De novembro para dezembro, produção industrial cresceu 0,5%
Na série sem ajuste sazonal, houve alta de 0,4% em relação a dezembro de 2005. A produção industrial acumulou 2,8% no ano, ficando abaixo do crescimento acumulado em 2005 (3,1%).
05/02/2007 07h31 | Atualizado em 05/02/2007 07h31
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Os índices em bases trimestrais (tabela acima) confirmam que o setor industrial sustentou, ao longo de 2006, taxas positivas: após crescer 4,6% no primeiro trimestre de 2006, houve uma desaceleração nos dois trimestres seguintes, quando as taxas ficaram em 0,9% e 2,8%. No quarto trimestre de 2006, frente a igual período de 2005, a indústria volta a mostrar aumento no ritmo com taxa de 3,3%. Neste trimestre, a produção de bens de capital assinalou a maior expansão (7,7%), seguida por bens de consumo duráveis (4,3%). Abaixo do índice global ficaram bens de consumo semi e não duráveis (2,9%) e bens intermediários (2,3%).
Em relação ao trimestre anterior (tabela acima), série com ajuste sazonal, a indústria cresce há cinco períodos consecutivos, tendo como destaque bens de capital, que cresce há sete trimestres e lidera a expansão nos dois últimos. Os resultados, por categoria de uso, na comparação do quarto trimestre de 2006 com o imediatamente anterior foram os seguintes: bens de capital (3,0%), bens de consumo semi e não duráveis (0,5%), bens intermediários (0,1%) e bens de consumo duráveis (0,0%).
O acumulado de 2006 (2,8%) ficou pouco abaixo dos 3,1% obtidos em 2005. Em 2006, o aumento de produção abrangeu vinte atividades, as quatro categorias de uso e quarenta e nove dos setenta e seis subsetores pesquisados. Os maiores impactos sobre o resultado global vieram de: máquinas para escritório e equipamentos de informática (51,6%); indústria extrativa (7,4%); máquinas e equipamentos (4,0%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (8,7%); alimentos (1,8%) e bebidas (7,2%). Esse grupo de indústrias tem uma dinâmica bastante articulada ao desempenho de bens de consumo duráveis e de bens de capital, líderes da expansão recente, além de se beneficiar do dinamismo das exportações de commodities, como é o caso da indústria extrativa (minérios de ferro e petróleo) e da alimentícia (açúcar). Já madeira (-6,9%), vestuário (-5,0%) e outros produtos químicos (-0,9%) foram as principais pressões negativas.
Entre as categorias de uso, a maior alta foi de bens de consumo duráveis (5,8%), com o aumento generalizado nos seus diversos subsetores, principalmente automóveis (5,1%) e eletrodomésticos (10,0%). A manutenção do crédito, a maior estabilidade no mercado de trabalho e o aumento da massa salarial estimularam as vendas domésticas de bens duráveis. O segmento de bens de capital (5,7%) também cresceu acima da média nacional, apoiado principalmente no dinamismo do setor de informática (bens de capital de uso misto, que cresceu 11,5%), mas também nos resultados de bens de capital para fins industriais (5,3%) e dos segmentos relacionados à infra-estrutura, como a produção de máquinas e equipamentos para energia elétrica (22,2%) e para construção (8,2%). As pressões negativas vieram dos subsetores de bens de capital agrícolas (-16,5%) e de bens de capital para transporte (-1,6%). O segmento de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (2,7%) ficou próximo à média geral da indústria e teve como destaque alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (3,1%), onde os principais itens foram refrigerantes e cervejas. Vale mencionar também o subsetor de outros bens não duráveis (3,3%) fortemente relacionado ao desempenho das indústrias farmacêuticas e de edição e impressão. A produção do subsetor de semiduráveis (basicamente confecções e calçados) foi 3,1% menor que em 2005.
Ainda em relação ao crescimento acumulado em 2005, o setor de bens intermediários (2,1%) teve o menor crescimento entre as categorias de uso, embora mostre expansão em todos os seus subsetores, com exceção de combustíveis e lubrificantes elaborados (-1,0%). O segmento de maior peso nessa categoria, insumos industriais elaborados (1,2%), cresceu moderadamente. As estatísticas de comércio exterior, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), mostram que em 2006 o ritmo do volume importado de bens intermediários (15,7%) supera o das exportações totais (3,3%), o que sugere uma maior penetração de importações de bens intermediários. O índice de insumos para construção civil (4,5%) fechou acima do total da categoria e do obtido em 2005 (1,3%).
Em dezembro de 2006 confirmou-se a recuperação no ritmo da indústria que, pelo terceiro mês consecutivo, cresceu na série ajustada sazonalmente. Com estes resultados, o índice de média móvel trimestral sinaliza uma recuperação da atividade industrial no final de 2006, mostrando em dezembro crescimento de 0,7% em relação a novembro, o maior incremento desde dezembro de 2005. Entre os trimestres encerrados em novembro e dezembro, este indicador também foi positivo nas quatro categorias de uso, com destaque para bens de capital (2,3%), seguido por bens de intermediários e bens de consumo duráveis (ambos com 0,7%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,5%).
Em síntese: desde abril de 2006, o setor industrial cresceu gradualmente, acumulando até dezembro, alta de 2,7%. Entre as categorias de uso, nessa mesma comparação, o setor de bens de capital avançou 6,9%, vindo a seguir bens intermediários (1,9%) e bens de consumo semi e não duráveis (1,1%), enquanto bens de consumo duráveis (-3,2%) mostrou desaceleração.