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Mapas do IBGE localizam animais ameaçados e onde há água potável no subsolo de estados do Nordeste

Dando início às atividades da Semana do Meio Ambiente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lança os mapas de Hidrogeologia e Hidroquímica dos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte...

01/06/2007 07h01 | Atualizado em 01/06/2007 07h01

Dando início às atividades da Semana do Meio Ambiente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lança os mapas de Hidrogeologia e Hidroquímica dos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte (na escala 1:500.000, em que 1 cm no papel corresponde a 5 km no território); o Mapa de Fauna Ameaçada de Extinção – Mamíferos, Répteis e Anfíbios; e a versão atualizada do Mapa de Unidades de Relevos do Brasil (ambos na escala 1:5.000.000, em que 1 cm no mapa corresponde a 50 km de território, comumente usada em mapas escolares). Todos podem ser comprados nas livrarias do IBGE em todo o país e acessados na página do instituto, na área de Geociências, em “Recursos Naturais”.

69 espécies de mamíferos, 20 de répteis e 16 de anfíbios podem desaparecer

No Brasil, 105 espécies e subespécies de animais, das quais 69 são mamíferos, 20 são répteis e 16 são anfíbios, estão sob ameaça de extinção, ou seja, enfrentam maior risco de literalmente sumir do mapa, segundo levantamento mais recente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O Mapa de Fauna Ameaçada de Extinção do IBGE mostra a distribuição geográfica por estado desses animais, seus nomes científicos e populares e as categorias de ameaça em que se encontram: alta, média ou baixa.

Dentre as espécies relacionadas, muitas são famosas, o que não impede que seu estado de preservação seja preocupante, ou seja, que estejam, segundo o Ibama, em crítico perigo de extinção. É o caso da baleia-azul, do bugio, do mico-leão-de-cara-preta, do mico-leão-preto, do macaco-prego-de-peito-amarelo, do rato-candango, do peixe-boi-marinho, da jibóia-de-cropan, da jararaca-de-alcatrazes, da tartaruga-de-couro e da perereca-verde, entre outras.

O caso mais sério de todos é o da Phrynomedusa fimbriata, popularmente conhecida apenas como perereca, que antes era encontrada em Paranapiacaba, subdistrito da cidade de Santo André, no ABC Paulista, região da serra do Mar, e hoje já se encontra totalmente extinta.

A mais recente lista de animais ameaçados, divulgada pelo Ibama em 2003, reúne ao todo 394 espécies e subespécies (não incluídos os peixes e invertebrados aquáticos); em 1989, eram 220 espécies em perigo, o que significa um incremento de cerca de 80%.

As espécies animais brasileiras são um valioso recurso e um imenso patrimônio natural, cultural e econômico para o país. Mas tanto a devastação da cobertura vegetal quanto as formas de extrativismo têm contribuído consideravelmente para sua dizimação, o que significa perda de biodiversidade. O desaparecimento dos habitats naturais é um dos principais fatores que aceleram o processo de extinção dos animais, ao lado de outros como a caça predatória e a poluição.

Ao divulgar espacialmente o estado atual de preservação da fauna, o IBGE contribui para o estabelecimento de programas de recuperação das espécies ameaçadas e para despertar a consciência ambiental. Os estudos sobre as espécies animais sob risco de extinção vêm sendo realizados pelo instituto desde o fim dos anos 1980, fundamentalmente com base nas listas oficiais do Ibama e complementados por informações levantadas em diferentes instituições de pesquisas e na literatura especializada. Os estudos produzem informações que são armazenadas no banco de dados dos cadastros de fauna, que, por sua vez, geram os mapas.

Em 2006, o IBGE já havia lançado o mapa das aves ameaçadas. Ainda neste ano, deverá publicar outro, retratando ao todo 130 espécies e subespécies de insetos e demais invertebrados terrestres sob risco de extinção. Em 2008, está prevista a publicação de um quarto mapa, de peixes e invertebrados aquáticos.

Mapas ajudam estados nordestinos a identificar onde há água potável no subsolo

Pela primeira vez, o IBGE lança mapas de Hidrogeologia e de Hidroquímica para as unidades da federação do Nordeste brasileiro. As cartas são de grande importância para a gestão pública e o futuro econômico desses estados porque buscam retratar as possibilidades de exploração dos recursos hídricos subterrâneos, indicando áreas mais e menos favoráveis à captação de água no subsolo, em termos de volume e qualidade química. Tais informações são fundamentais para a utilização racional de recursos hídricos numa região que enfrenta inúmeros problemas causados pela seca.

Os primeiros estados a terem os mapas de Hidrogeologia e Hidroquímica são o Rio Grande do Norte e a Paraíba. O Rio Grande do Norte ocupa uma área de aproximadamente 52.796 km 2 , onde predomina o clima semi-árido. A maior parte dos rios que compõe as bacias hidrográficas do estado é temporária, em função do clima e da fraca restituição da água subterrânea. Quadro parecido é encontrado na Paraíba, que ocupa uma área de 56.341 km 2 , também em clima semi-árido .

O Mapa de Hidrogeologia permite localizar os sistemas aqüíferos subterrâneos - conjunto de rochas capazes de armazenar e produzir águas no subsolo - , suas potencialidades, vulnerabilidade e condições de exposição. Já o Mapa de Hidroquímica classifica as águas subterrâneas com relação à potabilidade (se são ou não próprias para beber) e aos constituintes químicos, além de fornecer recomendações para seu uso na agricultura, por meio da irrigação.

As informações hidrogeológicas (vazão, profundidade do aqüífero, nível da água, entre outras) são coletadas basicamente em poços. Já os dados hidroquímicos referem-se a análises físico-químicas das águas.

Os mapas de Hidrogeologia e de Hidroquímica dos Mananciais Subterrâneos resultam de um processo dinâmico, devendo ser atualizados sempre que novas informações forem incorporadas ao banco de dados de recursos hídricos.

Desenvolvimento tecnológico permite identificar 104 “novas” unidades de relevo

Na segunda edição, revisada e atualizada, do Mapa de Unidades de Relevo do Brasil, o número de unidades de relevo identificadas no país (depressões, morros, montanhas, vales, entre outras) foi ampliado para 167. A primeira edição, de 1993, contava com apenas 65 unidades. O aumento resulta do detalhamento de trabalhos realizados na Amazônia Legal, nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul, possibilitado pelo desenvolvimento tecnológico (observação por satélite e novas tecnologias de sensoreamento remoto e de posicionamento global) e por melhorias de acesso (novas estradas e equipamentos).

O relevo é um dos elementos do ambiente físico que, por sua natureza, mais interagem com os demais componentes ambientais – clima, vegetação, águas e solos - em múltiplas relações de causa e efeito. Por isso exerce influência sobre a distribuição da população e, em certa medida, condiciona as atividades econômicas e a estruturação da rede viária, com reflexos sobre a circulação de riquezas e de mercadorias. Seu conhecimento e representação, portanto, são de grande interesse para compreensão da organização territorial.