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Produção industrial varia -0,3% em janeiro

Taxa frente a dezembro de 2006, já descontadas as influências sazonais, interrompeu uma seqüência de três resultados positivos, período em que a produção industrial acumulou crescimento de 1,8%. Na comparação com janeiro ...

06/03/2007 06h31 | Atualizado em 06/03/2007 06h31

Taxa frente a dezembro de 2006, já descontadas as influências sazonais, interrompeu uma seqüência de três resultados positivos, período em que a produção industrial acumulou crescimento de 1,8%. Na comparação com janeiro de 2006, a indústria avançou 4,5%. O indicador acumulado nos últimos 12 meses (2,9%) ficou praticamente igual ao resultado de dezembro (2,8%). A performance industrial no início de 2007 sugere uma acomodação no ritmo de atividade.

No confronto com dezembro de 2006 (-0,3%), 11 dos 23 ramos da indústria que têm séries ajustadas sazonalmente e duas das quatro categorias de uso apontaram recuo.

Entre os setores que reduziram a produção, o principal destaque foi refino de petróleo e produção de álcool (-4,7%), que interrompeu uma seqüência de dois resultados positivos, os quais significaram um crescimento de 6,4% na comparação dezembro 06/outubro 06. Em janeiro deste ano, algumas unidades de refino de petróleo realizaram paralisações técnicas.

Entre as indústrias que ampliaram a produção na passagem de dezembro para janeiro, a liderança ficou por conta de máquinas e equipamentos (6,1%), que atingiu seu maior patamar na série histórica, vindo a seguir máquinas, aparelhos e materiais elétricos (7,4%); metalurgia básica (2,2%); e outros equipamentos de transporte (6,9%).

Ainda na comparação janeiro 07/ dezembro 06, no corte por categorias de uso, os índices foram negativos para bens intermediários (-0,3%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-0,9%). O recuo observado na fabricação de bens intermediários veio após dois meses de expansão, nos quais havia acumulado crescimento de 2,0%. Já no setor de semi e não-duráveis, a queda praticamente anulou a taxa de 1,0% registrada em dezembro. O recuo da produção de derivados do petróleo se refletiu nessas duas categorias.

O setor de bens de capital (1,7%) foi o único a manter aumento pelo terceiro mês consecutivo, avançando 11,0% entre outubro de 2006 e janeiro deste ano, enquanto os bens de consumo duráveis (2,1%) inverteram uma seqüência de dois meses de queda, quando haviam acumulado perda de 0,5%.

A redução no ritmo produtivo em janeiro, após três meses de taxas positivas, não alterou a trajetória do índice de média móvel trimestral (indicador de tendência), que se mantém ascendente, com variação de 0,2% entre janeiro e dezembro - entre novembro e dezembro, houve acréscimo de 0,6% nesse indicador. Esse movimento foi verificado para três das quatro categorias de uso, sendo liderado por bens de capital (3,5%). Bens intermediários (0,6%) e bens de consumo duráveis (0,5%) apresentaram ritmo mais discreto. O segmento de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,1%) foi o único a registrar variação negativa.

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a produção industrial de janeiro cresceu (4,5%) pelo sétimo mês consecutivo, com 18 das 27 atividades ampliando a produção.

O principal destaque ficou com o setor de máquinas e equipamentos (18,1%), seguido por veículos automotores (7,8%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (39,7%), alimentos (5,5%), metalurgia básica (7,6%) e bebidas (13,1%). Dos nove ramos em queda, os principais destaques foram refino de petróleo e produção de álcool (-5,6%) e material eletrônico e equipamentos de comunicação (-13,4%), influenciados principalmente pelos itens gasolina e televisores respectivamente.

Ainda no confronto com janeiro de 2006, os índices por categorias de uso evidenciaram a liderança de bens de capital (18,0%), com ritmo bem superior ao da indústria geral (4,5%). Os seus subsetores mostraram ritmo elevado de expansão em máquinas e equipamentos para fins industriais (26,8%), para transporte (12,7%) e para uso misto (18,9%), que, juntos, representaram 85% do total da categoria. Vale destacar que máquinas e equipamentos agrícolas (9,4%) teve o segundo resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação.

A produção de bens de consumo duráveis (4,7%), mesmo sob o impacto negativo vindo eletrodomésticos da “linha marrom”1  (-30,1%), voltou a crescer, sustentada principalmente pelo desempenho dos segmentos da “linha branca”2  (15,4%). A produção de automóveis (1,0%) e a de celulares (1,1%) também contribuíram positivamente para o desempenho do setor.

O segmento de bens intermediários (3,2%) apresentou taxas positivas em praticamente todos os seus subsetores, à exceção da queda de 5,7% na fabricação de combustíveis e lubrificantes elaborados (óleo diesel e óleos lubrificantes), cujo impacto para o total da categoria foi de 11,0%. O maior impacto positivo veio de insumos industriais elaborados (2,5%), enquanto que a taxa mais elevada foi registrada no subsetor de alimentos e bebidas básicos para indústria (24,2%). A produção de insumos para construção civil (2,5%) voltou a ter resultado positivo nesse tipo de comparação, embora com taxa inferior ao seu desempenho em 2006 (4,5%).

O setor de bens de consumo semi e não-duráveis avançou 2,6% frente a janeiro de 2006, impulsionado por alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (6,7%) e outros bens de consumo não-duráveis (3,4%), que, juntos, compensaram a pressão negativa dos subsetores semiduráveis (-7,1%) e carburantes (-6,7).

O crescimento de 4,5% para o total da indústria, em janeiro de 2007, superou o índice do quarto trimestre de 2006 (3,2%) – ambos na comparação com o mesmo período do ano anterior -, movimento que se repetiu para nove ramos pesquisados e três categorias de uso.

Entre as atividades, destacaram-se outros equipamentos de transportes, que passou de 2,7% para 17,7%; máquinas, aparelhos e materiais elétricos (de 0,3% para 10,6%); e máquinas e equipamentos (de 9,0% para 18,1%). Por categorias de uso, o ganho de ritmo foi mais intenso em bens de capital (de 7,8% para 18,0%), com avanço generalizado nos seguintes subsetores: bens de capital para fins industriais (de 16,4% para 26,8%), para fins agrícolas (de -2,2% para 9,4%), para construção (de -0,9% para 11,8%), para energia elétrica (de 0,8% para 16,6%), para transporte (de -1,9% para 12,7%) e bens de capital para uso misto (de 16,9% para 18,9%).

A taxa anualizada, medida pelo indicador acumulado nos últimos 12 meses, que vinha em trajetória de crescimento até novembro de 2006 (3,0%), ficou praticamente estável em dezembro (2,8%) e em janeiro (2,9%). O setor de bens intermediários (2,1%) manteve o ritmo do mês anterior, e o de bens de consumo semi e não-duráveis registrou discreto aumento (de 2,7% para 2,9%). A produção de bens de consumo duráveis desacelerou (de 5,8% para 4,8%), enquanto a de bens de capitais (6,6%) foi a única com ganho de ritmo em relação a dezembro (5,8%).

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1Televisores, aparelhos de som e DVDs.

2Refrigeradores, congeladores, fogões de cozinha e máquinas de lavar roupa.