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PIB cresce 3,7% e chega a R$ 2,3 trilhões em 2006

As Contas Trimestrais do IBGE, apuradas de acordo com a nova metodologia, detectaram um crescimento acumulado de 3,7% ao longo dos quatro trimestres de 2006, e um PIB ...

28/03/2007 06h31 | Atualizado em 28/03/2007 06h31

As Contas Trimestrais do IBGE, apuradas de acordo com a nova metodologia,
detectaram um crescimento acumulado de 3,7% ao longo dos quatro trimestres de 2006,
e um PIB a preços de mercado de R$ 2.322,8 bilhões. Já o PIB
per capita cresceu 2,3% no período, e atingiu R$ 12.437,00.

O IBGE dá prosseguimento à implantação dos aprimoramentos metodológicos no Sistema de Contas Nacionais, divulgando a nova série das Contas Trimestrais, com ênfase em 2006. De agora em diante, serão feitas quatro divulgações por ano, incluindo os valores e as taxas de crescimento do Produto Interno Bruto e seus componentes – que até aqui eram divulgados separadamente.

A nova série de Contas Nacionais adotou como referência inicial o ano 2000, e incorporou dados das pesquisas anuais do IBGE, informações da Receita Federal sobre as pessoas jurídicas, a Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2003, o Censo Agropecuário 1996 e atualizou conceitos e definições de acordo com as últimas recomendações da ONU e de outros organismos internacionais.

A tabela abaixo apresenta os principais resultados para o Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado referentes aos cinco últimos trimestres.

Principais resultados do PIB a preços de mercado

O PIB a preços de mercado acumulado em 2006, apresentou crescimento de 3,7% em relação a 2005. Em 2006, a população residente do país foi estimada em 186.770.562 habitantes, o que representou um crescimento populacional de 1,4% em 20061

O crescimento real do PIB per capita em 2006 atingiu 2,3%, conforme demonstra o gráfico I.1 abaixo. A taxa do PIB resultou da elevação de 3,5% do Valor Adicionado a preços básicos e do aumento de 5,2% nos Impostos sobre Produtos. O resultado do Valor Adicionado neste tipo de comparação decorreu do desempenho dos três setores que o compõem: Agropecuária (4,1%), Indústria (2,8%) e Serviços (3,7%).

A Agropecuária, em 2006, cresceu 4,1%, recuperando-se em relação ao ano anterior, quando atingiu um modesto crescimento de 1,0%, em virtude da quebra de safra de alguns produtos com grande representatividade na colheita, e da ocorrência da febre aftosa no quarto trimestre de 2005.

Dentre os subsetores da Indústria, a maior alta foi a da Extrativa Mineral (6,0%). Neste subsetor destaca-se o crescimento anual de 5,1% na extração de petróleo e gás e de 10,9% na extração de minério de ferro. Em seguida, contribuindo para a alta do setor industrial, vieram a Construção civil que cresceu 4,6% e a Prod. e distrib de eletricidade, gás e água com 3,6%. A Indústria da Transformação apresentou elevação de 1,6%.

As maiores elevações nos Serviços foram nos subsetores Intermediação financeira, prev. complem. e serv com 6,1% e Comércio (atacadista e varejista) com 4,8%, seguidos por Ativ. imobiliárias e aluguel com 4,3%, Transporte, armazenagem e correios com 3,2%, Adm., saúde e educação públicas com 3,1%, Outros Serviços com 2,6% e por fim, os Serviços de Informação com 2,3%. O gráfico abaixo apresenta as taxas de variação acumulada do PIB e seus subsetores, em 2005 e 2006.

Na análise da demanda, o Consumo das Famílias apresentou alta de 4,3%, sendo este o terceiro ano consecutivo de crescimento deste componente. Um dos fatores que contribuíram para este resultado foi a elevação de 5,6% da massa salarial real, que ocorreu devido ao comportamento favorável tanto do pessoal ocupado como do rendimento médio real do trabalho efetivamente recebido (aumentos de 2,3% e 3,3%, respectivamente, na comparação com 2005)2. Além disso houve um crescimento, em termos nominais, de 29,9% do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas3

Já o Consumo do Governo apresentou crescimento de 3,6%. A Formação Bruta de Capital Fixo também apresentou crescimento de 8,7% quando comparado ao ano de 2005, influenciada pelo aumento da construção civil e das máquinas e equipamentos, sobretudos importados. Ressalte-se que a média da taxa de juros efetiva Selic para 2006 ficou em 15,3% ao ano, menor do que a registrada em 2005, 19,1% ao ano.

Já no âmbito do setor externo, as Exportações de Bens e Serviços apresentaram um crescimento de 4,6% e as Importações de Bens e Serviços tiveram elevação de 18,1%, apresentando uma forte aceleração em comparação com as taxa registradas em 2005. Naquele ano o crescimento das exportações havia sido superior ao das importações (10,1% e 9,3%, respectivamente). No gráfico I.4, as variações acumuladas dos componentes da demanda no quarto trimestre de 2005 e 2006.

PIB chega a R$ 2,3 trilhões em 2006

Em 2006, o Produto Interno Bruto a preços de mercado alcançou R$ 2.322,8 bilhões, sendo R$ 1.999,6 bilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 323,2 bilhões aos Impostos sobre Produtos.

Considerando o Valor Adicionado dos setores de atividade em 2006, a Agropecuária registrou R$ 102,9 bilhões, a Indústria R$ 618,0 bilhões e os Serviços R$ 1278,8 bilhões. Entre os componentes da demanda, o Consumo das Famílias totalizou R$ 1.402,1 bilhões, o Consumo do Governo R$ 463,0 bilhões e a Formação Bruta de Capital Fixo R$ 390,1 bilhões. A Balança de Bens e Serviços ficou superavitária em R$ 68,2 bilhões e a Variação de Estoques foi negativa em R$ 0,7 bilhão.

No acumulado do ano, a Capacidade de Financiamento alcançou R$ 21,0 bilhões contra R$ 25,9 bilhões em 2005, redução explicada, principalmente, pela redução no Saldo Externo de Bens e Serviços em R$ 8,9 bilhões e pela redução de R$ 3,2 bilhões em Renda Líquida de Propriedade Enviada ao Resto do Mundo.

A Renda Nacional Bruta atingiu R$ 2.264,3 bilhões em 2006, contra R$ 2.086,4 bilhões no respectivo período de 2005. Na mesma comparação, a Poupança Bruta atingiu R$ 408,6 bilhões, contra R$ 367,8 bilhões no mesmo período do ano anterior.

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1Segundo estimativa da Coordenação de População e Indicadores Sociais (COPIS) do IBGE

2Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME/IBGE).

3Segundo a Nota para Imprensa "Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro".