IBGE integra grupo que busca a verdadeira nascente do Amazonas
A convite do Instituto Geográfico Nacional do Peru (IGN), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) integra a equipe internacional e multidisciplinar que busca localizar com precisão a verdadeira nascente ...
22/05/2007 06h31 | Atualizado em 22/05/2007 06h31
A convite do Instituto Geográfico Nacional do Peru (IGN), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) integra a equipe internacional e multidisciplinar que busca localizar com precisão a verdadeira nascente do rio Amazonas. Fazem parte do grupo também pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e da ANA (Agência Nacional de Águas), além de cientistas peruanos, que estão em campo na Cordilheira dos Andes desde 21 de maio. Pela primeira vez, o assunto é investigado em conjunto por países sul-americanos. Os resultados do trabalho devem ser apresentados num seminário internacional, no dia 31 de maio, em Lima (Peru), e passarão a constar dos novos mapas da América do Sul.
A expedição vai durar dez dias. Serão feitas medições em dois locais: na nascente localizada na região conhecida como nevado Mismi (quebrada1 de Carruhasanta) e na nascente que fica na quebrada Apacheta, no nevado Queuisha, separadas entre si por cerca de 10 km. Aquela que estiver mais distante da foz do Amazonas, onde o rio deságua no Oceano Atlântico, será considerada a sua origem.
No trabalho de campo, caberá ao IBGE principalmente georreferenciar a verdadeira nascente, ou seja, estabelecer suas coordenadas geodésicas: latitude, longitude e altitude mais precisas do que quando medidas apenas por imagens de satélite.
Definidos os exatos locais dos dois pontos a serem medidos, serão implantadas pelo IBGE e IGN estações geodésicas (chapas metálicas ou mesmo marcos de concreto) em cada um deles, as quais servirão de referência às medições com receptores GPS (Global Positioning System ou, em português, Sistema de Posicionamento Global, um sistema de navegação e posicionamento por satélite). O rastreamento das estações e o processamento dos dados recolhidos em campo ficarão a cargo da Coordenação de Geodésia do IBGE.
A partir das novas coordenadas, a nascente do Amazonas poderá ser identificada com precisão em todos os mapas da América do Sul. Essas informações contribuirão para ampliar o conhecimento sobre o mais caudaloso rio do mundo (com maior volume de água).
Depois de conferidas as informações obtidas na expedição, que conta com o apoio da produtora de documentários brasileira RW Cine, e da reinterpretação das imagens de satélite, os dados serão difundidos também por meio de filmes e programas de TV.
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1 Depressão profunda e estreita numa cadeia de montanhas.