refletindo sobretudo o recuo de carburantes (-0,4%) e os resultados moderados de semiduráveis (2,6%) e de outros não-duráveis (2,9%), uma vez que alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (7,4%) aponta maior dinamismo, influenciado pelos itens carnes e miudezas de aves e refrigerantes.

Alta acumulada de 4,3% no ano se estende a vinte setores e às quatro categorias de uso

O crescimento de 4,3% no acumulado do ano teve perfil generalizado, atingindo vinte setores e as quatro categorias de uso. No corte por atividades, a liderança permanece com máquinas e equipamentos (15,9%), seguido pelas contribuições positivas de veículos automotores (7,3%); alimentos (4,9%); metalurgia básica (8,6%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (28,7%). Por outro lado, entre os sete setores em queda, o de material eletrônico e equipamentos de comunicações (-11,7%) teve o principal impacto negativo sobre a média da indústria, vindo a seguir as indústrias farmacêutica (-3,7%) e de edição e impressão (-2,4%).

Por categorias de uso, ainda no acumulado no ano, os resultados evidenciam o maior dinamismo do setor de bens de capital (15,4%), impulsionado pela expansão em todos os seus subsetores. A produção de bens intermediários (4,2%) mostra ritmo igual ao da média global da indústria (4,3%), vindo a seguir bens de consumo duráveis (3,1%) e bens de consumo semi e não duráveis (2,0%).

Os fatores de sustentação do ritmo industrial nestes primeiros meses de 2007 são: crescimento da produção de bens de capital, em especial nos segmentos de informática, transportes (caminhões e aviões) e de máquinas e equipamentos para fins industriais; desempenho exportador elevado em alguns setores produtores de commodities; aumento na produção automobilística, impulsionado sobretudo pela evolução da demanda interna; e o comportamento positivo de ramos mais atrelados à evolução da massa salarial (bebidas, alimentos e construção civil). Por outro lado, pressionando negativamente o desempenho global figuram os setores mais sensíveis à entrada de produtos importados, principalmente, os semiduráveis (calçados e confecções), e aqueles que perdem competitividade no mercado externo.

Em síntese, a atividade industrial mostra em abril a manutenção de tendência de crescimento, segundo o índice de média móvel trimestral, mesmo com a variação negativa de 0,1% observada na passagem de março para abril. Nas comparações contra iguais períodos do ano anterior, o setor permanece apontando resultados amplamente positivos: o indicador mensal (6,0%) registra seu melhor resultado desde julho de 2005. Avaliando-se os índices por quadrimestres, observa-se nesses primeiros quatro meses do ano, frente a igual período de 2006, que a indústria avança 4,3%, mantendo taxas positivas desde o final de 2003, e acelerando frente aos índices de 2006 (gráfico).