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Agroindústria cresce 1,6% em 2006

A agroindústria brasileira cresceu 1,6% em 2006, revertendo a queda verificada em 2005 (-1,0%), mas ficando abaixo do crescimento de 2,8% registrado pela indústria nacional no ano. Este resultado foi influenciado positivamente pelas melhores...

08/02/2007 07h31 | Atualizado em 08/02/2007 07h31

A agroindústria brasileira cresceu 1,6% em 2006, revertendo a queda verificada em 2005 (-1,0%), mas ficando abaixo do crescimento de 2,8% registrado pela indústria nacional no ano. Este resultado foi influenciado positivamente pelas melhores condições climáticas em 2006, em relação a 2005 (ano de forte estiagem sobretudo no Sul), que  favoreceram a expansão de 3,4% nos setores vinculados à agricultura, impulsionada pelo crescimento dos derivados de cana-de-açúcar, celulose e fumo. E negativamente pelo recuo nos segmentos associados à pecuária ( -0,8%), influenciado pela queda nas exportações de frangos em razão da gripe das aves. Outros fatores que contribuíram negativamente para a agroindústria foram, também, a valorização cambial (reduziu exportações de máquinas e equipamentos agrícolas), aumento dos custos de produção e a queda no preço internacional da soja.
Em bases trimestrais, a agroindústria apresentou resultados positivos nos quatro trimestres do ano. No primeiro trimestre cresceu 1,6%, no segundo desacelerou (0,8%), atingiu sua maior taxa no terceiro (2,9%), voltando a desacelerar no último trimestre de 2006 (0,8%).

Produtos Industriais Derivados da Agricultura cresceram 4,3%

Como reflexo do crescimento de 3,6% da safra brasileira em 2006 em relação a 2005 (que segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola foi de 116,6 milhões de toneladas de grãos), em razão das melhorias climáticas, o setor de produtos industriais derivados da agricultura cresceu 4,3% em 2006, com resultados positivos em seis dos oito subsetores pesquisados.

Os derivados da cana-de-açúcar cresceram 7,9%, por conta da maior demanda por álcool para atender o crescimento da frota de automóveis bicombustível e também pela maior exportação de açúcar e álcool, impulsionada pela alta dos preços internacionais. Outras contribuições positivas vieram de celulose (4,2%), fumo (6,2%) e laranja (1,9%), produtos relevantes em nossa pauta de exportação; arroz (1,9%) e trigo (0,2%). A demanda por estes dois últimos produtos, direcionados ao abastecimento interno, foi beneficiada pelo incremento da massa salarial e do consumo de alimentos básicos.

Por outro lado, os derivados de soja (-5,0%), principal grão produzido e exportado pelo país, foram impactados negativamente pela valorização cambial, pelos baixos preços internacionais e pela ferrugem asiática, fungo que continua reduzindo a produtividade e provocando prejuízo aos produtores. Por fim, os derivados de milho (-3,7%), insumo básico na preparação de rações para o consumo de aves, foram influenciados negativamente pela menor demanda da avicultura.

Produtos Industriais Utilizados pela Agricultura

O setor dos produtos industriais utilizados pela agricultura recuou 2,6%, em decorrência da retração em máquinas e equipamentos (-16,7%) e do acréscimo em adubos e fertilizantes (2,7%). O subsetor de máquinas e equipamentos foi impactado por um conjunto de fatores negativos para o agronegócio brasileiro, tais como: valorização cambial, baixo preço internacional da soja, aumento dos custos, principalmente, devido à elevação do preço do aço, e endividamento dos agricultores. Estes fatores resultaram na diminuição da renda agrícola e do poder de compra dos agricultores, levando à redução do investimento em bens de capital agrícolas.

Em decorrência da valorização cambial, a queda nas exportações de máquinas e equipamentos agrícolas também contribuiu para a retração da produção. Conforme dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), a quantidade exportada de tratores de rodas foi 31,0% menor e a de colheitadeiras recuou 37,8% na comparação entre os anos de 2006 e 2005.

Produtos Industriais Derivados da Pecuária

O setor de produtos industriais derivados da pecuária recuou 0,7%. Este resultado deve-se à menor produção de derivados de aves (-3,4%), por conta da queda nas exportações brasileiras de carne de frango, provocada pela gripe aviária, que reduziu o consumo mundial. A pecuária bovina e suína, apesar do embargo parcial ou total de diversos países às nossas exportações, em função dos focos de febre aftosa ocorridos no final de 2005 em rebanhos bovinos no Mato Grosso do Sul e no Paraná, registrou um ligeiro acréscimo (0,5%). Ao longo do ano, vários países eliminaram ou amenizaram o embargo às exportações brasileiras, dentre estes a Rússia, maior importador brasileiro de carne bovina e suína. O subsetor leite, destinado predominantemente ao mercado interno mostrou acréscimo de 0,6%, e couros e peles cresceu 5,2%, impulsionado pelas exportações.

Produtos Industriais Utilizados pela Pecuária

O setor de produtos industriais utilizados pela pecuária apresentou retração de 1,5%. O grupo dos produtos veterinários cresceu 2,0%, em virtude, principalmente, do aumento da produção de vacinas para a prevenção da febre aftosa. Em sentido contrário, o grupo rações, de maior peso, recuou 2,2%, por conta da crise no setor avícola, que causou a queda no consumo de rações.
 
Volume exportado dos principais produtos agrícolas

Em 2006, segundo estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior, o volume exportado dos principais produtos da agroindústria, em comparação ao ano de 2005, apresentou as seguintes variações: carnes de bovinos congeladas (21,3%), pedaços e miudezas de aves (-4,8%), carne de galos e galinhas não cortados em pedaços (-9,1%), carnes de suínos congeladas (-10,3%), açúcar de cana (10,6%), álcool (23,1%), celulose (13,2%) e couros e peles de bovinos (59,7%). No complexo soja houve acréscimo na exportação de grãos de soja triturados (11,2%), porém redução em bagaços e outros resíduos da extração do óleo de soja (-14,5%) e óleo de soja em bruto (-23,8%), produto de maior valor agregado.